sexta-feira, 25 de março de 2011

INE Estuda Reformulação da sua Publicação "Estatísticas do Ambiente"

 (carregue sobre a imagem para descarregar o PDF com as Estatísticas do Ambiente 2009)

No âmbito das consultas que o Instituto Nacional de Estatística (INE) está a levar a efeito para a reformulação da sua publicação "Estatísticas do Ambiente", fui gentilmente convidado pela Srª Drª Margarida Madaleno, Directora do Departamento de Estatísticas Económicas do INE, enquanto Director dos Cursos de Licenciatura e Mestrado em  Engenharia do Ambiente da Universidade Lusófona, a participar numa reunião de trabalho no INE no passado dia 24 de Março de 2011, para a qual me fiz acompanhar do meu colega e Subdirector, Professor Fernando Jorge Costa. Na sequência desta reunião, está a ser elaborado um documento com as nossas contribuições para a melhoria daquela que é uma publicação de referência sobre Estatísticas do Ambiente em Portugal, incontornável e de extrema utilidade para técnicos, investigadores e empresas do sector.Uma saudação ao INE pela sua aposta na qualidade da informação sobre Ambiente em Portugal; pela abertura que tem mostrado à sociedade e aos potenciais interessados nessa informação, e pelo método escolhido para garantir a melhoria contínua dos seus produtos e serviços, nomeadamente através de uma prévia auscultação a utilizadores, produtores de informação, e público em geral.

O parecer do DEA da FECN pode ser descarregado aqui. A citação é a seguinte:

Rodrigues, V-J. e Costa, F.J. (2011)  - Notas de Contributo para a Reformulação da Publicação “Estatísticas do Ambiente” do Instituto Nacional de Estatística. DEA/FECN/ULHT, Lisboa, 25 de Março de 2011.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Já está disponível, na versão editada, o artigo "O Ambiente no Contexto da Defesa Nacional"


Já está disponível, na versão editada, o artigo "O Ambiente no Contexto da Defesa Nacional" que publiquei  recentemente no nº 22 (págs. 20-25) da Revista Planeamento Civil de Emergência, editada pelo Conselho Nacional de Protecção Civil de Emergência (CNPCE). Agradeço ao Sr. Tenente-General António José Maia de Mascarenhas, Vice-Presidente do CNPCE, o amável convite que me endereçou para escrever este artigo, o qual me fez reflectir sobre um assunto de extrema importância para o país e, em consequência, para todos nós. Boas leituras!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Floresta, Direitos Humanos e Direitos da Natureza

 (Foto picada aqui)

Fui gentilmente convidado pela Professora Doutora Ana Cristina Martins, da Secção de História do Património e da Ciência da Universidade Lusófona, para participar num seminário transdisciplinar comemorativo do Ano Internacional da Floresta, que terá lugar no dia 19 Maio de 2011 na ULHT. Foi com enorme prazer que aceitei em participar, com uma reflexão sobre Floresta, Direitos Humanos e Direitos da Natureza: Um Debate Persistente e Actual. Nela revejo a questão clássica da dicotomia entre as visões humanista e ecocêntrica da Floresta (entendida como entidade holística), a primeira defendendo o valor instrumental da Natureza e a segunda propondo a ideia de valor intrínseco da mesma, nomeadamente através da consagração de direitos legais. Quase 40 anos após a publicação do famoso livro «Should Trees Have Standing?», de Christopher Stone, a dicotomia mantém-se, agora balizando um conjunto de sínteses intermédias, ou híbridas, tendentes a conciliar posições aparentemente inconciliáveis. Uma das mais bem conseguidas sínteses foi a ideia de sustentabilidade, introduzida no discurso político a partir do início da década de 90 do passado século XX, e que visou conciliar o direito humano ao progresso com o direito da natureza à existência e ao desenvolvimento. A minha teoria nesta reflexão, e que há muito tempo venho defendendo, é a de que tais sínteses, não obstante a sua grande utilidade, tendem a  ser facilmente manipuláveis (foi o que sucedeu com o conceito de "desenvolvimento sustentável") e portanto  a obscurecer aspectos cruciais que, em cenários mais desfavoráveis, podem acabar por negar ambas as coisas que afirmam. Procuro demonstrar esta teoria reportando-me à actualidade e, concretamente, ao facto de, não obstante o estado actual das economias ocidentais, poucos verem aí um obstáculo  importante à sustentabilidade. Se é verdade que sem ambiente não há economia, nem  justiça ou democracia, também não deixa de ser verdade que, sem uma economia justa e solidária, e sem democracia, é também o ambiente que está em risco.  


Título da comunicação:
Floresta, Direitos Humanos e Direitos da Natureza: Será que Devemos pôr um Preço nos Serviços do Ecossistema?

Resumo:



Nesta comunicação revê-se a questão clássica da dicotomia entre as visões humanista e ecocêntrica da Floresta (entendida como entidade balística), a primeira defendendo o valor instrumental da Natureza e a segunda propondo a ideia de valor intrínseco da mesma, nomeadamente através da consagração de direitos legais. Quase 40 anos após a publicação do famoso livro «Should Trees Have Standing?», de Christopher Stone, a dicotomia mantém-se, agora balizando um conjunto de sínteses intermédias, ou híbridas, tendentes a conciliar posições aparentemente inconciliáveis. Uma das mais bem conseguidas sínteses foi a ideia de sustentabilidade, introduzida no discurso político a partir do início da década de 90 do passado século XX, e que visou conciliar o direito humano ao progresso com o direito da natureza à existência e ao desenvolvimento. Mais recentemente, no âmbito dessa síntese, começou a equacionar-se a possibilidade de valorizar monetariamente a biodiversidade, nomeadamente através da contabilização do valor monetário dos produtos e serviços proporcionados pela Floresta ao homem. Esta ideia deriva do aparente sucesso das políticas relacionadas com a economia e os mercados do carbono, visando nomeadamente a internalização dos custos externos da utilização pelo homem de combustíveis de origem fóissil. Defende-se nesta comunicação a tese de que não é aconselhável, nem prudente, procurar quantificar monetariamente os serviços proporcionados ao homem pela natureza, e nomeadamente pela Floresta. Para tal recorre-se, entre outras, à argumentação da ética ambiental, defendida pelo filósofo norte-americano Mark Sagoff. Regressando de novo ao paradigma da sustentabilidade, propõe-se que as referidas sínteses híbridas, não obstante a sua grande utilidade e pragmatismo, tendem a ser facilmente manipuláveis e portanto a obscurecer aspectos cruciais que, em cenários mais desfavoráveis, podem acabar por negar ambas as coisas que afirmam.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Já é oficial: XI Congresso Nacional de Engenharia do Ambiente vai ser na Universidade Lusófona!

O XI Congresso Nacional de Engenharia do Ambiente (CNEA), um evento bienal de especial importância para os Engenheiros do Ambiente e para a Engenharia do Ambiente, em Portugal irá, pela primeira vez, decorrer na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), no  seu Campus de Lisboa, ao Campo Grande. O Congresso, promovido pela Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente (APEA), e desta vez co-organizado com o Departamento de Engenharia do Ambiente da ULHT, através de uma equipa coordenada pela Profª Doutora Maria da Graça Gonçalves e que integra um grupo de alunos do Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente, liderado pela Representante dos Alunos Patrícia Relvas, irá ter lugar durante os dias 20 e 21 de Maio de 2011. Brevemente voltaremos a dar aqui mais pormenores sobre este importante evento, que espero venha a ser um grande sucesso!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

CLME2001 - 6º CONGRESSO LUSO-MOÇAMBICANO DE ENGENHARIA

(carregue para descarregar o pdf com o tríptico do congresso)

Fica a informação sobre o 6º CONGRESSO LUSO-MOÇAMBICANO DE ENGENHARIA que se irá realizar na cidade moçambicana de Maputo, entre 29 de Agosto e 2 de Setembro de 2011, e que é organizado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, pela Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique) e pelas Ordens de Engenheiros de Portugal e Moçambique. Para este congresso preparei, em conjunto com o Prof. Engº José A. Teixeira Trigo, uma comunicação intitulada "MULTI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADE EM ENGENHARIA: O CASO PARADIGMÁTICO DA ENGENHARIA DO AMBIENTE EM PORTUGAL", cujo resumo alargado, aceite pela organização, se apresenta seguidamente.

 
MULTI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADE EM ENGENHARIA: O CASO PARADIGMÁTICO DA ENGENHARIA DO AMBIENTE EM PORTUGAL

Valdemar J. Rodrigues*1 e José A.Teixeira Trigo2
1Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Depart. de Engª do Ambiente - Lisboa, Portugal
2Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias - Lisboa, Portugal
*Email: sec.ambiente@ulusofona.pt

RESUMO
Para Karl Popper, os problemas ultrapassavam em muito as fronteiras das disciplinas. A ideia de que as disciplinas existiam autonomamente, sendo distinguíveis entre si pela matéria que investigavam, não passava para o filósofo de um resíduo do tempo em que se acreditava que qualquer teoria devia começar por definir o seu próprio conteúdo [Popper, 2003 (1963)]. As divisões e subdivisões do conhecimento científico seriam, fundamentalmente, o resultado de contingências históricas, e a consequente disciplinaridade o principal alvo dos esforços interdisciplinares visando combater o problema da fragmentação do conhecimento e da perda de visão de conjunto da realidade os quais, segundo Ortega y Gasset [1998(1930)], se vinham agravando desde finais do século XIX. Porém, os resultados de tais esforços parecem hoje estar muito aquém do esperado, tendo sido já em 1987 identificadas cerca de 8530 áreas do conhecimento resultantes quer da especialização, quer da sobreposição interdisciplinar de áreas pré-existentes [Klein, 1999]. Ou seja, cerca de um século de esforços de interdisciplinaridade, aos diversos níveis, terão contribuído mais para o surgimento de novas especializações do que para uma verdadeira compreensão geral dos problemas, em contraponto à especialização [Frodeman et al., 2001]. As engenharias, por definição áreas do conhecimento onde se observa a confluência disciplinar [Finch, 1961] e que estão por natureza ligadas à realidade e seus problemas [Borgmann, 1999], constituem um universo particularmente interessante para o estudo das relações disciplinares e das dinâmicas que se podem observar a esse nível, nomeadamente aquelas que levam ao aparecimento de novas disciplinas ou especializações. No mundo ocidental, a interação entre ciências e engenharias intensificou-se ao longo de todo o século XX, e em especial nas suas últimas décadas, procurando dar resposta a problemas tão reais como a pobreza, as enfermidades humanas, os desequílibrios demográficos e alimentares, o consumismo e a degradação ambiental. O reconhecimento de que nenhum desses problemas era passível de uma abordagem puramente disciplinar levou as ciências naturais a atravessarem as fronteiras com as ciências sociais, e vice-versa. Foi claramente esta “transgressão” que diferenciou, originalmente, a Engenharia do Ambiente das áreas “clássicas” de engenharia pois, como notaram Soulé e Press (1998), nenhuma outra pôs tanta ênfase em aspectos como a participação pública dos cidadãos e ONGs nos processos de tomada de decisão [e.g. Beck, 1992]; a necessidade de uma mudança de paradigma cultural e económico [e.g. Beck, 1992; Tisdell, 1991], ou o contributo da educação para uma cidadania sustentável [Orr, 2004], de modo a que as sociedades pudessem alcançar o objectivo da sustentabilidade. Nenhuma outra área da engenharia terá requerido para a sua acção técnica o estabelecimento de tantas pontes entre as ciências naturais e as ciências ditas sociais e humanas [Rodrigues, 2009]. No contexto já de si interessante das engenharias, a análise do caso da Engenharia do Ambiente – ela mesma um reflexo das tendências ocidentais obseravadas em matéria de prioridades para a acção em defesa do ambiente e de resposta institucional, por exemplo ao nível dos órgãos da administração pública, das universidades, dos centros de investigação, das empresas e das agremiações de carácter científico ou profissional – fornece elementos de grande valia para a compreensão dos desafios que actualmente impendem às engenharias. É a partir desse prisma que se procura responder nesta comunicação a algumas questões essenciais, como sejam: será que a Engenharia do Ambiente, desde que surgiu em Portugal nas universidades (novas) de Aveiro e Lisboa nos anos de 1977/78, acabou por adquirir o estatuto de disciplina especializada no seio das demais engenharias? Terá, nesse sentido, a sua natureza original, inter e transdisciplinar, mais focada no Todo do que nas partes (e, nessa acepção, mais holística e pós-moderna) sofrido entretanto alguma mudança fundamental? Ou terá, pelo contrário, de algum modo já cumprido o essencial da sua missão transdisciplinar? Como evoluiu ao longo deste período o relacionamento entre a Engenharia do Ambiente e as áreas tradicionais de engenharia? Ter-se-ão estas entretanto tornado mais interdisciplinares e holísticas, e doravante menos positivistas e cartesianas, não obstante o próprio Francis Bacon ter reconhecido que «A Natureza para ser comandada tem de ser obedecida.» [Sassower, 1995]? Poderão estar as áreas tradicionais de engenharia, a prazo, condenadas a algum processo transdisciplinar ou de fusão? E por último, mas não menos importante nesta comunicação: que campo de actuação específico se pode actualmente reservar à disciplina de Engenharia do Ambiente? Não obstante as respostas a cada uma destas questões, destaca-se a conclusão de que a Engenharia do Ambiente, quer como profissão quer enquanto disciplina técnica, deverá continuar a afirmar-se, tirando partido daquelas que são as suas principais referências identitárias: a visão holística dos problemas do desenvolvimento e uma ética singular que, mostrando-se hoje algo sinuosa, deve, julgamos, manter no essencial os princípios defendidos pelos seus fundadores, entre eles John Muir, Henry Thoreau e Aldo Leopold. Em particular, a renúncia irreflectida ao princípio do valor intrínseco dos bens (e serviços) da natureza é potencialmente perigosa. Por outro lado, a situação de ambivalência que marca o exercício profissional da Engenharia do Ambiente poderá perturbar o longo caminho que tem pela frente, pois ao mesmo tempo que procura autonomizar-se como disciplina técnica (o que teoricamente conseguiu com a criação, em 1999, do Colégio de Engenharia do Ambiente no seio da Ordem dos Engenheiros), o seu espectro de acção profissional, demasiado largo por natureza, poderá acabar por diluir-se irreversivelmente. A questão podia colocar-se hoje, prosaicamente, da seguinte forma: existirá actualmente algum domínio de actividade, ou acto formal de engenharia, que esteja legalmente ou do ponto de vista prático apenas reservado à Engenharia do Ambiente? O facto é que a excessiva hibridização disciplinar evidenciada em estudos recentes [e.g. Lameira et al., 2006], tal como a crescente redundância ao nível das áreas de investigação, a crescente mobilidade profissional, ou os problemas relacionados com a transição dos antigos cursos para o regime de Bolonha, prometem desafiar, não somente a Engenharia do Ambiente, mas a totalidade das disciplinas de engenharia. Do lado das oportunidade, merece ser realçado aquilo que é comum aos avanços mais recentes em matéria tecnologias da informação, ciência dos materiais, biotecnologia, engenharia da energia, toxicologia, entre outras: a sua convergência à escala dos átomos e das moléculas, que se designou genericamente de nanotecnologia. Esta nanoconvergência fornece não só uma comunidade de propósitos ao nível da Engenharia do Ambiente, com enorme potencial, como uma linguagem científica comum que, de baixo para cima, de certo modo reconstitui a unidade epistemológica essencial da Physis grega [Bettencourt, 2007]. E sugere subliminarmente uma solução para aquilo que parece ser a persistente dificuldade das sociedades aspirantes à sustentabilidade: o porem em prática, na sua verdadeira acepção, o chamado “princípio da integração”.

REFERÊNCIAS
Bettencourt, A. 2007. A questão do ambiente e ensino da sua ciência. Actas do Encontro Luso-Angolano em Ciências doAmbiente/II Congresso Nacional de Ciências do Ambiente, Èvora: Universidade de Évora.
Beck, U. Risk society: towards a new modernity. Londres: Sage, 1992
Finch, J. K. 1961. Engineering and science: a historical review and appraisal. Technology and Culture, 2, 318-32.
Frodeman, R. Mitcham, C. & Sacks, A.B. 2001. Science, Technology, and Society Newsletter, 126-127: 1-5.
Klein, J.T. Crossing boundaries: knowledge, disciplinarities, and interdisciplinarities. Charlottsville: University of Virginia Press, 1999
Lameira, S. (coord.) et al. – O sector do ambiente em Portugal. Lisboa: Instituto para a Inovação na Formação (INOFOR), 2006
Ortega y Gasset, J. A rebelião das massas. Lisboa: Relógio D'Água editores, 1998 (1930)
Borgmann, Albert. Holding on to reality: the nature of information at the turn of the millennium. Chicago: University of Chicago Press, 1999.
Orr, D.W. Earth in mind: on education, environment, and the human prospect. Washington: Island Press, 2004
Popper, K. Conjecturas e refutações. Coimbra: Almedina, 2003
Rodrigues, V.J. Desenvolvimento sustentável: uma introdução crítica. Parede: Principia, 2009
Sassower, R. Cultural collisions: postmodern technoscience. New York: Routledge, 1995
Soulé, Michael E. & Daniel Press. 1998. What is environmental studies?" Bioscience, 48 (5): 397-405.
Tisdell, C. Economics of environmental conservation. Amsterdam: Elsevier Science Publishers, 1991

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Instituto de Defesa Nacional - Colóquio sobre Ambiente, Ordenamento do Território e Defesa Nacional

 (carregue sobre a imagem para ampliar)



Fui gentilmente convidado pelo Exmo. Sr. Director do Instituto de Defesa Nacional (IDN), Major-General Vítor Daniel Rodrigues Viana, para participar como orador num Colóquio sobre Ambiente, Ordenamento do Território e Defesa Nacional, a ter lugar no próximo dia 1 de Fevereiro, pelas 10 horas, no Auditório do IDN, na Calçada das Necessidades, 5, em Lisboa. Aceitei com muito gosto, e aproveito para convidar todos os habituais frequentadores deste espaço, e em particular os alunos de Engenharia do Ambiente da ULHT, a estarem presentes. O tema é interessantíssimo e a entrada é livre. As inscrições devem ser feitas online, aqui:


sábado, 11 de dezembro de 2010

Campus de Lisboa da Lusófona mais Ecológico!


Foto: Patrícia Nobre da Costa, 2010

Sob o sugestivo título "The World is not an Ashtray!", e perante uma plateia de docentes universitários, entre os quais os professores Thomas Azwell e Ryan Carney, da Universidade da Califórnia, Berkeley; colegas de vários cursos, imprensa e membros da administração da Universidade Lusófona, os alunos de Engenharia do Ambiente da ULHT que participaram no Curso Avançado de Empreendedorismo Ambiental, apresentaram, no passado dia 10 de Dezembro, no Auditório Pessoa Vaz da Universidade Lusófona, a sua ideia/projecto para um mundo mais livre das perigosas beatas de cigarro, cujos efeitos ecológicos e ambientais tão bem explicaram na sua conferência, mostrando que este não é de forma nenhuma um problema ambiental menor ou acessório. À medida que as intervenções do grupo se iam sucedendo, mostrando o estado actual do conhecimento científico sobre o tema, ia crescendo na audiência a sensação óbvia de se estar perante algo que importa rapidamente corrigir. Quando circularam pela plateia as garrafas de água contaminada por beatas, mais ninguém pareceu ter dúvidas sobre o enorme poder contaminante desse resíduo que a sociedade, infelizmente, ainda tende a minimizar. Os alunos mostraram ainda alguns resultados das experiências de lixiviação em curso realizadas em laboratório, e que permitem quantificar, e pôr em evidência, o franco poder ecotóxico das pontas de cigarro.

Foto: Patrícia Nobre da Costa, 2010

Tratando-se de estudantes de engenharia, o seu objectivo é o de encontrar soluções para a sociedade, soluções essas que se pretendem eficazes, socialmente aceitáveis e economicamente viáveis. E foi por isso de soluções que também falaram nesta conferência, mostrando o exemplo que querem dar à sociedade a partir do seu Campus, no Campo Grande, que pretendem tornar o primeiro campus universitário em Portugal livre da contaminação por beatas de cigarro. Os dados apresentados relativamente ao inquérito que fizeram a cerca de 250 utentes do Campus, bem como à situação actual deste em termos de risco contaminação por beatas de cigarro e de equipamento existente (ou ausente) permitem desde já fundamentar algumas decisões importantes, nomeadamente quanto à localização, quantidade e tipologia dos cinzeiros existentes e necessários futuramente. Segue-se a implementação de um programa inovador e continuado de sensibilização de todos aqueles que diariamente o frequentam, e que são hoje mais de uma dezena de milhar entre alunos, professores, investigadores e funcionários. Sobre esta ideia/projecto tão bem fundamentada e apresentada, só me resta, por agora, dizer duas coisas: muitos parabéns! e força! Estaremos cá para vos dar todo apoio que sem dúvida merecem, e que necessitam para desenvolver e divulgar este que promete ser um grande projecto ambiental!

Foto: Patrícia Nobre da Costa, 2010

Este texto foi publicado no Jornal Internacional Notícias Lusófonas, que convido desde já todos a lerem e a seguirem com toda a atenção!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Petro-Inocência Ambientalista / The Environmentalist Oil-innocence

Fonte: Imagem picada aqui

Uma reflexão que fiz aqui, e que me apraz partilhar convosco, sobre a inocência ambientalista em relação à nossa dependência do petróleo.


The environmentalist oil-innocence
by Valdemar J. Rodrigues
vjrodrigues65@sapo.pt
The exploration and use by man of fossil fuels is, according to the dominant scientific paradigm, the causa causarum of global warming. Furthermore, off-shore oil exploration and transportation of oil by sea are activities with significant environmental impact, in the origin of some ecological disasters that human memory will hardly forget. In addition to environmental damage, such disasters often pose to society a heavy account of social and economic damage. The economic accounting of such damages, we must concede, it is very difficult to perform, since it involves ethical issues that lie outside the usual domain of economic science. In the recent oil spill in the Gulf of Mexico, caused by the explosion at BP's Deepwater Horizom oil platform, we again saw how such incidents are difficult to value from a monetary perspective. What would be the fair value to be paid by BP to offset society for caused damages? Each head would respond with its sentence, and with plenty of reasons to do so: the monetary value we attach to environmental goods will always depend on a huge amount of social, cultural, and political factors. Ultimately, such value is just a mere indicator of the moral condition of man at a given time, and in a given situation. Besides, in which currency should we report such a value? And which guarantees of stability should we require to that currency? - These are but examples of the many and legitimate questions that can be asked with this regard.
Some environmental experts, however, find consensus on one thing: the price of oil is too low compared to what it should be if the environmental and social costs of its life cycle were properly taken into account. Here comes the first act of environmentalist innocence: the failure in recognizing the trap that underlies the acceptance that nature may have a monetary value, and that such is fundamentally a good thing. Unconsciously, environmentalists admit that nature can be submitted to the randomness of capital accumulation/destruction cycles that characterize capitalist economies. But like many environmentalists, I believe that nature as a whole simply has no cash value, being the same rule valid to all its parts. Only in that sense I understand that nature goods such as oil, once extinguished, simply cannot be replenished or replaced. If nature is for sale, it could only benefit from such a destiny if investors on “environmental capital” were gods, or at least supermen capable to convince us that they would protect it and maintain it endlessly, something that is definitely far from being a reasonable expectation. We should remember what has happened, and still happens, with national economies whenever they are exposed to currency speculation. We should also remember the arguments used by European politicians whenever they make recommendations to small (and peripheral) eurozone economies such as the Portuguese one. In their discourse there is always a stressing remark on the erratic and potentially speculative nature of financial markets. Many environmentalists, by accepting inadvertently the idea of monetary valuation of nature, they actually deny its main source of strenght and identity: the idea of intrinsic value of nature, so well defended by the founding fathers of modern environmental ethics, such as Henry Thoreau, John Muir and Aldo Leopold.
The second act of environmentalist innocence stems in part from the first: most environmentalists claim that an increase in the price of oil would decrease global greenhouse gas emissions, since that would mean less demand from the current millions of direct and indirect consumers of oil products. But environmentalists, here as elsewhere, tend to minimize, or ignore, the supply-side effects of such a claim. For example, the effect of legitimating new (or aggravated) environmental taxes and charges by the local governments, which makes their states still more dependent on oil to finance their policies; or the more prosaic effect that, in the peculiar market of oil products, such a claim might pose, in terms of additional pressure for the rising of prices. That might lead to the artificial increase of oil prices, beyond what would be the normal increase due to the perception, by economic agents, of the growing scarcity of oil resources. This situation can stimulate companies to explore oil zones that formerly were not economically feasible, thus diverting (and delaying) its investments that, otherwise, could be applied more broadly, and more rapidly, in more sustainable forms of energy. Such consequences might mean in practice the extension of our global economic dependence on oil, and less preparedness of societies to change, which means probably more poverty and less development, namely in poorer countries. I am sure that that's not definitely what environmentalists want.
Therefore, I think it is important that environmentalists pay some attention to the supply-side of oil chain. Key issues must be scrutinized, such as the tolerance, and even blind desire, with which many governments face the possibility of starting new oil explorations in their territories. That seems to me inconsistent with the prevailing discourse of global warming prevention, as well as with the practice of subsidize clean energy projects, some of which involving huge amounts of public resources. For instance, it is deafening the environmentalist and political silence about the first exploration of oil in the Portuguese territory, whose drilling works were announced for the spring of 2011 by the american company Mohave Oil & Gas. Above all, I sincerely hope that worldwide environmentalist community can understand more deeply the larger consequences of its discourse, something that may be decisive for the future credibility of its campaigns and actions for the environment. It is also worth to notice the paradox of many political discourses on renewable energies and carbon zero emissions, once confronted with the reality of public budgets dependence on oil. We must keep ourselves awake during what it seems to be the long and painful journey to sustainability.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um Monumento Natural de Grande Beleza Cujo Processo de Reclassificação Exige Intervenção em Conformidade e Gestão Adequada

(carregue para exlorar no Google Maps)


Convido todos a conhecerem um monumento natural de grande beleza e importância ecológica, situado no concelho da Nazaré, classificado desde 1979, e cujo processo de reclassificação como Monumento Natural de Âmbito Nacional está presentemente em curso, encontrando-se em fase de Consulta Pública. Nesse contexto, e dando cumprimento às minhas obrigações cívicas, fui convidado e aceitei em participar na Sessão Pública que irá ter lugar no próximo dia 3 de Dezembro de 2010, a partir das 14:30, no Salão Mar Alto, na Nazaré, com o seguinte Programa:

14:30 - Sessão de Abertura
Engº Rui Remígio, Movimento de Cidadania, Património e Desenvolvimento da Nazaré

MONTE DE SÃO BARTOLOMEU (OU DE SÃO BRÁS) - PATRIMÓNIO NATURAL NACIONAL

A Geologia, Prof. Jorge Dinis, Universidade de Coimbra
A Botânica, Profª Fátima Sales, Universidade de Coimbra
A História e a Religiosidade, Sr. Júlio Almeida, MCPDN
O Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável, Prof. Valdemar Rodrigues, Universidade Lusófona

15:15 - Debate
15:45 - Intervalo

16:15 - A GESTÃO DO MONTE DE S. BARTOLOMEU

Engº Rui Remígio, MCPDN

Sr. Luís Pinto

Arqtª Sónia Romão

Arqtº Ricardo Roçadas

17:00 Debate

17:30 Encerramento



Veja-se ainda a notícia do Jornal Região da Nazaré sobre o encontro.

A pedido do MCPDN elaborei, a título individual, um Parecer sobre o assunto, que partilho aqui com todos os interessados. Foi neste parecer que baseei a minha intervenção na sessão pública do dia 3 de Dezembro de 2010.  A referência é a seguinte:

Rodrigues, Valdemar J. (2010) - Situação Ambiental Actual e Perspectivas Futuras para a Gestão Sustentável do Monte de São Bartolomeu - Nazaré. Parecer elaborado para o Movimento de Cidadania, Património e Desenvolvimento da Nazaré, 21 de Novembro de 2010.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Do emprego verde ao empreendedorismo ambiental, rumo a uma sociedade sustentável


A citação do artigo é:

Rodrigues, V.J. (2010) - Do emprego verde ao empreendedorismo ambiental, rumo a uma sociedade sustentável. Newsletter do SACEE – Serviço de Apoio à Criação de Emprego e Estágios da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Ed. Novembro de 2010.

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Entre algumas publicações que estão disponíveis neste blogue, listo seguidamente o conjunto de publicações de que sou co-autor sobre a temática do ambiente e do emprego:

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1997). Os Empregos Verdes no Concelho de Góis. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1998). Os Empregos Verdes no Concelho de Chaves. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1998). Os Empregos Verdes no Concelho de Tavira. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J. & Ramos, T.B. (1998). Ambiente e Emprego. Estudo elaborado pelo CIDEC (Centro Interdisciplinar de Estudos Económicos) para o Instituto do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1999). Os Empregos Verdes no Concelho de Moura e
Mourão. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V., Ramos, T.B, Direitinho, F. (2000). Guia para a Criação de “Empregos Verdes” a Nível Local. Editado pela Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional. ISBN – 972-8312-28-8. Lisboa.

Martins, A. (coord.), (2006). O sector do Ambiente em Portugal. Estudo elaborado pelo CEEETA para o Instituto para a Qualidade na Formação (IQF), Colecção Estudos Sectoriais, nº30, Lisboa.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Conferência FUTURAMB e Lançamento de Livro de Nelson Lourenço sobre Vermicompostagem, dia 23 de Novembro, pelas 18 horas, na Universidade Lusófona

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O Engº Nelson Lourenço - que foi meu aluno de Engenharia do Ambiente na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e é actualmente um empreendedor qualificado na área da Gestão Sustentável de Recursos (através da FUTURAMB, uma empresa nacional especializada em Vermicompostagem) - vai regressar no próximo dia 23 de Novembro de 2010 à Universidade, desta vez na qualidade de palestrante, para dar uma Conferência sobre Vermicompostagem, que consiste «[...] numa tecnologia de tratamento e valorização controlada da fracção orgânica dos resíduos quando devidamente estabilizados, contribuindo, a título de exemplo, para a redução de resíduos orgânicos a depositar em Aterro e para o aumento dos níveis de matéria orgânica no solo.»

Na sequência desta conferência será feito o lançamento do seu livro intitulado: "Vermicompostagem - Gestão de Resíduos Orgânicos", um livro técnico que será de extrema utilidade, não só para técnicos e Engenhairos, mas também para todos os interessados em desenvolver projectos nesta área ambiental. Convido pois todos a participarem neste evento, (a entrada é livre mas convém fazer marcação junto do Secretariado: engº Luís Pereira, e-mail: sec.ambiente@ulusofona.pt) de forma a conhecerem melhor os fundamentos desta tecnologia de tratamento de resíduos, e a trocarem com o autor impressões e dúvidas que mais tarde poderão ser de grande utilidade na vida profissional.

Conferência "O Derrame de Petróleo no Golfo do México na sequência da explosão da Plataforma Deepwater Horizon, da BP", dia 30 de Novembro na ULHT

Convido todos os interessados a participarem nesta importante Conferência, promovida pela Direcção do Curso de Engenharia do Ambiente da ULHT, e que terá lugar no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona em Lisboa, entre as 18 e as 21 horas do próximo dia 30 de Novembro de 2010.

Fica a descição do evento:

A 25 de Abril de 2010 a Plataforma petrolífera Deepwater Horizon explodiu no Golfo do México, originando aquele que é considerado o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos. da América O governo americano estima que aproximadamente 4,9 milhões de barris de petróleo (o equivalente a cerca de 780 milhões de litros de crude) tenham sido derramados nas águas do Golfo num período de pouco mais de três meses após o acidente.

O cientista do ambiente Thomas Azwell, da Universidade da California, Berkeley, que integra a equipa de especialistas encarregue de elaborar um relatório do acidente a pedido do Presidente Barack Obama, será o orador principal desta Conferência, onde discutirá os aspectos ambientais relacionados com o derrame de petróleo, apresentando uma revisão crítica do esforço de resposta ao acidente e das tecnologias envolvidas, incluindo o uso de dispersantes químicos, queima in situ, barreiras de contenção e absorventes, booms, escumadores (oil skimmers) e pás, utilizadas para a limpeza manual das praias. Embora cada uma das tecnologias contribua a seu modo para a limpeza, existem tradeoffs, quer positivos quer negativos, que devem ser considerados. As questões relacionadas com a eficácia e com o impacte ambiental destas tecnologias necessitam de ser devidamente equacionadas.

Conferência: 30 de Novembro de 2010, a partir das 18 horas, Auditório Agostinho da Silva

Inscrições e informações:
Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais
Departamento de Engenharia do Ambiente
Engº Luís Pereira
e-mail: sec.ambiente@ulusofona.pt
Tel. +351-21-7515500 - ext. 2290
Data limite de inscrições: 26 de Novembro de 2010
Para mais ingformações sobre estes e outros eventos, consulte a agenda de eventos da ULHT