quarta-feira, 29 de maio de 2019

A mediocracia e as novas tecnologias: o caso da saúde

Fonte: daqui

Ahistória é uma velha matreira. Apanha as moscas com mel e não com vinagre. Pergunta-se: "Será que sempre houve excelentes profissionais em toda e qualquer profissão?" E a resposta só pode ser um sonoro "Claro que sim!" Mas convém não esquecer Gauss e o Teorema do Limite Central: "Se tomada aleatoriamente uma amostra suficientemente grande de profissionais de uma dada profissão e medida de alguma maneira razoável a qualidade do desempenho profissional de cada um deles, então é expectável que a qualidade nessa amostra se distribua segundo uma curva normal ou gaussiana. Por outras palavras, uma maioria de profissionais terá um desempenho médio ou mais ou menos próximo da média de desempenho (isso vai depender do desvio padrão da amostra), e uma minoria terá ou um desempenho excelente ou um desempenho muito mau. Ora, a história fá-la a maioria e não as minorias, designadamente a dos profissionais excelentes. Profissionais cujos maiores inimigos na classe profissional não são os muito maus, que são poucos como eles e temem-nos, mas os médios, que são a maioria. Qualquer política interessada no facere da classe profissional deve pois dirigir-se preferencialmente à média e ter por referência o profissional médio, sob pena de virar contra ela a maioria dos profissionais da classe, que são médios. O médio, que nem é muito bom nem muito mau, não é aquele que simplesmente nega ou aceita a política; é mais o que se presta à negociação, ou seja, que se dispõe à retórica do convencimento: é ele que se dispõe a convencer e a ser convencido, ele que não é o profissional excelente e até geralmente o teme, pois é o que põe em evidência a falta de qualidade do seu deempenho profissional, ou a distância a que ele está da excelência. Ora, o autor das políticas não tem de ser – nem o é geralmente – um profissional excelente da classe que interessa a tais políticas. Nem sempre é, por exemplo, um médico ou um professor excelente, e frequentemente nem sequer domina suficientemente o saber técnico necessário ao exercício das profissões cujas actividades interessam à sua política. É, na melhor das hipóteses, um profissional excelente entre médios e, na pior, alguém que não domina o saber técnico profissional. Poderá chamar si as questões técnicas para as tentar resolver e poderá munir-se de pareceres técnicos de profissionais excelentes, mas se acaso não der principalmente ouvidos aos representantes da maioria dos profissionais o mais certo é não ter grande sucesso; em particular as soluções desafiadoras do status quo profissional ou que impliquem melhor desempenho profissional serão provavelmente recebidas com desagrado pela maioria. Os pareceres técnicos de colegas excelentes poderão ser percebidos como carentes de realismo, opiniões de quem vive nas nuvens ou não conhece bem a realidade da profissão. Os representantes da classe com quem o político negoceia devem ser representantes da maioria, que são os profissionais médios, pois de outra maneira seriam representantes de uma facção minoritária da classe, ou muito boa ou muito má profissionalmente, e o que fosse acordado (ou concertado) nessa situação a maioria provavelmente não o aceitaria. A linguagem do político é, historicamente, a jurídica, e o objectivo da política é a lei, o dar seguimento à ordem por via do convencimento e não pela força ou pela violência, o que teria custos incomparavelmente maiores. Vejamos o exemplo de uma questão susceptível de negociação: a introdução da Inteligência Artificuial (IA) na prática profissional corrente dos médicos (podia também ser o da introdução do e-learning na prática profissional dos professores, ou, relativamente a estes ainda, a questão não propriamente tecnológica da flexibilidade curricular). Os médicos médios, representativos da maioria da classe médica, temerão desde logo pelo emprego e pelo corte de salários, porquanto se forem as máquinas em vez deles a diagnosticarem doenças ou a proporem terapêuticas, parece que deixa de haver razões substanciais capazes de justificarem a sua presença aí no "sector" da saúde. Por seu lado, o médico excelente dirá que os algoritmos de IA não nascem do nada, que carecem de constante actualizações dada a evolução da ciência médica, e que se algo de importante eles podem aprender é com o trabalho dos profissionais excelentes da medicina, i.e., com o trabalho da minoria que, democraticamente, não representa a classe médica. O político, sabendo disso ou não, há uma coisa que sabe certamente: se conseguir convencer os representantes da classe i.e., os médicos nem péssimos nem excelentes, de que os seus empregos e salários não estão em risco, mas somente a possibilidade de fazerem diagnósticos mais rápidos e certeiros, ou seja, de fazerem melhor o trabalho que fazem com menos necessidade de esforço próprio, então a introdução da IA na prática médica corrente poderá tornar-se a breve trecho uma realidade jurídica. A maioria dos médicos médios ficará contente se e enquanto a introdução da IA não afectar os seus salários e não puser em risco os seus empregos, e os médicos que vierem a seguir, como costuma dizer-se, que tratem de fechar a porta; desde logo eles poderão nem sequer vir, ou vir em situação profissional bastante mais precária ou desinteressante, porquanto as tarefas essenciais do médico estarão já legalmente entregues aos algoritmos inteligentes. Por um lado, suave e docemente, a maioria dos médicos (médios) é levadaa trair os futuros jovens médicos, nomeadamente negando, a alguns deles pelo menos, a possibilidade de poderem tornar-se aí no “sector” profissionais excelentes; por outro, poupa-se a maioria dos médicos ao esforço de tentarem ser melhores médicos, desejavelmente médicos excelentes. A prazo mais ou menos curto os sistemas de IA dos SNS aprenderão somente com médicos médios, pois os médicos excelentes tenderão, por falta de estímulos e até perseguição, a ser cada vez menos, afastando-se nomeadamente de um SNS cujos colegas médios os tendem ver menos como indispensáveis do que como uma ameaça à profissão. A lei do menor esforço aplicar-se-á, como parece ser natural: a tendência dos médicos médios, crescentemente poupados à competição com os médicos excelentes, será para piorarem e não para melhorarem o seu desempenho profissional. E as comparações entre diferentes SNS serão gradualmente comparações entre coisas geralmente más ou medíocres, e não entre coisas onde o mau, o médio e o excelente podiam aparecer. Dir-se-á então que os melhores médicos tenderão a mudar-se para o "privado"... só que isso é não compreender que quando o "privado" aumenta de tamanho ele acaba por tornar-se "público", e o "privado" tem afinal as mesmas ambições históricas de grandeza do que o "público". A coisa só funcionaria relativamente bem se e enquanto houvesse de facto verdadeira concorrência entre muitos privados operando aí no "sector" da saúde; perante grandes empresas do sector da saúde operando no mercado nas mesmas condições legais das pequenas estas tenderão a desaparecer, e os monopólios privados da saúde resultantes acabarão por sofrer dos mesmos males do que os públicos SNS; neles haverá também uma maioria de profissionais médios representativa da classe que, face aos desafios da profissão, designadamente tecnológicos, negociará com os CEO da empresa da mesma forma, temendo as propostas dos médicos excelentes e vendo a sua presença aí mais como ameaça do que como exemplo a seguir rumo à excelência. O que tende da mesma maneira a afastá-los daí. É certo que enquanto persistir a discussão estéril "público" versus "privado", os "privados" da saúde haverão de extorquir biliões a uma "classe média" da sociedade confrontada com a crescente degradação dos serviços "públicos" de saúde e crente de que o "privado” é melhor do que o “público", pois é – julga – para lá que vão os médicos excelentes... Na verdade é globalmente a saúde que perde. Os médicos excelentes, os poucos que ainda tiverem condições para o ser, tenderão a diminuir e estarão, na melhor das hipóteses, no estrangeiro ou ao serviço de famílias muito ricas. Veja-se então a ironia: nem o estado nem a grande empresa do negócio da saúde tendem a valorizar os profissionais excelentes, mas somente uma certa elite de pessoas do estado ou da grande empresa económica, que pode até bem ser uma certa elite accionista da grande empresa do negócio global da saúde. Um certo jacobinismo histórico, crente dos opostos e de que a inteligência humana é mercadoria como outra qualquer – crente nomeadamente de que ela tem um preço e pode ser obrigada a vender-se – poderá perseguir os médicos excelentes e opor-se à protecção que as famílias ricas lhes dão, e decerto poderá contar para isso com o apoio da mediocridade profissional e até do chamado "povo". Face a um cenário destes ocorre perguntar: quem serão afinal os grandes culpados da degradação dos serviços de saúde? Ou da precariedade profissional dos jovens chegados à profissão? Serão por acaso os médicos excelentes? A tecnologia? As famílias ricas que dão protecção aos médicos excelentes? A democracia? E que tal a mediocracia corporativa ou de classe?

Post scriptum: Sim, eu sei que há a curva da "qualidade humana" do Pareto e a lenda das ervilhas. A história é um manancial de lendas. A questão é que a curva do Pareto é histórica, e isso só piora as coisas. É já a curva da mediocridade quando o mais notável dos medíocres lidera, como se ele fosse a vagem fora da ervilheira. 

domingo, 26 de maio de 2019

Sejamos um nadinha mais claros a propósito do admirável mundo novo (da esmagadora maioria) controlado pela IA

... porque, para ser mais claro ainda, seria justo que alguém me pagasse para isso... (agora, por exemplo, enquanto escrevo isto, estou a atrasar o meu jantar, e eu, como sabem decerto, não sou Deus: também tenho de me alimentar, sob pena de entrar em fraqueza...)

Primeiro uma gargalhada (que faz muito bem à saúde, asseguram os "espertos"): Ah ah ah ah... agora a ética está no algoritmo! ah ah ah ah ah... Nada de surpreendente porém; já temos há muito notícias, por exemplo, dos erros do sistema "inteligente" do fisco indígena. "Ele" comete-os, não é juridicamente imputável por eles, como parece aliás lógico (qualquer dia matava-se um gajo e dizia-se que a culpa era mesmo da pistola...), e quem se lixa é sempre o mexilhão. O mexilhão que, por exemplo, não tem acesso às subrotinas do algoritmo que permitem fazer DELETE ou FORGET nas dívidas fiscais, nem às que causam apagões fiscais do tipo "UNRECOVERABLE SYSTEM ERROR - ALL DATA HAS BEEN LOST" quando estão em causa quantias mais "volumosas", mais "suscetíveis" de embbaraçar o pobre algoritmo. A questão tem tudo a ver com a focagem; de nada servem comissões de ética ou entidades reguladoras, generosamente pagas e publicitadas pelo estado, pela indústria (ou, o que é mais provável, por ambos), comissões e entidades que hão-de desdobrar e esmuiuçar tanto os problemas e fazê-los tanto render até ao ponto em que se torna irreversível serem os mesmos de sempre a lixar-se, ou seja, a grande maioria que historicamente sustenta (a máquina) do estado e que paga a tais comissões e entidades. A questão é: qualquer actividade ou sistema controlado pela IA ou pela IoT deve ter três "botões" bem à vista: um que diga "UNDO" (com a possibilidade de "RESET"); outro que diga "MANUAL CONTROL" e outro que diga, simplesmente, "TURN-OFF" ou "SHUT DOWN". Ou seja, deve ser sempre, e em qualquer circunstância, possível ao utilizador, quando ele bem quiser, anular a decisão que a máquina ou sistema tomou por si; decicidir por si tudo o que houver para decidir, sem qualquer excepção; em particular decidir contrariamente ou de modo diferente daquele que o algoritmo decidiu; e deve ainda ser possível ao mesmo utilizador, por decisão própria e não sujeita a qualquer tipo de condições, tipo autorização prévia ou inquérito, tomar as decisões que lhe aprouverem por si próprio, sem qualquer ajuda dos sistemas de IA ou IoT. Tudo o que seja que escape a alguma destas possibilidades de controlo será muito mau, pois ferirá de morte o histórico livre-arbítrio das pessoas. Curiosamente, não se ouve falar das primordiais questões que um "futuro" dominado pela IA levanta: as jurídicas, nomeadamente relativas à intencionalidade e responsabilidade dos sujeitos agentes pelas suas acções. Isso é, no mínimo, estranhíssimo. 

sábado, 25 de maio de 2019

Historicamente a liberdade não podia ser, mas parece que até o livre-arbítrio era demais...

Desde o começo a história não se dá bem com a liberdade da maioria, ou talvez melhor: com a liberdade da maioria ela pura e simplesmente não se dá. Mas conseguiu, pelo menos até há bem pouco tempo e com as devidas excepções (nomeadamente as totalitárias), dar-se bem com o livre-arbítrio i.e., com a possibilidade de escolha humana entre opções dadas. O que esta senhora diz (o que não quer dizer que ela seja boa ou má pessoa; não a conheço de lado nenhum aliás), por exemplo, fazia até há pouco tempo todo o sentido. Quem hoje se opõe ao que ela diz, sem ter consciência disso provavelmente, opõe-se (uma vez mais) ao livre-arbítrio ou seja, à possibilidade de o ser humano poder escolher entre transgredir uma lei ou obedecer-lhe; entre fazer o bem ou o mal a si mesmo ou aos outros, naturalmente pagando ou sendo recompensado por isso. Quem se opõe ao que a senhora diz são hoje em particular os que depositam uma fé cega na Inteligência Artificial e na IoT (cega porque só vê o lado bom da coisa, como se a coisa técnica, a faca por exemplo, só pudesse ser usada para o bem, para descascar batatas por exemplo), sem verem que a intenção pode bem ser mesmo essa: a de acabar de uma vez por todas com o livre-arbítrio da esmagadora maioria dos seres-na cultura do humano. O sonho dos programadores informáticos é o velho sonho de muitos legisladores: o de programarem eficazmente a "máquina social" de modo que na cidade só aconteça exactamente aquilo que eles querem que aconteca, e que nada aconteça que eles temam ou não queiram que aconteça, onde, quando e da maneira que querem. Quanto ao "todos" da cidade ou à inclusão, só um cego pode não ver que ao longo da história a liberdade (a possibilidade de ser-aí como um verdadeiro começo, como Arendt percebeu) e até o livre arbítrio sempre foram privilégio de alguns e geralmente de poucos. Muitos, por exemplo, tiveram de escolher entre morrer e manter-se aí na cidade como escravos, o que ainda assim foi uma escolha. Agora a ideia é que as máquinas decidam pela esmagadora maioria dos seres o que, quando, onde e como eles vão fazer. E a ordem jurídica, que se alimenta da chamada "opinião pública", deve ser oleada para que isso possa acontecer o mais rapidamente possível - o "futuro" não pode esperar, dizem os "gurus". Será ainda possível contrariar esse inevitável destino totalitário que nos espera? Ora, pela generalidade dos comentários que se vão vendo por aí, tal como pelo aparente silêncio académico em relação ao assunto, tenho pouca esperança nisso... Oxalá, sinceramente, me engane.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Vê...

... será que ainda vês? Que ainda consegues ver o momento histórico? Essa hora em que os teus olhos desesperadamente cegam ávidos da verdade que já não encontram? Vê: serás tu ainda quem pelos teus olhos vê o que vê? O que terá acontecido? - perguntas aflito! E a resposta é nada ou o mesmo de sempre. No nada te escondes, e no mesmo de sempre também escondes contigo alguém. A consciência nestas alturas é um estado proibido, será que compreendes? E tu aceita-lo, porque sempre aceitaste e porque te habituaram a superar o limite do aceitável. Para te julgares o rei, o maior, o herói desde que nasceste... Temo que acabes só e cheio de ti, mas isso é porque sou um supersticioso. É claro que até lá chegares serás o mais bem acompanhado de todos os seres. O único. Serás o último dos infelizes, e a pena é mesmo essa: seres o infeliz por cima de todos os infelizes, o infeliz lapidar que lembra e sinaliza o crime. É a vida que a história te reservou. Um dia talvez possas compreender, ou talvez não outra vez. Agora, esquece. Vai e dorme como um anjinho. Alguém por ti continurá vigilante, mas só enquanto deixares é claro. És tu quem pode, e quem pode manda, não foi o que te ensinaram?

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Será? Se sim, então o que será que será?


Nas minhas últimas 152 incarnações, tanto quanto pude apurar junto do Geneall, e das autoridades de "rezisto" da "divina" ordem jurídica da cidade, já me chamaram, entre outras coisas:

fariseu
agitador social
falso profeta
bárbaro
selvagem
índio
fufa/o
adúltero/a
fascista
comunista
anti-comunista
terrorista
judeu
diabo
infiél
blasfemo
tóxico
estrangeiro
herege
girondino
rebelde
menchevique
eurocético
europeísta
carbonário
intolerante
radical
anti-semita
extremista
fora-da-lei
inimigo do povo
desordeiro
ditador
capitalista
reaccionário
sionista
anti-liberal
liberal
anarquista
nacionalista
ianque
maçon
autonomista
globalista
anti-globalista
insurrecto
revoltoso
desestabilizador
tradicionalista
absolutista
branco
preto
amarelo
secessionista
unionista
pacifista
ecologista
poluidor
contra
livre pensador
jihadista
olimpista
seringueiro
grevista
idealista
fura-greves
mercenário
contrabandista
militante
bandido
anti-militante
faccioso
materialista
mameluco
bandoleiro
indignado
colete amarelo
sedicioso
americanista
anti-americanista
jacobino
caco
peronista
franquista
independentista
palestiniano
colono
protestante
integralista
reintegralista
partisan
miliciano
benfiquista
dragão
anti-benfiquista
leão
etc.
et.
e.

A pergunta é: "Aguentará um homem ser tanta coisa e coisas tão diferentes, ao mesmo tempo ou em tempos diferentes de si?; Ou então: “Estará o mal somente em ele, no ser em si recorrente devindo aí na cidade sempre como erva daninha da cidade desde que  cidade começou?” Ou até: “Haverá alguma coisa de errado na cidade; algo que ela para poder ser não pode deixar de ser, o que faz todo o sentido?”

segunda-feira, 20 de maio de 2019

O Rawls "oviamente" enganou-se...

Fonte: daqui

... o que ele queria dizer era: a "ação" pode ser má somente quando são poucos os responsáveis por ela; quando são muitos a "ajudar" à "ação" ela torna-se boa, não por natureza mas sim por obra e graça do mistério insondável da Jvstitia.... (sim, essa mesma que uma década ou mais depois dos crimes das PPP rodoviárias, que multiplicaram por cinquenta e tal vezes o preço a pagar pelo "camelo" às concessionárias amigas, ainda está a pensar, muito devagar devagarinho como convém à jurisprudência, em se há-de ou não acusar os "respetivos criminosos", uns bons rapazes da ilustre fidalguia lusitana que, certamente para orgulho das tias lá da província. chegaram um dia, tal como o "saudoso" Dias Loureiro, ao cargo de ministros do reyno (a "exceção" do "injustiçado" Duarte Lima que, mesmo assim, chegou a vogal da Comissão de Ética do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, entre 2002 e 2005, serve para confirmar a regra), isto quando o mais certo é os "crimes" entretanto já haverem todos prescrito.... O hino da coisa romana é, como sabeis, da autoria do Tozé Brito  e quem o canta são as imortais Cocktail;  reza assim: "O que passou passou/Aquele banco de jardim passou/etc. trolaró.. laró... etc.)

Dos "simples" do reyno dos CEO's; dos "gajos porreiros" do governo da "paróquia" que até emprestam o "catrapilo" da junta aos fregueses, com motorista incluído, para "darem um jeitinho lá à serventia"

O "catrapilo" da junta

A coisa é crónica e bem romana... e dá azo a que os "homens bons" e "gajos porreiros" não se possam mais tarde acusar de serem gentinha acostumada a dizer, por exemplo: "Ó Serafim, se puderes vai-me à cuprativa (com a carrinha da junta) e traz-me de lá 10 sacos de adubo pra mim... " ou "Ó Ermelina (que és funcionária da junta), quando puderes há-des ver-me aí como é do meu IRS,,,"

(... note-se que a escola histórica não pode ensinar isto... pois perguntar é algo que "enerva" os mercados e os "donos dito tudo" que lhe pagam os "projetos", lhe dão espaço mediático de propaganda e genericamente a sustentam... pelo que estes ensinamentos que eu dou aqui, graciosamente e por verdadeiro altruísmo humano, são muito valiosos...)

Ora, dizia,

O mal, como a erva daninha, começa sempre em baixo, na "paróquia" e seus "fregueses", "gentinha muito simples" e muito "humilde", dirigente das colectividades e outras associações "paroquiais" visando ao bem de "todos nózes".... À medida que a "coisa" vai "subindo" vai crescendo também; segue para as listas da "avariação municipal" até à "respetiva" presidência; desta parte rumo às distritais partidárias; destas até às "respetivas" comissões e conselhos nacionais; destes até à nacional deputação e ao "desgoverno republicano"; entretanto vai assumindo posições honorárias ou eméritas em conselhos não executivos de bancos, IPSS's e outras associações e fundações "do Bem" (pelo caminho, manda a velha tradição monárquica que  a "república" lhe dê as inevitáveis prebendas & comendas), de modos que, quando chega aos locais de "desgoverno" da UE, comissariais e deputais nomeadamente, e destes passa para as administrações dos órgãos "supranacionais" tipo OCDE, FMI, Banco Central Europeu, Eurostat, etc. etc., etc., ou sobe daí até às divinas esferas do "G8", "G20", Goldman Sachs, etc. ou então corre o risco de dar um enorme trambolhão... A coisa já não tem outra solução... E veja-se como tudo começou em "baixo", na "paróquia" de gentinha "humilde, hunesta e muito simplezinha", gentinha obediente ao "pai que está no CEO mais próximo", e que sabe sempre mais da "coisa" do que ela, dessa "coisa" para a qual ela tão devota e esforçadamente "trabalha"... sem nunca saber ao certo o que seja... até porque fica mal fazer muitas perguntas, algo que dá "força" às "oposições más" que são sempre os "outros" (Sartre)... É um "mal" que juridicamente se refina, e cresce "ecunomicamente", à medida que vai subindo... Elizabeth Anscombe, que poucos "académicos" indígenas terão lido e que os "simples que a nózes todos governam " seguramente não leram... porque ler faz-lhes mal à "cabecinha"...) disse o essencial da "coisa" que agora dá pelo nome de "ação" ... humana...

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Nova série: problemas inovadores para soluções inovadoras

Fonte: daqui

A inovação ao nível dos problemas estimula o aparecimento de soluções inovadoras. Veja-se, por exemplo, o problema inovador subjacente à seguinte pergunta que a revista Visão faz aos pré-eleitos  candidatos da província portuguesa à deputação no PE:

Que soluções vislumbra para o “inverno demográfico” na União Europeia?

O problema subjacente é inovador porque não existe, ou melhor, não existia até ser descoberto pelos srs.jornalistas, decerto bem informados sobre a "matéria de fato" da notícia.

Não existindo antes, é "óvio": não havia solução para ele. Mas agora que ele passou a existir, há que procurar soluções para ele, de preferência inovadoras. A pergunta feita aos srs. deputáveis é algo estúpida, pois sabe-se, desde o Neolítico pelo menos, que o Outono de uns é a Primavera de outros, por razões que se prendem com a histórica falta de mobilidade de uma coisa chamada "povo" que eu não sei bem o que seja. O mesmo sucede com a naturalidade do Sol: quando uns vêem o crepúsculo outros vêem a alvorada. Mas adiante.

O problema que não era mas veio a ser, fruto da penetrante imaginação político-jornalística (a mais penetrante a seguir à jurisconceptual), tem um poder misterioso: nunca se sabe ao certo qual o problema que estaria na sua vez caso ele não aparecesse aí no espaço mediático-mediúnico. Ora, isso quer dizer que o problema inovador é um excelente apagador de velhos problemas. A senhora dona europa até podia orgulhar-se, vejamos, de ter, em pouco mais de 60 anos, resolvido o velho problema do crescimento excessivo da população, pelo menos em algunas geografias da história. E isso sem grandes "chinesices" do tipo "filho único" e, pelo menos tanto quanto se sabe (e o saber mais certo é saber muito pouco, o pequeno saber do mamilo em relação à Gnose do Grande Seio), sem ter recorrido às técnicas de eugenia e esterilização humana do "querido Führer" e dos seus "cientistas de estado", que as desenvolveram e aplicaram na então europa a caminho da união que depois veio a unir-se aos poucos mas um poucochinho para todo o sempre, e hoje, apesar de parecer algo desunida às terças, quintas e sextas, resplandece nela a união das segundas, quartas e dias santos. E, claro, tanbém podia a dita "europa" ter entretanto ensinado os outros países (e paísas) a fazer como ela fez, nomedamente no respeitante à educação das mulheres, ao planeamento familiar (sim, à pílula também) e ao acesso das pessoas aos cuidados de saúde e à informação. Mas observe-se o pormenor: isso seria  dar a entender que a "questão demográfica europeia" afinal não existia, que era portanto uma não questão ou um problema velho mais do que resolvido, e nesse caso já não haveria oportunidade para novas soluções e, sobretudo, para soluções inovadoras, estimuladoras do "crescimento sustentável" da "ecunumia" e dos divinos mercados europeus. A César o que é de Deus, a Deus o que é de César. Unidos é que vamos lá!

Perante a gravidade da situação criada pelo problema inovador há que responder rápida e proporcionalmente: tasqueforces, grupos de trabalho, missões ao estrangeiro, estudos técnico-científicos, congressos internacionais em locais exóticos, conferências científicas no mesmo tipo de locais, ilhas de preferência, etc. tornam-se mais do que necessidades urgências, dada a emergência do problema inovador. Tais reacções da "sociedade" ao problema inovador, procurando resolvê-lo com inovação e máxima eficiência, têm sempre um custo: a enorme despesa pública que geralmente envolvem, consumidora dos recursos do "pobre" Estado, o que agrava o "respetivo" défice coronário. Daí a importância de pessoas de coração, geneticamente puras e boas como eu - modéstia à parte, ser de classe genética A+++ não é para todos! - e dispostas a trabalhar pro bono para a grande empresa histórica de "nózes" todos que é o querido Estado, ou de todos "nozes", que "sêmos" das nozes boas i.e., das que não partem ao primeiro apertão de calos; quer isto dizer então, ajudando o querido Estado de "nozes" todos com a nossa produtividade inovadora também nos estamos a ajudar a "nozes" mesmos. Além disso, estamos a contribuir fraternalmente para o pügresso social e o "crescimento sustentável" da "ecunumia" nacional e, par extentio, europeia. Isso mesmo: fornecendo soluções inovadoras para problemas inovadores descobertos por gente perspicaz, atenta ao mundo e às verdadeiras necessidades de "nozes" todos num futuro entre o próximo e o longínquo, para que a europa cresça e se multiplique sustentavelmente, até à integração definitiva das Placas que, estupidamente partidas depois do Inverno de Sarajevo em 1995, quando a "nova europa" se ergueu sobre a velha, que já tinha as mamas caídas de tanto uso, ainda dividem o mundo europeu de "nozes" todos aos bocadinhos, muito pequenos, é certo, porém muito rijos. Sem altruísmo e esforço empenhado de "nózes" todos e também de mártires nacionais como Joe Berardo, a europa bem pode ir dar banho ao cão: não vai lá, mesmo que até saiba onde fica o !: Após periclitantes e dolorosas "reflexões" - tão periclitantes e dolorosas que, segundo a minha estimativa, custariam ao Erário, se acaso ele tivesse de mas pagar, mais do que cem estádios de vezes o valor que geralmente paga por um douto parecer jurídico de seis páginas. finamente redigidas a duplo espaço - deve ser para dar espaço ao verbum legis, para que ele possa soltar-se, firme e assertivo, como o som de um Stradivarius  à passagem do arco pela corda - do sr. prof. doutor Diogo Freitas do Amaral o que, como facilmente podeis deduzir, redundaria em valores monumentais, ao nível da Estratosféra ou mais altos até. Mas eu faço a coisa por bastante menos, de borla aliás, e isso porque, na verdade - deixem-me confessá-lo porque vocês não sabem - sou podre de rico (muito mais do que esses pobres coitados da jurisconsultadoria que andam por aí sempre de testa suada, como é o caso do minusculo Vitorino (o outro, maior um pouco, é o alentejano dos burros, aquele que canta a da menina à janela), tal é a extrema dureza do trabalho que têm, e não conseguem, certamente também por falta de "contatos" certos na "Banca Boa", abrir sociedades no Panamá ou alhures, tão insuflados de justiça andam que até afastam de si esse Grande Bem que Orienta a Vida, e, por outro lado, também por ser eu um grande patriota, geneticamente puro e bom (acrescento que, além dos estudos superiores, tenho dupla certificação em Qualidade e Pureza, emitidas pela Autoridade nacional competente, o BGN - Banco Genético Nacional (penso às vezes: se por cá houvesse uma democracia daquelas à antiga, à maneira dos gregos, talvez só sobrasse eu para votar, em mim, para o governno da amada Pátria...) e, finalmente, por eu amar de coração o meu querido Estado, o ser que me mata a fome e me "dá" segurança e alegrias singelas, esse meu portugálio que és tão belo, lindo de morrer, amável acima de todas as coisas visíveis e invisíveis. Posto isto, que não é pouco nem leve, vamos lá então às minhas soluções inovadoras para o problema inovador do "Inverno demográfico" que alastra pela UE:

1. Criar um "benware" de instalação universal e obrigatória em qualquer máquina da "Era da Informação" e que impeça a visualização por mais de 3'' de vídeos ou imagens com conteúdos eróticos ou explicitamente "pornô"; isso vai minimizar o desperdício do Fluído Vital do Estado (FVE), ultra-necessário para a preservação das nacionalidades puras europeias integradas na UE, formando assim a matriz genética jurisconcetualmente definidora do "verdadeiro europeu" ou "europeu de gema";

2. Proibir, fiscalizar e penalizar severamente a masturbação; deverá neste sentido estudar-se a possibilidade de upgrade dos sistemas de video-vililância domiciliar (VVD) existentes, nomeadamente recorrendo à futura rede 5G, de modo a "detetar" quaisquer manobras suspeitas indiciadoras do"ato" tentado ou consumado do crime de masturbação;

3. O sexo anal e outras formas de estimulação sensual sem fins "objetivamente" procriativos (ESSFOP), nomeadamente felatiocunilingus e esfregação,  deverão ser objecto de regulamentação específica através de "diretiva". Os indivíduos abster-se-ão tanto quanto possível de tais "atos" moralmente repreensíveis, porquanto demograficamente lesivos para o Estado; em situações medicamente atestadas, nomeadamente de desvio sistemático em relação à sexualidade normal com fins potencialmente procriativos (SNFPP), deverão os sujeitos em causa obrigatoriamente inscrever-se numa das e-dependências do Banco Genético Nacional (BGN), aí se prontificando a fazer as análises necessárias e aí se obrigando a entregas mensais de Fluido Vital próprio, se e enquanto sua quantidade e qualidade o justificarem; em caso algum o FVE entregue ao BGN deverá ser de origem criminosa, ou seja, provir da prática consubstanciada do crime de masturbação;

4. Proibir a venda de objectos sexualmente apelativos normalmente associados à prática do crime de masturbação, e que serão objecto de Portaria; estão em causa, nomeadamente, robôs e robótas de aparência sexualmente atractiva ou apelativa (as robotas e robôs de venda legal serão os de má aparência); no mesmo sentido, promover o encerramento de sex-shops e estabelecimentos de venda de "objetos" sexualmente apelativos e/ou sugestivos, os quais, segundo os estudos científicos disponíveis, levam invariavelmente ao desaproveitamento de Fluido Vital do Estado; neste sentido, será criada uma taxa desincentivadora ao consumo de tais objectos, incluindo certos vegetais e leguminosas de Aparência Indiciadora de Potencial Aproveitamento para Fins Sexuais de "Caráter" Não Procriativo  (AIPAFSCNP), os quais poderão ser indevidamente usados quer na ESSFOP quer na pática do crime de masturbação. O Fluido Vital, deverá sublinhar.se, é Património Nacional e Europeu (de "nozes" todos portanto), o qual deve ser salvaguardado e protegido pelo Estado-membro, sob pena de a UE poder acabar, por extinção do "Europeu de Gema";

5. Restringir o uso de mini-saias, camisolas decotadas e outro vestuário sensual ou sexualmente estimulante e/ou apelativo aos estabelecimentos classificados pela Autoridade de Segurança Sexual e Procriativa (ASSP) com a categoria A++ e A+++; nos estabelecimentos em geral e nas zonas balneares frequentadas pelas classes sociais geneticamente inferiores (Classes A-, B, C e D) em particular, deverá ser expressamente proibido o uso de bikinis, a prática de topless ou qualquer outra forma de exibição imprópria do corpo, salvo nas situações em que os sujeitos envolvidos sejam "objetivamente" feios, segundo o critério universal da ASSP. As vestes permitidas por lei nesses locais às pessoas de aparência "objetivamente" sexy (SexAppeal > 1, segundo o mesmo critério),  são as que cubram totalmente, e com suficiente margem de segurança,  as zonas erógenas, incluindo naturalmente o umbigo, não podendo haver em qualquer caso nem descobrimento de pernas na zona acima dos joelhos, inclusive, nem a aparência de volumes definidores da massa erógena coberta na região dos seios e genitais (por exemplo, mamilos e pénis não poderão relevar da indumentária legal dos indivíduos, seja qual for o seu género). A razão é que vários estudos científicos recentes, designadamente promovidos no âmbito das atribuições da ASSP, têm mostrado que muitos indivíduos dos vários sexos reconhecidos por lei se masturbam regularmente com imagens mentais recolhidas durante as suas idas às praias e a outros estabelecimentos públicos, semi-públicos e privados e semi-privados, o que gera nomeadamente um avultado desperdício de FVE e de oportunidades reprodutivas;

7. Criação de Programas Nacionais de Fertilização Medicamente Assistida (PNAFEMA's) tendo em vista o repovoamento dos territórios sob jurisdição do Estado-membro, no âmbito dos quais será criado, em cada município, um Centro de Fertilização Humana (CMFH), de frequência obrigatória por todas as mulheres em idade fértil de baixa condição social e portadoras de material genético de Classe A ou superior (gradualmente dar-se-á preferência às portadoras de material genético de Classe A+++ característico do "Europeu de Gema"); um novo estatuto de cidadania europeia, a criar por lei própria especial, será atribuído ao nascituro de mulher fertilizada neste contexto: o de "Filhe do Estado-membro" e, par extentio, "Filhe da UE", considerando as disposições legais existentes relativas à igualdade de género. A fertilização será realizada preferencialmente pelo método natural, recorrendo para tal os CMFH a uma bolsa municipal de inseminadores voluntários, devidamente inscritos no BGN, a qual será actualizada bienalmente. Numa fase transitória de aplicação da lei os inseminadores preferenciais serão as individualidades e pessoas de bem indispensáveis ao bom funcionamento do Estado e da Ordem Jurídica Estabelecida (OJE); diploma especial, a emitir bienalmente, especificará o perfil do insemidador elegível para o biénio seguinte. Numa fase mais avançada de implementação dos PNAFEMA's espera-se que apenas venham a ser elegíveis os inseminadores portadores de material genético da classe A++ ou superior; quinquenalmente o Chefe do Estado-membro, ouvido o Presidente do Conselho de Ministros, a ASSP e o gestor  do PNAFEMA, condecorará, em cerimónia pública a anunciar oportunamente, através dos habituais órgãos de propaganda, os dez inseminadores nacionais do quinquénio, no caso português atribuindo a cada um deles o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique; A UE, por iniciativa do Conselho e ouvido o PE, atribuirá, quinquenalmente também, o European Inseminator Award (EIA), agraciando dessa forma os 10 maiores inseminadores europeus do quinquénio anterior;

8. Consagrar, tão rapidamente quanto possível, nos Tratados Europeus e nas Constituições Nacionais o "Dever de Procriar", penalizando fiscalmente, de forma proporcional e equilibrada, os sujeitos passivos com mais de 20 anos de idade sem registo procriativo no quinquénio anterior ao da Declração de Rendimentos, tal como os portadores de FVE elegíveis para os PNAFEMA's mas que não hajam participado neles;

9. Fomentar a "interação" sinérgica entre programas  europeus de elevado potencial fertilizador, nomeadamente o ERASMUS. Quando em ERASMUS, o indivíduo tem o direito de participar no PNAFEMA do Estado-membro de destino, devendo para tal acreditar-se junto da ANSSP desse Estado, de forma a poder realizar aí os testes genéticos legalmente exigidos, O sucesso procriativo dos participantes será reconhecido com base nos critérios de procriação estabelecidos por lei, devendo as instituições de ensino superior reconhecer o mérito procriador de forma justa e equilibrada recorrendo à creditação de um número de ECTS que somente em casos especiais devidamente fundamentados será inferior a 30 ECTS por óvulo fertilizado. A "seleção" das disciplinas do plano de estudos para creditação será nestes casos realizada ad hoc, devendo em qualquer caso as disciplinas escolhidas corresponder às mais "suscetíveis" de "afetar" de alguma maneira, designadamente a nível psicológico e da auto-estima, a performance reprodutora do indivíduo em causa. Estudos científicos sugerem a existência de uma correlação negativa significativa entre o desempenho reprodutor dos indivíduos e a frequência por estes de disciplinas (i) de cariz prático, experimental e/ou laboratorial e (ii) pertencentes às áreas científicas da matemática, física (à "exceção" da quântica, que apresenta uma correlação estatisticamente menos significativa), química, designadamente estrutural, linguística, filosofia analítica, ética, biologia molecular, literaturas comparadas e historiografia, pelo que estas deverão ser prioritariamente as escolhidas para creditação dos ECTS obtidos;

10. Em 2100, quando a temperatura média da atmosfera terrestre começar finalmente a descer alguns centésimos de grau Celsius, fruto do empenho europeu de mais de um século de luta contra o Aquecimento Global, todos os titulares de cargos públicos, semi-públicos e privados grandes, deverão ser portadores de material genético de classe correspondente ao "Verdadeiro Europeu" ou "Europeu de Gema"; por essa altura a UE também deverá ter finalmente ultrapassado o seu longo "Inverno Demográfico" e a Eterna Primavera Demográfica Europeia (EPDE) será então uma Realidade Alcançada. 

As minhas previsões V - a inevitável desmaterialização do dinheiro mau que polui

A desmeterializaçao do dinheiro é uma inevitabilidade histórica, até para combater a absolutamente má informalidade na "ecunumia". No admirável mundo novo digital que está mesmo mesmo mesmo mesmo aí ao virar da esquina, a vida humana deve ser totalmente formal, além de 100% ordenada, reciclável e previsível. As surpresas enervam os mercados e tiram o sono aos investidores internos, externos, das alfândegas, etc.

Eis a minha previsão: depois da inevitável "eleição" de Outrubro, com os resultados já previamente conhecidos da sondagem, o moço de pinha branca desse banco do portugálio que paga tão bem aos seus, terá "óviamente" de ser substituído, por razões de velhice natural; entrementes, as doutas castas causídicas da praça elaboram doutos pareceres, à razão de EUR 10 000/caractere, incluindo espaços; algumas almas mais altruístas avançarão desde logo com propostas de lei para a "justa" cobrança de comissões, para já apenas a alguns mais "favorecidos" entre os "desvorecidos em geral" que, de uma maneira ou de outra, as hão-de pagar; pelo meio, haverá estudos técnico-científicos universitários, encomendados a doutores especializados na matéria, mostrando a racionalidade da taxa; e idênticos estudos, agora de "caráter" "meio-ambiental", comparando os efeitos da taxa de levantamento de dinheiro no MB (uma coisa original que o "camelo" indígena pagou muito bem...não é SIBS?) aos da taxa sobre os saquinhos de plástico, as palhinas, etc., concluindo, inevitavelmente, que a primeira terá "impato" globalmente positivos na luta da "humanidade" contra o "aquecimento global", etc, etc. Custa um bocadinho desmaterializar a "ecunumia", torná-la 100% espiritual por assim dizer, mas que a coisa vai lá, isso vai de certeza!