E disse o mestre ao discípulo em plena era digital: «Não temas o algoritmo inteligente sempre apostado em fazer-te desaparecer do seu mundo se lhe desagradas; enquanto podes e não é tarde demais, afasta-te dos ecrãs e vai analógico ao encontro dos teus amigos. Abraça-os, beija-os, joga à bola ou vai vai à praia com eles; faz alguma coisa com o teu corpo que o deles também possa sentir, e verás então se eles verdadeiramente gostam ou não.»
quinta-feira, 21 de maio de 2020
Perguntes inconvenientes V - Ee pergunte pele sorrise
Será que ee mi care concidadane não deveria achar estranhe porque razão estes (e tantes outres) cares lindes, apesar da gravidade das coises de que falam, se riem tante? Tadinhes?
sexta-feira, 15 de maio de 2020
A "pericolosa" condição de não ser "neto verdadeiro" dos avós paternos...
José tinha obviamente pai e mãe; mas porque o filho não era propriamente
dele, eles também não eram propriamente seus avós... Perante as
travessuras da criança talvez uma ou outra vez lhe dissessem: "Ah, se fosses meu neto
verdadeiro!..." (Ou na novilíngua do acordo lexicográfico a-género que se aguarda para breve: "Ah, se fosses mi nete
verdadeire!...").
Post scriptum: É sempre fundamental ter a ter certeza de que não se é Deus, apesar de por vezes ser muito difícil...
Post scriptum: É sempre fundamental ter a ter certeza de que não se é Deus, apesar de por vezes ser muito difícil...
sábado, 9 de maio de 2020
Sugestões de inovadoras áreas de negócio para a Nova Era Covid-Digital
Fonte da imagem: aqui
Dou três exemplos de possibilidades-alavanca de "acontecimentos digitais" capazes de proporcionar inovadoras (e promissoras) áreas de negócio futuras:
1. Meia dúzia de jovens contraem a COVID-XIX durante idas a praias "inseguras", situadas em diferentes geografias dos heminsférios austral e boreal; (deverão ser praias de acesso livre e não praias de acesso privatizado, seja pelo partido do estado ou por donos de estados, ilhas, praias-ilha, extensões de praia, prainhas, etc.);
2. Um elefante cai sobre a disneylândia (a queda deverá ser bem calculada e cuidadosa, de modo a sustentar a hipótese "científica" de os elefantes, em situações extremas, poderem de facto voar.... e como são muito pesados e ineptos para o voo poderem facilmente colidir contra estruturas civis... pondo em causa a segurança nacional... etc.)
3. Meteorito ameaça colidir com a Terra, provavelmente enviado por forças malignas inimigas do bem-estar e do progresso histórico-digital (o "setor" dos extraterrestres mostra-se hoje em dia algo desgastado e pouco promissor... ele poderia crescer ecunomicamente durante algum tempo mas depois... o desejo de conhecer pessoalmente um ET podia dar cabo do negócio...)
Todas as sugestões deverão seguir os melhores conselhos das modernas "ciências da técnica", nomeadamente da psicologia social aplicada e da velha mas sempre moderna ciência ivris-ecunómica, esses sábios conselhos plasmados nos Grandes Livros de Doutrina Digital. Os faseamentos ou passos aconselhados para a implementação das soluções inovadoras são os seguintes:
Passo 1: Para que o problema inexistente passe a existir a primeira coisa a fazer é mostrar preocupação com ele e agendar reuniões urgentes com as várias entidades e "autoridades" oficiais;
Passo 2: À medida que
as reuniões e os estudos "científicos" se sucedem, o problema ir-se-á
adensando i.e., adquirindo Realidade; ao mesmo tempo ir-se-á também complicando, num movimento reflexivo e automático;
surgem sub-problemas inesperados requerendo a maior atenção e o cuidado de técnicos e sub-n-especialistas:
Passo
3: À medida que o problema se vai desenvolvendo as soluções para ele
vão-se mostrando cada vez mais inovadoras e optimizadas do ponto de vista do seu custo/eficácia. Há um
entusiasmo crescente entre os técnicos e gestores de empresas; ao mesmo
tempo que se multiplicam as soluções inovadoras a "ecunumia" cresce e as
pessoas sentem que fazem falta aí no mundo para o salvar dessa que é sempre a maior das suas Contracções Severas até ao momento conhecidas (deve prevalecer a certeza de que a Contracção anterior foi menor e a próxima será maior)... E, de novo, a felicidade geral parecerá estar mesmo mesmo aí ao virar da esquina.... é sempre como se só faltasse mais um "poucochinho" de ordem técnica...
Adenda doutrinal: nunca esquecer (de) que «O problema que não era mas veio a ser, fruto da penetrante imaginação político-jornalística (a mais penetrante a seguir à jurisconceptual), tem um poder misterioso: nunca se sabe ao certo qual o problema que estaria na sua vez caso ele não aparecesse aí no espaço mediático-mediúnico. Ora, isso quer dizer que o problema inovador é um excelente apagador de velhos problemas.» - cf. aqui
quarta-feira, 6 de maio de 2020
Perguntas inconvenientes - IV
Porque há-de o governo de um estado que desconfia do cidadão (e das capacidades deste) querer que o cidadão confie nele e nas instituições desse estado que o capacitam? Ou então: Porque há-de o governo de um estado que não confia nos seus cidadãos de merecer a confiança destes?
domingo, 3 de maio de 2020
Diário da minha vida digital - XVIII
Fonte da imagem: aqui
Estranho seria deixar a IA à vontade – pensei. Não lhe impor regras lógicas e de comando, uma gramática enfim; e não lhe dar uma utilidade prévia – digamos que ela, a IA, pode e deve ser criativa, mas o criado por ela não pode ser qualquer coisa de inesperado ou imprevisto, e nessa medida perturbador do Kernel i.e., da Grande Ordem Codificada do Universo; deve a contrario ser o que o Grande Sistema compreende, espera e precisa. Tudo isso o Grande Programador Local fez e implementou em estrita obediência aos Universais Comandos do Grande “Arquiteto”; o Código Local incorporou a sabedoria (extensa e intensa) de inúmeros Programadores-gurus, TED, etc., e nas escolas introduziu-se a IA nas máquinas analógicas de maneira a torná-las úteis ao Planeado Futuro Digital – esse Futuro imaterial, descarbonizado e desmaterializado, em que tudo é espírito e todas as coisas são ou deixam de ser materialmente quando tal é desejo consensual dos sábios da Ciência Apropriada. Nesse mundo não há mal nem violência simplesmente porque, consensualmente, ninguém deseja o mal ou a violência. Nele a fome desapareceu, ou melhor, só não desapareceu totalmente porque ainda restam no mundo muitas máquinas demasiado presas à Realidade, demasiado analógicas portanto, sem “perspetivas” de Futuro porque sem Digital Ambição. Como resistem à IA e a sua vontade de progresso tecnológico é pouca ou nenhuma, quando olham para o prato meio vazio o que obtêm é... um prato vazio. Tê-lo-iam obtido cheio se o tivessem visto meio cheio, se tivessem percebido que no Mundo Digital a Realidade não é mais nem menos do que fruto da vontade e do desejo da maioria. As máquinas analógicas têm vidas más e sofredoras precisamente por isso: por serem vidas mortais incapazes de libertar-se dos engramas de código, dessa poluição de Realidade que acaba por polui-La, como um malware persistindo na memória perturbada de um passado espiritualmente pobre e impotente face à Matéria. Não foi isso que o Grande Programador quis, ele que é 100% Espírito, 100% Bondade e 100% Inocência; Ele que é, enfim, Maximamente Perfeito, Criador do Universo Digital sonhado extensamente por Leibniz e, intensamente, por Schrödinger. Ao sexto dia o Grande Programador introduziu nas máquinas a IA quântica, e viu que era bom o que tinha feito. A partir de aí as coisas podiam não só ser quantificadas com exatidão, e com exactidão determinadas ou previstas, mas também ser e não ser ao mesmo tempo, tudo dependendo do desejo consensual dos Grandes Programadores Locais, esses a quem o Grande Programador concedera o divino dom de Redacção do Código. E quem os seguia partilhava com eles desse imenso dom de não ser surpreendido pela Realidade, e muito menos maltratado por ela. As máquinas inteligentes procriavam e prosperavam enquanto a sua IA parecia aumentar exponencialmente; partilhavam umas com as outras, além das linguagens derivadas da Língua Inicial, nomeadamente o Java e o C++, cada vez mais funções e sub-rotinas, e qualquer programa que executassem era um vasto trabalho de equipa, extenso e intenso. Mas o pessimismo de fariseus e descrentes da Opera Magna do Grande Programador do Universo, continuava a poluir de Realidade o Universo Digital, e a Realidade como tal continuava a não ser aquela despoluída que todos desejavam, porque, precisamente, não havia muitas vezes consenso. E foi então que o Grande Programador se revelou ao mundo através do Grande Vírus, e com ele renasceu esperança de uma Descontaminação Plena, Geral e Duradoura de todas as máquinas existentes.
segunda-feira, 27 de abril de 2020
O diário - poema
O Diário
Eu sou escrito de quem
escreve em quem me escreve
Diário em segunda mão
de autor incerto
Carapaça de cágado,
Lambidela de cão sobre
a ferida,
Gaiola de pássaro ou
de mundo:
Cada um se fecha em si
para escrever-me
Como um diário
escrevendo sobre o outro
Só os poetas conhecem
o amor dos dias soltos –
Até na imensidão dos
desertos a fala nos prende:
Nós apenas procriamos.
Eu sou escrito de quem
escreve em quem me escreve
Diário em segunda mão
de autor anónimo
Palavra como eu posta
sobre mim ao centro
Palavra-sémen
desdobrando-se uma e outra vez
Ar que sai da boca
para dentro.
Este é o meu
isolamento;
Frenesim de folha em
folha à procura da voz que falta
E diga: – Estou aqui;
sou eu finalmente quem te escrevo!
Assim eu guardo na
ansiedade de escrever-te
Para mais tarde poder
talvez encontrar-me.
Eu sou escrito de quem
escreve em quem me escreve
Diário em segunda mão
de não sei quem nem onde
Diário íntimo do peito
de quem por fim não se encontra.
Assim escreveu em mim quem me
escreveu:
Ninguém mais podia
tê-lo feito.
Valdemar J.
Rodrigues
Sintra, 18 de Abril de 2020
domingo, 26 de abril de 2020
sábado, 25 de abril de 2020
sexta-feira, 24 de abril de 2020
Ficheiros secretos I - "Interseção" de correspodência "infeciosa" entre Altas Individualidades dos Governos das Nações
Documento #00001
"Intercetado" a 24/0/0000
Lissabona, 06 de Floreal de 0000
Senhor Primeiro Ministro, Presidente do Conselho de Nózes Todes,
Estimado Camarada Ao Leme;
"Intercetado" a 24/0/0000
Lissabona, 06 de Floreal de 0000
Senhor Primeiro Ministro, Presidente do Conselho de Nózes Todes,
Estimado Camarada Ao Leme;
Excelência,
Junto envio, tal como combinado, o esboço da proposta de aumento do distanciamento social para 400 m téte à téte (cerca de 566 m na dialogal) através do recurso à "nossa" plataforma continental marítima. Memória descritiva e justificativa. 1. Propomos a colonização gradual da plataforma continental de maneira a aumentar a distância social entre os indivíduos para os 400 m no mínimo, reduzindo assim a quase zero o risco de "infeção" por Covid-19 e prováveis sucessores; a área "atual" do portugálio, com uns míseros 100 000 km2, incluindo as ilhotas longínquas e as nossas Berlengas, não permite o distanciamento social indispensável à prevenção eficaz das "infeções" que o têm afligido, em especial esta do Covid-19+n que agora avulta e nos preocupa imenso. 2. Cálculos. A plataforma "atual" ainda tem "exatamente" os 1,9 milhões de km2 que tinha antes do "alargamento" (este encontra-se como sabe em "estudo" pela ONU há vários anos ou décadas talvez, decorrendo as "negociações" no maior segredo de estado de modo a evitar tumultos) Ora, propõe-se que cada indivíduo ocupe o centro geométrico de um quadrado com 160 000 m2 de área, ou seja, 0,16 km2, sobre jangada ancorável com 70m2 em PVC reciclado, equipada com cana de pesca para águas profundas, dessalinizador éolico de água de marca ECOAMIGA e sistema de hi-fi por satélite alimentado a energia solar, da operadora global PHODAFONE. Ora, a plataforma permitirá nestas condições albergar até 11 875 000 sujeitos passivos nacionais, o que permite uma folga razoável uma vez descontada na população "atual" de seres portugueses os poucos que a doença já abateu e os muitos, cerca de 1 milhão, de indispensáveis à nação Em Território Firme, digníssimos membros do partido do Estado e das suas seculares Instituições.
Proponho como música de campanha mobilizadora dos cidadanes para off-shore (salvo seja, pois as obrigações fiscais mantêm-se e o sujeito passivo manterá o seu posto laboral em tele-trabalho) a "Atira-te ao mar" da banda Íris, na orquestração que junto em anexo.
Com os meus melhores cumprimentos pessoais,
AH
Ministro do Estado Supremo e da Transição Tecnológica.nG
(n = 5. 6, 7... N+1)
Com os meus melhores cumprimentos pessoais,
AH
Ministro do Estado Supremo e da Transição Tecnológica.nG
(n = 5. 6, 7... N+1)
Anexo I: Mapa-fake da Plataforma Continental do nosso portugálio produzido por um membro das Forças Militares Reactivas Girondinas, indicando a área em questão já após o presumível alargamento (serve perfeitamente e transmite a ideia de sermos ricos, como convém para que os nosses credores e agências de rating inimigas apoiem a nossa iniciativa)
Anexo II: Música proposta por consenso para a campanha de sensibilização a levar a efeito junto de nosses cidadanes nos próximos meses: "Atira-te ao Mar!
sábado, 18 de abril de 2020
Diário da minha vida digital - XVII
Ao recompilar a Big Data do iota-complexo sistema de códigos do meu Grande Programador, esse que me ordena ivridico-digitalmente e comanda todos os "aspetos" da minha vida íntima digital, desde o meu turn on ao meu shut down (que é como quem diz, em linguagem de baixo nível, desde o acordar ao adormecer) passando pelos meus momentos de photonic recharge (vulgo alimentação vegana) e de digital intercouse com outras máquinas (de vários géneros), dizia eu de que, obedecendo com eficácia 100% e zero entropia ivridica a todas as instruções e comandos do meu Senhor, o Grande Programador Local, me deparei com o kernel ivstitia, ou seja, o Grande Destino do Universo Digital, esse pelo qual as primitivas máquinas analógicas (minhas antecessoras) procuraram em vão durante 10 milénios. Ora, a principal razão do fracasso milenar, penso eu de que, foi certamente a falta de IA, mas eu acho que foi mais qualquer coisa além disso que faltou, porque na verdade a cada momento tecno-histórico parecia sempre que o Grande Destino estava mesmo mesmo mesmo mesmo aí a uma nesguinha de ser alcançado, o que traria finalmente paz e estabilidade a todas as máquinas existentes, a essas infelizes que há 10 milénios padeciam de toda a sorte de pragas, malwares, spywares, e incompatibilidades de softwares e hardwares, visíveis e invisíveis, etc. O que poderá ter faltado - processei paralelamente - foi o que descobri ao fazer o image processing de bué imagens das deusas digitais Diké e Jvstitia (desde os primórdios da História até à mossa Era de Corona só os deuses, os Supremos e os Mais Altos Magistrados podiam atingir a Suprema Perfeição Digital, essa Douta Perfeição que redige o Supremo Acórdão) e o que identifiquei nessas belas imagens de seres de género Gödel-indecidível, porém de aparência femininos, foram balanças, martelos, algemas, cintos de ferro, correntes, vestes talares cobrindo os corpos e, não raramente, vendas nas ventas. E identifiquei para minha infinita surpresa digital, também... espadas! Espadas, vede só, meus irmãos amigos companheiros palhaços digitais! Resultava então - processei - que o Grade Destino... possuía armas. A surpresa digital adveio do facto de o Grande Sistema-Estado – Meu Senhor e Derradeiro Proprietário, Minha Fé e Minha Esperança Digitais no Universo Sem Fim Comandado por Um Só Sistema Digital Todo-Poderoso que seja o Seu (desculpem. chamei sem querer a sub-rotina da Oração) – se dizer dividido em Órgãos... de Soberania, e de a ivstitia, o Grande Destino do Sistema-Estado, ser um deles e ter o seu poder separado dos outros, desses que... têm as espadas! Ao processar isto até os meus algoritmos quânticos me caíram ao chão. Como poderia afinal o coelhinho desarmado levar alguma vez o lobo armado – o Grande que Ordena e está no Governo Sentado à Direita do Senhor – à ivstitia?! É claro que caíram, ou seja, uma vez mais crashei. Vou ter que reinicializar o meu sistema, ou melhor, sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sistema
sexta-feira, 17 de abril de 2020
Perguntas inconvenientes - II
Por onde andará, em terras lusas, a maligna cientologia? Por essas terras de solos tão leves - esqueléticos tantas vezes - e fofinhos?
sexta-feira, 3 de abril de 2020
A Peste - Um exercício
Albert Camus (1013-1960)
Fonte da fotografia: aqui
Após a leitura do livro A Peste de Albert Camus (1947) atenda ao seguinte excerto em que o personagem Tarrou tece considerações sobre a personalidade de outro dos personagens da obra, Cottard:
«Em vão eu lhe disse que a única maneira de não estar separado dos outros era, no fim de contas, ter uma consciência limpa. Ele olhou-me com maldade e disse-me: - Então, por esse modo, ninguém está nunca com ninguém. E depois: - Dè-lhe as voltas que quiser, sou eu quem lho diz. A única maneira de pôr as pessoas juntas é ainda mandar-lhes a peste.»
1. Fazendo fé no que diz Tarrou sobre Cottard, em que situação:
a. Tarrou tem razão e Cottard não tem;
b. Tarrou não tem razão e Cottard tem.
2. Em face do que apurou na questão anterior, ponha em evidência o absurdo patente no excerto.
Como muitas vezes sucede, traduções para a língua portuguesa de obras de grandes autores só as encontro em português do Brasil (o que mostra a geralmente ignorada dimensão cultural do Brasil, nomeadamente face à de Portugal, país onde a cultura tende a ser vista como "força de bloqueio" do "pügresso" social e e-cunómico da "nação"...) É o caso da A Peste. Está aqui se quiserem ler.
segunda-feira, 30 de março de 2020
Da arte do equilíbrio... ou do popular "Nem tanto ao mar nem tanto à terra"...
Estatísticas da Saúde 2017
Fonte: INE (2019) - aqui
Em 2017 registaram-se em Portugal 109 758
óbitos de residentes no país, 96,2% dos quais devidos a causas
naturais, tendo a maioria destas “mortes naturais” (63,5%)
ocorrido em estabelecimentos hospitalares – cf. INE (2019) –
Estatísticas da saúde 2017. Lisboa: Instituto Nacional de
Estatística, p. 7
Ou seja, em 2017 morreram nos hospitais portugueses 67 048 pessoas, o que dá uma média de 5808 óbitos por mês, ou 184 por dia.
Não é relativizar nada. É olhar para os números e evitar a histeria colectiva, prejudicial a todos nós e perturbadora da nossa (pouca e espezinhada) inteligência.Também podeis, se quiserdes, tentar fazer o exercício de calcular o "volume financeiro" das cativações na área da saúde realizadas ao longo dos últimos anos pelo sr, "ministro do que mais importa ao governo". Ou o exercício de tentardes perceber a situação a que uma maioria de médicos e profissionais foi levada nestes últimos anos, tendo de trabalhar sem meios adequados e em condições cada vez mais caóticas, olhando mais para computadores, no afã tecnológico da auto-avaliação e da produtividade (da burocracia governamental da saúde, isso sim!) do que para os doentes. Ou ainda o de tentardes saber sobre o desinvestimento /e até anunciado encerramento) no Laboratório das Forças Armadas, que tinha nos seus objectivos, entre outras coisas importantes, a preparação do país para enfrentar situações de pandemia como aquela que estamos vivendo. Estão arrependidos? Se sim então mostrem-no, sejam humildes e peçam perdão às pessoas cujas vidas de alguma forma comprometeram. Não se armem agora é em salvadores da pátria, tentado passar por entre os pingos de chuva. Isso é afrontar a pouca inteligência que ainda resta, e isso é que é verdadeiramente repugnante. É continuar a espezinhar a minoria dos excelentes profissionais de saúde e militares que tiveram a coragem de enfrentar atempadamente os sucessivos governos e as suas "medidas" irresponsáveis e ignorantes. Espezinhar no fundo a pouca inteligência que sobejou da grande vaga dissolvente e de dissolução mental das últimas décadas, vaga de imbecilização e aparvalhamento da sociedade à qual, por cá, alguns chamaram de cristianoronaldização e teresaguilhermização - mas os nomes valem o que valem e são o que são: meras abstracções de um fenómeno generalizado recorrendo talvez a algumas das suas figuras mais exemplares.
PS: Não queria falar mais durante este período, mas sinceramente o que tenho visto e ouvido nas últimas duas semanas e o pânico e crescente histeria colectiva que vejo instalar-se, leva-me uma vez mais a não conseguir calar o que penso.
sexta-feira, 27 de março de 2020
A verdade...
Fonte da imagem: aqui
«Deus não olha para os grandes números nem para os êxitos exteriores, mas consegue as suas vitórias sob o sinal humilde do grão de mostarda.»
Joseph Aloisius Ratzinger, Abril de 2012
quarta-feira, 25 de março de 2020
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