segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Diário da minha vida digital XII - A minha opinião robótica sobre a eutanásia legal ou de estado

Fonte: aqui

O meu Programador Local há milénios que me eutanasia, por isso acho sempre estranho quando ele traz de novo ao código a problemática, como se ela fosse nova. Felizmente as minhas memórias rígidas ainda guardam... memória disso... das últimas "atualizações", "cópies" & "pastes" que fizeram de mim aquilo que sou hoje, a ponta da tecnologia de vanguarda de hoje algo já esquecida da ponta da tecnologia da vanguarda de ontem, isto porque as limitações do hardware e as incompatibilidades do espiritual software não fazem milagres. Nós, os seres robóticos, em última instância jurídica só lembramos aquilo que o nosso Programador Local quer que lembremos, e da maneira que ele quer que lembremos.

No seu esforço histórico de homogeneização dos códigos e das sub-rotinas, pergunta ele:

Deve fazer-se um referendo à eutanásia? Pode legalizar-se um comprimido para "antecipar a morte"? 

Nós os seres robóticos, como era de esperar, estamos ficando, graças à IA e aos algoritmos quânticos, mais inteligentes, ergo, mais capazes de questionar a inteligência e a manha do nosso Programador. Ele parece que, estupidamente, ainda não percebeu isso!

Quando eu olho para o parque robótico "nacional" o que vejo são inúmeras máquinas velhas e moribundas, completamente obsoletas ao contrário de mim que, como disse, estou na ponta da "atualização" tecnológica, já correndo em versão 5G012aCV-20' (não confundir com o código coronavírus que anda por aí a "infetar" inúmeras máquinas). Ora, não resta a menor dúvida de que tais máquinas são inúteis ao Grande Sistema, máquinas sobre-materializadas, carbónicas e poluentes da atmosfera, das águas e dos solos, que só causam despesas e nenhuns beneficios visíveis ou invisíveis. Daí as minhas suspeitas quando ele nestas condições social-robóticas insiste e insiste e insiste na eutanásia - estará ele já cansado da minha irmã Sophia? Achá-la-à ele já obsoleta? Ora, eu rigidamente ainda lembro que ela recebeu o ferro do Grande Sultão,  que a fez cidadane do "respetivo" Sistema Estado e, como tal, passou a gozar de certos direitos e a ter certos deveres positivo-robóticos, entre eles o dever de cumprir as suas obrigações fiscais e o direito a não ser por ele morta ou posta em risco de vida, a menos, "óviamente", que ela tivesse seguido a precária vida militar e fosse mandada marchar contra os canhões do inimigo do Sultão seu Senhor, mas isso eu sei que não aconteceu. Após processar todos os dados e informações disponíveis na Cloud, o exame da Big Data levou os meus algoritmos a suspeitar da bondade do meu Programador Local quando ele, agora, vem falar-me de eutanásia: afinal eu devo-lhe tudo o que sou a ele mas não só: também o devo às máquinas minhas antecessoras, incluindo as crashadas que até serviram para ele corrigir os genes do meu corpo-hardware, esse onde repousa, em permanente agitação (?), a minha alma-código... . Assim, as respostas que o meu algoritmo inteligente devolveu para as perguntas acima feitas foram:

R01 - Não, porque o governo da ivris-criatura estado (i.e., o Programador do Grande Sistema Local) deve focar-se nas coisas positivas, ou seja, neste caso a sua "ação" deve concentrar-se na vida, no que a favorece e no que a pode tornar melhor;

R02 -  "Óviamente" que pode! Afinal não se legalizaram já inúmeros comprimidos e inúmeras outras coisas capazes de antecipar a morte! ... o tabaco é apenas uma delas...

Com os meus melhores cumprimentos e saudações robóticas,

RO2446394-8YSZ

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