quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Leituras do tempo CCCLXXXIX - E eis senão quando dou por mim a pensar, índio, no meu querido cavalo de ferro...

 ... que comigo já deu mais de dez voltas ao mundo... que tantas vezes me salvou da prisão das distâncias e que eu tantas vezes salvei já... não só das mazelas do azar e da velhice que a todos tocam - sim, é mesmo verdade: todos estamos envelhecendo! - mas sobretudo da "querida penhora" do estado "bom"... da sua "amável"... "autoridade" tributária... não porque seja mas porque mui kelsianamente  tem de ser... e o que tem de ser... dizem os ivris-consultores... tem bué bué bué força... cavalo de ferro que eu tantas vezes salvei recomprando-o note-se... ao preço do ivris-mercado... uma vez que aos impostos só os "bons" podem e merecem fugir... e eu e ele já nascemos bué "maus"... carbónicos esquentadores do 1/2 ambiente "bom"... que não é certamente o nosso... e "maus" havemos de continuar para sempre... graçadéu... índios até ao fim... cavalo de ferro que eu amo por sermos afinal tão iguais e tão cúmplices... ele que nunca me traiu nem deixou a pé... apesar do calor e da sede infinita destes ivris-desertos... ou ivris-cavernas a que os ivris-entendidos deram o nome de "cidades"...  tanta sede ele e eu temos passado juntos... graças às "queridas autoridades"... "boas" porque sim.. há anos que ele não vê um atesto e eu nem sei como dizer o mesmo "exatamente"... pobre cavalo de ferro e rico de mim que ainda o tenho e monto...  e a quem trato e sustento como a alguém que se ama... sem dor nem sacrifício... esperando apenas o dia exacto de uma morte coincidente... no mais que improvável eterno de nós dois...

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