sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Do querer juridicamente querido

Penso em que o querer juridicamente querido está caríssimo; está pela hora da morte  Em que nestas alturas cíclicas de hipertrofia jurídica seria seguramente mais barato não querer.

Digo isto porque, pelos vistos, quando um governo quer baixar 10% a electricidade (das empresas e "famílias", como os pastores/governantes gostam de dizer) dos jardins-à-beira-mar-plantados, o resultado é um aumento de 10%. Se não quisessem o aumento talvez não fosse tão grande, supõe-se com razão. Mas há todavia uma  superior "razão do pastor", a milenar "razão de estado", que é a de quem tem sempre razão, que eternamente vai poder dizer: "se não fosse eu o aumento ainda tinha sido maior, de 20% ou talvez mais". E, ora, como não subiu 20 mas apenas 10%, pode dizer-se que o objectivo foi alcançado ou seja, houve uma "redução" de 10% conforme prometido pelo "pastor.  Eu, que não possuo a "ciência" jurisprudencial, é que jamais irei convencer alguém de que "ganhou" 100 euros porque era minha intenção roubar-lhe 200 mas apenas lhe roubei 100 euros. E que por isso me devia ficar grato.