«De certa forma/ Incerta/ Espero-te/ Minha incerta/ Numa estação onde/ Tenho frio.» - Mois Benarroch, 'Mar de Sefarad' (trad. C. Ramos e P. Paixão, 2023), p. 96. Peniche: Edições Fantasma. "O irritante" -visite e subscreva o meu canal de vídeo-poemas técnicos no YouTube: https://www.youtube.com/@ValdemarRodrigues-zd2uf
domingo, 28 de junho de 2015
sexta-feira, 26 de junho de 2015
James Ensor, 1860-1949
Jus romanum, o Pato de Goethe, o Estado Global, arquitectado mas sem governo à vista, e uma Nação de tecnocratas sem poiso... assim não vamos lá, nem com a "ajuda" do Papa Francisco...
Prefiro a Erica....
Prefiro a Erica....
quarta-feira, 17 de junho de 2015
quinta-feira, 7 de maio de 2015
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Contra o ortografês e a "normalização cerebral"
Tenho estado publicamente contra essa merda de "acordo" ainda escrevia no DN Jovem, estávamos no início da década de 1990. A técnica, que o f.d.p. do Estaline tanto gostava, não se combate com mais técnica: combate-se com Arte e com vernáculo, e com um murro nos cornos se necessário for, a la Nietzsche, homem que como qualquer não ignorante saberá nunca foi nem anti-semita nem fascista. Não existem "organismos oficiais". Existem - na natureza - apenas organismos. Uns pensam; outros, nem por isso.
domingo, 5 de abril de 2015
Engenharia do Ambiente da Lusófona: Factos que falam por si...
Um Mestrado totalmente restruturado e reorganizado que obteve acreditação por 6 anos! por parte da A3ES, e uma Licenciatura, reconhecida em Portugal pela Ordem dos Engenheiros Técnicos e, internacionalmente. pela FEANI. Eis o trabalho em que eu e o prof. Jorge Costa - que se afastou da univesidade há cerca de um ano, optando por processar judicialmente a univesidade pelos danos que esta lhe causou - nos empenhámos arduamente, muitas vezes à custa da nossa vida pessoal e do tempo que não era o da Lusófona. Nunca antes o curso alcançara tanto reconhecimtno. Deus sabe - mas não apenas Ele - as condições actuais de funcionamento de tais cursos... Todos sabemos o trabalho que dá construir alguma coisa de bom, e a facilidade com que se destrói o tabalho feito. Apelo aos antigos e actuais alunos que se movam em defesa de algo que nós, entre outros colegas e funcionários generosos e competentes que felizmente ainda vai havendo na universidade, fizemos sobretudo por eles, a pensar neles e também com a sua preciosa ajuda. Não caberia aqui a lista de nomes de actuais e ex-alunos de Engenharia do Ambiente da ULHT que tornaram possíveis tantas e tão construtivas acções e eventos.
sexta-feira, 3 de abril de 2015
Era uma vez uma universidade...
É com muita pena minha que me vejo obrigado a fazer este post, e espero que os actuais e ex-alunos da Lusófona que me conhecem possam vir a perdoar-me, pois na verdade o que escrevo é para seu bem, e visa mostrar que o declínio da ULHT é recente, e foi muito pronunciado após o "caso Relvas" em 2012. Aos colegas professores na ULHT, com os quais sempre estive solidário, deixo, para que reflictam um pouco, as seguintes palavras de Hannah Arendt:
«Onde todos são culpados, ninguém o é; as confissões de culpa coletiva são a melhor salvaguarda contra a descoberta dos culpados, e o tamanho do crime a melhor desculpa para
não se fazer nada.» - Arendt, H. (2006
[1969/70])
– Sobre la violencia. Madrid: Alianza Editorial, p. 87
Aí vai então o excerto da minha página da Wikipedia, actualizada hoje:
Valdemar José Correia Barbosa Rodrigues...
Foi - e "teoricamente" ainda é - professor na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa desde 1998/199918 , actualmente com a categoria de Professor Associado Foi Director nesta Universidade, entre 2009 e 2013, dos cursos de Licenciatura e Mestrado em Engenharia do Ambiente ministrados pela Faculdade de Engenharia da ULHT, integrando ainda o corpo docente do Instituto Superior de Gestão onde colaborou até 2012 no Mestrado em Gestão da Energia. Acedeu em 2013 ao convite para integrar o Centre for Interdisciplinary Development and Research on Environment, Applied Management and Space (DREAMS), unidade de I&D da ULHT
da qual em Março de 2015 ainda era responsável o Prof. João Corte-Real,
catedrático da Univ. de Évora, mas onde nunca chegou a desenvolver
qualquer actividade de investigação. Pediu a demissão dos cargos de
direcção de cursos na Univ. Lusófona em Setembro de 2013, após ter
manifestado por diversas vezes, nos órgãos próprios da universidade, a
sua discordância com a "gestão do dossier Relvas", e com o facto de os
custos materiais e morais dessa "gestão" estarem a ser sobretudo
suportados pelos professores e alunos, reflectindo-se na degradação geral
das condições para um ensino de nível univesitário. Acresceu o facto
de, ao fim de 15 anos de serviço ininterrupto na Univ. Lusófona, e após
ter assumido cargos de direcção de cursos, continuar na condição de
"prestador de serviços", pago à hora, em função do número de alunos
inscritos a cada disciplina, alunos que, para a ardilosa administração da
ULHT, só contam como "inteiros" se estiverem inscritos à
totalidade de UCs do semestre, correspondente a 30 ECTS. Após a sua demissão
ter sido finalmente aceite, em Novembro de 2013, continuou, até Maio de
2014, a assegurar a docência das unidades curriculares das quais era
habitualmente responsável. Em Março de 2014, com uma carga horária
completa, correspondente a 12 horas semanais de aulas, em período
laboral e pós-laboral - até às 23 horas - o seu salário líquido como
Professor Associado, com responsabilidades não apenas docentes mas
também de investigação científica, não chegava a mil eurros. Os subsídios de
férias e Natal que haviam sido pagos regularmente até 2012, desde então e até Abril de 2015 nunca mais foram pagos.
Sindicalizado desde 2005, inscrito no SNESUP, viu até Março de 2014 as
suas quotas sindicais serem-lhe mensamente descontadas pela COFAC, CRL - a
cooperativa titular da Univ. Lusófona. Subitamente, a partir de então
não mais lhe foram feitos os descontos. Denunciou em Julho de 2014 a
situação insustentável vivida na ULHT à autoridade competente - a IGEC
Inspecção Geral da Educação e Ciência - baseando-se no seu caso
particular e no dos cursos que dirigiu e onde leccionou, dando conta das
constantes ingerências da administração da COFAC, nomeadamente
através do então administrador-adjunto Manuel José Damásio - o mesmo que agora diz n'O Público não falar em nome da Lusófona - em assuntos
do foro científico e pedagógico dos cursos, o que punha em causa o
princípio da autonomia científica e pedagógica das faculdades e dos seus
órgãos competentes nessa matéria: os Conselhos Científicos e Pedagógicos. Denunciou
ainda a situação degradante de muitos professores com doutoramento que,
com responsabilidades pela regência de unidades curriculares e pela
obrigatória investigação, recebiam mensalmente quantias irrisórias, em
muitos casos de poucas centenas de euros, e viam o seu trabalho limitado
pela falta de condições e equipamentos laboratoriais, situação agravada
pela circunstância de estarem dem causa não só licenciaturas mas também
mestrados. Estranhamente, em Abril de 2015 sinda não lhe tinha sido
comunicada qualquer decisão por parte da ACT, para onde a IGEC decidiu
remeter a sua queixa, considerando-a um "assunto laboral". Relativamente ao
Sindicato SNESUP, teve a ingrata experiência de uma reunião com um dos
seus advogados, "encarregue da Lusófona", durante a qual alguém, que se intitula de jurista, teve o desplante de encolher os ombros perante tão
óbvias injustiças e irregularidades, rendendo-se à ideia de que o
"legal" neste país equivale ao "justo". Mais tarde não se queixem os advogados se
forem substituídos por "máquinas judiciárias" de uma "justiça
científica"... obviamente que para os pobres que são a maioria...
Desde Maio de 2014 encontra-se em situação de baixa médica, devido ao
agravamento do seu estado de saúde, nomeadamente à sua retinopatia
diabética causada pela diabetes tipo I diagnosticada quando tinha 14
anos de idade. Pediu reiteradamente ao serviço de recursos humanos da ULHT as declarações normalmente exigidas pela Segurança Social à entidade empregadora para que o doente possa usufruir do direito aos complemento dos subsídios de férias e Natal de 2014, mas, até Abril de 2015, não obteve nenhuma resposta.
Sintra, 3 de Abril de 2015
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Felizmente há luar!
Sttau Monteiro deu mote, mas não é de uma revolução liberal falhada que vou falar. Do que falo é do mundo de abstracções em que vivemos, e da necessidade de separarmos ficção e realidade, sem termos de cair em materialismos ou outros "ismos". Quando se ouve "Portugal isto", "Bruxelas aquilo" ou a "Grécia aqueloutro" já quase não reparamos que tais "seres" inexistem enquanto tal, e ganham vida apenas nesse mundo ficcionado de abstracções. Abstracções geralmente sem beleza nem grandeza. "Portugal" pode até exportar automóveis para a "Alemanha", mas eu não conheço nenhum "Portugal" e não conheço nenhuma "Alemanha". Tais seres nunca me foram apresentados, nunca falei com eles nem eles alguma vez se dignaram almoçar comigo. Os automóveis que "Portugal" exporta até podem ter sido feitos numa "fábrica alemã" que está em "Portugal", isso pouco me importa. Sei é que não existem seres tais como "fábrricas alemãs" – que ideia ridícula a de haver fábricas que falam como os animais de La Fontaine; que falam e ainda por cima numa língua tão difícil de entender como é a alemã ... – "Berlim" ou "Lisboa". Nunca amei nenhuma "Lisboa", contudo amei os belos versos livres de Irene:
Irene Lisboa - picado aqui
Escrever
Se eu pudesse havia de... de...
transformar as palavras em clava!
havia de escrever rijamente.
Cada palavra seca, irressonante!
Sem música, como um gesto,
uma pancada brusca e sóbria.
Para quê,
mas para quê todo o artifício
da composição sintáctica e métrica,
este arredondado linguístico?
Gostava de atirar palavras.
Rápidas, secas e bárbaras: pedradas!
Sentidos próprios em tudo.
Amo? Amo ou não amo!
Vejo, admiro, desejo?
Ou não... ou sim.
E, como isto, continuando...
E gostava,
para as infinitamente delicadas coisas do espírito
(quais? mas quais?)
em oposição com a braveza
do jogo da pedrada,
da pontaria às coisas certas e negadas,
gostava...
de escrever com um fio de água!
um fio que nada traçasse...
fino e sem cor... medroso...
Ó infinitamente delicadas coisas do espírito...
Amor que se não tem,
desejo dispersivo,
sofrimento indefinido,
ideia incontornada,
apreços, gostos fugitivos...
Ai, o fio da água,
o próprio fio da água poderia
sobre vós passar, transparentemente...
ou seguir-vos, humilde e tranquilo?
O "ser" "Portugal" inexiste, mas felizmente há o "ser" Lua e o seu insubstituível luar. A Lua existe na sua beleza grandiosa e economicamente inútil, até que alguém se aproprie dela e passe a "representá-la" e a "falar" em seu nome... O que há na verdade são sempre esses alguéns...
sábado, 7 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Um perfeito disparate!
António Costa deixa antever as "grandes medidas" do seu próximo (des)governo socialista democrático, que em Outubro próximo irá - inevitavelmente, pensa ele, as Grandes Lojas do Bem que o "elegeram" e os meios de intoxicação social que o apoiam - suceder ao actual governo de coligação da social-democracia com a democracia social - o CDS era isso: o Centro Democrático Social...
Costa é um "ambientalista" feroz e convicto apostado, por todos os meios, em "purificar" o "ar" da "sua" cidade e em lutar contra o aquecimento global causado pelas classes sociais mais poluentes e desqualificadas. que insistem em andar por Lisboa em carros do Século passado... que ainda não adquiriram o estatuto de "históricos", pois esses, tal como os Ferrari de 2014, devem poluir bastante menos concerteza... Uma intolerável falta de sentido de "progresso" e de "modernidade" portanto... A história infelizmente está cheia de "purificadores" do ar e de outras coisas... Costa não vai ser o primeiro, nem concerrteza o último a querer "purificar" a "nossa sociedade"... mas convém ter cuidado e, obviamente, evitar também por todos os meios votar nele em Outubro próximo...
A lei municipal é perversa, tipicamente ao estilo pombalino-napoleónico de outro Costa para muitos de má lembrança, irracional, discriminatória, cheia de "excepções" mal amanhadas, e não vai resolver nenhum problema de "qualidade do ar" em Lisboa. A "assembleia municipal" que a aprovou, os juristas que trataram da indispensável "parecerística", o governo "social-democrata" que assobiou para o ar como se nada fosse, e o presidente da república, que, como habitualmente, "não acha oportuno comentar", deviam todos sentir vergonha de ter nela consentido, mas a vergonha tornou-se um bem muito mais escasso do que o ar limpo das cidades. Para "descentralizar", o dr. Costa não hesitará decerto em aplicar a "medida" a outras cidades e vilas portuguesas, e estendê-la a aviões e caciheiros, para que assim todo o Portugal fique definitivamente mais "limpo" e mais "puro"...
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
sábado, 3 de janeiro de 2015
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Obviamente...
... o "povo" não pode voar tanto e... tão "baixo"... os aviões comerciais têm muita "informática" e andam a derivados de petróleo, o que significa que causam aquecimento global e são alvos fáceis do "ciberterrorismo"... Seguem-se pois leis severas e normas internacionais irrecusáveis, para que ao mesmo tempo o "ambiente aéreo" e a "rede" fiquem mais "limpos" e mais "seguros"!... e também somente para já um "nadinha" quase insuportavelmente mais caros... batalhões de juristas e advogados estão a esta hora a "trabalhar" no assunto, pelo que se aguardam para breve grandes conferências "mundiais" e colóquios "especializados" sobrre o tema dos "aviões que desaparecem" e da sua "segurança"... debates que vão levar a "humanidade", "democraticamente", a um "consenso" jurídico-científico-legal sobre tão agudas matérias... Mefistóteles obviamente não pára porque, se parasse. um instante só que fosse, morreria... ele olha muito bem aos meios que o podem levar a atingir os seus fins... e a sua imaginação é eficaz e prodigiosa... De lamentar contudo a tragédia humana, o sangue inocente que o "progresso" se habituou a ter de derramar... em oferenda ao divino "bem geral"... "O maior bem para o maior número"... Obviamente, o "comboio da história" tem pressa e não pode parar em todas as "estações" e "apeadeiros", ou sempre que uma criança se lhe atravessa à frente... além disso, as "estações" e "apeadeiros" estão prenhes de cassandras e Velhos do Restelo que, além de atrasarem a "história", podem dar-lhe "azar"...
sábado, 27 de dezembro de 2014
Os falsos "adeuses" à "crise"...
Às vezes é preciso dar um passo atrás ou, talvez melhor, fazer uma brevíssima "pausa" na "grande marcha", para, logo a seguir, poder dar dois em frente... Lenine também fez assim... e depois veio Stalin...
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Não ser, ou ser apenas aquilo que já fomos, e já não somos...
Na geração dos meus pais era habitual ouvir-se dizer, ou dizer-se de alguém em idade activa: ele "é" isto ou aquilo; e de alguém já aposentado: ele "foi" isto ou "era aquilo"... sendo o "isto" ou "aquilo" a profissão da pessoa: agricultor, serralheiro, pedreiro, padre, professor, médico, engenheiro, etc. etc.
As coisas eram assim: as pessoas acabavam por ser aquilo que faziam, sem prejuízo de também serem aquilos que todos, ou quase todos, eram, e continuamos a ser, pelo menos durante uma parte das nossas vidas: bisnetos, netos, filhos, esposos, pais, avós, bisavôs... a vida, para muitos árdua e materialmente pouco compensadora, parecia contudo ter um sentido...
Depois veio a "aceleração da história", um eufemismo totalitário. Acelerar a história foi o que procuraram fazer Hitler e Stalin, o primeiro acelerando a "selecção natural das raças" e o outro o "rumo ao socialismo". O comboio da história acelerou, e move-se agora rumo a uma "sociedade descarbonizada" e "sustentável"... - Mas cuidado: eu não sou dos que duvidam que a actividade humana altera o clima! Custa-me apenas que tenhamos todos de pagar pelo mal que alguns fizeram ... e continuam olimpicamente a fazer... Não sei quem é a "humanidade"; nunca falei com "ela"; nunca ninguém ma apresentou... Apenas conheço homens e mulheres, particulares e concretos...e muitos deles conheço-os até bem demais para poder confiar neles, ou recomendá-los para companhia dos meus - poucos mas muito bons, cada vez melhor - amigos ...
A minha geração, tal como as posteriores à minha - uma geração corresponde à idade média à qual as mulheres têm o seu primeiro filho, e por isso agora as gerações são mais extensas, e também menos numerosas... - viveram os tempos da restauração de um nazismo global, uma restauração imaginosa e eficaz, por vezes mais lenta ou atribulada, feita sob a máscara do "social" e do "interesse geral" da "humanidade", e que conduziu às sociedades totalitárias em que hoje vivemos, e às quais as gerações futuras, e algumas presentes, poderão não conseguir sobreviver, se não acordarem depressa para a impostura global em estão mergulhadas ... Dirão que sou pessimista, mais uma das muitas Cassandras que abundam por esse mundo... Não me importo que o façam... antes prefiro estar vivo até morrer, do que morrer vivo e rodeado de gente morta... Parafraseando Pessoa, rodeado de cadáveres adiados que (até já não) procriam...
Este texto é, como facilmente se percebe, uma Mensagem de Natal...
O não ser, ou ser na tangência daquilo que fomos, fez-me pensar naquilo que já fui e que deixei de ser e portanto já não sou...
Em 1981 era Operador de Empilhador na Cerâmica do Canteirão, em Valado dos Frades, Nazaré;
Em 1982 era Praticante de Balcão de 1º Ano na loja de pronto-a-vestir Firmo, Alberto e Trindade Lda., em Alcobaça;
Em 1984 era Fiel de Armazém na COOPSPAL - Cooperativa de Consumo da Spal, em Alcobaça;
Em 1985 era Encarregado na mesma COOPSPAL;
Em 1992 era Engenheiro do Ambiente;
Em 1989 era Professor de Matemática na Escvola Secundária do Monte da Caparica;
Em 1993 era Professor de Quimicotecnia e Técnicas Laboratoriais de Química na Escola Secundária Stuart Carvalhais, em Queluz;
Em1992 era Consultor em Economia da Energia, dos Transportes e do Ambiente no CEEETA;
Em 1995 era Investigador da JNICT;
Em 1998 era Assistente na Universidade Lusófona de Humanidades e Tenologias
(ULHT);
Em 2003 era Professor Auxiliar na ULHT;
Em 2009 era Director dos Cursos de Licenciatura e Mestrado em Engenharia do Ambiente da ULHT;
Em 2013 voltei a ser apenas Professor na ULHT, desde 2012 com a categoria de Associado;
Em 2014, aos 49 anos de idade, voltei a ser apenas o Valdemar, sem os prefixos ou sufixos que, na verdade, nunca procurei nem nunca me interessaram... a Lusófona é uma escola prática e moderna: quando um professor adoece, ao fim de poucos meses ela substitui-o por outro - outros no meu caso - e simplesmente deixa-o sem "horas" caso ele "decida" voltar ao trabalho, i.é., o professor fica sem trabalho e sem salário... isto deve fazer parte da "excelência" do seu ensino...
Em 2015 ainda não sei bem o que vou ser... se souberem alguma coisa de mim, por favor informem...
Bom Natal e um Feliz Ano Novo de 2015 para todos, inimigos incluídos!
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
sábado, 29 de novembro de 2014
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Série Fábulas de Esopo I - O Velho. o Rapaz e o Burro
O Velho, o rapaz e o burro
Um dia, há muito, muito tempo, um velho e o filho resolveram ir ao mercado vender o burro que tinham. Seguiam a pé, pois achavam que venderiam melhor o burro se ele chegasse descansado ao mercado. No caminho, cruzaram-se com alguns viajantes, que começaram a troçar deles: — Olhem aqueles tolos, têm burro e vão a pé. O mais estúpido dos três não é quem se esperaria. O velho não gostou que troçassem dele e disse ao filho que se montasse no burro. Um pouco mais adiante passaram por três mercadores. — Mas o que é que temos aqui?! — disse um deles. — Respeita os mais velhos, meu jovem. Desmonta e deixa o teu pai ir montado no burro, que já é muito velho para ir a pé. Embora ainda não estivesse cansado, o velho mandou apear o filho e montou ele no burro. Andaram um pouco mais até que encontraram um grupo de mulheres que também ia para o mercado com cestos de hortaliças para vender.
— Olhem para estes — disse uma delas. — A pobre criança a pé e ele todo repimpado no burro. O velho sentiu-se um tanto ou quanto vexado, mas para se mostrar agradável pediu ao filho que montasse atrás dele no burro. O rapaz obedeceu e continuaram a viagem com os dois montados no burro. Um pouco mais adiante, um grupo de pessoas interpelou-os com indignação: — Mas que crime, será que quereis matar o burrinho? Pareceis mais capazes vós de carregar o burro do que o comtrário.
O velho e rapaz não tardaram a desmontar, e passado um bocado, quase a chegarem ao mercado, gerou-se um enorme burburinho ao verem os dois carregando o burro atado num pau que transportavam de ombro a ombro. Juntou-se uma multidão para observar tão estranha cena. O burro não se importava muito de ser carregado aos ombros, mas quando a multidão se aproximou e começou a rir e a troçar, ele desatou a zurrar e a escoucear,e, precisamente quando iam a atravessar uma ponte, as cordas que o prendiam soltaram-se e o burro caiu ao rio e foi arrastado pela corrente.
O pobre do velho regressou então tristemente a casa. Querendo agradar a todos, acabou por não agradar a ninguém e ainda ficou sem o burro.
sábado, 15 de novembro de 2014
Série Grandes Mestres - VI
(Lisboa, 1919 — Santa Barbara, Califórnia, 4 1978)
Engenheiro, poeta, crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, tradutor...
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
domingo, 2 de novembro de 2014
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Série Grandes Mestres - III
Deusa Díkê, Símbolo da Justiça na Grécia antiga. De olhos destapados e... com uma espada na mão direita. (a Iustitia dos romanos, que até hoje vigora, tem os olhos tapados e não tem espada... é a espada do poder que está que a protege...)
terça-feira, 21 de outubro de 2014
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Declaração de Amor à Língua Portuguesa, por Teolinda Gersão
Pensar, para quê, hoje, quando tudo já foi pensado e (em nosso nome) decidido? A língua-mãe é o "órgão" que nos permite pensar, organizar ideias, exprimir claramente aquilo que sentimos e pensamos, e julgar claramente aquilo que ouvimos e lemos dos outros. Embora possamos aprender e compreender outras línguas, nenhuma língua adoptiva substitui aquela que aprendemos da voz de quem nos quis com amor, e com amor nos recebeu no colo quando fomos lançados ao mundo. Alterar intencionalmente a língua-mãe, por qualquer razão ou decreto, é um acto fundamental de desamor; e embora se trate de um assunto de importância cultural - como tão bem e insistentemente sublinhou Vasco Graça Moura enquanto viveu - o seu maior interesse é político e é simples: incapacitar as pessoas. Torná-las incapazes de pensar e raciocinar com clareza; incapazes de exprimir e compreender a realidade e o significado das coisas que são como são e, como tal, existem na sua ecceidade (a ideia de "simplificar" a língua retirando-lhe do uso certas palavras tem esse objectivo político); incapazes de manter uma ligação à realidade do mundo, ligação necessária para que nele possam continuar a existir como pessoas e não como objectos virtuais facilmente manipuláveis. Orwell percebeu muito bem a natureza política do empreendimento da "alteração da língua", e escreveu em 1946 um ensaio sobre o tema cuja leitura vivamente recomendo (chama-se Politics and the English Language, e está disponível gratuitamente, entre outros quarenta e nove excelentes ensaios, em: http://gutenberg.net.au/ebooks03/0300011h.html). Para se perceber a intenção política com que a língua sempre foi e continua a ser usada e abusada, tem-se o exemplo recente das "Evocações" (e porque não comemorações?) do Centenário da I Grande Guerra. De facto, pouco haveria para "comemorar" no feito canalha da "elite" (republicana, liberal, burguesa; a ordem dos qualificativos é arbitrária) que então "governava" o país (e cujos muitos filhos, netos e bisnetos continuam até hoje a "governá-lo", sempre "governando-se" a eles primeiro, pois quem parte e reparte... e hoje já não iluminada mas encandeada com as luzes dos faróis da "ciência juridica", esse "direito puro" universal que tando agradava a Hans Kelsen); no feito canalha - dizia eu - de enviar para a morte mais de cem mil infelizes, militarmente impreparados e que nem roupa tinham em condições para se precaverem do frio. Tê-lo-ão feito para "credibilizar" a "república" junto das "potências europeias", a quem deviam a "factura" dos comboios e dos eléctricos da Carris, entre outras... algo equivalente hoje à "credibilização" do país junto dos "mercados"... "Evocar" é sem dúvida mais bonito e soa melhor aos ouvidos sensíveis - que são escassos e cada vez menos - que conhecem bem a "ética republicana" que acompanhou a "ética liberal", e sempre duvidaram do que diziam os "manuais de história" i.e., os manuais de revisionismo histórico - que continuam, agora em novilíngua e com "magalães" e quadro interactivo, a ser ditados aos infelizes de sempre nas escolas portuguesas. Mas para não alongar mais a conversa, que facilmente podia resvalar para altas figuras, figurantes e figurões que por aí se pastoreiam sob a capa de "humildes" pastores (pastores de homens e pastores da história e das ideias)... vamos lá então ao magnífico texto da Professora Teolinda Gersão, que ela escreve sob a forma de redacção de um aluno que oxalá ainda haja. Reza assim:
Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito.”O Quim está na retrete”: “na retrete” é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.
No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum, o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento, e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados; almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.
No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa.
No ano passado, se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela” era ela, subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?
A professora também anda aflita. Pelo visto, no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português, que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo, o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer, dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)
Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou: a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens, ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero.
E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que se escreve redação.O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me perguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do sujeito.
Este texto é da autoria de Teolinda Gersão. Escritora, Professora Catedrática aposentada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Escreveu-o depois de ajudar os netos a estudar Português. Colocou-o no Facebook
Redacção
Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito.”O Quim está na retrete”: “na retrete” é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.
No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum, o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento, e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados; almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.
No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa.
No ano passado, se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela” era ela, subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?
A professora também anda aflita. Pelo visto, no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português, que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo, o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer, dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)
Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou: a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens, ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero.
E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que se escreve redação.O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me perguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do sujeito.
Este texto é da autoria de Teolinda Gersão. Escritora, Professora Catedrática aposentada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Escreveu-o depois de ajudar os netos a estudar Português. Colocou-o no Facebook
sábado, 20 de setembro de 2014
domingo, 3 de agosto de 2014
O Silêncio
Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.
Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.
Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Herberto Helder, sobre o Gás
A última bilha de gás durou dois meses e três dias,
com o gás dos últimos dias podia ter-me suicidado,
mas eis que se foram os três dias e estou aqui...
e só tenho a dizer que não sei como arranjar dinheiro para
outra bilha,
se vendessem o gás a retalho comprava apenas o gás da
morte,
e mesmo assim tinha de comprá-lo fiado,
não sei o que vai ser da minha vida,
tão cara, Deus meu, que está a morte,
porque já me não fiam nada onde comprava tudo,
mesmo coisas rápidas,
se eu fosse judeu e se com um pouco de jeito isto por
aqui acabasse nazi,
já seria mais fácil,
como diria o outro: a minha vida longa por muito pouco,
uma bilha de gás,
a minha vida quotidiana e a eternidade que já ouvi dizer
que a habita e move,
não me queixo de nada no mundo senão do preço das
bilhas de gás,
ou então de já mas não venderem fiado
e a pagar um dia a conta toda por junto:
corpo e alma e bilhas de gás na eternidade
- e dizem-me que há tanto gás por esse mundo fora,
países inteiros cheios de gás por baixo.
com o gás dos últimos dias podia ter-me suicidado,
mas eis que se foram os três dias e estou aqui...
e só tenho a dizer que não sei como arranjar dinheiro para
outra bilha,
se vendessem o gás a retalho comprava apenas o gás da
morte,
e mesmo assim tinha de comprá-lo fiado,
não sei o que vai ser da minha vida,
tão cara, Deus meu, que está a morte,
porque já me não fiam nada onde comprava tudo,
mesmo coisas rápidas,
se eu fosse judeu e se com um pouco de jeito isto por
aqui acabasse nazi,
já seria mais fácil,
como diria o outro: a minha vida longa por muito pouco,
uma bilha de gás,
a minha vida quotidiana e a eternidade que já ouvi dizer
que a habita e move,
não me queixo de nada no mundo senão do preço das
bilhas de gás,
ou então de já mas não venderem fiado
e a pagar um dia a conta toda por junto:
corpo e alma e bilhas de gás na eternidade
- e dizem-me que há tanto gás por esse mundo fora,
países inteiros cheios de gás por baixo.
Herberto Helder, A Morte sem Mestre, 2014, p. 57-58.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Dia 18 de Janeiro, Sábado, pelas 16:30 na Biblioteca Municipal de Alcobaça
Dia 18 de Janeiro próximo, se Deus quiser, irei estar em Alcobaça, minha terra de naturalidade, para falar sobre ORTOGAL, aquilo que ele significou e significa para mim. O meu querido amigo José Alberto Vasco aceitou a missão (espinhosa) de apresentar o livro e a minha pessoa, algo que lhe agradeço do fundo do coração, pois como ele sabe não sou muito dado a confessionalismos e intimismos (pseudo) intelectuais, tão do gosto da "multidão solitária" dos dias que correm. A verdade é que a tudo isso, como o José Alberto sabe, prefiro um copo de vinho acompanhado de boa conversa e, se possível, uns quantos cigarritos ecológicos (visto não terem beata: são apenas o tabaco e a celulose facilmente biodegradável do papel de enrolar). A conversa é para começar às 16:30 mas, antes disso, ao meio-dia (meio-dia com hífen, como me ensinou a minha saudosa professora Angelina, da Póvoa de Cós), vou estar com a Piedade Neto, também ela da Póvoa, para uma conversa a dois na Rádio Cister, para quem nos queira ouvir. Se puderem, apareçam e/ou ouçam.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
domingo, 15 de dezembro de 2013
Ortogal - Agradecimento e Informação
Venho por este meio agradecer a todos quantos puderam estar presentes na Sessão de lançamento do meu livro "Ortogal - Diálogos na Curvatura do Tempo" que teve lugar no Espaço Nimas no passado dia 7 de Dezembro de 2013. Mais de cinquenta estiveram lá, alguns deles amigos de quem não tinha notícias há bastante tempo, e outros tantos enviaram-me mensagens pessoais de felicitações e estiveram por isso presentes em espírito (e pensamento). Agradeço-lhes aqui, tal como faço ao meu querido amigo José Adelino Maltez que me deu a honra de ter estado comigo e feito a apresentação do livro. Agradeço ainda, e realço, o excelente apoio e profissionalismo da Chiado Editora, que entretanto já colocou a obra no seu catálogo de vendas online para quem a quiser adquirir por essa via. O site é:
Ortogal - Diálogos na Curvatura do Tempo
1ª Ed., Dezembro de 2013
Agradeço aos seguintes órgãos de comunicação social que divulgaram a sessão de lançamento (espero não ter esquecido nenhum; se o fiz agradeço que me façam chegar nótícia disso parao meu e-mail: vjrodrigues65@sapo.pt): Rádio Cister, Jornal O Alcoa, Jornal Região de Cister, Jornal de Leiria, Jornal Tinta Fresca e Blog Do Portugal Profundo)
Finalmente uma última, mas não menos importante informação. Alguns amigos conterrâneos de Alcobaça, entre eles o José Alberto Vasco, que por dificuldades diversas não puderam comparecer à sessão de lançamento (e desse modo, se quisessem, adquirir o livro com o desconto de 2€), sugeriram que fizesse também uma apresentação em Alcobaça, algo que me alegrou bastante e que desde logo aceitei. Tal apresentação decorrerá em Janeiro de 2014, em moldes que oportunamente aqui divulgarei, e conta com a organização do meu dilecto José Alberto Vasco, a quem desde já endereço daqui o meu público agradecimento. Até já portanto!
sábado, 12 de outubro de 2013
Ortogal - Diálogos na curvatura do tempo. Sessão de lançamento dia 7 de Dezembro, pelas 17:30, no espaço Les Enfants Terribles (Cinema Nimas - Avª 5 de Outubro, 42), com apresentação do Prof. José Adelino Maltez
Ortogal - Diálogos na curvatura do tempo é um livro que vem sendo escrito ao longo dos últimos quase sete anos, desde uma primeira versão dos textos em 2006, a qual contou com a leitura interessada e as sugestões sábias de José Aurélio, ilustre escultor de Alcobaça, a quem estou para sempre grato. Contou ainda essa primeira versão com um texto muito belo e profundo da autoria do Professor José Adelino Maltez, texto que constitui o proémio da obra, e que foi mantido na íntegra, por sua sugestão, após ter lido a versão actual dos textos que a compõem. Passados quase sete anos dessa primeira versão, o texto não parou de ser acrescentado e revisto, muito ao sabor do tempo e das circunstâncias. Entre elas a da minha migração com a família para Sintra, e o consequente abandono de um projecto cultural que se mostrou ser, sob vários pontos de vista, insustentável: o Bazar das Monjas de Coz. A decisão de procurar uma editora interessada na publicação dos textos foi tomada somente em Junho de 2013, depois de ponderadas a oportunidade e o interesse de expor a matéria a uma maior audiência. A resposta da Chiado Editora foi pronta e muito favorável, tendo acolhido a obra na sua Colecção Viagem Filosófica, actualmente já com 44 títulos publicados. A última e muito atenta revisão dos textos devo-a à minha irmã Teresa, que a fez o mês de Agosto do Verão findo.
SESSÃO DE LANÇAMENTO
A sessão de lançamento está agendada para dia 7 de Dezembro, pelas 17:30, no espaço Les Enfants Terribles (Cinema Nimas), na Avenida 5 de Outubro, 42, em Lisboa).
Convite e poster de divulgação da Sessão de Lançamento (carregue sobre as imagens para aumentar)
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Coisas interessantes: o Google Trends
(carregar sobre as imagens para ampliar)
«Ou, da importância de entender (ter entendido pelo menos desde 1992...) a importância das dimensões social e política da sustentabilidade, uma ideia humana.» E agora?
domingo, 19 de maio de 2013
«O Carrossel Popular» seguido de «O Dinheiro como Finalidade»
O Carrossel Popular é um texto da minha lavra sazonal, que venho repetindo por diferentes palavras há várias legislaturas, sempre que se aproxima a estação eleitoral, em particular a autárquica, que chega lá para o Outono, depois de uma Primavera algo fria e da letargia de um Verão que se prefigura pouco quente. Quanto a O Dinheiro como Finalidade, trata-se de um texto circunstante e datado, mundano portanto, sobre o discurso ministerial dos 100 mil euros sacrossantos. Dele hão-de restar poucas lições para o futuro, além porventura da necessidade de revisitarmos Voltaire, o grande iluminista europeu! Boas leituras!
terça-feira, 14 de maio de 2013
Geotecnia ambiental: um contributo indispensável para a sustentabilidade ambiental.
Deixo aqui a apresentação que tive o prazer de fazer hoje, dia 14 de Maio de 2013, durante a Mesa Redonda sobre "Promover a discussão no domínio da Geotecnia Ambiental
contribuindo para a sustentabilidade do ambiente", cujo programa pode ser descarregado aqui, organizada pela CPGA - Comissão Portuguesa de Geotecnia Ambiental, que teve lugar no Centro de Congressos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
Dediquei este meu modesto contributo ao meu professor de Solos e de Poluição do Solo (e também de Climatologia) António Guerra Réfega, ilustre agrónomo falecido em 2005, com quem aprendi, na FCT/UNL nos idos de 80 do passado século, durante a minha licenciatura em Engenharia do Ambiente, que o solo é um corpo vivo e que a sua protecção é tão necessária quanto a protecção dos ecossistemas e das espécies ameaçadas. Graças também a ele, esta percepção é hoje muito mais generalizada, e tecnicamente bem guarnecida. Um agradecimento pelo convite da CPGA (a colaboração é para continuar) e as minhas felicitações pelas excelentes iniciativas já realizadas e previstas, cujos frutos hão-de render a Portugal mais sustentabnilidade ambiental e melhor protecção desses recursos tão valiosos e tão ameaçados que são os solos e as águas subterrâneas.
A referência é:
Rodrigues, V.J. (2013) - Geotecnia ambiental: Um contributo indispensável com vista à sustentabilidade ambiental. 2ª Mesa Redonda sobre Geotecnia Ambiental, CPGA (org), LNEC, Lisboa.
domingo, 28 de abril de 2013
Breve Apontamento sobre os 20 Anos de Engenharia do Ambiente da ULHT
Para todos aqueles que gostavam de saber um pouco mais sobre a história do curso de Engenharia do Ambiente da ULHT, que tenho a honra de coordenar desde Outubro de 2009, aqui fica um breve apontamento que fiz para as comemorações dos 20 anos de Engenharia do Ambiente da ULHT. Haveria porventura muito mais a dizer, entre nomes e factos do maior relevo para o curso e para a instituição. Porém trata-se de uma sinopse, feita por alguém que somente a partir do ano lectivo de 1998/99 teve contacto directo com o curso, enquanto docente convidado pela Profª Benilde Mendes e pelo Prof. Santos Oliveira para substituir os professores das disciplinas de Auditorias Ambientais (Prof. Engº Manuel Pinheiro) e de Ética e Conservação da Natureza (Prof. Almeida Fernandes), ambos à época de saída da Universidade Lusófona. Como sempre, agradeço as vossas sugestões e/ou comentários visando o melhoramento do texto. Um abraço para todos e até sempre!
sábado, 27 de abril de 2013
Conferência Comemorativa dos 20 Anos de Engenharia do Ambiente na Lusófona
Dia 2 de Maio, a partir das 09:00, no Auditório Armando Guebuza da ULHT (Edifício da Biblioteca Vitor de Sá), ao Campo Grande (Lisboa), tem lugar a Conferência Comemorativa dos 20 Anos de Engenharia do Ambiente na Lusófona. A entrada é livre, eventualmente sujeita à disponibilidade de lugares sentados no auditório. Participem e, por favor, divulguem!
(carregue sobre a imagem para ampliar)
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Ensaio sobre o movimento decrescimentista/ Essay on degrowthism
Fica aqui a versão draft do meu ensaio sobre o (renascido) movimento do decrescimentismo, para os eventuais interessados no assunto. Como sempre, agradece-se a justa referência a quem teve o trabalho de o escrever, após intensa pesquisa:
Here is a draft version of my working paper on degrowthism for those interested in the subject. As always, I acknowledge proper citation of this work in progress:
Rodrigues, V.J. (2012) - A critique of degrowthism. Proceed. of the Int. Congress LIC'12, Porto, Portugal, 8-10 Nov. 2012
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Textos Não Técnicos... Para Descomprimir um Pouco a Cabeça...
Imagem picada aqui
Mais dois textos "não técnicos" que deixo aqui para quem quiser ler quando estiver, por exemplo, cansado de estudar história, matemática ou física. A mim faz-me sempre bem escrevê-los; espero que alguém também possa beneficiar alguma coisa em poder lê-los. Os textos, ambos escritos durante a 3ª Lua de Abril de 2013 (um magnífico Quarto Crescente!), são:
Boas leituras e continuação de boa Primavera!
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Uma Vénia para Gonçalo Ribeiro Telles, e outra para o saudoso António Viana Barreto
Uma Vénia para Gonçalo Ribeiro Telles, e outra, sempre, para o meu querido amigo Arqtº e Engº Silvicultor António Viana Barreto, falecido em 2012, outrora seu vizinho de atelier: dois grandes nomes da arquitectura paisagista portuguesa e mundial. Do segundo recebi, além da amizade pessoal ao longo de todos estes anos, o meu primeiro cheque... ainda andava a terminar a licenciatura (foi pela minha contribuição para o Estudo de Impacte ambiental do troço Palmela-Marateca da Auto-Estrada A2...corria o ano de 1991-92). Ele pensava que eu sabia alguma coisa, mas enganou-se redondamente: foi ele que me ensinou imenso ao longo dos anos e dos vários projectos em que me envolveu e em que conjuntamente trabalhámos (na sua empresa PEV - Projectos de Espaços Verdes, Lda.). Não me conhecia de lado nenhum: cheguei a ele através de um amigo de ambos, também engenheiro do ambiente, e a amizade entre nós manteve-se até ao fim da sua vida. Jamais esquecerei as suas lições de técnico e de Homem. Tal como jamais esquecerei a sua honestidade, nobreza de carácter e verticalidade. Já o disse mais do que uma vez, aqui e alhures, mas não me canso de o repetir. Apenas lamento que certas forças "progressistas" do nosso país não lhe tenham dado a atenção e a estima que merecia. Tal como lamento, porque sou de Alcobaça, a incompreensível desatenção, para não dizer outra coisa, das entidades públicas, designadamente locais, face ao espólio científico e cultural de Joaquim Vieira Natividade, do qual António Viana Barreto era uma excelente testemunha.
De Gonçalo Ribeiro Telles sei - para além daquilo que é público e notório em relação à sua figura - que teve um contributo notável na redacção da Lei de Bases do Ambiente portuguesa, de 1987, onde se bateu para que a luz fosse também considerada um valor ambiental das cidades (o ensombramento causado pelas amálgamas de edifícios representava, para Gonçalo, também uma forma de poluição), o que veio resto a acontecer, tendo a nossa lei de bases sido considerada por muitos juristas à época como uma das leis mais avançadas e inovadoras a nível mundial. Sei também o que Viana Barreto dizia do seu colega de profissão e vizinho de atelier, no prédio da Avª Duque de Loulé (à esquina com a Rua Bernardo Lima), e que era bem revelador do carácter de mais um grande Homem, um grande português e um grande patriota. Parabém pois a ambos, no caso de António Viana Barreto um parabéns póstumo, e que a História merecidamente os possa inscrever nas suas páginas maiores.
quinta-feira, 21 de março de 2013
20 Anos de Engenharia do Ambiente na ULHT
Começou em 1993, tendo os primeiros Engenheiros do Ambiente da ULHT saído da Universidade em 1998. Tenho uma imensa honra em ser cúmplice deste sonho, e estou certo de que os próximos 20 anos irão provar que temos razão por estarmos orgulhosos do nosso ensino e da nossa história! Um grande movimento de alunos e ex-alunos prepara-se para celebrar com alegria a efeméride, através da realização de vários eventos. Deles irei dando aqui a devida conta. Até já!
domingo, 17 de março de 2013
Parábola de Zaratustra
Um texto meu que aqui me apraz partilhar. Chama-se "Parábola com Zaratustra".
Francisco de Goya, Saturno devorando seus filhos (1823) Museu do Prado - Madrid.
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