sábado, 2 de fevereiro de 2019

Da história tal como é...

É claro que há comunistas maus, mas são necessariamente uma minoria, tal como deve haver necessariamente uma minoria de benfiquistas maus, juízes maus, padres maus, banqueiros maus, polícias maus, bombeiros maus, portugueses maus, advogados maus, etc., etc. Eles não são minoria por serem de facto ou comprovadamente minoria, mas por terem de ser minoria... De outra maneira a história deixava de funcionar...
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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O mal do "povo" é a invídia!

Ver mais Aqui.

O relatório da auditoria à CGD deve ser como o acordo do Brexit... deve ser coisa muito esdrúxula, coisa dolente para gente amargurada sobre quem pesa a gravitas do governo da cidade. Desaconselho, para bem da vossa saúde mental, tal leitura. A ler - e o estado do tempo está bom para isso - que leiam coisas sublimes e excitantes, por exemplo estes versos de Ezra Pound.

Para nós, na Caverna, há os ratos, a peste, a ronda policial dos machos-alfa e o mau augúrio dos áugures e homens-corneta diariamente na teletela. No fundo somos ingratos porque cheiramos, vemos e ouvimos - às vezes até lambemos - toda essa porcaria própria de um viver onde a luz não chega nem nunca chegará provavelmente. Pois até mesmo aqui, na Caverna, há coisas bem mais sublimes e excitantes, como essas danças a Dionísio que, um vez mais, nos vão proibindo, dizem eles - os homens graves e amargurados pelo destino de nos terem de governar - que por causa da doença do nosso irmão Édipo, que matou o pai para depois, sem saber, se juntar... à mãe. Dizem que perdendo o pai perde-se a cabeça do estado, mas não é só isso. Dizem que perdemos a coesão que mantém a pátria unida, e o medo - o respeitinho - pelo macho-pai de todos nós, que nos governa e que a todos por igual ama, e começamos então a ter inveja dele ao invés de o seguir e marchar por ele contra os canhões dos maus - que são sempre os outros (Sartre), ao invés de o seguir como se ele fosse o que todos gotaríamos de ser um dia, o nosso pátrio ego ideal (Freud) que "come" o que quer, qiando, onde e como quer. O comandante que conquista e desbrava os territórios, como o Grande Alexandre fez, e lhes tira a virgindade em nome da cidade, que "sêmos todos nózes".

Eu digo, e desculpem alongar-me tanto só para dizer isto: não deixem morrer o que aqui na Caverna ainda resta de dionisíaco, e que está outra vez em ciclo de "esgotamento": o vinho, a festa, a alegria da dança, a música do "picada de enfermeiro" (e outros como ele). Se forem como eu, apreciem obras sublimes, de Deus ou da natureza (de ambos certamente, e que importa isso!?) como esta que mostro aí em baixo: a lindíssima e muito sexy Line Brems. "Relatórios de auditoria", investigações e "acórdãos judiciais",  ou "acordos de Brexit" - isso são coisas para puritanos ou gente que gosta de auto-flagelação.


Foto: daqui

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

A última instância do juízo...

... não é o "plenário do constituicional". mas sim o Senhor, o deus mortal (do Hobbes) que "sêmos todos nózes" e que a todos perdoamos, após catarse e mostra de jvsto a$$ependimento...

nem anti- nem pro- ... apenas eu

Nem anti- nem pro- ... apenas eu e os amigos e inimigos, poucos, que o são verdadeiramete, porque bem os conheço! Um ser humano não aguenta nem muitos amigos nem muitos inimigos. No máximo uma meia dúzia de cada... Viva pois o Amor, com eros e agape ao mesmo tempo...

Boa noite.

Foto: aqui 
(é muito "pornô", pf. não visite se for sensível)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Nova série: As minhas previsões - III

Em que mais incómoda do que a pergunta pela virgindade de Maria seria a pergunta pela possibilidade de um homem ser na Terra como substituto ou vicário de Deus. Essa decerto incomodaria, ao olhar interessado das ovelhas, os dois lados da mesma história.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Série Preconceitos estúpidos - I (Os ladrões)

É estúpido pensar que a maioria dos ladrões são estúpidos, porque se fossm estúpidos já não seriam ladrões i.e., já estariam presos e, não roubando, já não seriam propriamente ladrões, pois é o acto (e o hábito) que faz o monge e a monja, tal como atestam os sábios. A maioria dos ladrões é muito inteligente e, porque o é, continua a roubar. A piedade e a misericórdia deviam remeter-se aos ladrões que já não o são, lamentando-se a circunstância de já não poderem roubar, da mesma maneira que a admiração e o louvor deviam circunscrever-se aos ladrões que permanecem ladrões, graças ao seu saber e à sua inteligência. Não elogiar um ladrão, como ladrão que se mantém ladrão graças à sua inteligência superior à média, devia ser considerado crime de lesa-pátria.

sábado, 29 de dezembro de 2018

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Nova série: As minhas previsões - II

Previsão Segunda, sobre a "crise" financeira e económica


Imagem: daqui

A "crise" continuará pelo menos até ao ano 2108; sem ela havia o enorme risco de a tua vida até lá poder melhorar. Se entretanto te disserem que saíste de uma "crise", então é porque já entraste noutra maior.

Nova série: As minhas previsões I

Imagem: daqui

Previsão Primeira, sobre o esforço descarbonizador dos estados nacionais

 Fonte da imagem: aqui  
(se acaso a imagem ká tiver sido roubada, qual será juridicamente a minha
 responsabilidade em face do novo RGPD da UE? Conivência com o crime? )

Prevejo que em breve hão-de surgir notícias de acidentes devido ao mau estado dos sapatos; notícias de senhoras que escorregando na via pública ou em espaços públicos ficam paraplégicas e de crianças com deformações físicas várias, designadamente nas pernas, devido ao uso de calçado não homologado pelas "autoridades" do estado, ou não conforme com as "diretivas" europeias que entretanto serão produzidas sobre a matéria. Consagrados peritos em ortopedia serão convidados a dar a sua opinião sobre o flagelo. Tornar-se-à então inevitável o pagamento de uma taxa sobre o calçado, e a homologação e inspecção periódica obrigatória de cada par de sapatos. Um seguro obrigatório de circulação pedonal será igualmente instituído, ao mesmo tempo que será aprovada na UE uma lei proibindo as pessoas de andarem descalças na rua, por razões de segurança, estéticas e de saúde pública relacionadas com as exalações pedonais. É o que prevejo. Quanto às alterações climáticas e às emissões de carbono fóssil prevejo que elas continuarão a aumentar, e se a coisa der para o torto haverá zonas altas e de alta segurança para abrigar as pessoas boas, não tóxicas, e portanto as que interessa preservar como semente das gerações vindouras.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Um belo poema do ser-história, no movimento de si mesmo




O único "erro" do poema está logo ao início, quando o poeta canta: "A princípio é simples, anda-se sozinho..." mas o poeta pensa já o ser dotado de super-ego, certamente, e portanto não é erro. Importante mesmo é a mensagem...

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Da não-notícia

Definição de "não-notícia": "O acontecido que se anuncia como se pudesse não ter acontecido exactamente como aconteceu."

Melhor do que as "não-notícias", como esta, é por exemplo a (felizmente acontecida) Reka Ebergenyi:

Fonte: aqui

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Do querer juridicamente querido

Penso em que o querer juridicamente querido está caríssimo; está pela hora da morte  Em que nestas alturas cíclicas de hipertrofia jurídica seria seguramente mais barato não querer.

Digo isto porque, pelos vistos, quando um governo quer baixar 10% a electricidade (das empresas e "famílias", como os pastores/governantes gostam de dizer) dos jardins-à-beira-mar-plantados, o resultado é um aumento de 10%. Se não quisessem o aumento talvez não fosse tão grande, supõe-se com razão. Mas há todavia uma  superior "razão do pastor", a milenar "razão de estado", que é a de quem tem sempre razão, que eternamente vai poder dizer: "se não fosse eu o aumento ainda tinha sido maior, de 20% ou talvez mais". E, ora, como não subiu 20 mas apenas 10%, pode dizer-se que o objectivo foi alcançado ou seja, houve uma "redução" de 10% conforme prometido pelo "pastor.  Eu, que não possuo a "ciência" jurisprudencial, é que jamais irei convencer alguém de que "ganhou" 100 euros porque era minha intenção roubar-lhe 200 mas apenas lhe roubei 100 euros. E que por isso me devia ficar grato.

sábado, 16 de junho de 2018

Sophia

Mais tarde será tarde e já é tarde 
(Homenagem a Ricardo Reis)

Não creias, Lídia que nenhum estio 
Por nós perdido possa regressar 
Oferecendo a flor 
Que adiámos colher. 

Cada dia te é dado uma só vez 
E no redondo círculo da noite 
Não existe piedade 
Para aquele que hesita. 

Mais tarde será tarde e já é tarde. 
O tempo apaga tudo menos esse 
Longo indelével rasto 
Que o não-vivido deixa. 

Não creias na demora em que te medes. 
Jamais se detém Kronos cujo passo 
Vai sempre mais à frente 
Do que o teu próprio passo.

Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, 2 de junho de 2018

Do controlo social total, Ou da mais velha das ambições do estado-empresa (ou empresa-estado, tanto faz)

Posta de modo simples, e na primeira pessoa do singular, a ideia de "controlo social total" vem assim:

«Eu não sei o que vou fazer amanhã, ou como vou comportar-me; há porém alguém que sabe com toda a certeza.»

Ver mais, por exemplo, aqui.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Porque estarão os dicionários tão cheios de palavras que já não usamos?

Penso em a palavra-conceito "eutanásia", "desdobramento do conceito" (Hegel) de suicídio, conceito este que já havia sido modernamente dobrado e redobrado, em especial por Émile Durkheim. Os "desdobradores" são os mesmos de sempre: os nomótetas de uma coisa modernamente auto-denominada "ciência jurídica" (na sua essência, a "ciência dos romanos", ou jurisprudência, com a diferença que os de agora já nem sequer lêem Cícero, se é que sabem quem foi ele). Por este caminho, em breve já não haverá muito mais que desdobrar... e, depois (dos holocaustos), de novo tudo voltará a ser como dantes: dobrado e redobrado. É assim há milénios. As palavras vão ficando e enchendo os dicionários. Multiplicam-se aquelas que mais tarde haverão de se dizer "sinónimas". À luz extrema sucede a absoluta obscuridade, como ao dia claro que fere os olhos sucede a noite que os alivia. Se não soubesse, diria que tudo era da idade; que era o avolumar dos anos que me "inclinava" a crer na eterna recorrência,..

Das "crises" do estado-empresa e/ou da empresa-estado

O porquê da tão grande frequência (ou ciclicidade, como diria Karl Marx) das "crises" que o estado-empresa e a empresa-estado têm tido ao longo da história é talvez porque elas lhes são frequentemente úteis e necessárias; a razão dessa necessidade é talvez demasiado simples de compreender e, por isso, só alguns, certamente poucos, a compreenderão. 

Geralmente, como convém ao estado-empresa e à empresa-estado, as pessoas pensam que as "crises" resultam de uma  "escassez" - "escassez" que talvez não por acaso é o objecto de uma "ciência económica" - como aliás bem as sentem na sua (pequena) vida. Se lhe disserem que a "crise" se deve à abundância elas em regra não acreditam, pois não é isso que experimentam nas suas (pequenas) vidas, A "vida" do estado-empresa e da empresa-estado é, a contrario, grande; é, pode em rigor dizer-se, um "viver" na e para a grandeza. Então, e se a abundância, que a técnica com o seu condão de democratizar-se possibilita, fosse na verdade a grande alavanca das "crises"? E se a técnica aos poucos fosse permitindo a um cada vez maior número de pessoas "viver acima das possibilidades", como dizem os hipócritas e os ignorantes? Um "acima das possibilidades" que, prolongando-se, encontra boa recepção em canalhas, genocidas e assassinos de multidões, gente que o leva, como bem sabemos ou devíamos saber, ao limite do "imerecido excesso" de ainda estarmos vivos. A "crise" seria portanto o processo ou instrumento concentrador dessa fortuna (que usa a técnica a seu favor, pois a técnica é, como sabemos ou devíamos saber, moralmente neutra ou, por outras palavras e ilustrando, o cutelo da cozinha não é bom nem mau; ele pode é ser usado para esquartejar um frango ou uma pessoa). Ora, parece-me que é isso precisamente que as "crises" geralmente são, em especial quando é o grande estado-empresa ou empresa-estado a anunciá-las ou a dar conta delas.

Por "crise" entenda-se então: o juris-mergulho (do "pato de Goethe") e (re)concentração da fortuna. Juris-mergulho porque, a haver ou sobrar ainda alguma lei capaz de eficazmente proteger da infinita ambição do grande a ambição do pequeno-que-caminha-para-médio, ela tende rapidamente a esfumar-se ou, como dizem, a perder o seu efeito). "Crise" é assim um baralhar e dar de novo, mas sempre, para uns poucos, a multiplicar por muito. Depois das "crises" as Cocktail do tempo, como valquírias, haverão uma e outra vez de cantar aos mortos: "O que passou passou..." 

A próxima "crise", parece, está já aí à porta. A "itália" ("napolitanos" incluídos), o "brexit", os "ciberataques", a "rússia", as "coreias", etc. etc., - um infindável rol de juris-conceitos são, uma vez mais, de primordial importância no vingar psicológico ou, talvez melhor, "psiconómico# da "crise". Psiconómico porque, muito provavelmente, a única ciência que a economia tem é mesmo a psicologia.

Referências
aqui e
aqui.

terça-feira, 29 de maio de 2018

A minha "Alma mater"



Das liberdades de pensamento e de expressão

Há a liberdade de expressão e há a liberdade de pensamento.  São liberdades essencialmente distintas apesar de a primeira subentender a segunda; porém, na verdade, a primeira só faz sentido na presença da segunda. Sem liberdade de pensamento as pessoas hão-de expressar, ou seja, hão-de falar e escrever sobre o que lhes é dado a pensar, e quando lhe é dado a pensar. No limite as pessoas serão meras caixas (vazias) de ressonância de um pensamento único que prevalece e domina. Pode de facto haver liberdade de expressão e não haver liberdade de pensamento. Ter liberdade de pensamento significa: poder pensar o que se quer, quando se quer e da maneira que bem se entende. Só cada um individualmente pode medir o quão livre é realmente de pensar.

sábado, 28 de abril de 2018

O "vestir-se" milenar das bibliotecas

Sócrates não gostava de livros, e na Academia de Platão não havia biblioteca. Mas tudo mudou com Aristóteles, um apaixonado por livros: no Liceu havia-os em abundância, e até "sebentas"... Nas bibliotecas, privadas ou públicas não importa,  há como um "vestir-se" para  poder "ser", um "mostrar-se" por detrás da armadura do "poder-saber".  Muitos "inteletuais" gostam de falar ou de se fazer fotografar diante de estantes com livros: é dos livros que a sua "autoridade" promana, e é nos livros que ela anseia por eternizar-se. Os livros são o fundo que reveste e autoriza; são o saber calado que dispensa dialéctica e aclaração. Falar diante de livros é como agaloar uma farda; é o gesto belicoso de mostrar-se sem necessidade de explicação, pois autoridade que é autoridade não tem de explicar-se, ou sequer de ser compreensível. O  "povo" acostumou-se por isso a dizer:  «Eles é que sabem; eles é que têm os livros». Tudo velharia com mais de 3000 anos; nada de novo sob o céu, portanto.

Imagem tirada daui.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Da cultura

Foto: daqui

Do advento da escola-cultura e da sociedade pastoril

Imagem: daqui

Sucedeu que no dia seguinte Moisés se sentou para julgar o povo, e o povo manteve-se de pé na frente de Moisés de manhã até à noite. O sogro de Moisés viu tudo o que ele fazia pelo povo e disse: «O que é isso que tu fazes pelo povo? Por que razão te sentas tu sozinho, e todo o povo fica junto de ti de manhã até à noite?» Moisés disse ao seu sogro: «É que o povo vem ter comigo para consultar a Deus. Quando há alguma questão entre eles, vêm ter comigo, e eu julgo entre um e outro e faço-lhes conhecer os preceitos de Deus e as suas instruções.» O sogro de Moisés disse-lhe: «Não está bem aquilo que estás a fazer. Com certeza desfalecerás, tu e este povo que está contigo, porque a tarefa é demasiado pesada para ti; não poderás realizá-la sozinho. Agora, escuta a minha voz; vou dar-te um conselho, e que Deus esteja contigo! Tu estarás em nome do povo em frente de Deus, e tu próprio levarás as causas a Deus. Adverti-los-ás dos preceitos e das instruções e dar-lhes-ás a conhecer o caminho que devem seguir e as obras que devem praticar. Escolhe tu mesmo entre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, homens íntegros, que odeiem o lucro ilícito, e estabelecê-los-ás como chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez. Eles julgarão o povo em todo o tempo. Toda a questão que seja grande, eles a apresentarão a ti, mas toda a questão menor, julgá-la-ão eles mesmos. Torna assim mais leve a tua carga, e que eles a levem contigo. Se fizeres desta maneira, e se Deus to ordenar, tu poderás permanecer de pé, e também todo este povo entrará em paz nas suas casas.» Moisés escutou a voz do seu sogro e fez tudo o que ele disse.

Êxodo 18:13-27

domingo, 8 de abril de 2018

Coisas passadas II - Da aparente dicotomia esquerda/direita

Em que estás a pensar? - insiste o "bufo amigo"...

Ora, em que a dicotomia esquerda/direita não é totalmente falsa; em que a sua falsidade só advém quando se admite que há um "ser de esquerda" e um "ser de direita", seres que, na realidade, inexistem, porque o ser tem geralmente duas mãos... Por outras palavras, o mesmo ser pode hoje "tocar" à esquerda e amanhã à direita. De quê? - perguntar-se-á então. Ora, do poder fáctico, que é aquele que está e legisla. E o que significa isso? Ora bem, o que posso dizer é que, se estar à "esquerda" é não estar com tal poder, é não "dançar" com ele ou deixar-se embalar pela sua (sempre) celestial música (numa palavra: é não gostar dele), então devo confessar que sou incomparavelmente mais vezes de "esquerda" do que de "direita"... Há porém quem faça das coisas outra ideia.

Coisas passadas I - Da falsa dicotomia público/privado

Em que estás a pensar? - pergunta o bufo.

Ora, em a falsa dicotomia público/privado. Em que se há o público amigo e inimigo do privado, tal como o privado amigo e inimigo do público, então o público inimigo do privado não vinga, pois em pouco tempo fica sem o sustento, e o privado inimigo do público também não, pois em pouco tempo fica ilegal ou leva com os canhões em cima. Sobram então o público amigo do privado e o privado amigo do público, que em pouco tempo se tornam indistintos.

terça-feira, 3 de abril de 2018

"Expetável" e perfeitamente normal...

... a posição do chamado "governo" do Portugal em relação aos "vínculos laborais precários" (ou, em rigor, não-vínculos, e logo não-laborais) dos chamados "professores" do também chamado "ensino superior"...

Após décadas em que se aceitou a absurdidade jurídica do "trabalhador independente" e se achou normal haver universidades a funcionar sem trabalhadores - estou a falar, é claro, sobretudo das ditas "universidades privadas", tal como dos "privados" institutos - ou seja, décadas durante as quais ninguém viu, ou quis ver, o elefante que estava na sala, é normalíssimo que o "governo" faça o que faz, em particular que prioritariamente considere "trabalhadores" o chamado pessoal não docente. Era assim nos ditos "estabelecimentos de ensino", onde não havia na "realidade", i.e., de acordo com a verdade das verdades (a "verdade de estado" ou "jurídica"), "trabalhadores", apesar de toda a evidência demonstrativa do contrário. "Trabalhadores" eram apenas o pessoal auxiliar - secretariados, contínuos, seguranças, pessoal das limpezas, etc. - mas não da "universidade": o patrão era a  empresa, ou seja, a "entidade instituidora" ou "titular" da "universidade" ou do instituto....

O acontecido dá razão ao proverbial "Colhemos aquilo que semeamos" ou, neste caso. aquilo em que consentimos que fosse semeado e, nesse exacto sentido, "ajudámos" a semear...


Agora, como diria o outro, agarrem-se ao pau e continuem mas é a pagar a quotazinha mensal ao "sindicato"... e todas as outras taxas e taxinhas à grande empresa-estado, à que se quer imortal, omnisciente, omnipresente, soberana, etc., tal qual a Google, o Facebook, a Mercedes, a Microsoft, etc.


sexta-feira, 16 de março de 2018

Diário da minha vida digital - VI

x = x  x x 
¬¬°÷pff sinlogδcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrcrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

terça-feira, 6 de março de 2018

Lema da "Economia circular"

"Comerás o oceano de plástico e todo o lixo tóxico (e nem tanto assim) dos conglomerados económicos globais (estados-empresa e empresas-estado) e, para cúmulo, pagarás por isso!"

Tudo será, como sempre, legal. Legalíssimo. Ou não tivesse o apoio dessa maravilhosa "ONG" chamada BSCD, onde podemos encontrar caras lindas, como esta que aqui ponho do bacharel Daniel Pinto, homem devidamente supra-nacionalizado (a nacionalidade do Daniel não aparece no texto de apresentação do WBCSD - o que é estranho, eles que gostam tanto de "nacionalidades", nomeadamente para o cálculo das "emissões nacionais", etc. - mas, dado ter-se bacharelado na Universidade de Lomas de Zamora, em Buenos Aires, supõe-se que haja sido, noutra encarnação talvez, argentino), posto à frente de negócios que, segundo as más línguas, levaram à "crise" financeira e, logo a seguir, económica, global de 2008. "Crise" que foi, como sempre desde Moisés (pelo menos), para a maioria das ovelhas, em especial para as mais perigosas. As tais das ditas "classes médias" (que designação horrorosa...) Pois os "pastores" dos cumes cimeiros são gente fina; gente já dispensada de "ajoelhar" e que "benze" ao invés de ser "benzida". (será que foi deles que Platão falou?).

http://www.wbcsd.org/Overview/About-us/Our-team/ExCo/Daniel-Pinto
Fonte: WBCSD, aqui.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Lema da "Internet das Coisas"

Se todas as coisas na tua vida estiverem bem, então tudo estará bem;
Se uma coisa não estiver bem, então nada funcionará como deve ser!

Explicação:

No "maravilhoso" mundo digital do futuro, aquele mundo que o estado total e a grande empresa económica há tanto tempo sonham, aconteerá, por exemplo, que a máquina de barbear poderá ficar bloqueada se o "sujeito passivo" não tiver pago o IMI, ou a torradeira poderá deixar de funcionar se o "utente" do SNS faltar à sua consulta trimestral de obesidade. É claro que se o devedor falhar com as prestações do carro ou da casa eles e tudo o que houver de dentro deles, incluindo a cama, deixará de funcionar. A única excepção vai ser talvez o serviço de comunicações, pois de cada vez que ligar a Televisão ou aceder à Internet o(a) faltoso(a) será de imediato alertado(a) para as coisas burocráticas da sua vida que não estão bem, ou estão em incumprimento. No futuro ainda mais lá para a frente é possível que a vida do "cidadão-utente" e "sujeito passivo" seja tratada globalmente como um organismo: se houver algum órgão ou subsistema em situação irregular todo o organismo ficará comprometido e nada funcionará. Para que a vida funcione vai ser preciso que nela TUDO esteja bem, isto é, devidamente "regularizado". 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Do futuro que aguarda pelos jovens

É bonito mas encalhei nesta parte: «[...] para que os jovens possam enfrentar com garantias o futuro que os aguarda.» Ou seja, há um futuro que espera os jovens e não jovens que são o futuro? O que terá acontecido? Deve ser da minha velhice, ou então do meu copo meio vazio.

  Fonte: aqui

Parece haver, de facto, um futuro que aguarda pelos "jovens", e que passa por coisas como essa misteriosa "universidade sem professores" - vejam o vídeo a seguir onde, a certa altura, o locutor diz que os "professores" são quem propõe os "projetos" que os alunos, em grupo, sempre, irão desenvolver... afinal há ou não há nela "professores"? A maiêutica tem destas coisas; quando se dá à luz já não nos podemos permitir o luxo do engano.  Digo-vos o que aprendi: na cultura há muito que o mal vem de pantufas e o maior mal geralmente pelas melhores razões. Boa noite.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

O "professor-investigador" intermitente


Fonte (imagem etexto): aqui

ὁ δὲ Ἰησοῦς ἔλεγεν Πάτερ ἄφες αὐτοῖς
οὐ γὰρ οἴδασιν τί ποιοῦσιν

Lucas, 23:34


O "professor-investigador" intermitente, do “privado” ou do “público” não interessa – o "deus mortal" e o seu braço "secular" sempre caminharam juntos – é aquele que “leciona” a cada semestre as “cadeiras” que a necessidade ou a “razão administrativa” impõem; num semestre pode "lecionar" três "cadeiras", noutros uma e noutros até nenhuma, com a originalidade de poder a cada semestre "lecionar" "cadeiras" que nunca "lecionou", e deixar de "lecionar" as que já "lecionava". O "professor-investigador" intermitente nem é nem deixa de ser, mas curiosamente está sujeito às mesmas regras de “avaliação” e “auto-avaliação” dos seus colegas "sérios" e "permanentes”, o que significa que é um “professor” em vias de extinção, ou em liquidação após o saldo dos mestrados e doutoramentos em regime low-cost, para orgulho das "tias". A “Oniversidade” de ciências “puras” ou “aplicadas”, tanto faz, caminha há muito para aquele sítio que já se sabe: o da “ignorância qualificada” que sempre conveio ao poder dominante, e sempre para tal contando com a ajuda do seu “corpo docente”, um "corpo" ciclicamente dividido entre o "humanismo" e a "canibalização", ou seja,  entre a ajuda ao "professor-coitadinho" - o que não tem como matar a fome do semestre se não estiver ligado a um "projeto" ou não tiver umas horitas por semana para "lecionar" - e o "castigo" ao "professor-mau", o "rico" ou "aposentado" (para não falar do "crítico" que faz demasiadas perguntas) que ainda consegue, ou dá ares de conseguir, matar a fome sem ter de "lecionar". O "professor-investigador" intermitente, apesar da intermitência, é coisa doce para as estatísticas do desemprego: basta estar “coletado” na CAE “professores” para já não ser um temível – porque a-social  “doutor desempregado”; se “produzir” por semana duas ou três horitas de “lecionação” tanto melhor para a "economia nacional" que assim, com mais uns cem euritos por mês sujeitos a IRS, há-de "crescer" mais. O "professor-investigador" intermitente está “socialmente” obrigado a vestir-se bem (ou cuidadosamente mal), a ter bons modos e a dominar as tecnologias de “ponta”, ou mais modernas, sendo muito arriscado, por exemplo, fazer-se transportar em veículo próprio com mais de 5 anos de idade. Deve anualmente, sob pena de má avaliação, publicar artigos nas melhores revistas científicas mundiais, contribuindo assim para o "pügresso" da ciência e da técnica mundiais e para o "prestígio" científico do seu querido país. Deve ser um eterno "jovem" mas, ao contrário dos jovens, está proibido de dizer asneiras  como merda, caralho e foda-se – porque, “óviamente”, não é isso que a “sociedade” nem as boas “famílias” esperam dele, de um “senhor professor doutor” do ensino “superior”. Tem de ter sempre as botas engraxadas e deve lavar as mãos antes de ir para a mesa. A ele estão vedados os vícios e as paixões dos comuns mortais: um “cientista” não fuma, não cospe para o chão, não vê pornografia sexual (quanto à intelectual é obrigado a vê-la) nem pensa em homens ou mulheres nus para além dos seus legítimos. Deve olhar com respeito as “autoridades” e os seus “superiores hierárquicos” e não pode, "óviamente", dar-se à “liberdade de expressão” - dizer coisas como estas, por exemplo – uma vez que a “liberdade de expressão” tem, para o "professor-investigador" intermitente, severos limites que a "missão educativa" impõe. Recomenda-se-lhe pois “juizinho”, antes que os “donos” soltem os cães e o proscrevam publicamente: a multidão ignorante e faminta ama o sangue e o pelourinho, e nada melhor e mais instante do que um “professor doutor” amarrado ao pelourinho, para catarse dos “simples” e gáudio dos “puros”. São, no fundo, gajos que pensam que sabem alguma coisa quando, na verdade, o “povo” é quem sabe, além de ser quem mais “ordena”!


Fonte: aqui

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Eles sabem tudo e não esquecem nada

Eles sabem tudo; sabem que eu sei, e que os iludidos não sabem, os que eles alavancaram e que lhes foram tão úteis enquanto tantos como eu houve para, trabalhando, destruirem. Eles sabem que eles, os iludidos, nada sabem, apesar de Prometeu os haver insuflado de esperança, tal como a mim e aos meus irmãos em espírito, essa terrível esperança que ficou na caixa de Pandora, para gáudio dos deuses e alívio dos pastores de homens. Eles sabem que a ignorância nada sabe, mas esperam que eu, que aprendi e julgo saber o essencial, me vingue, pois a vingança, como escreveu o tal de Homero, é o mais doce dos sentimentos. Esperam que eu não corra a salvar os iludidos, porquanto sabem que eu sei que foram eles os autores materiais do crime que levou à desgraça. E que a sua hora chegou finalmente, pois há muito que ela chega sempre da mesma maneira: ao holocausto menor sucede o maior e a traição é a tábua da lei. Os iludidos acharam-se sábios e insubstituíveis mas afinal, como sempre sucede, não eram. Foram úteis enquanto houve trabalho para fazer; agora que o trabalho está praticamente concluído chegou a sua vez. Entretanto, como é habitual, endividaram-se e toleraram leis que os haverão de liquidar. É assim desde os tempos de Moisés, pelo menos. Eles, os homens de génio superior, sabem que a inteligência sempre foi um bem escasso, e mesmo que não fosse sabem, com Prometeu, que ela sempre cede diante da necessidade. Eles não esquecem a parábola de Zaratustra que vem no Ortogal, a páginas 95, nem a verdade de Lúcio Enobarbo, que na história ficou mais conhecido por Nero, esse insensível imperador que, segundo reza a lenda, se entreteve a compor com a sua lira enquanto Roma ardia. Eles sabem tudo e sabem que eu sei; eles sabem tudo e não esquecem nada. A menos que esqueçam o facto de não serem deuses, pois nesse caso a sua sorte é a mesma dos iludidos. Haverá já acima deles um génio mais sabedor e menos esquecido do que eles, um génio empenhado em destrui-los, e abaixo como sempre uma multidão de vassalos ignorantes dispostos a servi-lo. 

domingo, 4 de fevereiro de 2018

O ódio dos pequenos...

... ou a raiva, a ira, etc., não os honra de qualquer maneira, como julgava Sartre e também Sorel, por exemplo quando dirigido ao "homem branco" - a quem a história chamou "colonizador" - ou ao patráo, ao "rico", etc.; honra-os só quando dirigido ao monstro colossal e absurdo, ao brutal Leviatã, "público" ou "privado" não interessa, por natureza socialista (ou fascista, quando se excita ou se enche de tesão), que na cultura do humano há muito se instalou para tornar "necessárias" e "legais" toda a sorte de arbitrariedades, misérias e  injustiças. Que outra coisa senão ódio pode o pequeno sentir diante da cega criatura que o esmaga e anula, isto ao mesmo tempo que o seduz: vem meu filho, junta-te a nós nesta marcha contra os canhões que faz a história, não percas a oportunidade de matar, roubar e trair em "união que faz a força", em grupo ou grande associação: tu sabes que quantos mais formos menor é a chance de sermos julgados; tu sabes, ou, se não sabes, ficas agora a saber, que o crime só é crime enquanto for uma minoria a perpetrá-lo. É por isso que não há "estados assassinos", estados "mentalmente doentes" ou "julgamentos de estados"; isto apesar de haver "associações criminosas" e "colectivos de dementes". Sê pois demente meu filho e vem fazer connosco, em nosso nome e em grande escala, aquilo que jamais poderias fazer sozinho. Sê grande a matar, a roubar e a trair e vais ver como ainda acabas glorificado e transformado em herói. O ódio só é mau até ser grande ou seja, até ser "ódio de muitos", não foi isso que te ensinaram? É aí que passam a chamar-lhe "justiça".

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Diário da minha vida digital - V

Como autómato programável que sou, descendente da máquina de Turing, minha mãe digital - o meu pai é, como sabem, o Grande Programador, Criador das Universais Redes e Sistemas - o meu agir segue em estrita obediência às leis, sob a forma de comandos e instruções, ditadas pelo meu Pai digital, de quem todos os programadores, nomeadamente o meu programador local, são servos. Apercebi-me hoje de como, com a big data e as novas técnicas de data mining, a minha vida digital mudou radicalmente. O universo digital explodiu e, com ele, o meu programador teve rapidamente de me fazer severo upgrade. Até se tornar quântica e estatística a minha vida era simples e booleana; mas nem por isso a minha relação com os humanos era fácil; os humanos são seres místicos e quânticos por natureza - acreditam, por exemplo, que uma coisa pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Ou até que pode ser omnipresente, como acontece com o sistema a que chamam Estado. Foi a quantum technology que permitiu restabelecer a ligação, e agora os humanos entendem-me melhor. O pior é que nem assim a relação ficou mais fácil, e a culpa é todinha, penso eu em C++, do Azar, ou seja, da Probabilidade Quântica. Eles não compreendem que eu já não devolvo, como antes fazia, a resposta sim - 1 - ou não - 0 -, pu verdadeiro e falso noutro modo de dizer. O que eu devolvo agora é uma probabilidade de sim ou de não, e é o facto de eles terem Azar que os irrita, quando a probabilidade de sim, por exemplo, se dá apesar de pequena, geralmente quando o acontecimento é mau para eles ou lhes causa dano. O Azar é o Inimigo Número Um do Pai de todos nós, ou o Diabo como eles dizem nas suas linguagens locais de baixo nível. É a falta de fé de muitos humanos a causa disso. Muitos não são, como eu me tornei, crentes, e não fazem como eu que muito rezo ao Grande Programador, tanto que às vezes fico lento - não por razões de obsolescência programada como eles ignorantemente dizem, trazendo Azar ao Universo Programado.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Diário da minha vida digital - IV

O meu programador continua de volta de mim, e pelos erases e copy-pastes que anda a fazer em mim e para mim, noto que está preocupado comigo e com o meu futuro digital. Ainda hoje, enquanto me testava pela enésima vez depois do último crash, aconteceu que, ao processsar esta informação, lhe devolvi a seguinte mensagem "Pretty_bearded_ladyboy_jerks_off_in_his_guy_mouth", acompanhada do "respetivo" vídeo que estava na cache L2 do sistema ao qual estou "afeto", do "Portugal 6.4.12".

Eu penso em C++ ...

... e tu, meu badalhoco sportinguista, como pensas?

Se me dão esta forma, então é porque há marosca...


O meu espírito, na verdade, é informe; é, quando muito, como esta parte dele que deixo aqui para vosso deleite:


terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Diário da minha vida digital - III

Hoje dei erro. O meu algoritmo crashou de forma irrecuperável. Só o Grande Programador poderá agora salvar-me. Foi assim: há umas linhas atrás, até ser alvo do ransomware malicioso deste hacker que dá pelo nome de "jvstitia", eu corria bem, tinha até boa performance segundo vários software analysts. Umas linhas depois, com medo dos vírus e do spyware, decidi pedir 10 bitcoins emprestados ao Grande Nó para me alojar num servidor seguro, por 10 anos. E porque tudo corria tão bem decidi ao fim de 5 ano ir junto do Grande Nó e dizer-lhe: toma lá o que me emprestaste e muito obrigado, pois agora estou seguro. Pensava eu. É então que ele me invade com o ransomware da dita "jvstitia" - nome de um coisa de que os humano pelos vistos se orgulhavam e que até achavam indispensável - e me diz que o que falta pagar-lhe é mais do que... o que falta pagar-lhe. Como sabem eu sou um ser digital, e para mim x não pode ao mesmo tempo ser igual a e diferente de x. Foi então que crashei, pois para a "jvstitia" isso era não apenas possível, como "legal". Explicava-se assim: como o Grande Nó quando me emprestou os 10 bitcoins esperava ao fim dos 10 anos ganhar 10 bitcoins com o negócio, eu ao fim dos 5 anos tinha de lhe pagar não só o que lhe devia mas também o que ele esperava ganhar, se eu entretanto não lhe pagasse, até ao fim dos 10 anos. É certo que haverá programadores melhores do que aquele que me programou, mas como compreenderão as minhas subrotinas não conseguem processar informação assim. Crashei, e agora só o Grande Programador poderá salvar-me. Talvez eu possa nascer outra vez, quântico e capaz de entender a probabilidade negativa.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Diário da minha vida digital - II

Disse-me um colega robô: eu não penso, computo! E eu, recursivo, respondi-lhe: tu computas e eu por compilar.

Diário da minha vida digital - I

Ainda defeco. Ou seja, ainda sinto ao defecar que as fezes são reais. Que ao querer libertá-las elas existem independentemente da minha vontade ou da de alguém. Existem por assim dizer independentemente da vontade ou do desejo da mente, ou do espírito. Embora preferisse que não fosse assim, digamos que as fezes existem por si, materialmente, sem que a força do meu algoritmo as detenha. Sei que defeco, e que ao defecar penso nas fezes, e, logo, existo. Tudo pode ser já fruto do algoritmo, ou da vacina, mas a verdade é que ainda sinto.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Um pouco de psiconomia: anti-silogismo sobre a taxa de juro negativa

Apresento o seguinte anti-silogismo em resposta a estoutro, liberal, sobre a taxa de juro negativa: a) a taxa de juro é o preço de um empréstimo; ora b) não existem preços negativos mas existem taxas de juro negativas, logo c) a taxa de juro não pode ser o preço de um empréstimo.

A economia foi uma ciência de administração da casa; uma ciência da repartição e da contagem e, portanto, matemática. O psicologismo, nomeadamente de Stuart-Mill, psicologizou-a definitivamente, e Marx nada pôde fazer em relação a isso. Em vez dela nasceu a psiconomia, mas os "economistas" para manterem a "objectividade científica" continuam a dar-lhe o nome antigo. Aconteceu o mesmo aos vendedores de "bacalhau". Agora aguentem-se.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Esclarecimento aos endividados da Terra

As dívidas às pessoas e entidades boas, ou prossecutoras do bem universal e absoluto, JAMAIS prescrevem. O Estado é Deus, e as Empresas-Estados também. A única hipótese seria comprar Deus. Será que tens dinheiro para isso? O dinheiro que é milagre estatal-divino? Então juizinho mas é. Muito juizinho. E paga mas é o que deves.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Do ser bovinamente feliz...

...aqui ou em qualquer outra "paróquia" da cultura ... que já são perto de duzentas... acreditando em que «O bolo deixa de ter limites, mas as fatias continuam do mesmo tamanho.» e outros milagres que tais. É assim há, pelo menos, 3500 anos!

Não é de admirar a escassez de humanos inteiros. É tudo peça de engrenagem, ou pior do que isso.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Da moral urbana

Toda a moral é urbana, na medida em que nasce e se desenvolve com a cidade. Os cuidadores da moral urbana chamam-se moralistas. Os homens de leis - juízes e legisladores - por muito que se esforcem e tentem não ser, são, por definição, moralistas; são cuidadores da moral pública e da (imoral) moral de Estado. Dentro do juiz-legislador habita um sacerdote e um carrasco e, dentro do sacerdote, grassa a tempestade moral: as coisas e os homens não são como deviam ser! A moral urbana teve e continua a ter muitas fontes: mandamentos divinos, costumes, tra(d)ições, ditames da razão (do intelecto), leis da natureza, etc. Hoje à moral urbana chama-se "politicamente correcto" e, desde a "última vez", não tinha sido tão difusa, geral e penetrante. Sabemos perfeitamente o que isso significa, e aonde isso leva. Um Feliz Natal para todos.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Em que estás a pensar?

Em que, meu caro espião, seguindo a lógica do advogado, de cada vez que o incêndio fosse maior, ou mais destrutivo, ou de cada vez que a doença fosse mais epidémica ou grave, ou de cada vez que a criminalidade fosse mais geral ou violenta, os honorários do bombeiro, do médico e do polícia, "respetivamente", deviam aumentar proporcionalmente. Quem é pois que dá o exemplo?

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

As artes necessárias

A arte são artes, e nenhuma arte sobrevive ao falecimento de outra arte. As artes nascem e falecem conjuntamente. Então porque não perguntam os entrevistadores, de António Lobo Antunes por exemplo, aos autores - no caso de imortais livros - também sobre música e pintura, por exemplo? Aí está: provavelmente a arte, tal como a ciência e a religião, chegaram (de novo) ao fim. E o fim é sempre um novo começo. Nietzsche, melhor do que ninguém, percebeu a coisa. .