quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Milagres da fé jurídica V - A greve soberana, o "Nóbele" da "sciência histórica" e outras passagens da mayor relevância "scocial", "pulhitica" e "ecunómica"


Um cantar da Jvstitiae milenarmente prescricionária, no modo peso pessado de quem pode manda. Entre outras adoro aquela parte em que ela canta. «Aquele banco de Jardim passou....» Que alcance, que visão; Que poder premonitório!

Veja-se esta maravilha da "ciência mística": O "órgão de soberania" "juridicamente subordinado" ao "soberano" ("povo", desta vez) que lhe paga e dita as leis e os códigos (!!) decidiu marcar uma greve mas, depois, insondáveis razões que a razão comum, profana, desconhece, levaram a que a desconvocasse. Entretanto...

Tudo legal, tudo justo, tudo "concetualmente" harmonioso e preciso, em stricta conformidade com o "direito" que, pelos vistos, já nasceu torto, com o Moisés egípcio, como Freud acreditava que ele era... Entretanto...

Interesantes e "inovadores" "estudos técnico-científicos" vêm sendo dados à estampa, mostrando como era o mundo há dez anos a esta parte (!) - tudo prescrito portanto! mas, noticiosamente falando, com a malícia própria dos "merdia" comunicacionais " da propaganda (quem haveria de pagar para ler essas porcarias de jornal), noticiada assim: "Portugueses têm 21% do PIB em offshores" quando, em verdade, deveria ser, quando muito (já era suficientemente merdoso): "Portugueses tinham em 2007 21% do PIB em offshores". É lindo de ver um "investigador" de uma "consagrada" "universidade" "atualizar" assim os seus dados sobre a "matéria de fato" (entre aspas ponho ou as novas palavras do AO90 ou os "conceitos jurídicos", ou jurisconceitos, que enxameiam esta língua que erradamente a "verdade oficial", isto é, a "verdade jurídica" ou a "verdade histórica" equivalentes à mentira que convém ao poder que está e vai sendo,  diz ser a do pobre Camões).

Mas não, não há (como poderia haver?) nenhum prémio "nóbele" para a "ciência histórica", nem "pura" nem na variante de "arqueologia ecunómica", como parece ser o caso. Sem dúvida o puto, o Gabriel Zucman, merecia um "nóbele em história" nessa variante, a menos que se chamasse Susana,  só que se ele fosse a "espanhola" Susana Gonzalez, ou a "portuguesa" Sónia Melo (dois desses bodes expiatórios regularmente seleccionados para holocausto, no caso cabras - as senhoras que me desculpem pois se trata apenas de "adotar" a expressão - para que o resto fique na mesma, tudo muito legal, muito justo e bem limpinho... na mais pura "verdade honesta"...) e fizesse as investigações "ecumenónicas" (esta inventei eu, que também o tenho às vezes direito...) que fez nessa área da "ciência mística" e "social-arqueológica" que é a "ecunomia", jamais a carapuça lhe seria descoberta, a mesnos que as suas "verdades" não fossem suaves e doces para o ser na história do estado, para o estado-criatura jurídica que é à maneira de deus supremo, e se Deus é a Verdade, então a Verdade está com o estado, e a Verdade é o Estado. (Tanto faz se estado-empresa ou se empresa-estado, a merda é "exatamente" a mesma). E, de "fato", as "verdades" do puto não poderiam ser mais suaves e doces para o ser na história: veja-se como ele até "descobriu" que «O recurso às off-shores não parece ser influenciado pelo nível de impostos.» Fantástico melga Zucman! Tudo cientificamente legal, tudo justo e tudo - à "exceção" de um ou outro bode ou cabra expiatórios - gente séeeeria, honrrrrada e honessssta! Ai de quem disser o contrário, pois leva com a Vara dos Justos & Associados... com a Vara da Verdade Jurídica que é a dos....

advogados-sacerdotes, criadores de estados e federações, autarkeias e Yupidos, de afundações, associações & grandes uniões de toda a espécie, de "pessoas jurídicas" singulares, mistas e colectivas, apoiados numa "ciência jurídica" tão pura e criatslina quanto essa do Kelsen, uma refinada merda que só é pena - e aí está a contradição - ainda precisar de humanos para se exercer e... sobreviver. Mas sim, humanos tão pretendidamente elevados e puros que são como puro espírito, porque tudo é espírito como dizia o Berkeley, e é para eles o espírito que, pela força do querer da razão iluminada, gera o hamburguer com batatas fritas que as almas imperfeitas, aprisionadas que estão em corpos descalcificados, feios e gordos, haverão de comer toda a vida, pagando e dando graças pelo veneno legal que ingerem... Poluíste, então hás-de comer os resíduos, até ao valor limite legislado obviamente, tudo para bem do estado-empresa e da eterna jvstitiae

Termino sem esqueçer as minhas amadas Cocktail. Para a próxima honarei aqui o meu querido Tony Carreira, um senhor da "música popular", tão "ilegal" quanto os carrosséis e as vendas de farturas das feiras desse portugalório sem fim (à maneira do império dos romanos), mas infinitamente mais legal do que as "legais" transferências para offshore, as viagens da HUAWEY ou até os almoços sem "fatura" das inúmeras "coletividades", associações, etc. etc.

Para todos boas prescrições, e bons voos para offshore enquanto novas leis não vierem, para refinar o procedimento... E olhem, não esqueçam os "créditos laborais" que, legalmente, ao que sei, prescrevem ao fim de dois anos. Se não puserem a "açãozinha" a tempo depois não se queixem, porque a massa... chapéu! Milagrosamente desaparece.... como os papéis dos biliões do BES Angola... Uns mágicos estes queridos do capute...