Mostra a notícia:
«Os empréstimos concedidos às famílias caíram 1,6%. A evolução foi causada pela quebra no segmento da habitação, que representava mais de 80% do total.»
O que esconde a notícia, por exemplo, é que...
«em compensação, o "segmento" das dádivas das famílias à banca tem aumentado exponencialmente. E parece que vai continuar a aumentar, agora por culpa do Trump, do Brexit, etc....»
Visite o canal O Irritante e saboreie os seus fascinantes vídeo-poemas técnicos em: https://www.youtube.com/@ValdemarRodrigues-zd2uf
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 2 de janeiro de 2017
Da verdade ou falsidade das notícias
Será verdadeira ou falsa esta notícia? A questão está mal colocada, pois não é a notícia em si que é falsa ou verdadeira, mas sim os factos que lhe correspondem ou a forma como ela diz que as coisas são ou aconteceram. As notícias em si mesmas são sempre verdadeiras, no sentido em que acontecem, ou sempre falsas, no sentido em que não reflectem na perfeição os factos e acontecimentos que expõem através de um medium: a linguagem. O que há a saber é porque razão uma notícia chega e não outra ou nenhuma, e desta maneira e não daquela. A pergunta essencial, ou primeira, remete para o significado da notícia, e não para o seu conteúdo de verdade ou falsidade.
Um Feliz Ano Novo de 2017 para todos! Com mais tempo para pensar, que significa mais tempo com aquele com quem falamos, em silêncio, quando pensamos.
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
terça-feira, 4 de outubro de 2016
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Uma vez mais uma vénia para o Tinta Fresca, e para o seu Director, o Jornalista e Professor Mário Lopes
Um exemplo de Jornalismo e de Liberdade de Expressão. A mostrar que isso ainda é possível, apesar de todas as dificuldades.
Esta nota vem a talho de foice, pela publicação no Tinta Fresca do meu texto de opinião "O lado oculto do associativismo" que desta forma aproveito para agradecer. Sei que não é um texto cómodo ou fácil, e certamente isento de falhas, mas eu nunca julgo por baixo os meus possíveis leitores, ao contrário do que faz a chamada "comunicação social de massas", ou imprensa mainstream para usar um termo mais técnico, incluindo nele uma boa parte da imprensa local e regional que aqui me escuso de apontar... A título de declaração de interesses cumpre-me informar que não tenho, nem jamais tive, qualquer tipo de negócios com o Tinta Fresca, ou pessoalmente com o seu director, o Professor Mário Lopes, empresariais, políticos, públicos, semipúblicos, privados, familiares, etc. Sei que isso marca a nossa diferença em relação à referida imprensa mainstream, e só tenho pena que muitos leitores não valorizem devidamente estas situações, certamente por ignorância ou conveniência, voluntária ou involuntariamente assumidas... talvez um dia as coisas mudem, pelo menos eu assim o espero há algumas décadas....
Uma vez mais o meu muito obrigado Mário Lopes!
Fortaleza de Peniche - Museu Nacional da Resistência
Sou, por princípio, favorável à Petição, atendendo à História. Mas porque a História continua, julgo essencial que se imponha uma condição à criação desse possível museu: a de que ele contemple uma sala ampla e completamente despida, em sinal de ântuma homenagem a todos os resistentes actuais e futuros. Ora, não o fazer é dar o sinal contrário: o de que a História chegou ao fim, e o de que a resistência é algo que hoje não faz sentido. Uma vez incluída na Petição essa condição, é claro que de imediato a subscreverei...
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
O lado oculto do associativismo
Foto: picado aqui
O Lado Oculto do Associativismo
I de III
O meu artigo anterior
sobre “Economia informal” tornou este inevitável, enquanto seu
necessário complemento. A estadística dá por vezes conta
de extraordinários fenómenos, coisas cujo estudo científico parece
condenado à procrastinação. São frequentemente fenómenos das
ditas ciências sociais, por oposição às naturais. Sobre a divisão
das ciências, cabe dizer que foi o ser na cultura quem a fez ou
seja, o ser em estado de não-natureza que vê o homem em seu
estado natural como um ser carente de guia ou orientação espiritual
i.e., carente de luz, algo que a
cultura qua educação
propicia, o que o torna assim capaz de distinguir entre o
verdadeiro e o falso, o bem e o mal, etc. (Por outras
palavras, o ser na cultura que acha que o homem não é, por
natureza, como deve ser.) Mais modernamente, notou-se a convergência
das vontades de verdade atidas às duas classes de
ciências, e nesse sentido dir-se-á que a primeira classe
quis objetivar-se e naturalizar-se, ao passo que a segunda,
com menos visibilidade talvez, se abriu também ela à subjectividade
e à incerteza. Mas vamos ao assunto: o número de associações de
toda a espécie cresceu exponencialmente nas últimas décadas, um
pouco por todo o mundo ocidental e, nomeadamente, em Portugal: apesar
disso mantém-se, ou agrava-se, o diagnóstico da reduzida
participação dos cidadãos, em particular dos portugueses, em
actividades associativas. Pior: há estudos recentes que mostram
Portugal com o mais baixo “índice
de associativismo” por habitante de toda a Europa! Como
explicar isto à luz das teorias geralmente aceitas de ciências
(objectivadas) como a psicologia social, a sociologia, a ciência
política ou a economia?
É um fenómeno
intrigante, e não parece suficiente aventar, por exemplo, a
diminuição do número médio de membros de cada associação,
acompanhada, ou não, do aumento do número ou variedade de causas
sociais que levam as pessoas a associar-se. Haveria sempre que
demonstrá-lo e, ademais, de se mostrar como pode a adição de
partículas de sal (uma metáfora
para os líderes associativos) a um volume de água não
saturado de sais (i.e., a sociedade) não só não aumentar a
salinidade da água como, pelos vistos, diminuí-la. A desconexão
entre participação cívica e ímpeto criador (e mantenedor) de
associações e organizações dessa (hegeliana) «sociedade
civil» não parece suscitar por aí além a atenção das ditas
ciências, levando-as por exemplo a examinar o dúbio carácter das
associações, situado algures entre o privado e o público. Ou a
essência e o devir da
“pessoa colectiva” do Estado, aparentemente oscilando entre a
privatização do público e a colectivização do privado.
Aparentemente, pois se trata de uma oscilação perceptível apenas
por quem está por dentro. Por fora, a “pessoa colectiva” do
Estado é e sempre foi gestora dos interesses privados daqueles que a
constituem, e que historicamente conflituam com os das demais
“pessoas colectivas”. Mas será que qualquer colectivo, por mais
pequeno ou especializado que seja, segue inconscientemente as
passadas e o exemplo do “pai”, do semi-divino “deus mortal”
tal como Hobbes lhe chamou?
II de III
Será que há no ser da
“pessoa colectiva”, essa quintessencial invenção da cultura,
uma vontade inconsciente de vir-a-ser soberanamente, tal qual o
Estado veio-a-ser, e da mesma forma que ainda hoje muitas nações
procuram ser Estados, ou ser à semelhança de Estados? (podia
inclusive perguntar-me porque me inclino a escrever Estado com
inicial maiúscula, ao passo que hesito em escrever Nação? Será
pela mesma razão que a projectada sociedade das nações nunca
veio-a-ser; vindo em seu lugar a ONU qua sociedade de
Estados?) Mas não nos afastemos demasiado do assunto deste
inquérito: o misterioso fenómeno das associações. Não tenho
provas de que o “exemplo do pai” seja o arquétipo dominante no
inconsciente dos colectivos associativos. Se o fosse as coisas seriam
mais simples: público seria tudo aquilo a que o “pai” com
autoridade chama de “seu”, e
privado tudo aquilo que ele (ainda) não domina ou não conquistou.
Da mesma forma não estou certo de que em democracia as associações
estejam livres de déspotas e dinastias.
É
muito antiga e atribulada a história do “nós” ou seja,
da “pessoa colectiva” motriz da cultura em seu movimento social e
histórico. Entre traumas e doenças, muito haverá por explorar nos
meandros das mentes colectivas e respectivos inconscientes. Até que
a ciência possa compreender com clareza a interação entre
psicologia individual e colectiva muitas décadas decorrerão, pois
esse é tema delicado e talvez demasiado sensível para a cultura
que, por isso, não teve até hoje a atenção que merecia. Não há
“colectivos doentes”; o que há, porque a cultura tolera, são
“colectivos de doentes”, coisa bem diferente. É destes que a
medicina trata quando trata das chamadas “doenças sociais”: a
doença é social não porque a “pessoa colectiva” esteja doente,
ou sua psique transtornada no caso de doença mental, mas
porque muitos indivíduos a têm. Mas recentremo-nos: recordo que a
pergunta aqui é sobre o porquê da reduzida participação cívica
dos cidadãos, em especial dos portugueses, em contraste com uma
sociedade onde abundam e proliferam associações e colectividades
(haverá hoje activas em Portugal cerca de 18 milhares, segundo as
estimativas disponíveis, o que dá em média quase 6 associações
por freguesia). A falta de uma ciência suficientemente conhecedora
dos meandros e subtilezas da psique colectiva não deve deter a
procura de explicação, até porque há coisas demasiado evidentes
que em situações normais talvez carecessem de outra atenção, de
um inquérito mais aprofundado e decerto de melhores estatísticas.
Estou obviamente a falar do estatuto social e do regime fiscal muito
próprios, e favoráveis, de que o associativismo goza, por
comparação com o chamado “sector privado” da economia. Por um
lado isenções fiscais e subsídios e, por outro, condições tão
ou mais favoráveis do que as dos privados para a prossecução dos
mais diversos negócios, e para a criação e manutenção de
empregos.
III de III
Há, obviamente,
justificação válida para a eventual concorrência entre privados e
associações, justificação sem a qual a concorrência seria
desleal: as associações concentram o seu esforço na prossecução
dos seus fins estatutários, dos seus declarados e publicamente
reconhecidos propósitos. Os negócios que eventualmente promovam têm
carácter subsidiário: eles acontecem quando e porque estão ao
serviço da prossecução daqueles fins ou propósitos. Se o
principal fim da associação é, por exemplo, a recreação (ou o
entretenimento), parece-me óbvio que a autoridade pública haveria
sempre de questionar-se sobre a utilidade pública de tal
organização, pois de outra forma estaria sub-liminarmente a
dizer-se aos cidadãos que a recreação é política pública do
Estado. Ora, a CRP, por exemplo, não prevê o direito à recreação,
consubstanciado no dever do Estado em assegurar as condições e os
meios para que os cidadãos se divirtam.
Evitar a concorrência
desleal e injusta com o sector privado exige pois das autoridades
públicas que não se poupem a uma fiscalização constante e eficaz
visando apurar se as associações estão, ou não, a cada momento
concentradas na prossecução dos seus fins e propósitos. Mas é
aqui que surgem as grandes dúvidas. Onde estão, por exemplo, os
dados referentes à fiscalização regular, por parte do Estado ou
das Autarquias, ao funcionamento das associações? Onde está, para
consulta do público, a informação actualizada sobre os frutos
dessa fiscalização? Ou sequer sobre o número de sócios das
associações no activo (pessoalmente, sei de casos em que nem a
própria associação o sabe...)? Não é compreensível, em
especial nos dias de hoje, com a abundância e o baixo custo dos
meios que a técnica proporciona, tanta obscuridade e ausência de
informação sobre as características, situação financeira e modo
de funcionamento das associações. Poderá estar aqui a solução
para o nosso enigma, que caberia às ciências mais vocacionadas para
o assunto esclarecer e aprofundar. Não se compreende, a não ser por
caciquismo ou por algum complexo de nefandas motivações, o fraco
empenho dos municípios na fiscalização regular, sistemática e
transparente, das associações e colectividades instaladas nas suas
freguesias. O mesmo se diga do governo em relação às
colectividades e associações de âmbito diverso que se albergam em
seus territórios. O associativismo, elemento pedagógico que o ser
na cultura vê como indispensável a uma democracia sã e moderna,
não devia carregar consigo o estigma que, de todos, menos lhe
convém: o de contribuir para o atraso social e a injustiça
económica; para a promoção da mediocridade e do clientelismo. Isto
além de, eventualmente, não se furtar à ilegalidade (por exemplo,
quantas associações pagam o IMI relativo às partes dos prédios
onde mantêm actividades comerciais não reservadas aos seus sócios,
tipo bares e restaurantes?) A questão é porém mais complexa do que
à primeira vista parece. Abordá-la com os necessários rigor e
método científicos, é algo que ainda está por fazer. Algum
positivismo não faria mal a ninguém.
Sintra, 18 de Setembro de
2016
domingo, 18 de setembro de 2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
Cadastro florestal sim, mas como deve ser!
Comentário ao artigo de Viriato Soromenho Marques no DN de hoje:
São estas pequenas grandes coisas que nos distinguem... E quanto ao IMI, que não consigo entender, sou contra, obviamente.
«Terras não cadastradas de proprietários absentistas»! Ora, será que o futuro cadastro vai levar em conta o valor ecológico da propriedade rústica? Porque o meu pinhalzinho também recicla nutrientes, purifica as águas subterrâneas, contribui para manter a biodiversidade e fixa o maldito Carbono da atmosfera, ou será que desta vez não?! Será que desta vez ele só faz mal, incêndios, pragas, pestes e coisas assim? Só causa externalidades negativas? Será que uma vez mais vamos ver a face oculta do "ambientalismo" indígena a atacar a propriedade privada a torto e a direito? Esquecendo sorrateiramente, e neste caso em particular, os dados do Millennium Ecosystem Assessment?... A minha sugestão é a seguinte: que se cadastre, sim senhor, mas que se leve em conta nesse cadastro o "valor ecológico" da propriedade, isto se for o caso, como parece ser, de taxar e aplicar IMIs - outra coisa não se esperaria do Estado. O facto de mais de 80% da superfície florestal de Portugal ser de privados deve ser visto como um bem, algo que nos distingue e que deve ser adequadamente valorizado.
São estas pequenas grandes coisas que nos distinguem... E quanto ao IMI, que não consigo entender, sou contra, obviamente.
domingo, 4 de setembro de 2016
E se o sistema financeiro fosse desenhado por engenheiros do ambiente, ao invés de advogados e economistas?
Ora, os engenheiros do ambiente desde logo dividiriam o sistema em secções, cada uma delas dotada das respectivas válvulas de seccionamento para que, em caso de avaria ou contaminação pontual, não ficasse toda a gente sem água ou com água contaminada. Eh eh eh...
Fonte: picado aqui
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
O ET Mau...
Foto: daqui
«Vida inteligente» significa propriamente o quê? O irónico,ou trágico, disto tudo é que, com ou sem extraterrestres, a «crise» continua... Até talvez desse um certo jeito que houvesse um "inimigo extraterrestre" pois isso não só desviaria as atenções do essencial como criaria o momento necessário à união humana em torno dessa "vontade geral" à la Rousseau, necessária à legitimação dos soberanos e guardiões do há muito sonhado «Império sem fim» dos romanos...
terça-feira, 16 de agosto de 2016
UNIVATES - Lajeado, RS, Brasil
Uma fantástica Universidade que tive o grato prazer de conhecer. Obrigado UNIVATES! Com muita saudade. E esperança de futuras colaborações...
domingo, 14 de agosto de 2016
Esplendorosa Lua Cheia de Agosto de 2016, com um belo Poema do Paulo Ferreira Borges
BREVE DURANTE
A vida é um breve durante,
o espelho da face. Erva que cresce
pelo palmo da idade
enquanto o coração, de agravos em desenganos,
continua a farejar nas madrugadas
o feliz pomar carregado de sorrisos,
a justa herança de quem vive o sonho.
Somos um pavio que se vai consumindo
na migração dos amores
e na sucessão das andanças.
Maisquerer nem sempre é benquerer
e no intervalar das luas,
vão-se os projectos sobre folha de água
e fica o incenso da conjura
a grassar, lentamente, sobre a pele
como em pira de inevitáveis silícios.
A vida é um breve durante,
dédalo intrincado,
cindida e atónita memória.
terça-feira, 9 de agosto de 2016
terça-feira, 2 de agosto de 2016
Da segurança alimentar
Lei básica (e universal) da segurança alimentar: «Comerás do que deres a comer aos outros, ou do que produzires ou venderes, para que outros comam, nas tuas fábricas e nas tuas lojas. Comerás se quiseres em mesa à parte, ou por outro prato, à mão ou com a ajuda de finos talheres de prata.»
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