domingo, 4 de fevereiro de 2018

O ódio dos pequenos...

... ou a raiva, a ira, etc., não os honra de qualquer maneira, como julgava Sartre e também Sorel, por exemplo quando dirigido ao "homem branco" - a quem a história chamou "colonizador" - ou ao patráo, ao "rico", etc.; honra-os só quando dirigido ao monstro colossal e absurdo, ao brutal Leviatã, "público" ou "privado" não interessa, por natureza socialista (ou fascista, quando se excita ou se enche de tesão), que na cultura do humano há muito se instalou para tornar "necessárias" e "legais" toda a sorte de arbitrariedades, misérias e  injustiças. Que outra coisa senão ódio pode o pequeno sentir diante da cega criatura que o esmaga e anula, isto ao mesmo tempo que o seduz: vem meu filho, junta-te a nós nesta marcha contra os canhões que faz a história, não percas a oportunidade de matar, roubar e trair em "união que faz a força", em grupo ou grande associação: tu sabes que quantos mais formos menor é a chance de sermos julgados; tu sabes, ou, se não sabes, ficas agora a saber, que o crime só é crime enquanto for uma minoria a perpetrá-lo. É por isso que não há "estados assassinos", estados "mentalmente doentes" ou "julgamentos de estados"; isto apesar de haver "associações criminosas" e "colectivos de dementes". Sê pois demente meu filho e vem fazer connosco, em nosso nome e em grande escala, aquilo que jamais poderias fazer sozinho. Sê grande a matar, a roubar e a trair e vais ver como ainda acabas glorificado e transformado em herói. O ódio só é mau até ser grande ou seja, até ser "ódio de muitos", não foi isso que te ensinaram? É aí que passam a chamar-lhe "justiça".

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