.... "existem" "ovos belgas", contaminados ou não, "carros alemães", "economias nacionais", alheiras "mirandelenses", maçãs "alcobacenses", bombas agás "norte-coreanas", ginjas "obidenses", pêras rochas "bombarralenses", música "portuguesa", pinheiros e florestas "nacionais", bacalhau "norueguês", ideais "europeus", culturas "orientais", etc. etc. etc., isto para além de "autores" morais e materiais de tais
seres. É um sem fim de homéricas criações e "criaturas" que colonizam e preenchem o mundo até à totalidade dos seus "vazios".... até que o mundo não possa mais ser dito pela primeira vez, com aquela clareza do dizer de quem por si mesmo o descobre e nele se descobre. Quantas vezes o mundo morreu já, asfixiado pela redundância ou silêncio do dizer? O Verbo que foi ao início, feito carne ou feito livro, talvez seja afinal sempre o mesmo verbo do fim. Talvez o mundo em holocausto seja incapaz de falar da sua morte, dessa morte que aplana e alarga e tudo preenche até ao mais brutal dos silêncios. Não sei.