quarta-feira, 30 de maio de 2018

Porque estarão os dicionários tão cheios de palavras que já não usamos?

Penso em a palavra-conceito "eutanásia", "desdobramento do conceito" (Hegel) de suicídio, conceito este que já havia sido modernamente dobrado e redobrado, em especial por Émile Durkheim. Os "desdobradores" são os mesmos de sempre: os nomótetas de uma coisa modernamente auto-denominada "ciência jurídica" (na sua essência, a "ciência dos romanos", ou jurisprudência, com a diferença que os de agora já nem sequer lêem Cícero, se é que sabem quem foi ele). Por este caminho, em breve já não haverá muito mais que desdobrar... e, depois (dos holocaustos), de novo tudo voltará a ser como dantes: dobrado e redobrado. É assim há milénios. As palavras vão ficando e enchendo os dicionários. Multiplicam-se aquelas que mais tarde haverão de se dizer "sinónimas". À luz extrema sucede a absoluta obscuridade, como ao dia claro que fere os olhos sucede a noite que os alivia. Se não soubesse, diria que tudo era da idade; que era o avolumar dos anos que me "inclinava" a crer na eterna recorrência,..

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