... a posição do chamado "governo" do Portugal em relação aos "vínculos laborais precários" (ou, em rigor, não-vínculos, e logo não-laborais) dos chamados "professores" do também chamado "ensino superior"...
Após décadas em que se aceitou a absurdidade jurídica do "trabalhador independente" e se achou normal haver universidades a funcionar sem trabalhadores - estou a falar, é claro, sobretudo das ditas "universidades privadas", tal como dos "privados" institutos - ou seja, décadas durante as quais ninguém viu, ou quis ver, o elefante que estava na sala, é normalíssimo que o "governo" faça o que faz, em particular que prioritariamente considere "trabalhadores" o chamado pessoal não docente. Era assim nos ditos "estabelecimentos de ensino", onde não havia na "realidade", i.e., de acordo com a verdade das verdades (a "verdade de estado" ou "jurídica"), "trabalhadores", apesar de toda a evidência demonstrativa do contrário. "Trabalhadores" eram apenas o pessoal auxiliar - secretariados, contínuos, seguranças, pessoal das limpezas, etc. - mas não da "universidade": o patrão era a empresa, ou seja, a "entidade instituidora" ou "titular" da "universidade" ou do instituto....
O acontecido dá razão ao proverbial "Colhemos aquilo que semeamos" ou, neste caso. aquilo em que consentimos que fosse semeado e, nesse exacto sentido, "ajudámos" a semear...
Agora, como diria o outro, agarrem-se ao pau e continuem mas é a pagar a quotazinha mensal ao "sindicato"... e todas as outras taxas e taxinhas à grande empresa-estado, à que se quer imortal, omnisciente, omnipresente, soberana, etc., tal qual a Google, o Facebook, a Mercedes, a Microsoft, etc.
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