terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O mal do "povo" é a invídia!

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O relatório da auditoria à CGD deve ser como o acordo do Brexit... deve ser coisa muito esdrúxula, coisa dolente para gente amargurada sobre quem pesa a gravitas do governo da cidade. Desaconselho, para bem da vossa saúde mental, tal leitura. A ler - e o estado do tempo está bom para isso - que leiam coisas sublimes e excitantes, por exemplo estes versos de Ezra Pound.

Para nós, na Caverna, há os ratos, a peste, a ronda policial dos machos-alfa e o mau augúrio dos áugures e homens-corneta diariamente na teletela. No fundo somos ingratos porque cheiramos, vemos e ouvimos - às vezes até lambemos - toda essa porcaria própria de um viver onde a luz não chega nem nunca chegará provavelmente. Pois até mesmo aqui, na Caverna, há coisas bem mais sublimes e excitantes, como essas danças a Dionísio que, um vez mais, nos vão proibindo, dizem eles - os homens graves e amargurados pelo destino de nos terem de governar - que por causa da doença do nosso irmão Édipo, que matou o pai para depois, sem saber, se juntar... à mãe. Dizem que perdendo o pai perde-se a cabeça do estado, mas não é só isso. Dizem que perdemos a coesão que mantém a pátria unida, e o medo - o respeitinho - pelo macho-pai de todos nós, que nos governa e que a todos por igual ama, e começamos então a ter inveja dele ao invés de o seguir e marchar por ele contra os canhões dos maus - que são sempre os outros (Sartre), ao invés de o seguir como se ele fosse o que todos gotaríamos de ser um dia, o nosso pátrio ego ideal (Freud) que "come" o que quer, qiando, onde e como quer. O comandante que conquista e desbrava os territórios, como o Grande Alexandre fez, e lhes tira a virgindade em nome da cidade, que "sêmos todos nózes".

Eu digo, e desculpem alongar-me tanto só para dizer isto: não deixem morrer o que aqui na Caverna ainda resta de dionisíaco, e que está outra vez em ciclo de "esgotamento": o vinho, a festa, a alegria da dança, a música do "picada de enfermeiro" (e outros como ele). Se forem como eu, apreciem obras sublimes, de Deus ou da natureza (de ambos certamente, e que importa isso!?) como esta que mostro aí em baixo: a lindíssima e muito sexy Line Brems. "Relatórios de auditoria", investigações e "acórdãos judiciais",  ou "acordos de Brexit" - isso são coisas para puritanos ou gente que gosta de auto-flagelação.


Foto: daqui

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