quarta-feira, 14 de março de 2012

Adenda à nota sobre o (des)Acordo Ortográfico e Discurso sobre o Homo Efficientis

Fonte da imagem: picada aqui.

Para informação dos interessados, neste blogue pessoal continuará a escrever-se da forma que o seu autor, a caminho dos 47 anos de idade, aprendeu na Escola Primária de Cós, concelho de Alcobaça (escola, como tantas outras pelo país, há alguns anos encerrada por falta de crianças) ainda antes do 25 de Abril de 1974. Não se trata de uma questão de ser a favor ou contra o Acordo Ortográfico. Não sou nem linguista nem literato. Para mim a língua é um instrumento e não um fim em si mesmo. O fim continua a ser o de comunicar com os outros e o de expressar as minhas ideias e sentimentos junto dos outros. A palavra escrita é, por excelência, o instrumento do humanismo e da civilização. Embora não veja grande "lógica" em muitas das alterações introduzidas com o novo AO (não entendo em particular essa obsessão com o foneticismo, critério pelo qual poderia talvez escrever-se "cuperação" em vez de "cooperação" ou "culaborador" em vez de "colaborador"...), e me cause alguma náusea escrever "ata" em vez de "acta", ou "fato" em vez de "facto", sendo que a minha mente continua (creio que felizmente e sem necessidade de ir ao contexto) a distinguir entre aquele que espeta algo, o "espetador", e aquele que assiste a algo ou "espectador"; não obstante as densas dúvidas legais que persistem relativamente ao modus operandi da aplicação do AO em Portugal, sublinhadas por muitos e variados homens de letras nacionais; não obstante tudo isso, do que se trata no meu caso é simplesmente de uma questão de coerência: julgo que devo ser livre de escrever da maneira que me ensinaram neste país onde a sorte me fez nascer (aprendizagem feita à custa de muitas reguadas, pois sou daquele tempo vetusto em que as crianças, para o bem e para o mal, nunca tinham razão e não podiam queixar-se dos professores a ninguém, muito menos à família!), e que o Estado deve ter coisas bem mais importantes em que pensar do que na regulamentação da forma como se escreve no seu território, por sinal bastante desordenado e desertificado humanamente em muitas regiões. Continuarei pois tranquilamente a (re)inventar a língua dos meus antepassados, a inventar novas palavras, sem ter para isso que pedir licença ao Estado. Faço-o serenamente, sem qualquer instinto reaccionário e sem nenhum pensamento negativo em relação àqueles que adoptam uma ortografia diferente da minha. Sou, por natureza e convicções, liberal e pluralista. Julgo que, mais importante do que o instrumento, é aquilo que se faz, ou se pretende fazer, com ele. Por exemplo, acho incomparavelmente mais importante o Estado, enquanto guardião dos bens civis, preocupar-se com as falsidades que diariamente se escrevem e publicam do que com a língua, ou a ortografia, com que tais falsidades são redigidas. Bem sei que o tempo que vivemos, e que os meus irmãos de geração tão bem conhecem, não está bom para discussões teleológicas. Aliás para nós nunca esteve. Os fins não se discutem nem fazem parte da agenda política da ideologia dominante: ela prefere que nos distraiamos com os meios e com a sua "eficiência". Com o "aparato técnico", como avisava Marcuse.

A cama de Procrustes: imagem picada aqui.
O Homo efficientis

A palavra "eficiência" tornou-se para nós tão absoluta e inquestionável que talvez, em futuros estudos antropológicos, se venha a identificar uma nova - e perigosa - subespécie humana: o Homo efficientis, o tal "homem de acção" de que falava, no início do século XX, o poeta Fernando Pessoa pela voz de  Bernardo Soares. Espécie caracterizada pela sua a-historicidade, pela homogeneidade e fluidez informe com que se apresenta ao mundo e trata os assuntos; pelo desprezo que tem pela Política e pelo espaço público da Polis, e pela sua constante ansiedade em chegar rapidamente a lugar nenhum. Embora a geração a que pertenço tenha quase toda a sua vida experimentado as agruras de tal "evolução", julgo que, como em qualquer fase de transição evolutiva, ela não se revê claramente nessa nova subespécie humana. Até porque subsiste com frequência em nossos irmãos de geração a sensação estranha de termos chegado sempre demasiado tarde (ou cedo) aos lugares com narrativa, às tais "carreiras" e "profissões" que, segundo fomos endoutrinados, já não podem ser "para toda a vida", mas que, como sempre, continuam a sê-lo de facto para muitos - os das castas superiores, como Manu as considerava, mas com a grande diferença a Ocidente de ninguém saber a priori que elas existem. É claro que se soubéssemos a priori que estávamos condenados a nunca sair da cepa torta, jamais nos teríamos esforçado tanto para consegui-lo até porque, como Descartes dizia, o conhecimento não significa felicidade, bem pelo contrário! Não deve por isso haver ninguém no mundo mais infeliz do que o pobre rico em conhecimentos, nem ninguém mais feliz do que o ignorante possidente.

Dado que me considero um "ambientalista atípico" (noutra ocasião tratarei de explicar o que quero dizer com isso), acredito na importância de preservar a biodiversidade, a começar desde logo pela nossa grande Família Hominidae. E espero sinceramente que o Homo sapiens sapiens, de que acima de tudo me orgulho pois ainda é a espécie a que pertenço, não tenha a mesma sorte que teve, por exemplo, o seu primo Homo erectus pekinensis que o perspicaz Teilhard de Chardin ajudou a descobrir, e que acabe extinta pela subespécie Homo efficientis, muito mais apta e competitiva, e dotada de órgãos extremamente avançados: o Homo efficientis possui uma bexiga que só dá sinais de urinar quando completamente cheia, poupando água e energia ao meio ambiente; possui um cérebro que jamais duvida e que raramente se engana, controlado por um sistema operativo que tira partido de uma memória volátil e capacidade de processamento infinitas, libertando assim a pesada memória fixa antes causadora de frequentes "conflitos de fluxo". Ele realiza - Ah, suprema maravilha da tecnociência! - a fotossíntese, o que lhe permite viver sem a primitiva necessidade de ter de se alimentar, e dispensando assim a arcaica e ineficiente cavidade bucofaríngea geradora de desperdícios inaceitáveis de tempo e energia (para além das cáries) e fonte da crónica ineficiência das cadeias alimentares! A pele do Homo efficientis está dotada de nanopartículas fotosensíveis que lhe asseguram uma existência electricamente autónoma, inteiramente solar e renovável; e o seu corpo recicla todos os resíduos que produz, sólidos e líquidos, utilizando para tal o espaço liberto da cavidade crânio-encefálica, o que lhe traz importantes vantagens competitivas sobre o antepassado Homo sapiens sapiens, permitindo-lhe operar de um modo totalmente carbon free e limpo. A sociedade e a economia modernas, avançadas e competitivas como inevitavelmente se desejam, é pois disto mesmo que necessitam: da máxima eficiência que resplandece no novo paradigma de ser humano, o Homo efficientis.

Julgo contudo que seria bom manter alguns exemplares de nós vivos, em habitats adequados para o efeito, de preferência belos e resguardados da contaminação genética por parte da subespécie dominante (o Dubai, por exemplo, seria uma região a evitar a todo o custo, dado ser uma das dilectas do Homo efficientis). Dado que a evolução biológica é imparável, talvez mais tarde ou mais cedo se venha a criar também uma reserva para o Homo efficientis, de modo que as futuras gerações humanas possam ver com os seus próprios olhos como era subtil e engenhoso o seu comportamento, e como pôde, em tão pouco tempo - pouco mais de trezentos anos - pôr em risco toda a vida do Planeta, incluindo naturalmente a sua. Estou porém em crer que essa já não será uma tarefa para a minha geração

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Da série «Filmes que libertam a cabeça» - Convite para ver Angst, de Graça Castanheira, no Teatro da Malaposta, 6ª Feira, 25 Novº de 2011 - Entrada gratuita para alunos e docentes da Lusófona

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FICHA TÉCNICA
Documentário, Portugal, 2010, 53‘
Realização: Graça Castanheira
Assistente de Realização: Rui Carvalheira
Fotografia: André Santos
Câmara: Graça Castanheira
Som: Marco Leão
Montagem: Graça Castanheira + Beatriz Tomaz
Direção de Produção: Dana Wilson + Maria Ribeiro Soares
Cordenação de Produção: Fátima Correia
Produção: Maria João Mayer 

“Nada do que produzimos ou descobrimos nos distinguiu dos restantes animais tão formidavelmente como desejaríamos. Limitámo-nos a criar um mundo de ilusões, sem as quais não sobrevivemos a nós próprios. Este filme é isso mesmo.” Neste documentário, Graça Castanheira expõe o mundo tal como ela o vê. Partindo de um relato íntimo e pessoal, a cineasta faz uma reflexão sobre a fase actual da humanidade, investigando as razões pelas quais os humanos não foram ainda capazes de afirmar a sua superioridade, praticando um desenvolvimento equilibrado e sustentável. A realizadora aborda questões preocupantes, da superpopulação ao risco de esgotamento do espaço disponível para a ocupação do planeta e das reservas de energia disponíveis para o funcionamento da civilização como a conhecemos, exprimindo-se através de olhares e de sons captados um pouco por toda a parte. 

sábado, 5 de novembro de 2011

O Tempo das Graças, Filme vencedor do Cine Eco 2011, no Teatro da Mala Posta, em Odivelas, na próxima 4ª Feira, dia 9-11, pelas 21:30

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Estão convidados para ver (gratuitamente) este belíssimo filme (O Tempo das Graças) todos os alunos de Engenharia do Ambiente e Biotecnológica da ULHT. Não percam a oportunidade, pois trata-se de um filme verdadeiramente excepcional que com certeza não irão jamais esquecer!

domingo, 23 de outubro de 2011

Novo livro para breve...

Talvez alguns tenham percebido o meu relativo silêncio e ausência de postagens neste Blog. A razão deve-se a um novo projecto de livro, já em fase de revisão de texto. O título ainda não está definido, mas é sobre Desenvolvimento Sustentável e Defesa Nacional.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Indústria da Pedra - O Equilíbrio Ambiental e a Valorização Económica

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Uma conferência para a qual fui gentilmente convidado pelo Jornal Região de Leiria, a ter lugar no próximo dia 13 de Outubro de 2011, em Porto de Mós (Edifício Espaço Jovem), a partir das 14:30. A entrada é livre, e os visitantes habituais deste blogue estão desde já convidados a participar.

Descarregue aqui o ficheiro da apresentação feita em Porto de Mós:

Rodrigues, V. (2011) - A indústria da pedra e o desenvolvimento sustentável. Conferência "Indústria da pedra - o equilíbrio ambiental e a valorização económica". Org. Região de Leiria. Porto de Mós, Edifício Espaço Jovem, 13 de Outubro de 2011.

domingo, 18 de setembro de 2011

Lusófona no CINE ECO 2011 - XVII Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, em Seia, de 8 a 15 de Outubro


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A Universidade Lusófona associa-se à 17ª edição do CineEco através de diversas acções a realizar durante o festival e patrocina o Prémio Serra da Estrela, que será atribuído à obra produzida na região que melhor promova as temáticas ambientais locais. A instituição será representada no CineEco por um dos membros do Júri Educação Ambiental. A apresentação de um workshop de cinema, a realização de uma acção de formação sobre ambiente e uma demonstração da tecnologia para reciclagem de beatas de cigarro, associadas à deslocação de um carro de exteriores da Universidade, irão marcar a presença da Lusófona durante o festival. Os seus alunos irão também assegurar a cobertura audiovisual e edição do respectivo material em eventos do festival. O projeto educativo da Universidade Lusófona teve a sua origem na década de 80 e ao longo dos últimos anos a Universidade tem-se vindo a afirmar nas mais variadas áreas do conhecimento, com destaque para o ensino do cinema e do multimédia mas também do ambiente. A Universidade Lusófona possui uma vasta oferta em cursos de ensino superior em diversas áreas de conhecimento e ministra actualmente cursos de licenciatura em mestrado nas áreas do audiovisual e da Engenharia do Ambiente, quer na Universidade Lusófona em Lisboa, quer na Universidade Lusófona do Porto.

domingo, 3 de julho de 2011

Citação ou Plágio?

Figura 1. Variedades e "escalas" de plágio. Fonte: picado aqui.

Uma pertinente reflexão da Profª Doutora Maria Elvira Callapez que procura responder, ou abrir caminhos para uma resposta às várias e delicadas questões relacionadas com o plágio, nomeadamente no meio académico. Trata-se de um artigo bastante actual e que, pela sua qualidade, merece ser lido por todos, pelo que deixo aqui a ligação.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Palestras de Engenharia do Ambiente da ULHT - Gestão, Ordenamento e Riscos do Litoral Português, pelo Mestre Celso Aleixo Pinto, da ARH do Tejo, I.P.

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Uma palestra sobre um tema actual e importantíssimo para a Engenharia do Ambiente, por iniciativa das Professoras Ágata Alveirinho Dias e Anabela Cruces, docentes dos Cursos de Licenciatura e Mestrado da ULHT. É já na próxima 6ª Feira, dia 17-6, pelas 18 horas, no campus da Universidade Lusófona, em Lisboa. A não perder!

Palestras de Engenharia do Ambiente da ULHT - Participação Pública na Conservação de Áreas Protegidas pelo Dr. João Carlos Farinha, do ICNB

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No mesmo dia (17 de Junho - é já na próxima 6ª Feira!),  pelas 20 horas, decorre mais uma palestra, desta vez sobre o tema da participação pública na conservação de áreas protegidas, outro assunto de especial importância na actividade dos futuros licenciados e mestres em Engenharia do Ambiente. A não perder, portanto!


quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um Parabéns Especial à Grande Equipa de Finalistas de Engenharia do Ambiente da ULHT!

(c) Patrícia Nobre da Costa, 2011

O XI CNEA foi um enorme sucesso, em grande parte devido a esta fantástica equipa de finalistas da Licenciatura em Engenharia do Ambiente da ULHT. Não está na foto o Engº Luís Pereira (a caminho de ser Mestre...). Nem também a Professora Graça Gonçalves, a quem se deve a excelente coordenação da eqipa. A todos, os meus sinceros parabéns e o meu Muito Obrigado em nome da Direcção do Curso! Com gente como vocês, não restam as menores dúvidas de que a Engenharia do Ambiente em Portugal tem um grande futuro pela frente!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Floresta: Entre o Real e o Imaginário. 19 de Maio de 2011 a partir das 16:30, no Auditório Armando Guebuza da ULHT

A Floresta: Entre o Real e o Imaginário é o tema do 2º Seminário de História do Património e da Ciência, uma iniciativa da Secção de História do Património(Curso de História/CPES da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Lusófona, sob coordenação científica da Professora Doutora Ana Cristina Martins. Iniciativa à qual aderi com muito agrado, a decorrer já no próximo dia 19 de Maio de 2011 a partir das 16:30, no Auditório Armando Guebuza da Universidade Lusófona, em Lisboa, e para a qual convido todos a estarem presentes (a entrada é livre).

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Propostas ambientais para enfrentar a crise

Figura 1 - Os pilares do desenvolvimento sustentável (Rodrigues, V.J., 2011)

Ficam aqui as ligações para algumas propostas muito concretas para que os portugueses, juntamente com os seus irmãos europeus, africanos, americanos, asiáticos ou australianos, possam enfrentar com sucesso esta crise ainda sem fim à vista, e para fazer face à qual as grandes partidocracias internacionais e nacionais, comprometidas que estão,  bem como os respectivos governos, se vão revelando crescentemente incapazes e até inúteis. Algumas destas ideias já venho falando delas há mais de uma década. Outras chegaram até mim mais recentemente, nomeadamente através da Manuela Araújo e do seu excelente e indispensável Blog Sustentabilidade é Acção, também disponível no Facebook. A Manuela constitui hoje para mim, e para muitos mais, um  verdadeiro exemplo de cidadania, um daqueles talentos que Portugal tem mas não se "vê", e que nos vão dando luz e esperança para continuarmos esta nossa (longa) caminhada pela sustentabilidade.. A sua abordagem à transição para a sustentabilidade é clara em relação a um aspecto de grande importância nos dias que correm: não basta dizermos "sim" a um certo número de propostas ambientais, nomeadamente tecnológicas. Para alcançarmos o desiderato, é igualmente importante dizer "não" a outras tantas, sejam elas ambientais ou económicas. É preciso continuar a dizer "não" à pobreza e à injustica, à miséria humana que aumenta hoje por todo o mundo graças aos efeitos da dita globalização (financeira), à corrupção política; à ganância económica e avidez ilimitada das ditas corporações globais, interessadas em "comerciar" os bens da natureza que a todos pertencem, e graças aos quais elas se puderam desenvolver. Nestas circunstâncias, é essencial prepararmo-nos, difundindo a esperança pelo exemplo,  e dando o nosso contributo, ainda que modesto, para ajudar o nosso semelhante a conseguir sobreviver. À  medida que for encontrando outras sugestões, actualizarei aqui as ligações:

Parte I - Casos e projectos concretos de realização, do Blogue de Manuela Araújo

quarta-feira, 30 de março de 2011

Conferência do Professor João Alveirinho Dias, dia 11 de Abril de 2011, pelas 18:30, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa

Passado Presente e Futuro do Litoral: Forçantes Naturais e Antrópicas
Universidade Lusófona
Lisboa, 11 de Abril de 2011, Auditório S.011, pelas 18:30

Conferencista: Professor Doutor João M. Alveirinho Dias

Investigador do CIMA (Centro de Investigação Marinha e Ambiental); Investigador convidado do CNPq (Brasil); Professor visitante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Professor aposentado da Universidade do Algarve; Editor executivo da Revista de Gestão Costeira Integrada / Journal of Integrated Coastal Zone Management.
  
RESUMO
 A situação actual em muitos trechos costeiros é extremamente preocupante, designadamente porque muitas áreas muito vulneráveis foram sujeitas a intensa ocupação. Como é que se chegou a esta situação que exige investimentos cada vez maiores em acções de protecção? Só percebendo o funcionamento básico da dinâmica costeira e tendo uma perspectiva histórica dos processos de ocupação do litoral é que se pode perceber como é que tal foi possível. E agora, o que se pode fazer? Será que a gestão costeira actual é a mais adequada? E o que se perspectiva no Futuro? Quais os principais riscos a que as zonas costeiras estão sujeitas? A resolução destes problemas é competência dos governos, da sociedade em geral ou de cada um dos cidadãos? É ou não lícito, numa perspectiva de sustentabilidade, explorarmos intensamente as zonas costeiras? Qual deverá ser a nossa postura perante os desafios / oportunidades que se esboçam no Futuro próximo?

(carregar sobre a imagem para ver mais informações sobre a actividade científica do Prof. Doutor João Alveirinho Dias)

No próximo dia 11 de Abril, pelas 18:30 horas, o Professor João Alveirinho Dias, eminente especialista português em Dinâmica Sedimentar e Gestão Costeira irá, no âmbito da disciplina de Gestão e Ordenamento Costeiro do Mestrado em Engenharia do Ambiente da nossa Universidade, proferir uma Conferência  no Auditório S.0.11, para a qual exorto todos os professores e estudantes de Engenharia do Ambiente e não só (por exemplo os estudantes de Engª Civil também não deveriam perder esta oportunidade...) a estarem presentes. O Prof. Alveirinho Dias, que bem conheço pois tive a honra de o ter como Professor no Curso de Mestrado que concluí no IST, em 1997, na área da Ecologia, Gestão e Modelação dos Recursos Marinhos, é uma daquelas personalidades que importa ouvir, pois fala da natureza com grande conhecimento e com imensa paixão. Eu lá estarei com certeza para lhe dar o meu abraço, e o meu muito obrigado por ter aceite o convite que lhe foi endereçado!

(Ria Formosa - carregue sobre a imagem para ampliar)

sexta-feira, 25 de março de 2011

INE Estuda Reformulação da sua Publicação "Estatísticas do Ambiente"

 (carregue sobre a imagem para descarregar o PDF com as Estatísticas do Ambiente 2009)

No âmbito das consultas que o Instituto Nacional de Estatística (INE) está a levar a efeito para a reformulação da sua publicação "Estatísticas do Ambiente", fui gentilmente convidado pela Srª Drª Margarida Madaleno, Directora do Departamento de Estatísticas Económicas do INE, enquanto Director dos Cursos de Licenciatura e Mestrado em  Engenharia do Ambiente da Universidade Lusófona, a participar numa reunião de trabalho no INE no passado dia 24 de Março de 2011, para a qual me fiz acompanhar do meu colega e Subdirector, Professor Fernando Jorge Costa. Na sequência desta reunião, está a ser elaborado um documento com as nossas contribuições para a melhoria daquela que é uma publicação de referência sobre Estatísticas do Ambiente em Portugal, incontornável e de extrema utilidade para técnicos, investigadores e empresas do sector.Uma saudação ao INE pela sua aposta na qualidade da informação sobre Ambiente em Portugal; pela abertura que tem mostrado à sociedade e aos potenciais interessados nessa informação, e pelo método escolhido para garantir a melhoria contínua dos seus produtos e serviços, nomeadamente através de uma prévia auscultação a utilizadores, produtores de informação, e público em geral.

O parecer do DEA da FECN pode ser descarregado aqui. A citação é a seguinte:

Rodrigues, V-J. e Costa, F.J. (2011)  - Notas de Contributo para a Reformulação da Publicação “Estatísticas do Ambiente” do Instituto Nacional de Estatística. DEA/FECN/ULHT, Lisboa, 25 de Março de 2011.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Já está disponível, na versão editada, o artigo "O Ambiente no Contexto da Defesa Nacional"


Já está disponível, na versão editada, o artigo "O Ambiente no Contexto da Defesa Nacional" que publiquei  recentemente no nº 22 (págs. 20-25) da Revista Planeamento Civil de Emergência, editada pelo Conselho Nacional de Protecção Civil de Emergência (CNPCE). Agradeço ao Sr. Tenente-General António José Maia de Mascarenhas, Vice-Presidente do CNPCE, o amável convite que me endereçou para escrever este artigo, o qual me fez reflectir sobre um assunto de extrema importância para o país e, em consequência, para todos nós. Boas leituras!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Floresta, Direitos Humanos e Direitos da Natureza

 (Foto picada aqui)

Fui gentilmente convidado pela Professora Doutora Ana Cristina Martins, da Secção de História do Património e da Ciência da Universidade Lusófona, para participar num seminário transdisciplinar comemorativo do Ano Internacional da Floresta, que terá lugar no dia 19 Maio de 2011 na ULHT. Foi com enorme prazer que aceitei em participar, com uma reflexão sobre Floresta, Direitos Humanos e Direitos da Natureza: Um Debate Persistente e Actual. Nela revejo a questão clássica da dicotomia entre as visões humanista e ecocêntrica da Floresta (entendida como entidade holística), a primeira defendendo o valor instrumental da Natureza e a segunda propondo a ideia de valor intrínseco da mesma, nomeadamente através da consagração de direitos legais. Quase 40 anos após a publicação do famoso livro «Should Trees Have Standing?», de Christopher Stone, a dicotomia mantém-se, agora balizando um conjunto de sínteses intermédias, ou híbridas, tendentes a conciliar posições aparentemente inconciliáveis. Uma das mais bem conseguidas sínteses foi a ideia de sustentabilidade, introduzida no discurso político a partir do início da década de 90 do passado século XX, e que visou conciliar o direito humano ao progresso com o direito da natureza à existência e ao desenvolvimento. A minha teoria nesta reflexão, e que há muito tempo venho defendendo, é a de que tais sínteses, não obstante a sua grande utilidade, tendem a  ser facilmente manipuláveis (foi o que sucedeu com o conceito de "desenvolvimento sustentável") e portanto  a obscurecer aspectos cruciais que, em cenários mais desfavoráveis, podem acabar por negar ambas as coisas que afirmam. Procuro demonstrar esta teoria reportando-me à actualidade e, concretamente, ao facto de, não obstante o estado actual das economias ocidentais, poucos verem aí um obstáculo  importante à sustentabilidade. Se é verdade que sem ambiente não há economia, nem  justiça ou democracia, também não deixa de ser verdade que, sem uma economia justa e solidária, e sem democracia, é também o ambiente que está em risco.  


Título da comunicação:
Floresta, Direitos Humanos e Direitos da Natureza: Será que Devemos pôr um Preço nos Serviços do Ecossistema?

Resumo:



Nesta comunicação revê-se a questão clássica da dicotomia entre as visões humanista e ecocêntrica da Floresta (entendida como entidade balística), a primeira defendendo o valor instrumental da Natureza e a segunda propondo a ideia de valor intrínseco da mesma, nomeadamente através da consagração de direitos legais. Quase 40 anos após a publicação do famoso livro «Should Trees Have Standing?», de Christopher Stone, a dicotomia mantém-se, agora balizando um conjunto de sínteses intermédias, ou híbridas, tendentes a conciliar posições aparentemente inconciliáveis. Uma das mais bem conseguidas sínteses foi a ideia de sustentabilidade, introduzida no discurso político a partir do início da década de 90 do passado século XX, e que visou conciliar o direito humano ao progresso com o direito da natureza à existência e ao desenvolvimento. Mais recentemente, no âmbito dessa síntese, começou a equacionar-se a possibilidade de valorizar monetariamente a biodiversidade, nomeadamente através da contabilização do valor monetário dos produtos e serviços proporcionados pela Floresta ao homem. Esta ideia deriva do aparente sucesso das políticas relacionadas com a economia e os mercados do carbono, visando nomeadamente a internalização dos custos externos da utilização pelo homem de combustíveis de origem fóissil. Defende-se nesta comunicação a tese de que não é aconselhável, nem prudente, procurar quantificar monetariamente os serviços proporcionados ao homem pela natureza, e nomeadamente pela Floresta. Para tal recorre-se, entre outras, à argumentação da ética ambiental, defendida pelo filósofo norte-americano Mark Sagoff. Regressando de novo ao paradigma da sustentabilidade, propõe-se que as referidas sínteses híbridas, não obstante a sua grande utilidade e pragmatismo, tendem a ser facilmente manipuláveis e portanto a obscurecer aspectos cruciais que, em cenários mais desfavoráveis, podem acabar por negar ambas as coisas que afirmam.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Já é oficial: XI Congresso Nacional de Engenharia do Ambiente vai ser na Universidade Lusófona!

O XI Congresso Nacional de Engenharia do Ambiente (CNEA), um evento bienal de especial importância para os Engenheiros do Ambiente e para a Engenharia do Ambiente, em Portugal irá, pela primeira vez, decorrer na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), no  seu Campus de Lisboa, ao Campo Grande. O Congresso, promovido pela Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente (APEA), e desta vez co-organizado com o Departamento de Engenharia do Ambiente da ULHT, através de uma equipa coordenada pela Profª Doutora Maria da Graça Gonçalves e que integra um grupo de alunos do Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente, liderado pela Representante dos Alunos Patrícia Relvas, irá ter lugar durante os dias 20 e 21 de Maio de 2011. Brevemente voltaremos a dar aqui mais pormenores sobre este importante evento, que espero venha a ser um grande sucesso!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

CLME2001 - 6º CONGRESSO LUSO-MOÇAMBICANO DE ENGENHARIA

(carregue para descarregar o pdf com o tríptico do congresso)

Fica a informação sobre o 6º CONGRESSO LUSO-MOÇAMBICANO DE ENGENHARIA que se irá realizar na cidade moçambicana de Maputo, entre 29 de Agosto e 2 de Setembro de 2011, e que é organizado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, pela Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique) e pelas Ordens de Engenheiros de Portugal e Moçambique. Para este congresso preparei, em conjunto com o Prof. Engº José A. Teixeira Trigo, uma comunicação intitulada "MULTI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADE EM ENGENHARIA: O CASO PARADIGMÁTICO DA ENGENHARIA DO AMBIENTE EM PORTUGAL", cujo resumo alargado, aceite pela organização, se apresenta seguidamente.

 
MULTI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADE EM ENGENHARIA: O CASO PARADIGMÁTICO DA ENGENHARIA DO AMBIENTE EM PORTUGAL

Valdemar J. Rodrigues*1 e José A.Teixeira Trigo2
1Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Depart. de Engª do Ambiente - Lisboa, Portugal
2Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias - Lisboa, Portugal
*Email: sec.ambiente@ulusofona.pt

RESUMO
Para Karl Popper, os problemas ultrapassavam em muito as fronteiras das disciplinas. A ideia de que as disciplinas existiam autonomamente, sendo distinguíveis entre si pela matéria que investigavam, não passava para o filósofo de um resíduo do tempo em que se acreditava que qualquer teoria devia começar por definir o seu próprio conteúdo [Popper, 2003 (1963)]. As divisões e subdivisões do conhecimento científico seriam, fundamentalmente, o resultado de contingências históricas, e a consequente disciplinaridade o principal alvo dos esforços interdisciplinares visando combater o problema da fragmentação do conhecimento e da perda de visão de conjunto da realidade os quais, segundo Ortega y Gasset [1998(1930)], se vinham agravando desde finais do século XIX. Porém, os resultados de tais esforços parecem hoje estar muito aquém do esperado, tendo sido já em 1987 identificadas cerca de 8530 áreas do conhecimento resultantes quer da especialização, quer da sobreposição interdisciplinar de áreas pré-existentes [Klein, 1999]. Ou seja, cerca de um século de esforços de interdisciplinaridade, aos diversos níveis, terão contribuído mais para o surgimento de novas especializações do que para uma verdadeira compreensão geral dos problemas, em contraponto à especialização [Frodeman et al., 2001]. As engenharias, por definição áreas do conhecimento onde se observa a confluência disciplinar [Finch, 1961] e que estão por natureza ligadas à realidade e seus problemas [Borgmann, 1999], constituem um universo particularmente interessante para o estudo das relações disciplinares e das dinâmicas que se podem observar a esse nível, nomeadamente aquelas que levam ao aparecimento de novas disciplinas ou especializações. No mundo ocidental, a interação entre ciências e engenharias intensificou-se ao longo de todo o século XX, e em especial nas suas últimas décadas, procurando dar resposta a problemas tão reais como a pobreza, as enfermidades humanas, os desequílibrios demográficos e alimentares, o consumismo e a degradação ambiental. O reconhecimento de que nenhum desses problemas era passível de uma abordagem puramente disciplinar levou as ciências naturais a atravessarem as fronteiras com as ciências sociais, e vice-versa. Foi claramente esta “transgressão” que diferenciou, originalmente, a Engenharia do Ambiente das áreas “clássicas” de engenharia pois, como notaram Soulé e Press (1998), nenhuma outra pôs tanta ênfase em aspectos como a participação pública dos cidadãos e ONGs nos processos de tomada de decisão [e.g. Beck, 1992]; a necessidade de uma mudança de paradigma cultural e económico [e.g. Beck, 1992; Tisdell, 1991], ou o contributo da educação para uma cidadania sustentável [Orr, 2004], de modo a que as sociedades pudessem alcançar o objectivo da sustentabilidade. Nenhuma outra área da engenharia terá requerido para a sua acção técnica o estabelecimento de tantas pontes entre as ciências naturais e as ciências ditas sociais e humanas [Rodrigues, 2009]. No contexto já de si interessante das engenharias, a análise do caso da Engenharia do Ambiente – ela mesma um reflexo das tendências ocidentais obseravadas em matéria de prioridades para a acção em defesa do ambiente e de resposta institucional, por exemplo ao nível dos órgãos da administração pública, das universidades, dos centros de investigação, das empresas e das agremiações de carácter científico ou profissional – fornece elementos de grande valia para a compreensão dos desafios que actualmente impendem às engenharias. É a partir desse prisma que se procura responder nesta comunicação a algumas questões essenciais, como sejam: será que a Engenharia do Ambiente, desde que surgiu em Portugal nas universidades (novas) de Aveiro e Lisboa nos anos de 1977/78, acabou por adquirir o estatuto de disciplina especializada no seio das demais engenharias? Terá, nesse sentido, a sua natureza original, inter e transdisciplinar, mais focada no Todo do que nas partes (e, nessa acepção, mais holística e pós-moderna) sofrido entretanto alguma mudança fundamental? Ou terá, pelo contrário, de algum modo já cumprido o essencial da sua missão transdisciplinar? Como evoluiu ao longo deste período o relacionamento entre a Engenharia do Ambiente e as áreas tradicionais de engenharia? Ter-se-ão estas entretanto tornado mais interdisciplinares e holísticas, e doravante menos positivistas e cartesianas, não obstante o próprio Francis Bacon ter reconhecido que «A Natureza para ser comandada tem de ser obedecida.» [Sassower, 1995]? Poderão estar as áreas tradicionais de engenharia, a prazo, condenadas a algum processo transdisciplinar ou de fusão? E por último, mas não menos importante nesta comunicação: que campo de actuação específico se pode actualmente reservar à disciplina de Engenharia do Ambiente? Não obstante as respostas a cada uma destas questões, destaca-se a conclusão de que a Engenharia do Ambiente, quer como profissão quer enquanto disciplina técnica, deverá continuar a afirmar-se, tirando partido daquelas que são as suas principais referências identitárias: a visão holística dos problemas do desenvolvimento e uma ética singular que, mostrando-se hoje algo sinuosa, deve, julgamos, manter no essencial os princípios defendidos pelos seus fundadores, entre eles John Muir, Henry Thoreau e Aldo Leopold. Em particular, a renúncia irreflectida ao princípio do valor intrínseco dos bens (e serviços) da natureza é potencialmente perigosa. Por outro lado, a situação de ambivalência que marca o exercício profissional da Engenharia do Ambiente poderá perturbar o longo caminho que tem pela frente, pois ao mesmo tempo que procura autonomizar-se como disciplina técnica (o que teoricamente conseguiu com a criação, em 1999, do Colégio de Engenharia do Ambiente no seio da Ordem dos Engenheiros), o seu espectro de acção profissional, demasiado largo por natureza, poderá acabar por diluir-se irreversivelmente. A questão podia colocar-se hoje, prosaicamente, da seguinte forma: existirá actualmente algum domínio de actividade, ou acto formal de engenharia, que esteja legalmente ou do ponto de vista prático apenas reservado à Engenharia do Ambiente? O facto é que a excessiva hibridização disciplinar evidenciada em estudos recentes [e.g. Lameira et al., 2006], tal como a crescente redundância ao nível das áreas de investigação, a crescente mobilidade profissional, ou os problemas relacionados com a transição dos antigos cursos para o regime de Bolonha, prometem desafiar, não somente a Engenharia do Ambiente, mas a totalidade das disciplinas de engenharia. Do lado das oportunidade, merece ser realçado aquilo que é comum aos avanços mais recentes em matéria tecnologias da informação, ciência dos materiais, biotecnologia, engenharia da energia, toxicologia, entre outras: a sua convergência à escala dos átomos e das moléculas, que se designou genericamente de nanotecnologia. Esta nanoconvergência fornece não só uma comunidade de propósitos ao nível da Engenharia do Ambiente, com enorme potencial, como uma linguagem científica comum que, de baixo para cima, de certo modo reconstitui a unidade epistemológica essencial da Physis grega [Bettencourt, 2007]. E sugere subliminarmente uma solução para aquilo que parece ser a persistente dificuldade das sociedades aspirantes à sustentabilidade: o porem em prática, na sua verdadeira acepção, o chamado “princípio da integração”.

REFERÊNCIAS
Bettencourt, A. 2007. A questão do ambiente e ensino da sua ciência. Actas do Encontro Luso-Angolano em Ciências doAmbiente/II Congresso Nacional de Ciências do Ambiente, Èvora: Universidade de Évora.
Beck, U. Risk society: towards a new modernity. Londres: Sage, 1992
Finch, J. K. 1961. Engineering and science: a historical review and appraisal. Technology and Culture, 2, 318-32.
Frodeman, R. Mitcham, C. & Sacks, A.B. 2001. Science, Technology, and Society Newsletter, 126-127: 1-5.
Klein, J.T. Crossing boundaries: knowledge, disciplinarities, and interdisciplinarities. Charlottsville: University of Virginia Press, 1999
Lameira, S. (coord.) et al. – O sector do ambiente em Portugal. Lisboa: Instituto para a Inovação na Formação (INOFOR), 2006
Ortega y Gasset, J. A rebelião das massas. Lisboa: Relógio D'Água editores, 1998 (1930)
Borgmann, Albert. Holding on to reality: the nature of information at the turn of the millennium. Chicago: University of Chicago Press, 1999.
Orr, D.W. Earth in mind: on education, environment, and the human prospect. Washington: Island Press, 2004
Popper, K. Conjecturas e refutações. Coimbra: Almedina, 2003
Rodrigues, V.J. Desenvolvimento sustentável: uma introdução crítica. Parede: Principia, 2009
Sassower, R. Cultural collisions: postmodern technoscience. New York: Routledge, 1995
Soulé, Michael E. & Daniel Press. 1998. What is environmental studies?" Bioscience, 48 (5): 397-405.
Tisdell, C. Economics of environmental conservation. Amsterdam: Elsevier Science Publishers, 1991

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Instituto de Defesa Nacional - Colóquio sobre Ambiente, Ordenamento do Território e Defesa Nacional

 (carregue sobre a imagem para ampliar)



Fui gentilmente convidado pelo Exmo. Sr. Director do Instituto de Defesa Nacional (IDN), Major-General Vítor Daniel Rodrigues Viana, para participar como orador num Colóquio sobre Ambiente, Ordenamento do Território e Defesa Nacional, a ter lugar no próximo dia 1 de Fevereiro, pelas 10 horas, no Auditório do IDN, na Calçada das Necessidades, 5, em Lisboa. Aceitei com muito gosto, e aproveito para convidar todos os habituais frequentadores deste espaço, e em particular os alunos de Engenharia do Ambiente da ULHT, a estarem presentes. O tema é interessantíssimo e a entrada é livre. As inscrições devem ser feitas online, aqui:


sábado, 11 de dezembro de 2010

Campus de Lisboa da Lusófona mais Ecológico!


Foto: Patrícia Nobre da Costa, 2010

Sob o sugestivo título "The World is not an Ashtray!", e perante uma plateia de docentes universitários, entre os quais os professores Thomas Azwell e Ryan Carney, da Universidade da Califórnia, Berkeley; colegas de vários cursos, imprensa e membros da administração da Universidade Lusófona, os alunos de Engenharia do Ambiente da ULHT que participaram no Curso Avançado de Empreendedorismo Ambiental, apresentaram, no passado dia 10 de Dezembro, no Auditório Pessoa Vaz da Universidade Lusófona, a sua ideia/projecto para um mundo mais livre das perigosas beatas de cigarro, cujos efeitos ecológicos e ambientais tão bem explicaram na sua conferência, mostrando que este não é de forma nenhuma um problema ambiental menor ou acessório. À medida que as intervenções do grupo se iam sucedendo, mostrando o estado actual do conhecimento científico sobre o tema, ia crescendo na audiência a sensação óbvia de se estar perante algo que importa rapidamente corrigir. Quando circularam pela plateia as garrafas de água contaminada por beatas, mais ninguém pareceu ter dúvidas sobre o enorme poder contaminante desse resíduo que a sociedade, infelizmente, ainda tende a minimizar. Os alunos mostraram ainda alguns resultados das experiências de lixiviação em curso realizadas em laboratório, e que permitem quantificar, e pôr em evidência, o franco poder ecotóxico das pontas de cigarro.

Foto: Patrícia Nobre da Costa, 2010

Tratando-se de estudantes de engenharia, o seu objectivo é o de encontrar soluções para a sociedade, soluções essas que se pretendem eficazes, socialmente aceitáveis e economicamente viáveis. E foi por isso de soluções que também falaram nesta conferência, mostrando o exemplo que querem dar à sociedade a partir do seu Campus, no Campo Grande, que pretendem tornar o primeiro campus universitário em Portugal livre da contaminação por beatas de cigarro. Os dados apresentados relativamente ao inquérito que fizeram a cerca de 250 utentes do Campus, bem como à situação actual deste em termos de risco contaminação por beatas de cigarro e de equipamento existente (ou ausente) permitem desde já fundamentar algumas decisões importantes, nomeadamente quanto à localização, quantidade e tipologia dos cinzeiros existentes e necessários futuramente. Segue-se a implementação de um programa inovador e continuado de sensibilização de todos aqueles que diariamente o frequentam, e que são hoje mais de uma dezena de milhar entre alunos, professores, investigadores e funcionários. Sobre esta ideia/projecto tão bem fundamentada e apresentada, só me resta, por agora, dizer duas coisas: muitos parabéns! e força! Estaremos cá para vos dar todo apoio que sem dúvida merecem, e que necessitam para desenvolver e divulgar este que promete ser um grande projecto ambiental!

Foto: Patrícia Nobre da Costa, 2010

Este texto foi publicado no Jornal Internacional Notícias Lusófonas, que convido desde já todos a lerem e a seguirem com toda a atenção!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Petro-Inocência Ambientalista / The Environmentalist Oil-innocence

Fonte: Imagem picada aqui

Uma reflexão que fiz aqui, e que me apraz partilhar convosco, sobre a inocência ambientalista em relação à nossa dependência do petróleo.


The environmentalist oil-innocence
by Valdemar J. Rodrigues
vjrodrigues65@sapo.pt
The exploration and use by man of fossil fuels is, according to the dominant scientific paradigm, the causa causarum of global warming. Furthermore, off-shore oil exploration and transportation of oil by sea are activities with significant environmental impact, in the origin of some ecological disasters that human memory will hardly forget. In addition to environmental damage, such disasters often pose to society a heavy account of social and economic damage. The economic accounting of such damages, we must concede, it is very difficult to perform, since it involves ethical issues that lie outside the usual domain of economic science. In the recent oil spill in the Gulf of Mexico, caused by the explosion at BP's Deepwater Horizom oil platform, we again saw how such incidents are difficult to value from a monetary perspective. What would be the fair value to be paid by BP to offset society for caused damages? Each head would respond with its sentence, and with plenty of reasons to do so: the monetary value we attach to environmental goods will always depend on a huge amount of social, cultural, and political factors. Ultimately, such value is just a mere indicator of the moral condition of man at a given time, and in a given situation. Besides, in which currency should we report such a value? And which guarantees of stability should we require to that currency? - These are but examples of the many and legitimate questions that can be asked with this regard.
Some environmental experts, however, find consensus on one thing: the price of oil is too low compared to what it should be if the environmental and social costs of its life cycle were properly taken into account. Here comes the first act of environmentalist innocence: the failure in recognizing the trap that underlies the acceptance that nature may have a monetary value, and that such is fundamentally a good thing. Unconsciously, environmentalists admit that nature can be submitted to the randomness of capital accumulation/destruction cycles that characterize capitalist economies. But like many environmentalists, I believe that nature as a whole simply has no cash value, being the same rule valid to all its parts. Only in that sense I understand that nature goods such as oil, once extinguished, simply cannot be replenished or replaced. If nature is for sale, it could only benefit from such a destiny if investors on “environmental capital” were gods, or at least supermen capable to convince us that they would protect it and maintain it endlessly, something that is definitely far from being a reasonable expectation. We should remember what has happened, and still happens, with national economies whenever they are exposed to currency speculation. We should also remember the arguments used by European politicians whenever they make recommendations to small (and peripheral) eurozone economies such as the Portuguese one. In their discourse there is always a stressing remark on the erratic and potentially speculative nature of financial markets. Many environmentalists, by accepting inadvertently the idea of monetary valuation of nature, they actually deny its main source of strenght and identity: the idea of intrinsic value of nature, so well defended by the founding fathers of modern environmental ethics, such as Henry Thoreau, John Muir and Aldo Leopold.
The second act of environmentalist innocence stems in part from the first: most environmentalists claim that an increase in the price of oil would decrease global greenhouse gas emissions, since that would mean less demand from the current millions of direct and indirect consumers of oil products. But environmentalists, here as elsewhere, tend to minimize, or ignore, the supply-side effects of such a claim. For example, the effect of legitimating new (or aggravated) environmental taxes and charges by the local governments, which makes their states still more dependent on oil to finance their policies; or the more prosaic effect that, in the peculiar market of oil products, such a claim might pose, in terms of additional pressure for the rising of prices. That might lead to the artificial increase of oil prices, beyond what would be the normal increase due to the perception, by economic agents, of the growing scarcity of oil resources. This situation can stimulate companies to explore oil zones that formerly were not economically feasible, thus diverting (and delaying) its investments that, otherwise, could be applied more broadly, and more rapidly, in more sustainable forms of energy. Such consequences might mean in practice the extension of our global economic dependence on oil, and less preparedness of societies to change, which means probably more poverty and less development, namely in poorer countries. I am sure that that's not definitely what environmentalists want.
Therefore, I think it is important that environmentalists pay some attention to the supply-side of oil chain. Key issues must be scrutinized, such as the tolerance, and even blind desire, with which many governments face the possibility of starting new oil explorations in their territories. That seems to me inconsistent with the prevailing discourse of global warming prevention, as well as with the practice of subsidize clean energy projects, some of which involving huge amounts of public resources. For instance, it is deafening the environmentalist and political silence about the first exploration of oil in the Portuguese territory, whose drilling works were announced for the spring of 2011 by the american company Mohave Oil & Gas. Above all, I sincerely hope that worldwide environmentalist community can understand more deeply the larger consequences of its discourse, something that may be decisive for the future credibility of its campaigns and actions for the environment. It is also worth to notice the paradox of many political discourses on renewable energies and carbon zero emissions, once confronted with the reality of public budgets dependence on oil. We must keep ourselves awake during what it seems to be the long and painful journey to sustainability.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um Monumento Natural de Grande Beleza Cujo Processo de Reclassificação Exige Intervenção em Conformidade e Gestão Adequada

(carregue para exlorar no Google Maps)


Convido todos a conhecerem um monumento natural de grande beleza e importância ecológica, situado no concelho da Nazaré, classificado desde 1979, e cujo processo de reclassificação como Monumento Natural de Âmbito Nacional está presentemente em curso, encontrando-se em fase de Consulta Pública. Nesse contexto, e dando cumprimento às minhas obrigações cívicas, fui convidado e aceitei em participar na Sessão Pública que irá ter lugar no próximo dia 3 de Dezembro de 2010, a partir das 14:30, no Salão Mar Alto, na Nazaré, com o seguinte Programa:

14:30 - Sessão de Abertura
Engº Rui Remígio, Movimento de Cidadania, Património e Desenvolvimento da Nazaré

MONTE DE SÃO BARTOLOMEU (OU DE SÃO BRÁS) - PATRIMÓNIO NATURAL NACIONAL

A Geologia, Prof. Jorge Dinis, Universidade de Coimbra
A Botânica, Profª Fátima Sales, Universidade de Coimbra
A História e a Religiosidade, Sr. Júlio Almeida, MCPDN
O Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável, Prof. Valdemar Rodrigues, Universidade Lusófona

15:15 - Debate
15:45 - Intervalo

16:15 - A GESTÃO DO MONTE DE S. BARTOLOMEU

Engº Rui Remígio, MCPDN

Sr. Luís Pinto

Arqtª Sónia Romão

Arqtº Ricardo Roçadas

17:00 Debate

17:30 Encerramento



Veja-se ainda a notícia do Jornal Região da Nazaré sobre o encontro.

A pedido do MCPDN elaborei, a título individual, um Parecer sobre o assunto, que partilho aqui com todos os interessados. Foi neste parecer que baseei a minha intervenção na sessão pública do dia 3 de Dezembro de 2010.  A referência é a seguinte:

Rodrigues, Valdemar J. (2010) - Situação Ambiental Actual e Perspectivas Futuras para a Gestão Sustentável do Monte de São Bartolomeu - Nazaré. Parecer elaborado para o Movimento de Cidadania, Património e Desenvolvimento da Nazaré, 21 de Novembro de 2010.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Do emprego verde ao empreendedorismo ambiental, rumo a uma sociedade sustentável


A citação do artigo é:

Rodrigues, V.J. (2010) - Do emprego verde ao empreendedorismo ambiental, rumo a uma sociedade sustentável. Newsletter do SACEE – Serviço de Apoio à Criação de Emprego e Estágios da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Ed. Novembro de 2010.

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Entre algumas publicações que estão disponíveis neste blogue, listo seguidamente o conjunto de publicações de que sou co-autor sobre a temática do ambiente e do emprego:

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1997). Os Empregos Verdes no Concelho de Góis. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1998). Os Empregos Verdes no Concelho de Chaves. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1998). Os Empregos Verdes no Concelho de Tavira. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J. & Ramos, T.B. (1998). Ambiente e Emprego. Estudo elaborado pelo CIDEC (Centro Interdisciplinar de Estudos Económicos) para o Instituto do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1999). Os Empregos Verdes no Concelho de Moura e
Mourão. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V., Ramos, T.B, Direitinho, F. (2000). Guia para a Criação de “Empregos Verdes” a Nível Local. Editado pela Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional. ISBN – 972-8312-28-8. Lisboa.

Martins, A. (coord.), (2006). O sector do Ambiente em Portugal. Estudo elaborado pelo CEEETA para o Instituto para a Qualidade na Formação (IQF), Colecção Estudos Sectoriais, nº30, Lisboa.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Conferência FUTURAMB e Lançamento de Livro de Nelson Lourenço sobre Vermicompostagem, dia 23 de Novembro, pelas 18 horas, na Universidade Lusófona

(carregue sobre a imagem para ampliar)

O Engº Nelson Lourenço - que foi meu aluno de Engenharia do Ambiente na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e é actualmente um empreendedor qualificado na área da Gestão Sustentável de Recursos (através da FUTURAMB, uma empresa nacional especializada em Vermicompostagem) - vai regressar no próximo dia 23 de Novembro de 2010 à Universidade, desta vez na qualidade de palestrante, para dar uma Conferência sobre Vermicompostagem, que consiste «[...] numa tecnologia de tratamento e valorização controlada da fracção orgânica dos resíduos quando devidamente estabilizados, contribuindo, a título de exemplo, para a redução de resíduos orgânicos a depositar em Aterro e para o aumento dos níveis de matéria orgânica no solo.»

Na sequência desta conferência será feito o lançamento do seu livro intitulado: "Vermicompostagem - Gestão de Resíduos Orgânicos", um livro técnico que será de extrema utilidade, não só para técnicos e Engenhairos, mas também para todos os interessados em desenvolver projectos nesta área ambiental. Convido pois todos a participarem neste evento, (a entrada é livre mas convém fazer marcação junto do Secretariado: engº Luís Pereira, e-mail: sec.ambiente@ulusofona.pt) de forma a conhecerem melhor os fundamentos desta tecnologia de tratamento de resíduos, e a trocarem com o autor impressões e dúvidas que mais tarde poderão ser de grande utilidade na vida profissional.

Conferência "O Derrame de Petróleo no Golfo do México na sequência da explosão da Plataforma Deepwater Horizon, da BP", dia 30 de Novembro na ULHT

Convido todos os interessados a participarem nesta importante Conferência, promovida pela Direcção do Curso de Engenharia do Ambiente da ULHT, e que terá lugar no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona em Lisboa, entre as 18 e as 21 horas do próximo dia 30 de Novembro de 2010.

Fica a descição do evento:

A 25 de Abril de 2010 a Plataforma petrolífera Deepwater Horizon explodiu no Golfo do México, originando aquele que é considerado o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos. da América O governo americano estima que aproximadamente 4,9 milhões de barris de petróleo (o equivalente a cerca de 780 milhões de litros de crude) tenham sido derramados nas águas do Golfo num período de pouco mais de três meses após o acidente.

O cientista do ambiente Thomas Azwell, da Universidade da California, Berkeley, que integra a equipa de especialistas encarregue de elaborar um relatório do acidente a pedido do Presidente Barack Obama, será o orador principal desta Conferência, onde discutirá os aspectos ambientais relacionados com o derrame de petróleo, apresentando uma revisão crítica do esforço de resposta ao acidente e das tecnologias envolvidas, incluindo o uso de dispersantes químicos, queima in situ, barreiras de contenção e absorventes, booms, escumadores (oil skimmers) e pás, utilizadas para a limpeza manual das praias. Embora cada uma das tecnologias contribua a seu modo para a limpeza, existem tradeoffs, quer positivos quer negativos, que devem ser considerados. As questões relacionadas com a eficácia e com o impacte ambiental destas tecnologias necessitam de ser devidamente equacionadas.

Conferência: 30 de Novembro de 2010, a partir das 18 horas, Auditório Agostinho da Silva

Inscrições e informações:
Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais
Departamento de Engenharia do Ambiente
Engº Luís Pereira
e-mail: sec.ambiente@ulusofona.pt
Tel. +351-21-7515500 - ext. 2290
Data limite de inscrições: 26 de Novembro de 2010
Para mais ingformações sobre estes e outros eventos, consulte a agenda de eventos da ULHT