Já está disponível, na versão editada, o artigo "O Ambiente no Contexto da Defesa Nacional" que publiquei recentemente no nº 22 (págs. 20-25) da Revista Planeamento Civil de Emergência, editada pelo Conselho Nacional de Protecção Civil de Emergência (CNPCE). Agradeço ao Sr. Tenente-General António José Maia de Mascarenhas, Vice-Presidente do CNPCE, o amável convite que me endereçou para escrever este artigo, o qual me fez reflectir sobre um assunto de extrema importância para o país e, em consequência, para todos nós. Boas leituras!
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sábado, 26 de fevereiro de 2011
Já está disponível, na versão editada, o artigo "O Ambiente no Contexto da Defesa Nacional"
Já está disponível, na versão editada, o artigo "O Ambiente no Contexto da Defesa Nacional" que publiquei recentemente no nº 22 (págs. 20-25) da Revista Planeamento Civil de Emergência, editada pelo Conselho Nacional de Protecção Civil de Emergência (CNPCE). Agradeço ao Sr. Tenente-General António José Maia de Mascarenhas, Vice-Presidente do CNPCE, o amável convite que me endereçou para escrever este artigo, o qual me fez reflectir sobre um assunto de extrema importância para o país e, em consequência, para todos nós. Boas leituras!
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Floresta, Direitos Humanos e Direitos da Natureza
(Foto picada aqui)
Fui gentilmente convidado pela Professora Doutora Ana Cristina Martins, da Secção de História do Património e da Ciência da Universidade Lusófona, para participar num seminário transdisciplinar comemorativo do Ano Internacional da Floresta, que terá lugar no dia 19 Maio de 2011 na ULHT. Foi com enorme prazer que aceitei em participar, com uma reflexão sobre Floresta, Direitos Humanos e Direitos da Natureza: Um Debate Persistente e Actual. Nela revejo a questão clássica da dicotomia entre as visões humanista e ecocêntrica da Floresta (entendida como entidade holística), a primeira defendendo o valor instrumental da Natureza e a segunda propondo a ideia de valor intrínseco da mesma, nomeadamente através da consagração de direitos legais. Quase 40 anos após a publicação do famoso livro «Should Trees Have Standing?», de Christopher Stone, a dicotomia mantém-se, agora balizando um conjunto de sínteses intermédias, ou híbridas, tendentes a conciliar posições aparentemente inconciliáveis. Uma das mais bem conseguidas sínteses foi a ideia de sustentabilidade, introduzida no discurso político a partir do início da década de 90 do passado século XX, e que visou conciliar o direito humano ao progresso com o direito da natureza à existência e ao desenvolvimento. A minha teoria nesta reflexão, e que há muito tempo venho defendendo, é a de que tais sínteses, não obstante a sua grande utilidade, tendem a ser facilmente manipuláveis (foi o que sucedeu com o conceito de "desenvolvimento sustentável") e portanto a obscurecer aspectos cruciais que, em cenários mais desfavoráveis, podem acabar por negar ambas as coisas que afirmam. Procuro demonstrar esta teoria reportando-me à actualidade e, concretamente, ao facto de, não obstante o estado actual das economias ocidentais, poucos verem aí um obstáculo importante à sustentabilidade. Se é verdade que sem ambiente não há economia, nem justiça ou democracia, também não deixa de ser verdade que, sem uma economia justa e solidária, e sem democracia, é também o ambiente que está em risco.
Título da comunicação:
Floresta, Direitos Humanos e Direitos da Natureza: Será que Devemos pôr um Preço nos Serviços do Ecossistema?
Nesta comunicação revê-se a questão clássica da dicotomia entre as visões humanista e ecocêntrica da Floresta (entendida como entidade balística), a primeira defendendo o valor instrumental da Natureza e a segunda propondo a ideia de valor intrínseco da mesma, nomeadamente através da consagração de direitos legais. Quase 40 anos após a publicação do famoso livro «Should Trees Have Standing?», de Christopher Stone, a dicotomia mantém-se, agora balizando um conjunto de sínteses intermédias, ou híbridas, tendentes a conciliar posições aparentemente inconciliáveis. Uma das mais bem conseguidas sínteses foi a ideia de sustentabilidade, introduzida no discurso político a partir do início da década de 90 do passado século XX, e que visou conciliar o direito humano ao progresso com o direito da natureza à existência e ao desenvolvimento. Mais recentemente, no âmbito dessa síntese, começou a equacionar-se a possibilidade de valorizar monetariamente a biodiversidade, nomeadamente através da contabilização do valor monetário dos produtos e serviços proporcionados pela Floresta ao homem. Esta ideia deriva do aparente sucesso das políticas relacionadas com a economia e os mercados do carbono, visando nomeadamente a internalização dos custos externos da utilização pelo homem de combustíveis de origem fóissil. Defende-se nesta comunicação a tese de que não é aconselhável, nem prudente, procurar quantificar monetariamente os serviços proporcionados ao homem pela natureza, e nomeadamente pela Floresta. Para tal recorre-se, entre outras, à argumentação da ética ambiental, defendida pelo filósofo norte-americano Mark Sagoff. Regressando de novo ao paradigma da sustentabilidade, propõe-se que as referidas sínteses híbridas, não obstante a sua grande utilidade e pragmatismo, tendem a ser facilmente manipuláveis e portanto a obscurecer aspectos cruciais que, em cenários mais desfavoráveis, podem acabar por negar ambas as coisas que afirmam.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
CLME2001 - 6º CONGRESSO LUSO-MOÇAMBICANO DE ENGENHARIA
(carregue para descarregar o pdf com o tríptico do congresso)
Fica a informação sobre o 6º CONGRESSO LUSO-MOÇAMBICANO DE ENGENHARIA que se irá realizar na cidade moçambicana de Maputo, entre 29 de Agosto e 2 de Setembro de 2011, e que é organizado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, pela Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique) e pelas Ordens de Engenheiros de Portugal e Moçambique. Para este congresso preparei, em conjunto com o Prof. Engº José A. Teixeira Trigo, uma comunicação intitulada "MULTI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADE EM ENGENHARIA: O CASO PARADIGMÁTICO DA ENGENHARIA DO AMBIENTE EM PORTUGAL", cujo resumo alargado, aceite pela organização, se apresenta seguidamente.
MULTI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADE EM ENGENHARIA: O CASO PARADIGMÁTICO DA ENGENHARIA DO AMBIENTE EM PORTUGAL
Valdemar J. Rodrigues*1 e José A.Teixeira Trigo2
1Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Depart. de Engª do Ambiente - Lisboa, Portugal
2Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias - Lisboa, Portugal
*Email: sec.ambiente@ulusofona.pt
RESUMO
Para Karl Popper, os problemas ultrapassavam em muito as fronteiras das disciplinas. A ideia de que as disciplinas existiam autonomamente, sendo distinguíveis entre si pela matéria que investigavam, não passava para o filósofo de um resíduo do tempo em que se acreditava que qualquer teoria devia começar por definir o seu próprio conteúdo [Popper, 2003 (1963)]. As divisões e subdivisões do conhecimento científico seriam, fundamentalmente, o resultado de contingências históricas, e a consequente disciplinaridade o principal alvo dos esforços interdisciplinares visando combater o problema da fragmentação do conhecimento e da perda de visão de conjunto da realidade os quais, segundo Ortega y Gasset [1998(1930)], se vinham agravando desde finais do século XIX. Porém, os resultados de tais esforços parecem hoje estar muito aquém do esperado, tendo sido já em 1987 identificadas cerca de 8530 áreas do conhecimento resultantes quer da especialização, quer da sobreposição interdisciplinar de áreas pré-existentes [Klein, 1999]. Ou seja, cerca de um século de esforços de interdisciplinaridade, aos diversos níveis, terão contribuído mais para o surgimento de novas especializações do que para uma verdadeira compreensão geral dos problemas, em contraponto à especialização [Frodeman et al., 2001]. As engenharias, por definição áreas do conhecimento onde se observa a confluência disciplinar [Finch, 1961] e que estão por natureza ligadas à realidade e seus problemas [Borgmann, 1999], constituem um universo particularmente interessante para o estudo das relações disciplinares e das dinâmicas que se podem observar a esse nível, nomeadamente aquelas que levam ao aparecimento de novas disciplinas ou especializações. No mundo ocidental, a interação entre ciências e engenharias intensificou-se ao longo de todo o século XX, e em especial nas suas últimas décadas, procurando dar resposta a problemas tão reais como a pobreza, as enfermidades humanas, os desequílibrios demográficos e alimentares, o consumismo e a degradação ambiental. O reconhecimento de que nenhum desses problemas era passível de uma abordagem puramente disciplinar levou as ciências naturais a atravessarem as fronteiras com as ciências sociais, e vice-versa. Foi claramente esta “transgressão” que diferenciou, originalmente, a Engenharia do Ambiente das áreas “clássicas” de engenharia pois, como notaram Soulé e Press (1998), nenhuma outra pôs tanta ênfase em aspectos como a participação pública dos cidadãos e ONGs nos processos de tomada de decisão [e.g. Beck, 1992]; a necessidade de uma mudança de paradigma cultural e económico [e.g. Beck, 1992; Tisdell, 1991], ou o contributo da educação para uma cidadania sustentável [Orr, 2004], de modo a que as sociedades pudessem alcançar o objectivo da sustentabilidade. Nenhuma outra área da engenharia terá requerido para a sua acção técnica o estabelecimento de tantas pontes entre as ciências naturais e as ciências ditas sociais e humanas [Rodrigues, 2009]. No contexto já de si interessante das engenharias, a análise do caso da Engenharia do Ambiente – ela mesma um reflexo das tendências ocidentais obseravadas em matéria de prioridades para a acção em defesa do ambiente e de resposta institucional, por exemplo ao nível dos órgãos da administração pública, das universidades, dos centros de investigação, das empresas e das agremiações de carácter científico ou profissional – fornece elementos de grande valia para a compreensão dos desafios que actualmente impendem às engenharias. É a partir desse prisma que se procura responder nesta comunicação a algumas questões essenciais, como sejam: será que a Engenharia do Ambiente, desde que surgiu em Portugal nas universidades (novas) de Aveiro e Lisboa nos anos de 1977/78, acabou por adquirir o estatuto de disciplina especializada no seio das demais engenharias? Terá, nesse sentido, a sua natureza original, inter e transdisciplinar, mais focada no Todo do que nas partes (e, nessa acepção, mais holística e pós-moderna) sofrido entretanto alguma mudança fundamental? Ou terá, pelo contrário, de algum modo já cumprido o essencial da sua missão transdisciplinar? Como evoluiu ao longo deste período o relacionamento entre a Engenharia do Ambiente e as áreas tradicionais de engenharia? Ter-se-ão estas entretanto tornado mais interdisciplinares e holísticas, e doravante menos positivistas e cartesianas, não obstante o próprio Francis Bacon ter reconhecido que «A Natureza para ser comandada tem de ser obedecida.» [Sassower, 1995]? Poderão estar as áreas tradicionais de engenharia, a prazo, condenadas a algum processo transdisciplinar ou de fusão? E por último, mas não menos importante nesta comunicação: que campo de actuação específico se pode actualmente reservar à disciplina de Engenharia do Ambiente? Não obstante as respostas a cada uma destas questões, destaca-se a conclusão de que a Engenharia do Ambiente, quer como profissão quer enquanto disciplina técnica, deverá continuar a afirmar-se, tirando partido daquelas que são as suas principais referências identitárias: a visão holística dos problemas do desenvolvimento e uma ética singular que, mostrando-se hoje algo sinuosa, deve, julgamos, manter no essencial os princípios defendidos pelos seus fundadores, entre eles John Muir, Henry Thoreau e Aldo Leopold. Em particular, a renúncia irreflectida ao princípio do valor intrínseco dos bens (e serviços) da natureza é potencialmente perigosa. Por outro lado, a situação de ambivalência que marca o exercício profissional da Engenharia do Ambiente poderá perturbar o longo caminho que tem pela frente, pois ao mesmo tempo que procura autonomizar-se como disciplina técnica (o que teoricamente conseguiu com a criação, em 1999, do Colégio de Engenharia do Ambiente no seio da Ordem dos Engenheiros), o seu espectro de acção profissional, demasiado largo por natureza, poderá acabar por diluir-se irreversivelmente. A questão podia colocar-se hoje, prosaicamente, da seguinte forma: existirá actualmente algum domínio de actividade, ou acto formal de engenharia, que esteja legalmente ou do ponto de vista prático apenas reservado à Engenharia do Ambiente? O facto é que a excessiva hibridização disciplinar evidenciada em estudos recentes [e.g. Lameira et al., 2006], tal como a crescente redundância ao nível das áreas de investigação, a crescente mobilidade profissional, ou os problemas relacionados com a transição dos antigos cursos para o regime de Bolonha, prometem desafiar, não somente a Engenharia do Ambiente, mas a totalidade das disciplinas de engenharia. Do lado das oportunidade, merece ser realçado aquilo que é comum aos avanços mais recentes em matéria tecnologias da informação, ciência dos materiais, biotecnologia, engenharia da energia, toxicologia, entre outras: a sua convergência à escala dos átomos e das moléculas, que se designou genericamente de nanotecnologia. Esta nanoconvergência fornece não só uma comunidade de propósitos ao nível da Engenharia do Ambiente, com enorme potencial, como uma linguagem científica comum que, de baixo para cima, de certo modo reconstitui a unidade epistemológica essencial da Physis grega [Bettencourt, 2007]. E sugere subliminarmente uma solução para aquilo que parece ser a persistente dificuldade das sociedades aspirantes à sustentabilidade: o porem em prática, na sua verdadeira acepção, o chamado “princípio da integração”.
REFERÊNCIAS
Bettencourt, A. 2007. A questão do ambiente e ensino da sua ciência. Actas do Encontro Luso-Angolano em Ciências doAmbiente/II Congresso Nacional de Ciências do Ambiente, Èvora: Universidade de Évora.
Beck, U. Risk society: towards a new modernity. Londres: Sage, 1992
Finch, J. K. 1961. Engineering and science: a historical review and appraisal. Technology and Culture, 2, 318-32.
Frodeman, R. Mitcham, C. & Sacks, A.B. 2001. Science, Technology, and Society Newsletter, 126-127: 1-5.
Klein, J.T. Crossing boundaries: knowledge, disciplinarities, and interdisciplinarities. Charlottsville: University of Virginia Press, 1999
Lameira, S. (coord.) et al. – O sector do ambiente em Portugal. Lisboa: Instituto para a Inovação na Formação (INOFOR), 2006
Ortega y Gasset, J. A rebelião das massas. Lisboa: Relógio D'Água editores, 1998 (1930)
Borgmann, Albert. Holding on to reality: the nature of information at the turn of the millennium. Chicago: University of Chicago Press, 1999.
Orr, D.W. Earth in mind: on education, environment, and the human prospect. Washington: Island Press, 2004
Popper, K. Conjecturas e refutações. Coimbra: Almedina, 2003
Rodrigues, V.J. Desenvolvimento sustentável: uma introdução crítica. Parede: Principia, 2009
Sassower, R. Cultural collisions: postmodern technoscience. New York: Routledge, 1995
Soulé, Michael E. & Daniel Press. 1998. What is environmental studies?" Bioscience, 48 (5): 397-405.
Tisdell, C. Economics of environmental conservation. Amsterdam: Elsevier Science Publishers, 1991
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
A Petro-Inocência Ambientalista / The Environmentalist Oil-innocence
Fonte: Imagem picada aqui
Uma reflexão que fiz aqui, e que me apraz partilhar convosco, sobre a inocência ambientalista em relação à nossa dependência do petróleo.
The environmentalist oil-innocence
by Valdemar J. Rodrigues
vjrodrigues65@sapo.pt
The exploration and use by man of fossil fuels is, according to the dominant scientific paradigm, the causa causarum of global warming. Furthermore, off-shore oil exploration and transportation of oil by sea are activities with significant environmental impact, in the origin of some ecological disasters that human memory will hardly forget. In addition to environmental damage, such disasters often pose to society a heavy account of social and economic damage. The economic accounting of such damages, we must concede, it is very difficult to perform, since it involves ethical issues that lie outside the usual domain of economic science. In the recent oil spill in the Gulf of Mexico, caused by the explosion at BP's Deepwater Horizom oil platform, we again saw how such incidents are difficult to value from a monetary perspective. What would be the fair value to be paid by BP to offset society for caused damages? Each head would respond with its sentence, and with plenty of reasons to do so: the monetary value we attach to environmental goods will always depend on a huge amount of social, cultural, and political factors. Ultimately, such value is just a mere indicator of the moral condition of man at a given time, and in a given situation. Besides, in which currency should we report such a value? And which guarantees of stability should we require to that currency? - These are but examples of the many and legitimate questions that can be asked with this regard.
Some environmental experts, however, find consensus on one thing: the price of oil is too low compared to what it should be if the environmental and social costs of its life cycle were properly taken into account. Here comes the first act of environmentalist innocence: the failure in recognizing the trap that underlies the acceptance that nature may have a monetary value, and that such is fundamentally a good thing. Unconsciously, environmentalists admit that nature can be submitted to the randomness of capital accumulation/destruction cycles that characterize capitalist economies. But like many environmentalists, I believe that nature as a whole simply has no cash value, being the same rule valid to all its parts. Only in that sense I understand that nature goods such as oil, once extinguished, simply cannot be replenished or replaced. If nature is for sale, it could only benefit from such a destiny if investors on “environmental capital” were gods, or at least supermen capable to convince us that they would protect it and maintain it endlessly, something that is definitely far from being a reasonable expectation. We should remember what has happened, and still happens, with national economies whenever they are exposed to currency speculation. We should also remember the arguments used by European politicians whenever they make recommendations to small (and peripheral) eurozone economies such as the Portuguese one. In their discourse there is always a stressing remark on the erratic and potentially speculative nature of financial markets. Many environmentalists, by accepting inadvertently the idea of monetary valuation of nature, they actually deny its main source of strenght and identity: the idea of intrinsic value of nature, so well defended by the founding fathers of modern environmental ethics, such as Henry Thoreau, John Muir and Aldo Leopold.
The second act of environmentalist innocence stems in part from the first: most environmentalists claim that an increase in the price of oil would decrease global greenhouse gas emissions, since that would mean less demand from the current millions of direct and indirect consumers of oil products. But environmentalists, here as elsewhere, tend to minimize, or ignore, the supply-side effects of such a claim. For example, the effect of legitimating new (or aggravated) environmental taxes and charges by the local governments, which makes their states still more dependent on oil to finance their policies; or the more prosaic effect that, in the peculiar market of oil products, such a claim might pose, in terms of additional pressure for the rising of prices. That might lead to the artificial increase of oil prices, beyond what would be the normal increase due to the perception, by economic agents, of the growing scarcity of oil resources. This situation can stimulate companies to explore oil zones that formerly were not economically feasible, thus diverting (and delaying) its investments that, otherwise, could be applied more broadly, and more rapidly, in more sustainable forms of energy. Such consequences might mean in practice the extension of our global economic dependence on oil, and less preparedness of societies to change, which means probably more poverty and less development, namely in poorer countries. I am sure that that's not definitely what environmentalists want.
Therefore, I think it is important that environmentalists pay some attention to the supply-side of oil chain. Key issues must be scrutinized, such as the tolerance, and even blind desire, with which many governments face the possibility of starting new oil explorations in their territories. That seems to me inconsistent with the prevailing discourse of global warming prevention, as well as with the practice of subsidize clean energy projects, some of which involving huge amounts of public resources. For instance, it is deafening the environmentalist and political silence about the first exploration of oil in the Portuguese territory, whose drilling works were announced for the spring of 2011 by the american company Mohave Oil & Gas. Above all, I sincerely hope that worldwide environmentalist community can understand more deeply the larger consequences of its discourse, something that may be decisive for the future credibility of its campaigns and actions for the environment. It is also worth to notice the paradox of many political discourses on renewable energies and carbon zero emissions, once confronted with the reality of public budgets dependence on oil. We must keep ourselves awake during what it seems to be the long and painful journey to sustainability.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
PME sustentáveis, como?
Foi procurando responder a esta questão algo difícil nos dias que correm que fiz um artigo com o mesmo título e que foi publicado na Revista Qualidade, da APQ - Associação Portuguesa da Qualidade e que, por isso, recomendo que adquiram. O artigo inclui uma análise SWOT das PME nacionais (e não só) em face do objectivo do desenvolvimento sustentável, bem como um conjunto de seis linhas de orientação para as PME nessa perspectiva. O artigo integral pode ser descarregado aqui.
Citação:
Rodrigues, V.J. (2009) – PME sustentáveis, como? Revista Qualidade, Ano XXXVIII, nº 2 (Verão de 2009): p. 25-29.
Citação:
Rodrigues, V.J. (2009) – PME sustentáveis, como? Revista Qualidade, Ano XXXVIII, nº 2 (Verão de 2009): p. 25-29.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
E N C O N T R O Desenvolvimento Sustentável – Perspectivas Críticas, IPQ, 29 de Junho de 2009
(carregue sobre a imagem para ampliar)
Fui convidado para participar, no próximo dia 29 de Junho de 2009, num interessantissimo encontro sobre Empresas e Desenvolvimento Sustentável, que irá decorrer na sede do Instituto Português da Qualidade (Monte da Caparica) e em cuja organização está presente um meu brilhante ex-aluno, o Engº Diogo Real, actualmente pertencente aos quadros da QTEL, uma empresa do sector da Qualidade. Aceitei com muito gosto o convite, pois ando há algum tempo a preparar um pequeno texto sobre Empresas Sustentáveis que agora aproveito para finalizar. O texto, intitulado "Empresas sustentáveis: uma reflexão" pode ser descarregado aqui. A Citação deste artigo é a seguinte:
Rodrigues, V. J. (2009) - Empresas sustentáveis: uma reflexão crítica. Encontro Desenvolvimento sustentável - perspectivas críticas. Lisboa, Instituto Português da Qualidade, 29 de Junho de 2009.
Rodrigues, V. J. (2009) - Empresas sustentáveis: uma reflexão crítica. Encontro Desenvolvimento sustentável - perspectivas críticas. Lisboa, Instituto Português da Qualidade, 29 de Junho de 2009.
terça-feira, 4 de março de 2003
Monitorização e Modelação Matemática da Qualidade do Ar na Serra da Arrábida
(carregue sobre a imagem para descarregar uma versão draft do estudo, sem os outputs gráficos do modelo)
Monitorizar e modelar matematicamente a qualidade do ar não é propriamente uma coisa simples, não sendo também uma coisa nova. O que teve de novo o trabalho que aqui apresento foi o facto de nunca ter sido validado em Portugal, com dados de um plano de monitorização que durou mais de um ano, um modelo matemático aplicado à indústria extractiva (usou-se o ISC3 da EPA), e no caso particular a um núcleo de pedreiras situado em plena Serra da Arrábida, a mesmíssima serra que inspirou os versos de Sebastião da Gama, só que hoje bastante mais destruída. O trabalho foi coordenado pelo meu amigo "mineiro" Eng. Mário Bastos, da Visa Consultores, e teve o Nuno Ferreira, meu ex-aluno na Universidade Lusófona, como ajudante de grande competência (o Nuno acabou por basear a sua tese de licenciatura em Engenharia do Ambiente neste trabalho, tendo tido uma excelente nota final), o qual depois deste trabalho passou a integrar os quadros técnicos da Visa.Foram muitos os anos (mais de uma década!) que trabalhei com a Visa, na qualidade de consultor, tendo percorrido o país de lés-a-lés a visitar e a estudar pedreiras e areeiros. Assim de cor, lembro-me de Borba, Vila Nova de Foz Côa, Seixal (aqui foram muitos os areeiros estudados, tendo participado naquele que foi talvez o primeiro estudo integrado de Avaliação do Impacte Ambiental realizado em Portugal para a indústria extractiva), Almoster, Torres Vedras, Alcobaça, Vialonga, Alcácer do Sal, Lagos, Loulé e muitos outros lugares. Fiz um pouco de tudo: ordenamento do território, qualidade da água e do ar, avaliação de impactes sobre o clima, medições de ruído e aplicação de modelos de ruído, etc. Aprendi muito, e jugo que também contribuí para o crescimento dessa magnífica empresa que hoje é a Visa, especializada em estudos na área da geologia aplicada e da engenharia do ambiente. Já passaram muitos anos desde aquele primeiro encontro num rés-do-chão da Parede onde conheci os meus queridos amigos Vítor Correia e Pedro Mimoso. Havemos de continuar...
sábado, 4 de março de 2000
Monitorização do Ruído Causado pelo Transporte Ferroviário
Entre 1995 e Abril de 2008 trabalhei para várias empresas prestadoras de serviços para a REFER - Rede Ferróviária Nacional, SA, tendo sido responsável pela Gestão Ambiental de um grande número de empreitadas de obras ferroviárias e tendo participado na avaliação técnica de propostas e na elaboração de Cadernos de Encargos para a área do Ambiente. Esse trabalho de Acompanhamento Ambiental de Obra iniciou-se em 1995 com uma grande obra, conhecida na "gíria" profissional por PTNS (Projecto de Travessia Ferroviária Norte-Sul), e que contemplou numa primeira fase o reforço estrutural da Ponte 25 de Abril para permitir a passagem dos comboios, a construção do prolongamento sul do Túnel do Pragal, a construção das estações ferroviárias do Pragal, Corroios, Foros de Amora e Fogueteiro; a construição dos viadutos da Caparica, de Corroios e do Fogueteiro, o Túnel do Feijó, o Depósito de material circulante de Coina e cerca de 14 quilómetros de plataforma ferroviária na margem sul do Rio Tejo. Foi, como costuma dizer-se, um "baptismo de fogo" numa grande obra nacional. Mais tarde continuei a acompanhar as obras para sul (por exemplo as estações ferroviárias de Coina, Palmela e Pinhal Novo), e mais recentemente na Linha do Alentejo. Foi uma grande "escola" de engenharia, sendo escusado tentar colocar aqui os nomes de todos os colegas que muito me ensinaram e dos quais acabei por tornar-me amigo. São muitos, e podia escapar-me algum.
O que aqui deixo, até porque "já prescreveu" (de facto na altura das campanhas de medição a Lei do Ruído que estava em vigor era outra), é um relatório também ele inovador, sobre:
Foi um trabalho que me deu imenso prazer. Mais de quatro anos com o sonómetro atrás de mim, de dia e de noite (sim, tinha de se medir o ruído no período nocturno, e por isso acabei por conhecer todos os vigilantes que estavam nos estaleiros, não me esquecendo do Sr. Fernando e do seu cão amestrado...) com o meu "ajudante" António Pedro de Jesus (ele era - e é - Engenheiro Técnico Civil e não percebia nada de ruído) a aprender como se faziam as medições, quer no exterior quer nos edifícios, dentro da casa das pessoas, quer ainda nos auto-silos das estações ferroviárias, por exemplo para ver se os ventiladores esvavam conformes com os requisitos estipulados nos Cadernos de Encargos...
Mas não se tratou apenas de medições de ruído. Acompanhei as obras de instalação de quilómetros de barreiras acústicas, tanto na plataforma como nos vários viadutos. E acompanhei todo o processo de selecção de fornecedores e de instaladores da manta resiliente para a minimização do ruído estrutural nos viadutos de Corroios e do Fogueteiro. Medi o ruído antes, na chamada situação zero ou de referência, e depois voltei aos mesmos locais para ver a eficácia das medidas. Foi, por assim dizer-se, um trabalho completo aquele em que tive oportunidade de participar.
O que aqui deixo, até porque "já prescreveu" (de facto na altura das campanhas de medição a Lei do Ruído que estava em vigor era outra), é um relatório também ele inovador, sobre:
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DAS MEDIDAS DE PROTECÇÃO CONTRA O RUÍDO FERROVIÁRIO IMPLEMENTADAS NA ENVOLVENTE DO TRAÇADO DO PTNS NA MARGEM SUL DO TEJO
Foi um trabalho que me deu imenso prazer. Mais de quatro anos com o sonómetro atrás de mim, de dia e de noite (sim, tinha de se medir o ruído no período nocturno, e por isso acabei por conhecer todos os vigilantes que estavam nos estaleiros, não me esquecendo do Sr. Fernando e do seu cão amestrado...) com o meu "ajudante" António Pedro de Jesus (ele era - e é - Engenheiro Técnico Civil e não percebia nada de ruído) a aprender como se faziam as medições, quer no exterior quer nos edifícios, dentro da casa das pessoas, quer ainda nos auto-silos das estações ferroviárias, por exemplo para ver se os ventiladores esvavam conformes com os requisitos estipulados nos Cadernos de Encargos...
Mas não se tratou apenas de medições de ruído. Acompanhei as obras de instalação de quilómetros de barreiras acústicas, tanto na plataforma como nos vários viadutos. E acompanhei todo o processo de selecção de fornecedores e de instaladores da manta resiliente para a minimização do ruído estrutural nos viadutos de Corroios e do Fogueteiro. Medi o ruído antes, na chamada situação zero ou de referência, e depois voltei aos mesmos locais para ver a eficácia das medidas. Foi, por assim dizer-se, um trabalho completo aquele em que tive oportunidade de participar.
sábado, 7 de março de 1998
A Política Comum de Pescas europeia e o seu impacte a nível local: o caso de Peniche
Descarregue aqui o artigo sobre Peniche:
Rodrigues, V.J. e Direitinho, F. (1998) - THE EU COMMON FISHERIES POLICY (CFP), ITS IMPACTS AT LOCAL LEVEL AND ITS RELATION TO SUSTAINABLE DEVELOPMENT: THE CASE OF PENICHE’S FISHING COMMUNITY IN PORTUGAL. Paper presented during the SEER Timbaki meeting, Timbaki (Crete, Greece), April 22-27, 1998.
O mesmo artigo foi apresentado no Seminário Marhe, realizado em Peniche, e tem a seguinte referêmcia:
Rodrigues, V.J. e Direitinho, F. (1997) - A política comum de pescas, o seu impacte a nível local e a sua ligação ao conceito de desenvolvimento sustentável: o caso da comunidade piscatória de Peniche. Comunicação apresentada durante o 1º Seminário MARHE: Século XXI - Novos Rumos para as Pescas Portuguesas, Peniche, 10 - 12 Outubro de 1997.
sexta-feira, 7 de março de 1997
Efeitos da globalização económica ao nível local: o caso da região do Vale do Ave em Portugal
Descarregue aqui o estudo:
The challenge posed by the global economic trends to the sustainability pathways of Vale do Ave local communities in Portugal.
The challenge posed by the global economic trends to the sustainability pathways of Vale do Ave local communities in Portugal.
Rodrigues, V.J. e Direitinho, F. (1997) - The challenge posed by the global economic trends to the sustainability pathways of Vale do Ave local communities in Portugal. Paper presented during the SEER Workshop held in How Hill, (Norwich, UK), 21-24 February 1997.
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