sábado, 11 de dezembro de 2010

Campus de Lisboa da Lusófona mais Ecológico!


Foto: Patrícia Nobre da Costa, 2010

Sob o sugestivo título "The World is not an Ashtray!", e perante uma plateia de docentes universitários, entre os quais os professores Thomas Azwell e Ryan Carney, da Universidade da Califórnia, Berkeley; colegas de vários cursos, imprensa e membros da administração da Universidade Lusófona, os alunos de Engenharia do Ambiente da ULHT que participaram no Curso Avançado de Empreendedorismo Ambiental, apresentaram, no passado dia 10 de Dezembro, no Auditório Pessoa Vaz da Universidade Lusófona, a sua ideia/projecto para um mundo mais livre das perigosas beatas de cigarro, cujos efeitos ecológicos e ambientais tão bem explicaram na sua conferência, mostrando que este não é de forma nenhuma um problema ambiental menor ou acessório. À medida que as intervenções do grupo se iam sucedendo, mostrando o estado actual do conhecimento científico sobre o tema, ia crescendo na audiência a sensação óbvia de se estar perante algo que importa rapidamente corrigir. Quando circularam pela plateia as garrafas de água contaminada por beatas, mais ninguém pareceu ter dúvidas sobre o enorme poder contaminante desse resíduo que a sociedade, infelizmente, ainda tende a minimizar. Os alunos mostraram ainda alguns resultados das experiências de lixiviação em curso realizadas em laboratório, e que permitem quantificar, e pôr em evidência, o franco poder ecotóxico das pontas de cigarro.

Foto: Patrícia Nobre da Costa, 2010

Tratando-se de estudantes de engenharia, o seu objectivo é o de encontrar soluções para a sociedade, soluções essas que se pretendem eficazes, socialmente aceitáveis e economicamente viáveis. E foi por isso de soluções que também falaram nesta conferência, mostrando o exemplo que querem dar à sociedade a partir do seu Campus, no Campo Grande, que pretendem tornar o primeiro campus universitário em Portugal livre da contaminação por beatas de cigarro. Os dados apresentados relativamente ao inquérito que fizeram a cerca de 250 utentes do Campus, bem como à situação actual deste em termos de risco contaminação por beatas de cigarro e de equipamento existente (ou ausente) permitem desde já fundamentar algumas decisões importantes, nomeadamente quanto à localização, quantidade e tipologia dos cinzeiros existentes e necessários futuramente. Segue-se a implementação de um programa inovador e continuado de sensibilização de todos aqueles que diariamente o frequentam, e que são hoje mais de uma dezena de milhar entre alunos, professores, investigadores e funcionários. Sobre esta ideia/projecto tão bem fundamentada e apresentada, só me resta, por agora, dizer duas coisas: muitos parabéns! e força! Estaremos cá para vos dar todo apoio que sem dúvida merecem, e que necessitam para desenvolver e divulgar este que promete ser um grande projecto ambiental!

Foto: Patrícia Nobre da Costa, 2010

Este texto foi publicado no Jornal Internacional Notícias Lusófonas, que convido desde já todos a lerem e a seguirem com toda a atenção!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Petro-Inocência Ambientalista / The Environmentalist Oil-innocence

Fonte: Imagem picada aqui

Uma reflexão que fiz aqui, e que me apraz partilhar convosco, sobre a inocência ambientalista em relação à nossa dependência do petróleo.


The environmentalist oil-innocence
by Valdemar J. Rodrigues
vjrodrigues65@sapo.pt
The exploration and use by man of fossil fuels is, according to the dominant scientific paradigm, the causa causarum of global warming. Furthermore, off-shore oil exploration and transportation of oil by sea are activities with significant environmental impact, in the origin of some ecological disasters that human memory will hardly forget. In addition to environmental damage, such disasters often pose to society a heavy account of social and economic damage. The economic accounting of such damages, we must concede, it is very difficult to perform, since it involves ethical issues that lie outside the usual domain of economic science. In the recent oil spill in the Gulf of Mexico, caused by the explosion at BP's Deepwater Horizom oil platform, we again saw how such incidents are difficult to value from a monetary perspective. What would be the fair value to be paid by BP to offset society for caused damages? Each head would respond with its sentence, and with plenty of reasons to do so: the monetary value we attach to environmental goods will always depend on a huge amount of social, cultural, and political factors. Ultimately, such value is just a mere indicator of the moral condition of man at a given time, and in a given situation. Besides, in which currency should we report such a value? And which guarantees of stability should we require to that currency? - These are but examples of the many and legitimate questions that can be asked with this regard.
Some environmental experts, however, find consensus on one thing: the price of oil is too low compared to what it should be if the environmental and social costs of its life cycle were properly taken into account. Here comes the first act of environmentalist innocence: the failure in recognizing the trap that underlies the acceptance that nature may have a monetary value, and that such is fundamentally a good thing. Unconsciously, environmentalists admit that nature can be submitted to the randomness of capital accumulation/destruction cycles that characterize capitalist economies. But like many environmentalists, I believe that nature as a whole simply has no cash value, being the same rule valid to all its parts. Only in that sense I understand that nature goods such as oil, once extinguished, simply cannot be replenished or replaced. If nature is for sale, it could only benefit from such a destiny if investors on “environmental capital” were gods, or at least supermen capable to convince us that they would protect it and maintain it endlessly, something that is definitely far from being a reasonable expectation. We should remember what has happened, and still happens, with national economies whenever they are exposed to currency speculation. We should also remember the arguments used by European politicians whenever they make recommendations to small (and peripheral) eurozone economies such as the Portuguese one. In their discourse there is always a stressing remark on the erratic and potentially speculative nature of financial markets. Many environmentalists, by accepting inadvertently the idea of monetary valuation of nature, they actually deny its main source of strenght and identity: the idea of intrinsic value of nature, so well defended by the founding fathers of modern environmental ethics, such as Henry Thoreau, John Muir and Aldo Leopold.
The second act of environmentalist innocence stems in part from the first: most environmentalists claim that an increase in the price of oil would decrease global greenhouse gas emissions, since that would mean less demand from the current millions of direct and indirect consumers of oil products. But environmentalists, here as elsewhere, tend to minimize, or ignore, the supply-side effects of such a claim. For example, the effect of legitimating new (or aggravated) environmental taxes and charges by the local governments, which makes their states still more dependent on oil to finance their policies; or the more prosaic effect that, in the peculiar market of oil products, such a claim might pose, in terms of additional pressure for the rising of prices. That might lead to the artificial increase of oil prices, beyond what would be the normal increase due to the perception, by economic agents, of the growing scarcity of oil resources. This situation can stimulate companies to explore oil zones that formerly were not economically feasible, thus diverting (and delaying) its investments that, otherwise, could be applied more broadly, and more rapidly, in more sustainable forms of energy. Such consequences might mean in practice the extension of our global economic dependence on oil, and less preparedness of societies to change, which means probably more poverty and less development, namely in poorer countries. I am sure that that's not definitely what environmentalists want.
Therefore, I think it is important that environmentalists pay some attention to the supply-side of oil chain. Key issues must be scrutinized, such as the tolerance, and even blind desire, with which many governments face the possibility of starting new oil explorations in their territories. That seems to me inconsistent with the prevailing discourse of global warming prevention, as well as with the practice of subsidize clean energy projects, some of which involving huge amounts of public resources. For instance, it is deafening the environmentalist and political silence about the first exploration of oil in the Portuguese territory, whose drilling works were announced for the spring of 2011 by the american company Mohave Oil & Gas. Above all, I sincerely hope that worldwide environmentalist community can understand more deeply the larger consequences of its discourse, something that may be decisive for the future credibility of its campaigns and actions for the environment. It is also worth to notice the paradox of many political discourses on renewable energies and carbon zero emissions, once confronted with the reality of public budgets dependence on oil. We must keep ourselves awake during what it seems to be the long and painful journey to sustainability.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um Monumento Natural de Grande Beleza Cujo Processo de Reclassificação Exige Intervenção em Conformidade e Gestão Adequada

(carregue para exlorar no Google Maps)


Convido todos a conhecerem um monumento natural de grande beleza e importância ecológica, situado no concelho da Nazaré, classificado desde 1979, e cujo processo de reclassificação como Monumento Natural de Âmbito Nacional está presentemente em curso, encontrando-se em fase de Consulta Pública. Nesse contexto, e dando cumprimento às minhas obrigações cívicas, fui convidado e aceitei em participar na Sessão Pública que irá ter lugar no próximo dia 3 de Dezembro de 2010, a partir das 14:30, no Salão Mar Alto, na Nazaré, com o seguinte Programa:

14:30 - Sessão de Abertura
Engº Rui Remígio, Movimento de Cidadania, Património e Desenvolvimento da Nazaré

MONTE DE SÃO BARTOLOMEU (OU DE SÃO BRÁS) - PATRIMÓNIO NATURAL NACIONAL

A Geologia, Prof. Jorge Dinis, Universidade de Coimbra
A Botânica, Profª Fátima Sales, Universidade de Coimbra
A História e a Religiosidade, Sr. Júlio Almeida, MCPDN
O Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável, Prof. Valdemar Rodrigues, Universidade Lusófona

15:15 - Debate
15:45 - Intervalo

16:15 - A GESTÃO DO MONTE DE S. BARTOLOMEU

Engº Rui Remígio, MCPDN

Sr. Luís Pinto

Arqtª Sónia Romão

Arqtº Ricardo Roçadas

17:00 Debate

17:30 Encerramento



Veja-se ainda a notícia do Jornal Região da Nazaré sobre o encontro.

A pedido do MCPDN elaborei, a título individual, um Parecer sobre o assunto, que partilho aqui com todos os interessados. Foi neste parecer que baseei a minha intervenção na sessão pública do dia 3 de Dezembro de 2010.  A referência é a seguinte:

Rodrigues, Valdemar J. (2010) - Situação Ambiental Actual e Perspectivas Futuras para a Gestão Sustentável do Monte de São Bartolomeu - Nazaré. Parecer elaborado para o Movimento de Cidadania, Património e Desenvolvimento da Nazaré, 21 de Novembro de 2010.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Do emprego verde ao empreendedorismo ambiental, rumo a uma sociedade sustentável


A citação do artigo é:

Rodrigues, V.J. (2010) - Do emprego verde ao empreendedorismo ambiental, rumo a uma sociedade sustentável. Newsletter do SACEE – Serviço de Apoio à Criação de Emprego e Estágios da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Ed. Novembro de 2010.

__________________________________________________

Entre algumas publicações que estão disponíveis neste blogue, listo seguidamente o conjunto de publicações de que sou co-autor sobre a temática do ambiente e do emprego:

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1997). Os Empregos Verdes no Concelho de Góis. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1998). Os Empregos Verdes no Concelho de Chaves. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1998). Os Empregos Verdes no Concelho de Tavira. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J. & Ramos, T.B. (1998). Ambiente e Emprego. Estudo elaborado pelo CIDEC (Centro Interdisciplinar de Estudos Económicos) para o Instituto do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V.J., Ramos, T.B. (1999). Os Empregos Verdes no Concelho de Moura e
Mourão. Relatório Final. Estudo realizado pelo CEEETA para a Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, Lisboa.

Martins, A., Rodrigues, V., Ramos, T.B, Direitinho, F. (2000). Guia para a Criação de “Empregos Verdes” a Nível Local. Editado pela Direcção Geral do Emprego e Formação Profissional. ISBN – 972-8312-28-8. Lisboa.

Martins, A. (coord.), (2006). O sector do Ambiente em Portugal. Estudo elaborado pelo CEEETA para o Instituto para a Qualidade na Formação (IQF), Colecção Estudos Sectoriais, nº30, Lisboa.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Conferência FUTURAMB e Lançamento de Livro de Nelson Lourenço sobre Vermicompostagem, dia 23 de Novembro, pelas 18 horas, na Universidade Lusófona

(carregue sobre a imagem para ampliar)

O Engº Nelson Lourenço - que foi meu aluno de Engenharia do Ambiente na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e é actualmente um empreendedor qualificado na área da Gestão Sustentável de Recursos (através da FUTURAMB, uma empresa nacional especializada em Vermicompostagem) - vai regressar no próximo dia 23 de Novembro de 2010 à Universidade, desta vez na qualidade de palestrante, para dar uma Conferência sobre Vermicompostagem, que consiste «[...] numa tecnologia de tratamento e valorização controlada da fracção orgânica dos resíduos quando devidamente estabilizados, contribuindo, a título de exemplo, para a redução de resíduos orgânicos a depositar em Aterro e para o aumento dos níveis de matéria orgânica no solo.»

Na sequência desta conferência será feito o lançamento do seu livro intitulado: "Vermicompostagem - Gestão de Resíduos Orgânicos", um livro técnico que será de extrema utilidade, não só para técnicos e Engenhairos, mas também para todos os interessados em desenvolver projectos nesta área ambiental. Convido pois todos a participarem neste evento, (a entrada é livre mas convém fazer marcação junto do Secretariado: engº Luís Pereira, e-mail: sec.ambiente@ulusofona.pt) de forma a conhecerem melhor os fundamentos desta tecnologia de tratamento de resíduos, e a trocarem com o autor impressões e dúvidas que mais tarde poderão ser de grande utilidade na vida profissional.

Conferência "O Derrame de Petróleo no Golfo do México na sequência da explosão da Plataforma Deepwater Horizon, da BP", dia 30 de Novembro na ULHT

Convido todos os interessados a participarem nesta importante Conferência, promovida pela Direcção do Curso de Engenharia do Ambiente da ULHT, e que terá lugar no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona em Lisboa, entre as 18 e as 21 horas do próximo dia 30 de Novembro de 2010.

Fica a descição do evento:

A 25 de Abril de 2010 a Plataforma petrolífera Deepwater Horizon explodiu no Golfo do México, originando aquele que é considerado o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos. da América O governo americano estima que aproximadamente 4,9 milhões de barris de petróleo (o equivalente a cerca de 780 milhões de litros de crude) tenham sido derramados nas águas do Golfo num período de pouco mais de três meses após o acidente.

O cientista do ambiente Thomas Azwell, da Universidade da California, Berkeley, que integra a equipa de especialistas encarregue de elaborar um relatório do acidente a pedido do Presidente Barack Obama, será o orador principal desta Conferência, onde discutirá os aspectos ambientais relacionados com o derrame de petróleo, apresentando uma revisão crítica do esforço de resposta ao acidente e das tecnologias envolvidas, incluindo o uso de dispersantes químicos, queima in situ, barreiras de contenção e absorventes, booms, escumadores (oil skimmers) e pás, utilizadas para a limpeza manual das praias. Embora cada uma das tecnologias contribua a seu modo para a limpeza, existem tradeoffs, quer positivos quer negativos, que devem ser considerados. As questões relacionadas com a eficácia e com o impacte ambiental destas tecnologias necessitam de ser devidamente equacionadas.

Conferência: 30 de Novembro de 2010, a partir das 18 horas, Auditório Agostinho da Silva

Inscrições e informações:
Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais
Departamento de Engenharia do Ambiente
Engº Luís Pereira
e-mail: sec.ambiente@ulusofona.pt
Tel. +351-21-7515500 - ext. 2290
Data limite de inscrições: 26 de Novembro de 2010
Para mais ingformações sobre estes e outros eventos, consulte a agenda de eventos da ULHT

sábado, 25 de setembro de 2010

Ambiente e Defesa Nacional

© Imagem da Guerra no Golfo Pérsico, picada aqui.

O ambiente no contexto da defesa nacional é o artigo que preparei recentemente, e que será publicado no próximo número da revista Planeamento Civil de Emergência, uma publicação do Conselho Nacional de Protecção Cicil de Emergência (CNPCE). Fica aqui o artigo na sua versão não editada. A citação é a seguinte:

Rodrigues, V.J. (2010) - O ambiente no contexto da defesa nacional. Rev. Planeamento Civil de Emergência, 22: 20-25.

domingo, 22 de agosto de 2010

Um belíssimo livro de viagens à espera de ser publicado....

Não foi objectivo deste meu Blog a divulgação das inúmeras coisas belas e positivas que todos os dias vão acontecendo pelo mundo, bem como dos imensos lugares da Rede onde se dá conta de tais coisas. Este Blog visou apenas ser um registo útil das minhas publicações e actividade académica. Porém, dado que já houve o precedente da extraordinária cidadã Manuela Araújo, que faz um trabalho notável de divulgação e mobilização em torno do tema da sustentabilidade em vários fora, e nomeadamente no seu Blog Sustentabilidade é Acção, agora também no Facebook aqui, não podia, dizia eu, deixar de abrir aqui outra honrosa excepção: a do meu amigo e conterrâneo Mário Bernardes, uma das pessoas mais interessantes e viajadas que conheço, e cuja obra notável de registo espero que não caia em esquecimento, e que possa um dia ser publicada com a dignidade que merece. Recomendo pois vivamente a visita ao seu MBlog, a visualização das belas fotos e vídeos que aí se guardam e, sobretudo, a leitura atenta dos seus textos e anotações, que são do melhor que já li em termos de cadernos de viagens. e que dariam um excelente contributo para um género literário pouco praticado em Portugal: a literatura de viagens. Mário Bernardes é herdeiro de uma tradição centenária ligada ao universalismo português, iniciada na época dos Descobrimentos com homens como Álvaro Velho e Pero Vaz de Caminha, e prosseguida posteriormente por outros nomes notáveis, como o do famigerado Fernão Mendes Pinto. As viagens são, em certo sentido, inextricáveis de toda a boa literatura. Por isso espero sinceramente poder um dia assistir ao lançamento desse fantástico livro (ou livros...) de viagens do Mário Bernardes. Até sempre Mário, pois tu bem sabes como o mundo é, ao mesmo tempo, tão grande e tão pequeno. E ainda bem!

domingo, 15 de agosto de 2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sustentabilidade é Acção - Um blog que se recomenda



É claro que isto das citações mútuas pode parecer algo interesseiro. Mas a verdade é que, não conhecendo pessoalmente a famalicense Manuela Araújo, fui levado a conhecer o seu excelente trabalho de Blog devido às copiosas citações que nele faz, com a minha autorização expressa, do livro "Desenvolvimento sustentável: uma introdução crítica" do qual sou autor. Foi a circunstância fortuita, mas feliz, de nos encontrarmos virtualmente, que me fez começar a acompanhar regularmente o seu Blog, coisa que, devo confessá-lo, vou fazendo cada vez menos com a chamada blogosfera. Inclusivé, acabo por encontrar nele um vídeo recentemente feito em Pombal, com gente conhecida com quem trabalhei há algum tempo (2004 - 2005) no projecto da Alta Velocidade Ferroviária em Portugal. De facto fui durante algum tempo director do engº Tomás Marques no consórcio privado de Gestão Integrada do Projecto de AVF para Portugal, que trabalhou para a RAVE (a minha saída do projecto é pública, tendo manifestado profundas divergências com o mesmo, por exemplo, aqui). O Tomás Marques é um engenheiro do ambiente competentíssimo, e de quem só agora tive de novo notícias através do Blog da Manuela Araújo. Fico feliz por (re)ver a qualidade do seu trabalho, desta vez ao serviço do Programa das Nações Unidas para o Ambiente. Desejo-lhe os maiores sucessos, e que possa nessa organização dar o seu melhor em benefício da sustentabilidade dos povos que sofrem. Deixo pois a ligação para o exceelente Blog Sustentabilidade é Acção, e o voto de que a Manuela Araújo continue por muito tempo a fazer o excelente trabalho de divulgação e de sensibilização para a sustentabilidade que tem vindo a fazer.

terça-feira, 6 de abril de 2010

IV Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia do Ambiente

(carregue sobre a imagem para saber mais)

Trata-se da 4º Edição de um evento para o qual gostaria de chamar a atenção de todos os estudantes de Engenharia do Ambiente pela sua importância enquanto fórum privilegiado para a discussão e partilha de saberes e preocupações sobre o ensino e a prática da Engenharia do Ambiente em Portugal e no mundo. Além disso, trata-se de uma oportunidade única para o encontro dos estudantes e profissionais de Engenharia do Ambiente de todo o país, fomentando assim o enquadramento e a inserção no contexto educacional e sócio-profissional dos futuros Engenheiros do Ambiente. A organização do evento é da APEA - Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente. As inscrições podem fazer-se aqui. Como podem facilmente verificar, é de todo o interesse a inscrição na APEA, não só pelos grandes descontos que se podem obter nos vários eventos organizados pela Associação, mas também por toda a informação de cariz técnico e científico que a APEA dispobibiliza aos seus sócios. Para se tornar membro da APEA consulte informações aqui.

TEXTO DE APRESENTAÇÃO DO IV ENEEA


A APEA – Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente está a organizar o IV Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia do Ambiente – ENEEA, dias 7 e 8 de Maio de 2010, em Lisboa.

Com o IV ENEEA pretende-se reformular o sucesso das edições anteriores, proporcionando aos estudantes de Engenharia do Ambiente a interacção e comunicação com o mundo empresarial, incentivando e promovendo a integração dos estudantes numa dinâmica de contacto com as temáticas emergentes no mercado.

O IV ENEEA pretende proporcionar um ponto de encontro entre os estudantes de Engenharia do Ambiente transmitido conteúdos nos domínios relevantes da actualidade ambiental.

Valor de inscrição:

Sócio estudante - 10 €
Não sócio estudante - 40 €

Para se inscrever deve aceder à área reservada a inscrições em eventos do site da APEA!

(Nota: Caso seja sócio da APEA deverá colocar o seu login e password, caso não seja sócio deverá preencher o formulário abaixo e receberá no email o seu login e password)

Saiba aqui como se tornar sócio da APEA para beneficiar de uma redução de 30 € no valor de inscrição no ENEEA! Isenção do pagamento de jóia de inscrição durante o ano de 2010 - aproveite!

sábado, 3 de abril de 2010

Conteúdos do Blogue já disponíveis!

Após a passagem dos ficheiros para a plataforma Box.net, todas as ligações que anteriormente estavam inactivas para o download de ficheiros já se encontram a funcionar. Saudações amigas e votos de uma Boa Páscoa para todos.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

VI Ciclo de Conferências sobre Ambiente e Qualidade de Vida - Torres Vedras

(carregue sobre a imagem para ampliar)

Fica o convite para este evento que já vai na sua 6ª edição. A organização é da Câmara Municipal de Torres Vedras e do Instituto Superior Poltécnico do Oeste (ISPO). No dia 15 de Abril terei o prazer de moderar a sessão sobre o instante tema da Biodiversidade.

domingo, 14 de março de 2010

SUSTAINABILITY AND CULTURE: THE CASE OF BIJAGÓS ANIMIST COMMUNITIES OF GUINEA-BISSAU



A relação entre cultura e sustentabilidade há algum tempo que me vem atraindo as atenções, e motivado a realizar algum trabalho científico. Foi o que fiz com o caso da comunidade Bijagó do homónimo arquipélago da Guiné-Bissau. Um artigo que será apresentado em Setembro de 2010, na Finlândia, no Fórum sobre "Global Responsibility in Research and Education", a decorrer na Universidade da Finlândia Oriental, no campus de Kuopio. Alguns dados interessantes da muita informação recolhida sobre os povos dessas ilhas maravilhosas que Portugal insiste em ignorar e que desafio todos um dia a descobrirem. Fica aqui o abstract do artigo:

SUSTAINABILITY AND CULTURE: THE CASE OF BIJAGÓS ANIMIST COMMUNITIES OF GUINEA-BISSAU

Keywords: animism, Bijagós culture, nature conservation, sustainability, sustainable agriculture, sustainable forestry.

ABSTRACT

Why were Bijagós – the indigenous peoples of some inhabited islands of Bijagós Archipelago, in the coast of Guinea-Bissau, a region classified by UNESCO as biosphere reserve due to its ecological importance and nearly pristine status of conservation – capable to maintain over centuries a sustainable relation with nature and fragile ecosystems? Why its population didn't grew up extraordinarily during periods of peace in such exuberant and isolated environments? Why their commons have recurrently escaped from “tragedy”? Answers to these questions can be found in cultural factors, including local animist traditions and regimes of property. Bijagó culture challenges the prevailing materialistic conceptions of sustainability, since most instruments currently used to “measure” it are based on the assumption that man and nature are essentially in conflict. For Bidyogo this is simply not a valid assumption. Their culture cannot be conceived as exterior (or anterior) to the so-called "natural" world.

Citação:

Rodrigues, V.J. (2010) - Sustainability and culture: the case of Bijagós animist communities of Guinea-Bissau. Forum on Global Responsibility in Research and Education - Practices in Partnerships and Daily Activities, September 15-17, 2010, University of Eastern Finland, Savonia, Finland.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Foto de Grupo da Visita Técnica do passado dia 13 de Fevereiro de 2009

(carregue sobre a foto para ampliar)

Com os créditos devidos ao eng. Luís Lopes, fica aqui a foto de grupo da Visita Técnica do passado dia 13 de Fevereiro de 2009. Foi, a todpos os níveis, uma excelente visita, num dia de sol que pareceu uma benção! Obrigado a todos, e em especial ao eng. João Salgueiro, Presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, que nos acompanhou ao longo de todo o dia.

Artigo em Alemão sobre o Desenvolvimento Sustentável na África Lusófona

Com a ajuda do meu amigo Armin Ehrl, da Baviera, finalizei uma tradução em alemão de um artigo sobre o desenvolvimento sustentável na África lusófona. O artigo, que pode ser descarregado aqui, irá ser publicado brevemente na Alemanha numa revista da especialidade.

Nachhaltige Entwicklung im lusophonen Afrika

von Valdemar J. Rodrigues

Afrika ist heute, nach Meinung vieler Wissenschaftler, der Kontinent mit den größten Schwierigkeiten beim anlaufen von Prozessen zu Gunsten seiner ausgewogenen und nachhaltigen Entwicklung. Das lusophone Afrika stellt wohl, trotz seiner situativen Vielfalt keine Ausnahme dar. Der vorliegende Beitrag betont die Notwendigkeit, die afrikanische Realität zu verstehen, einschließlich ihrer Geschichte und Kultur, sowie den Lebensumständen seiner Bevölkerungen und Funktionsbedingungen seiner Institutionen. Diese Faktoren sind nicht unbedingt beschränkt auf die künstlichen, politischen und administrativen Grenzen der geographischen Gebiete. Es soll ermöglicht werden, dass der Westen konstruktiv an dem großartigen Projekt der „Kosmopolis“ auch in Afrika teilhaben kann, das Kant „Friede durch Recht“ nannte oder „universelle Republik“.

Die Geschichte lehrt uns, dass in Zeiten wie der gegenwärtigen, mit ihren Zukunftsängsten, bis hin zur Verzweiflung, es zu besonders riskanten Unternehmungen kommen kann. Die Perspektivelosigkeit darf nicht wieder einmal den Okzident lähmen, insbesondere nicht das Alte Europa, auf seiner Suche nach Möglichkeiten, die Entwicklung mit der Förderung von Menschenwürde und Grundrechten zu verbinden. Es müssen wichtige Entscheidungen getroffen werden, wohlüberlegte Schritte und Strategien, die auf andere Quellen der Legitimität zurückgreifen.

Wie kürzlich Joseph Ratzinger3 nahe legte, muß sich die „Kosmopolis“ dringend als politische Autorität des subsidiären Typs im internationalen Rahmen konstituieren. Ihre Hauptanliegen müssten heute die allgemeine Entmilitarisierung, die Ernährungsgarantie der Völker, der Umweltschutz und die Regulierung der globalen Migration sein. Das Risiko besteht bekanntermaßen darin, dass die o.g. Subsidiarität auf die eine oder andere Weise vergessen wird, oder degeneriert, im Falle totalitärer Herrschaft. Die jüngsten Entwicklungen im Hinblick auf die Europäische Integration und die Pläne zur Bekämpfung der internationalen Finanzkrise sind nicht wirklich geeignet, die zahlreichen Zweifel und Befürchtungen, die noch bestehen, zu beseitigen. (Stichwörter: Afrika, nachhaltige Entwicklung, Umwelt, Angola, Kap Verde, Guine-Bissau, Mosambik, S.Tome & Principe).


Este artigo foi publicado em língua portuguesa, na RILP, sendo a citação a seguinte:

Rodrigues, V.J. (2009) - Desenvolvimento sustentável na África lusófona: uma reflexão. Rev. Int. em Lingua Port., III Série, 22: 149-158.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pós-Graduação e Mestrado em Gestão da Energia no ISG

O ISG é uma escola do Grupo Lusófona que lançou recentemente uma Pós-Graduação e um Mestrado em Gestão da Energia, uma área de iniludível e crescente importância nos dias que correm. Dado que faço parte, com orgulho, da equipa docente destes dois cursos, não podia deixar de referir aqui a página e os programas dos mesmos, para todos aqueles que desejem introduzir-se nesta interessantíssima área de conhecimento e de actividade profissional.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Estratégias para a Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos da Guiné-Bissau

Artigo feito com a colaboração dos Profs. Henrique Coelho e Adelino Silva Soares, e que será publicado no próximo número temático da Revista Internacional em Língua Portuguesa, exclusivamente dedicado ao tema da água. Uma iniciativa da Associação das Universidades de Língua Portuguesa. Para já fica aqui um resumo do artigo por nós produzido:


Estratégias para a Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos da Guiné-Bissau

Strategies for Sustainable Water Resources Management in Guinea-Bissau

Valdemar J. Rodrigues, Henrique M. Coelho e Adelino S. Soares

Resumo
A Guiné-Bissau detém um potencial hídrico de grande importância ecológica e económica. A sua gestão e aproveitamento sustentável requerem a definição de estratégias de médio/longo prazo capazes de integrarem os vários aspectos e políticas determinantes do desenvolvimento. Assumem particular relevância neste contexto, para além da necessária operacionalização da gestão, o planeamento integrado e a regular monitorização dos recursos hídricos, quer quantitativa quer sobretudo na óptica da qualidade, bem como a cooperação internacional, especialmente no que concerne à gestão das grandes bacias dos rios internacionais (e.g. Rios Geba e Corubal). A capacitação das instituições é outro dos aspectos que merece destaque, devido à necessidade de aplicar os princípios contidos nas leis nacionais, incluindo os princípios emergentes do direito internancional, bem como de promover um adequado regime institucional de cooperação visando a protecção e o aproveitamento sustentável dos recursos hídricos.

Abstract
Guinea-Bissau owns a water resources potential of major ecological and economic importance. Its management and sustainable use require the definition of medium/long-term strategies capable of integrating the various aspects and policies constraining development. In this context, integrated planning and regular monitoring of water resources, from a quantitative but – mainly – from a qualitative perspective, as well as international cooperation, specially in what concerns the management of shared river catchments of Geba and Corubal rivers, assume paramount relevance. Institutional empowerment is another aspect deserving great attention, due to the necessity of an adequate enforcement and supervision of laws, including those regilations and principles emerging from international agreements and sound environmental practices, as well as of a proper institutional cooperation framework, focused on the protection and sustainable use of water resources.

Palavras-chave: Guiné-Bissau, Recursos hídricos, Estratégias de gestão, Monitorização, Modelação dos recursos hídricos, Quadro institucional

Keywords: Guinea-Bissau, Water Resources, Management strategies, Monitoring, Water resources modeling, Institutional framework

Citação:
Rodrigues, V.J.; Coelho, H.M. e Soares, A.S. (2009) - Estratégias para a gestão sustentável dos recursos hídricos da Guiné-Bissau. Rev. Intern. em Língua Portuguesa, III Série, 22: 77-87.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Visita Técnica à VALORLIS e à SIMLIS

(carregue sobre a imagem para ampliar)


Uma visita técnica aos sistemas de tratamento de águas residuais e de resíduos sólidos urbanos da VALORLIS e da SIMLIS, organizada pela Direcção do Curso de Engenharia do Ambiente da ULHT e com o apoio das referidas empresas e da Câmara Municipal de Porto de Mós.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Substitruição de plataforma de arquivo online de ficheiros

De início usámos aqui a plataforma FileQube de partilha de ficheiros online. Porém, após vários problemas surgidos com o FileQube (nomeadamente as sistemáticas dificuldades no descarregamento de ficheiros), decidimos mudar-nos para a concorrente BoxNet que, além de tudo, permite a previsualização dos ficheiros e parece ser bastante mais user-friendly. Aos poucos iremos fazendo as substituições, ficando para já apenas algumas mais recentes.

sábado, 31 de outubro de 2009

Primeiras Jornadas de Engenharia do Ambiente da ULHT

Irão ter lugar no próximo dia 14 de Dezembro de 2009, a partir das 14:30, no Auditório Victor de Sá da ULHT, as 1as Jornadas de Engenharia do Ambiente da ULHT. Pretende-se com esta iniciativa lançar e manter um Fórum anual de encontro de estudantes e profissionais de Engenharia do Ambiente, estimulando o contacto com temas e realidades que vão marcando a agenda ambiental em Portugal, na UE e na comunidade dos países lusófonos, e promovendo a integração socioprofissional dos futuros engenheiros. Numa organização conjunta da Direcção do Curso de Engenharia do Ambiente e do Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente da ULHT, e com o apoio da Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente, o tema de lançamento das Jornadas será:


"A experiência socioprofissional dos engenheiros do ambiente das escolas portuguesas"


«O exercício da profissão de Engenheiro do Ambiente em Portugal está prestes a fazer 30 anos. As actividades dos engenheiros do ambiente estendem-se actualmente às mais diversas áreas e domínios de interesse social, desde a política à tecnologia, passando pela economia e pela gestão. São seguramente muito poucos os sectores ou domínios específicos de actividade económica que actualmente descuram o contributo positivo da Engenharia do Ambiente para o seu progresso e desenvolvimento. A começar pela educação, onde a educação ambiental é presentemente uma área com grande participação de engenheiros do ambiente; passando depois pela ciência e pela inovação tecnológica, onde se destaca o número crescente de engenheiros do ambiente doutorados e envolvidos em projectos de investigação científica; indo até ao terreno da economia, em que cada vez mais a Engenharia do Ambiente participa como área de competência essencial para o desenvolvimento de sectores como os da energia e dos transportes, da indústria, da agricultura e do turismo; área de grande transversalidade, desde sempre em diálogo com arquitectos e urbanistas, interessados no planeamento e ordenamento das funções vitais do território, e com os engenheiros civis, apostados na construção e manutenção das infra-estruturas indispensáveis ao desenvolvimento, e onde a Engenharia do Ambiente participa quer na avaliação e concepção dos projectos, quer mais recentemente como valência técnica presente em obra a tempo inteiro para o seu acompanhamento ambiental; área que interage cada vez mais com o sector da saúde, dando corpo àquela concepção abrangente de saúde humana há muito defendida pela OMS, em que a qualidade do ambiente adquire uma importância causal e determinante - e já não falando da gestão de resíduos hospitalares, área específica de actuação onde os engenheiros do ambiente se destacam pela sua competência técnica; nos sectores comercial e financeiro, onde se dá cada vez mais relevo aos critérios e às auditorias ambientais; marcando ainda presença nos domínios institucionais que tradicionalmente impendem ao Direito e às Relações Internacionais, e onde a produção legislativa e o acompanhamento e regulamentação de tratados e convenções internacionais na área do ambiente assume especial relevância. São hoje de facto raras as instituições sociais e do mundo económico onde não é notada a presença dos engenheiros do ambiente. Entre elas destacam-se não apenas as empresas, o Estado e as autarquias, mas crescentemente as organizações de cariz internacional e regional como é o caso da União Europeia, da Agência Europeia do Ambiente ou da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), bem como as organizações não governamentais, e em particular as empenhadas na defesa do ambiente. Com uma população em Portugal pouco superior a 2000 profissionais, pode dizer-se que foi impressionante a capacidade mostrada por esses técnicos, ao longo destes quase 30 anos, nomeadamente para que o ambiente passasse a constar da agenda política, tornando-se ultimamente um aspecto central a ter em conta na tomada de decisões sobre matérias relacionadas com o desenvolvimento. Evidenciada esta realidade, importa pois saber quais os sentimentos e expectativas destes profissionais, não só em relação aos objectivos por si alcançados, mas também em relação ao diálogo com outros profissionais e técnicos. E sobretudo no tocante aos desafios futuros. O seu património de experiências e conhecimento é valioso, e daí o interesse em saber o que pensam sobre, e como vêem o desenvolvimento da profissão de Engenheiro do Ambiente. Espera-se que estas primeiras Jornadas de Engenharia do Ambiente da ULHT possam ajudar a compreender os horizontes de uma profissão que, sendo ainda relativamente nova, tem já um assinalável registo de "obra feita", e mostra claros sinais de poder continuar a ser aquilo que sempre desejou ser: uma profissão de futuro.»





O Programa das Jornadas pode ser consultado aqui. Além da presença de vários Engenheiros do Ambiente formados pelas uiversidades portuguesas, irão ainda estar presentes responsáveis da Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos.

Um evento com o apoio da:

domingo, 25 de outubro de 2009

Colóquios do Campo Grande sobre ÉTICA E MUNDO CONTEMPORÂNEO

(carrague sobre a imagem para ver o programa dos colóquios)

Participei, no passado dia 10 de Outubro, numa das sessões sobre Ética e Mundo Contemporâneo, um tema oportuníssimo nos dias que correm, integrada no programa geral dos Colóquios do Campo Grande. A sessão em que participei e em que estiveram também o Prof. Doutor João César das Neves (da UCP) e o Prof. Engº José Teixeira Trigo (da ULHT), tratou do tema da Ética Ambiental e do Desenvolvimento Sustentável. Foi um momento e um debate muito agradáveis, e deixo aqui o registo de alguns slides que então apresentei, para memória futura. Um obrigado especial ao Prof. José Fialho, da ULHT, pela sua generosidade e simpatia.

Rodrigues, V.J. (2009) - A Igreja Católica e o Desenvolvimento Sustentável. Colóquios do Campo Grande, Lisboa, 10 de Outubro de 2009.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A Igreja Católica e o Desenvolvimento Sustentável

Deixo-vos aqui o resumo do artigo que foi aceite para publicação, no 1º semestre de 2010, na revista brasileira de Ciências da Religião - História e Sociedade, intitulado "A Igreja Católica e o Desenvolvimento Sustentável".

A Igreja Católica e o Desenvolvimento Sustentável

Valdemar J. Rodrigues*

Resumo

Definitivamente, o catolicismo tem algo a dizer sobre a sustentabilidade e o modo de vida ecológico. Durante cerca de um século, a Igreja Católica amadureceu as suas próprias ideias sobre a ecologia e o desenvolvimento humano, através de um processo profundo de assimilação e (re)interpretação, face à sua doutrina, das principais preocupações e perspectivas ambientalistas de preservação de um planeta ecologicamente sustentável. Se o ambientalismo dominante no Ocidente cunhou o conceito prevalecente de desenvolvimento sustentável, um conceito algo sinuoso que significa coisas diferentes para pessoas diferentes em contextos diferentes, a Igreja Católica respondeu ao desafio com a ideia clara e consistente de desenvolvimento humano integral, que significa o desenvolvimento «de todo o homem e do homem todo». Este artigo examina as razões possíveis de uma não adesão do catolicismo às teorias dominantes sobre o desenvolvimento sustentável, advogando que o desenvolvimento humano integral é de facto o desenvolvimento sustentável devidamente revisto à luz da tradição humanista cristã. Entre outras coisas, este resultado põe em evidência a estreita relação que existe para a Igreja Católica entre espiritualidade e sustentabilidade. De facto muitas tradições religiosas, sejam ou não indígenas ou animistas, têm uma certa propensão para a protecção do ambiente e a conservação da natureza. Em particular as cristãs, dada a crença que têm na imanência do Criador em todas as coisas criadas. Além do mais, a Igreja Católica possui um valioso património de conhecimento prático sobre o modo de vida ecológico, ainda acessível em muitos mosteiros e conventos espalhados um pouco por todo o mundo. Não existe nenhuma razão óbvia para que sejam desprezados estes contributos do catolicismo para a sustentabilidade, ou para que se ignore o conceito de desenvolvimento humano integral sempre que o desenvolvimento sustentável estiver sob escrutínio.

Palavras-chave: catolicismo, ecologia, desenvolvimento, desenvolvimento sustentável, desenvolvimento humano integral
Abstract

Catholicism has definitely something to say about sustainability and ecological living. For about a century, Catholic Church has matured its own ideas about ecology and human development, through a deep process of assimilation and (re)interpretation, in view of its doctrine, of the environmentalist concerns and prospects for the preservation of an ecologically sustainable planet. If dominant Western environmentalism has coined the prevailing concept of sustainable development, a rather sinuous concept that means different things to different people in different contexts, Catholic Church has responded to the challenge with a very clear and consistent idea of integral human development, which means the development «of every man and of the whole man». This paper examines the possible reasons of such non-adherence of Catholicism to the prevailing theories about sustainable development, and advocates that “integral human development” is in fact sustainable development adequately reviewed at the light of Christian humanist tradition. Amongst other things, such result emphasizes the close relation that exists for Catholic Church between spirituality and sustainability. In fact many religious traditions, whether or not indigenous or animist, have a certain propensity towards environmental protection and nature conservation. Christians in particular, given their belief in immanence of the Creator in all created things. Besides, Catholic Church possesses a valuable patrimony of practical knowledge about ecological living, still accessible in many monasteries and convents worldwide. There is no obvious reason to neglect these contributions of Catholicism to sustainability, as well as to ignore the concept of integral human development whenever sustainable development is under scrutiny.

Keywords: Catholicism, ecology, development, sustainable development, integral human development

*Professor Auxiliar da Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa. Campo Grande, 376, 1749 - 024 Lisboa – Portugal; Tel. ++351-21-751 55 00; e-mail: vjrodrigues65@sapo.pt

A citação deste artigo, que pode ser integralmente descarregado aqui, é a seguinte:

Rodrigues, V.J. (2010) - A Igreja Católica e o Desenvolvimento Sustentável.Rev. Ciências da Religião - História e Sociedade, Vol. 8, No. 1: 198-233.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sessão de Apresentação dos Mestrados da Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais da ULHT

(carregue sobre a imagem para ampliar e ver o programa)

PME sustentáveis, como?

Foi procurando responder a esta questão algo difícil nos dias que correm que fiz um artigo com o mesmo título e que foi publicado na Revista Qualidade, da APQ - Associação Portuguesa da Qualidade e que, por isso, recomendo que adquiram. O artigo inclui uma análise SWOT das PME nacionais (e não só) em face do objectivo do desenvolvimento sustentável, bem como um conjunto de seis linhas de orientação para as PME nessa perspectiva. O artigo integral pode ser descarregado aqui.

Citação:

Rodrigues, V.J. (2009) – PME sustentáveis, como? Revista Qualidade, Ano XXXVIII, nº 2 (Verão de 2009): p. 25-29.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

E N C O N T R O Desenvolvimento Sustentável – Perspectivas Críticas, IPQ, 29 de Junho de 2009

(carregue sobre a imagem para ampliar)

Fui convidado para participar, no próximo dia 29 de Junho de 2009, num interessantissimo encontro sobre Empresas e Desenvolvimento Sustentável, que irá decorrer na sede do Instituto Português da Qualidade (Monte da Caparica) e em cuja organização está presente um meu brilhante ex-aluno, o Engº Diogo Real, actualmente pertencente aos quadros da QTEL, uma empresa do sector da Qualidade. Aceitei com muito gosto o convite, pois ando há algum tempo a preparar um pequeno texto sobre Empresas Sustentáveis que agora aproveito para finalizar. O texto, intitulado "Empresas sustentáveis: uma reflexão" pode ser descarregado aqui. A Citação deste artigo é a seguinte:

Rodrigues, V. J. (2009) - Empresas sustentáveis: uma reflexão crítica. Encontro Desenvolvimento sustentável - perspectivas críticas. Lisboa, Instituto Português da Qualidade, 29 de Junho de 2009.


sábado, 30 de maio de 2009

X Congresso Nacional de Engenharia do Anbiente

Carregar sobre a imagem para obter mais informações sobre este Congresso, de cuja Comissão Científica faço parte em nome da Universidade Lusófona. A Universidade Lusófona, tal como podem ler aqui, foi a primeira universidade privada em Portuhgal a lançar um Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente, sucedendo assim às Universidades públicas de Aveiro e Nova de Lisboa. Tal aconteceu em 1993, É para mim uma honra poder participar neste Congresso, de há vários anos aquele que melhor sintetiza em Portugal a actividade profissional dos Engenheiros do Ambiente. Tive oportunidade de publicar vários trabalhos em Actas deste Congresso, inicialmente designado "Congresso Nacional dos Engenheiros do Ambiente". Saúdo ainda neste X CNEA a tomada de consciência da APEA para a necessária dimensão lusófona da nossa Engenharia Ambiental, espaço fértil para a aprendizagem mútua e para a partilha de experiências genuínas sobre a relação entre a cultura humana e a sustentabilidade. Haja humildade para fazê-lo; a humildade de estudar e conhecer; a humildade de aceitar que a "luz" não nasce (apenas) a Ocidente, que existem soluções para além das puramente "técnicas"; que na sustentabilidade o ambiente e as pessoas são as faces de uma mesma moeda e portanto realidades indissociáveis. Há que sentir o chão e as gentes que o pisam para podermos tocar um dia no coração das coisas. Tudo o mais são histórias de dominação e de violência.

Os temas em destaque deste X Congresso são:

Política Ambiental no Espaço Lusófono,
Projectos Lusófonos de Engenharia do Ambiente,
TIC Aplicadas à Engenharia do Ambiente,
TIC na gestão da sustentabilidade,
TIC nos sectores das águas e dos resíduos,
TIC nos sectores do ar, energia e alterações climáticas.

Convido-vos pois a todos a participarem.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Conversas Públicas sobre Ambiente, em Alcobaça, no próximo dia 2 de Junho

O meu amigo e ex-professor de Matemática na ETA (era assim que então se chamava - Escola Técnica de Alcobaça - a Escola D. Inês de Castro) Rogério Raimundo, persistente e incansável candidato a Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça pela CDU, convidou-me a perorar sobre Ambiente e sustentabilidade nas 1as. Conversas Públicas promovidas pela sua candidatura em Alcobaça. Conheço bem o seu trabalho em prol de Alcobaça, que vem desde há muto desenvolvendo; respeito além disso o seu carácter, a sua honestidade e a força que coloca em unir todo o concelho. Aceitei pois de imediato o desfio, independentemente da cor partidária que o promove. O Rogério sabe como eu sou crítico da ideologia do seu partido, que acima de tudo respeito pela coerência e combatividade. Mas sabe também o quanto me importam o nosso país e a nossa terra, actualmente a atravessar uma grave crise de moral e de esperança, para além da crise económica que todos reconhecem. Há prioridades, e a ideologia não é com certeza agora uma delas.

O tema que me propus desenvolver é o seguinte:

Integração de políticas a nível local tendo em vista a sustentabilidade
a) educação para a sustentabilidade: promover a integração evitando a "dominação";
b) cultura e sustentabilidade: o caso de Alcobaça;
c) bem-estar pessoal e colectivo, economia e sustentabilidade;
d) o indispensável triângulo sustentabilidade/democracia/justiça;
e) Agenda 21 Local para Alcobaça: uma tentativa de esboço.

domingo, 17 de maio de 2009

DEBATE "QUE POLÍTICAS DE AMBIENTE PARA O SÉCULO XXI?" - Resumo e Agradecimento

(carregue sobre a imagem para ampliar)

Resumo e agradecimento:

Não é fácil a 8 conseguir manter-se um debate da natureza deste, para mais durante (apenas) cerca de uma hora e meia. Mas foi o que acabou por acontecer, graças à excelente moderação que teve. Pode dizer-se também que não houve propriamente um "consenso" quanto à desejável orientação das políicas de ambiente para as cerca de nove décadas que restam de um século iniciado de maneira algo perturbadora, para não dizer mais. Ficou vincada a ideia que foi grande o progresso feito em matéria ambiental nas últimas décadas, mas que muito está ainda por realizar, nomeadamente no domínio da integração de políticas que devem sobretudo visar o desenvolvimento sustentável. Em minha opinião, e na de alguns dos que participaram no debate, a actual "crise" pode vir a revelar-se um bom "elixir" para a necessária reflexão sobre a importância de basear as políticas de ambiente numa racionalidade mais abrangente, mais respeitadora da cultura dos povos e mais consentânea com os progressos no desenvolvimento dos novos espaços de cidadania que incluem, necessariamente, a Europa e a Lusofonia.

Neste sentido, voltou a evocar-se o Quinto Império, a ideia messiânica do grande português António Vieira, e que resplandece através dos tempos e das gerações na forma desse símbolo, hoje no coração da nossa bandeira, que é o do abraço armilar. Ousei mesmo dizer, seguindo os mestres Agostinho da Silva e Eduardo Lourenço, que Portugal, mais do que um Estado (um povo, um território, um governo) é uma ideia, um sonho humano por cumprir do qual somos herdeiros, e que nos vem desde há oitocentos anos dando luz para vermos muito para além do umbigo das nossas certezas e das nossas fronteiras. Saibamos pois honrar o nosso destino, que é esse de encontrarmos irmãos em toda a parte. E desejei que as políticas de ambiente fossem mais de integração do que de "dominação".

Queria também agradecer aos meus queridos alunos e colegas da Universidade Lusófona, e a outros amigos de fora da Universidade que compareceram "em massa" ao debate, e para o qual contribuíram com a sua energia e entusiasmo (confesso que me teria agradado mais tempo para intervemções da plateia, mas foi o que se conseguiu arranjar...). Para lá dos partidos e das querelas partidárias com que hoje se vão tecendo as políticas, incluindo naturalmente as do ambiente, existem pessoas reais, mulheres e homens que sentem e que respirando sonham. É dentro de cada uma delas que está a solução para os muitos males que hoje afligem o mundo. Não em nenhum "Olimpo" reservado a super-homens!

domingo, 10 de maio de 2009

CONCLUSÕES DAS JORNADAS SOBRE PATRIMÓNIO CULTURAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Damo-vos aqui a conhecer as Conclusões das Jornadas sobre Património Cultural e Desenvolvimento Sustentável - Caminho Real, assunto sobre o qual escrevi o artigo "Cultura e sustentabilidade: o caso da Nazaré". De realçar o magnífico trabalho dos promotores do evento (Engº Rui Remígio, Dr., Pedro Penteado e Dr. Paulo Fernandes) e da fantástica equipa local da organização. Os objectivos alcançados. sob a forma de um verdadeiro manifesto de comunhão de vontades visando a preservação e a valorização do riquíssimo património cultural de que todos somos herdeiros. irão certamente dar brevemente os seus frutos. Parabéns pois a todos, e até já!

LEIA AQUI AS

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Jornadas sobre Património Cultural e Desenvolvimento Sustentável

(carregue sobre a imagem para aceder ao Blog Património Cultural da Nazaré)

Com muito gosto irei participar nas JORNADAS SOBRE PATRIMÓNIO CULTURAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO - Caminho Real da Pederneira – Itinerário histórico-religioso, que terão lugar na bela Cidade da Nazaré, no próximo dia 9 de Maio de 2009, no Círculo Cultural Mar Alto (junto ao Hotel Nazaré), a partir das 10:00.

(carregue sobre a imagem para descarregar o Programa Definitivo do evento)

Foi criado um Blog, Património Cultural da Nazaré, através do qual poderão ser acompanhados os trabalhos destas Jornadas, o qual conta já com diverso material de interesse, incluindo os resumos de algumas das Comunicações que irão ser apresentadas.

Este encontro constitui um marco importante para o lançamento de um debate nacional cada vez mais instante, sobre Património Cultural e Desenvolvimento Sustentável. Conto com a vossa presença e com o vosso apoio, designadamente ao nível da Divulgação. 

domingo, 26 de abril de 2009

Apresentação do Livro "Uma Noite de Insónia", de José Alberto Vasco

Foi com enorme prazer que aceitei o convite, e do desafio, de fazer a apresentação do livro Uma Noite de Insónia do jornalista e musicógrafo alcobacence José Alberto Vasco, que teve lugar no passado dia 25 de Abril nas magníficas instalações do Armazém das Artes, em Alcobaça. Com uma sala apinhada de gente interessada e interessante, falei um pouco sobre as emoções que este livro me causou, depois de lido de um só jorro. Sobre o que se passou falou muito bem o jornalista Mário Lopes no Tinta Fresca, consistindo o essencial na ideia de que o respirar do 25 de Abril, data que perpassa em toda a história contada no livro, merece continuar a ser recordado e sentido por todos nós. Foi um momento muito bonito que seguramente não esquecerei jamais.