domingo, 5 de março de 2023

Momento diário da gargalhada CXXVII - Saiba como redescobrir a roda... tornar-se de novo outra vez (!) "descobridor" do "descoberto" ao nível da mais alta genialidade desencobridora... ao nível de um Gama ou de um Cook, de um Euclides ou de um Muhammad ibn Musa al-Khwarizmi... veja aqui como fazer...

... a receita é simples, e não faltam bué exemplos da grandes "descobertas" do "encoberto", como este Navegar na Tempestade aqui bué recente... soberbamente redigido... com a autoridade intelectual só concedida aos "verdadeiros desencobridores" ...

Segue o receituário:

1. Encubre se puderes, ou não podendo, como é quase certo e garantido, junta-te a quem possa. Adere a grandes movimentos encobridores à escala internacional, e fá-lo convictamente pelo menos durante umas duas ou três décadas (o tempo suficiente para consolidares o teu inabalável prestígio, garantires as triunfais coroas de louros e uma posteridade conexa irrevogável, com o teu nome pespegado em bibliotecas, esquinas, auditórios universitários, centros de R&D, etc.); o movimento (ou movimentos) em causa devem asseverar que aquilo que muitos vêem ou tendem a ver não é bem assim; que está bué diferente para bué melhor ou simplesmente não está, desapareceu, è finito, ç'est fini, giace morto per sempre, irresuscitabile come il demone che il sommo bene ha ucciso, etc., junta-te ao coro e di-lo bem alto do que for humanamente excruciante, das guerras "más" ou da miséria humana, em especial nos "países ricos"; diga-o das ideologias, da luta de classes, do neoliberalismo, do nazismo, da imperfeição do direito internacional público e dos acordos de paz, desarmamento, Quioto, Genebra, Paris, Freixo de Espada à Cinta, etc., etc e di-lo até da própria história, que ela chegou ao fim com a "democracia libero-científica" e pronto, agora está feita, daqui já não sais sua porca... e canta... canta em coro sempre que possível (sempre que o mestre do coro for alguém "bom", cientificamente "credível", etc.)...belos cânticos patrióticos... "Heróis do mar,  etc."... "Sou benfi-ii-caetc."... e entoa nas ocasiões agendadas os empáticos slôganes "Abril sempre, fascismo nunca mais!", "O povo é quem mais ordena!", "O estado somo nós!", etc

2. Percebe então que trinta quarenta ou cinquenta anos depois, qualquer uma dessas coisas que ajudaste de alguma forma a encobrir  "cientificamente" está em condições de ser de novo descoberta, e vê: pode ser tu o finalista do concurso ao grande descobridor! Queres um exemplo? Aqui vai: os "doces conventuais", que após décadas de negação se descobriu serem afinal... convencionais... ou seja... "redescobriram-se" o que eram antes do "encobrimento" perpetrado por inúmeras municipalidades e autarcas empenhados na "promoção" da  "cultura local"... fica entretanto aberta a porta ao desencobrimento redescobridor de que afinal esses pastéis de Belém tão caros ao  "saudoso" Manuel Pinho-PIN não são de lá... digno de nóbele...

3. Redescobrir a roda dir-se-á. Da "sustentabilidade dolorosa"... se não mesmo criminosa dir-se-á... outro exemplo muito caro à e-cunumia nacional portugaliae...  de novo outra vez como sempre (!) para o bem da "humanidade boa". Daqui a nada vai "descobrir-se" o Seymour Lipset outra vez (!)... o gajo que em 1985 "avisava a malta" que a terapêutica do "crescimento zero" e do decrescimento em nome do 1/2 ambiente só podia dar em merda... em "lutas intensas nas quais os que controlam os recursos do poder , seja através da propriedade, do capital, ou do estado, terão uma vantagem considerável" (p. 350), Sem uma regionalização de facto; com governos, autarcas e empresários "bons", constantemente a olharem para o CEO à espera do helicóptero orçamental de dólares ou euros; a não desenvolverem a economia mas antes a atrofiá-la e a destruí-la com a ajuda desses "anjos do senhor" guardiões do milagre da fé monetária, um sistema financeiro com rédea solta e prebendas pornográficas...  e uma ivstitia ceguinha de todo... como historicamente convém ao bruto... desculpa cá Viriato, mas tu que já eras bem crescidinho e famoso nos tempos áureos do Prof. C. Silva, O Desindustrializador, tinhas obrigação de saber isso, mais que eu que além de mais novo não estudei filosofias sociais...por isso vai-te catar com essa treta das "Navegações tempestuosas"... a verdade é que estamos a morrer com esta merda toda que não se atacou quando e como devia ser, desviando biliões necessários ao desenvolvimento da economia para essa merda financeira dos mercados do Carbono e para essa luta contra o esquentamento climatérico que só tem andado a encher os bolsos dos grandes poluidores mundiais.. se ainda te vou lendo é mais por pena que por interesse... pena de alguém que esquentadormente falando tropeçou nas próprias pernas acabando por perder-se... e até fazia falta...  houve raros filósofos participando na discussão sobre sustentabilidade... quando ela ainda havia...

... não te rias filha... a vida não está nada fácil para nós coitadas...
já não nos bastava não sermos cobertas com dignidade.. 
agora esta tempestade toda de desencobridores. . este cheiro
a cinza nuclear que põem no ar... mediático... um horror...
meterem-nos medo como se fôssemos parvas... 
como se acreditássemos na possibilidade de uma coisa 
dessas em grande escala....  que afinal também daria cabo da propriedade deles... 
aquelas mansões... aqueles jardins, palácios. castelos e bibliotecas... 
... desde a Suiça ao Luxemburgo... desde o Mónaco
ao Liechtenstein... (que é tudo um saltinho)... aquelas ilhas todas tão belas... 
... cobertas de poeira radioactiva... que horror... 
olha, sabes, antes o esquentamento climatérico... 
que é mais suave e devagarinho... uma cheiazita ou outra...
um furacãozito que às vezes até sabe bem... 
(lembras-te do surfista que te falei?... pois foi... até a barraca abanou...)
.. antes aquelas cóvides até...  das quais talvez escapemos..
 embora o móbil deles seja pôr-nos nuinhas e transparentes até aos ossos...
para eles poderem ver tudo o que nos vai cá dentro...
eles os opacos e sinistros...  de pénis raivoso... 
como o Putin... eu sei... é o mal do amor....
eles queriam amor mas nós só lhes damos sexo... 
ou melhor... vendemos... nem sempre ao preço justo...
uns ingratos enfim... "bons" porque sim... e eu não acho... 
guardiões do pequeno e mole segredo de estado... 
das economias verdes digitais...
descarbonizadas e circulares... pata todo o sempre...
... na unidade do Banco Central... ámen...

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