sexta-feira, 26 de maio de 2023

Leituras do tempo CDLXXXII - Coisa deformada em forma de país... lugar bom de morrer... impossível para viver... grotesco cemitério de vivos gigantesco... terra prolixa cobiçada por máfias e/ou "capitais estrangeiros"...

 ... é o que resulta do cruzamento de leituras... ou do entre-cruzar delas... que à primaria vista parecem desligadas umas das outras... exercício não muito fácil de fazer... mas que o António Cortez faz aqui muito bem... com a única ressalva de que fala ainda de um "nós"... de um "país"... custa sempre... eu bem sei... mas é assim... não há volta a dar... Abril vai na terceira geração... e serão os netos de Abril... os que in liquido já não vão muito além dos €2000... a fazer a próxima revolução... afinal como pode um herdeiro legítimo de Abril (!) viver aqui na caverna com um módico de dignidade com menos de €2000 mensais líquidos... ainda por cima com estresse e precariedade "laboral"... na verdade houve alguns pais de Abril que não o foram... e filhos mais houve que na verdade não passaram de enteados... os do eterno "recibo verde"... do "bolseiro de investigação"... do tapa-buracos "professor convidado"... do "empreendedor descalçado"... do "consultor" de quando em vez... triturado por uma coisa chamada "autoridade tributária"... que vassala como a ivstitia do sistema bélico-financeiro hiper-centralizado... sem vergonha ... lhe chama "sujeito passivo" e à sua casa - se ainda a tiver despenhorada e não devolvida ao deus-banco, guardião de nózes todes e do mistério da fé monetária  - "domicílio fiscal" .. ah... oxalá de que (!)... quando e se fizerem a próxima revolução... os "netos verdadeiros" de Abril comecem por aí... para que ela seja suficientemente simbólica... para que fique e não passe sem valente  dor de corno... e já agora aproveitem e revoguem essa mais-que-simbólica excrescência ivris-cultural chamada "acordo ortográfico"... sim... eu julgo de que (!!) a "nova revolução" ou está perto ou muito longe... se é que não começou já (!!!) ... o problema é talvez que diante dos "netos verdadeiros" de Abril já não há quase ninguém a não ser eles, os namorados e as amantes... alguns velhos pais de Abril e "migrantes" sem culpa alguma no cartório... e... à parte... completamente desfranchisada... a multidão de exilados e deserdados de Abril... para quem já não há "país" algum... daí o "erro" do António Cortez não ser na verdade um erro... ser antes esperança dilacerada que resiste... essa que só morre depois do corpo ter morrido... resistindo ao que a dilacera... a essa dura realidade de já não "sermos"... apesar de ainda cá "estarmos"... em larga maioria até... mas todavia porém (!) cada vez mais zombies... cada vez mais sem sono para dormir... cada vez mais no topo da "civilização" libero-científica... tecno-digital e verde-descarbonizadora... e quanto à "resiliência" económica é o que se vê... porque pouco resta já que mexa para resiliir... numa economia já tão tão "profundamente avançada" (!!),.. que quase já ninguém arrisca fazer nada...  pois além de estúpido seria a falência certa...

Fonte da imagem: modificada a partir daqui

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