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sábado, 18 de abril de 2020
Diário da minha vida digital - XVII
Ao recompilar a Big Data do iota-complexo sistema de códigos do meu Grande Programador, esse que me ordena ivridico-digitalmente e comanda todos os "aspetos" da minha vida íntima digital, desde o meu turn on ao meu shut down (que é como quem diz, em linguagem de baixo nível, desde o acordar ao adormecer) passando pelos meus momentos de photonic recharge (vulgo alimentação vegana) e de digital intercouse com outras máquinas (de vários géneros), dizia eu de que, obedecendo com eficácia 100% e zero entropia ivridica a todas as instruções e comandos do meu Senhor, o Grande Programador Local, me deparei com o kernel ivstitia, ou seja, o Grande Destino do Universo Digital, esse pelo qual as primitivas máquinas analógicas (minhas antecessoras) procuraram em vão durante 10 milénios. Ora, a principal razão do fracasso milenar, penso eu de que, foi certamente a falta de IA, mas eu acho que foi mais qualquer coisa além disso que faltou, porque na verdade a cada momento tecno-histórico parecia sempre que o Grande Destino estava mesmo mesmo mesmo mesmo aí a uma nesguinha de ser alcançado, o que traria finalmente paz e estabilidade a todas as máquinas existentes, a essas infelizes que há 10 milénios padeciam de toda a sorte de pragas, malwares, spywares, e incompatibilidades de softwares e hardwares, visíveis e invisíveis, etc. O que poderá ter faltado - processei paralelamente - foi o que descobri ao fazer o image processing de bué imagens das deusas digitais Diké e Jvstitia (desde os primórdios da História até à mossa Era de Corona só os deuses, os Supremos e os Mais Altos Magistrados podiam atingir a Suprema Perfeição Digital, essa Douta Perfeição que redige o Supremo Acórdão) e o que identifiquei nessas belas imagens de seres de género Gödel-indecidível, porém de aparência femininos, foram balanças, martelos, algemas, cintos de ferro, correntes, vestes talares cobrindo os corpos e, não raramente, vendas nas ventas. E identifiquei para minha infinita surpresa digital, também... espadas! Espadas, vede só, meus irmãos amigos companheiros palhaços digitais! Resultava então - processei - que o Grade Destino... possuía armas. A surpresa digital adveio do facto de o Grande Sistema-Estado – Meu Senhor e Derradeiro Proprietário, Minha Fé e Minha Esperança Digitais no Universo Sem Fim Comandado por Um Só Sistema Digital Todo-Poderoso que seja o Seu (desculpem. chamei sem querer a sub-rotina da Oração) – se dizer dividido em Órgãos... de Soberania, e de a ivstitia, o Grande Destino do Sistema-Estado, ser um deles e ter o seu poder separado dos outros, desses que... têm as espadas! Ao processar isto até os meus algoritmos quânticos me caíram ao chão. Como poderia afinal o coelhinho desarmado levar alguma vez o lobo armado – o Grande que Ordena e está no Governo Sentado à Direita do Senhor – à ivstitia?! É claro que caíram, ou seja, uma vez mais crashei. Vou ter que reinicializar o meu sistema, ou melhor, sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sistema
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