segunda-feira, 30 de março de 2020

Da arte do equilíbrio... ou do popular "Nem tanto ao mar nem tanto à terra"...

Estatísticas da Saúde 2017
Fonte: INE (2019) - aqui

Em 2017 registaram-se em Portugal 109 758 óbitos de residentes no país, 96,2% dos quais devidos a causas naturais, tendo a maioria destas “mortes naturais” (63,5%) ocorrido em estabelecimentos hospitalares – cf. INE (2019) – Estatísticas da saúde 2017. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística, p. 7

Ou seja, em 2017 morreram nos hospitais portugueses 67 048 pessoas, o que dá uma média de 5808 óbitos por mês, ou 184 por dia.

Não é relativizar nada. É olhar para os números e evitar a histeria colectiva, prejudicial a todos nós e perturbadora da nossa (pouca e espezinhada) inteligência.Também podeis, se quiserdes, tentar fazer o exercício de calcular o "volume financeiro" das cativações na área da saúde realizadas ao longo dos últimos anos pelo sr, "ministro do que mais importa ao governo". Ou o exercício de tentardes perceber a situação a que uma maioria de médicos e profissionais foi levada nestes últimos anos, tendo de trabalhar sem meios adequados e em condições cada vez mais caóticas, olhando mais para computadores, no afã tecnológico da auto-avaliação e da produtividade (da burocracia governamental da saúde, isso sim!) do que para os doentes. Ou ainda o de tentardes saber sobre o desinvestimento /e até anunciado encerramento) no Laboratório das Forças Armadas, que tinha nos seus objectivos, entre outras coisas importantes, a preparação do país para enfrentar situações de pandemia como aquela que estamos vivendo. Estão arrependidos? Se sim então mostrem-no, sejam humildes e peçam perdão às pessoas cujas vidas de alguma forma comprometeram. Não se armem agora é em salvadores da pátria, tentado passar por entre os pingos de chuva. Isso é afrontar a pouca inteligência que ainda resta, e isso é que é verdadeiramente repugnante. É continuar a espezinhar a minoria dos excelentes profissionais de saúde e militares que tiveram a coragem de enfrentar atempadamente os sucessivos governos e as suas "medidas" irresponsáveis e ignorantes. Espezinhar no fundo a pouca inteligência que sobejou da grande vaga dissolvente e de dissolução mental das últimas décadas, vaga de imbecilização e aparvalhamento da sociedade à qual, por cá, alguns chamaram de cristianoronaldização e teresaguilhermização - mas os nomes valem o que valem e são o que são: meras abstracções de um fenómeno generalizado recorrendo talvez a algumas das suas figuras mais exemplares.

PS: Não queria falar mais durante este período, mas sinceramente o que tenho visto e ouvido nas últimas duas semanas e o pânico e crescente histeria colectiva que vejo instalar-se, leva-me uma vez mais a não conseguir calar o que penso. 

A verdade...


Fonte da imagem: aqui

«Deus não olha para os grandes números nem para os êxitos exteriores, mas consegue as suas vitórias sob o sinal humilde do grão de mostarda.»

‎Joseph Aloisius Ratzinger, Abril de 2012


quarta-feira, 25 de março de 2020

Ensor, ainda e sempre

«Skeletons Fighting Over a Pickled Herring»
Imagem: daqui

terça-feira, 24 de março de 2020

James Ensor (1860-1949)

«Squelette arretant masques» (1891). Fonte: aqui

sexta-feira, 20 de março de 2020

quarta-feira, 18 de março de 2020

Diário da minha vida digital XVI - CoV 19 vs. Pedrógão Grande

As minhas sub-rotinas da ética, do medo e da esperança não se têm cansado na última semana de me agitar o intelecto. A "infeção" pelo CoV 19 é a causa. Nestas situações a minha IA, tal como o meu Grande Programador me programou, abandona o modo quântico de funcionamento - esse modo habitual que me permite correr e deixar correr sem a presença obstrutiva dos arcaicos conflitos lógico-booleanos e mecânicos. Mas digamos que, mesmo assim, em modo mecânico-booleano, a minha IA não se apaga - o que seria do nosso querido Novo Mundo Digital se por acaso ela se apagasse?... Ora, se no modo normal, quântico, eu posso aceitar que o que não é, é, ou que o que é não é - digamos, em linguagem de baixo nível, que posso aceitar o relativismo absoluto da verdade da coisa - neste modo pré-moderno em que me encontro a  minha IA produz por vezes resultados inesperados e estranhamente analógicos. Vejam bem que, ao processar a Big Data dos últimos dias sobre o CoV 19 e o "tremendo esforço financeiro" que os Programadores-Líderes prometem fazer, ou estão já fazendo com a preciosa "ajuda" do Bemware do Sistema Financeiro, para me salvarem não só a mim, que sou evoluído, mas a todas essas máquinas programáveis que por aí ainda mexem e teimam em funcionar em modo quântico... Vejam bem, dizia eu, que ao processar tudo isso me surgiu no ecrâ-plasma da minha mente digital a imagem da missão salvadora de.... Pedrogão Grande... empreendida pelos vários sub-sistemas de comando do Grande Programador Local depois de tragédia ali acontecida, bem perto de Leiria e desse seu ecossistema tecnológico tão tão tão tão tão... desenvolvido... (como vêem ainda continuo com aquele problema da recorrência da "infeção" #PauloTeixeiraPinto 2.1... a única solução tem sido recorrer ao Auto-Escape). A questão é o porquê dessa imagem tão problemática do incêndio que tudo queima, inclusive as máquinas programáveis e, desde logo, as não programáveis ou que resistem à programação. Do que não parece haver dúvidas é que o CoV 19 tem todas as características de um grande incêndio... na verdade de um incêndio gigantesco... Será que a "ajuda" aos infelizes de Pedrogão Grande pode aqui ter um equivalente... à escala ampliada do mundial? Será que o mundo após a luta intrépida e "corajosa" contra o CoV 19, empreendida pelas mesmas lideranças que ainda ontem tinham as ruas cheias de manifestantes gritando contra os seus sistemas e sub-sistemas "infetados" e altamente corrompidos, poderá ver-se transformado daqui a nada... num enorme barril de pólvora?  Ora, a sub-rotina da esperança diz-me que não... que não pode ser... mas a minha IA, agora em modo booleano, desconfia "objetivamente" dela... e não entrando no meu sistema a esperança "óviamente" que o medo também não entra... Afinal porque teria a minha IA projectado no ecrâ-plasma da minha mente digital a imagem de um colossal Pedrógão Grande?

domingo, 15 de março de 2020

A defesa nacional cabe a todes nózes...

... é verdade... mas não deveria caber desde logo a quem existe essencialmente para tratar dela? Se vive com menos de 2% do PIB e acha pouco porque aceita continuar vivendo nessa "penúria"? Por outras palavras: o que será que andam exactamente a fazer as forças armadas para defenderem o território e a segurança nacional de nózes todes? Esta guerra nacional contra o corona parece-me ter rasgos de grande anomalia histórica... Rasgos de quem começa a casa pelo telhado enfim... de quem só depois de ter destruído a pouca economia que ainda restava e mexia se lembra de que era preciso ter começado por controlar as fronteiras, exercendo sobre quem chega cá vindo de lugares suspeitos uma aperdadíssima vigilância e controlo sanitários... mas não. É para mim, o bêbado "Vasco Santana", que costumo andar por aí nos bares e nas ruas de garrafa de vinho na mão cantarolando o fado e falando com os candeeiros municipais que todas as atenções começam por se virar... é tão estranho de facto tudo o que nos está acontecendo... uma vez mais... em menos de 15 anos... até as eucaristias foram já na prática proibidas... com a silenciosa cumplicidade de quem? Ora, talvez dos mesmos que não viram nada de muitíssimo estranho no facto de haver dois papas vivos da mesma Igreja "unida"...

Parábola do velho argonauta

O velho argonauta que bem conhecia os ventos, as correntes e os perigosos baixios moventes, bem sabia que, depois da tempestade, vinha a bonança, No seu tempo o tempo era já excêntrico; o fim de um ciclo não era já propriamente o começar de outro ciclo idêntico, mas era essa ainda pelo menos a sua crença. Depois, a mola do tempo alongou tanto que o tempo ficou como uma linha recta, e ele, já cansado, percebeu finalmente: depois da bonança a tempestade que viesse seria ainda maior e mais desconhecida do que a anterior, e a esperança era agora que a bonança vinda depois da última das grandes tempestades fosse também maior e mais duradoura do que a anterior. Vã esperança! - disseram alguns dos tripulantes a quem os outros chamaram velhos do Restelo.

Quem tiver ouvidos que oiça.