terça-feira, 20 de outubro de 2020

Coisas importantes para ler e entender...

Mostrando que o extremo-direitismo é a própria imprensa - essa que muitos dizem "esquerdina" - quem o promove. Tal como há pouco fiz aqui com o António Balbino Caldeira, faço agora com a Fernanda Câncio: independentemente de quem escreve, há coisas que importa ler com atenção, escritas - e muito bem - por pessoas que não conhecemos pessoalmente ou, se conhecemos, com as quais não temos nenhuma espécie de relação doentia: por exemplo, de conspiração político-programática, de prostituição intelectual (i.e., de comércio da opinião própria e, quem sabe, até da própria consciência) ou envolvendo o também tão comum temor reverencial (a melhor definição que encontrei desse temor foi a do Professor José Adelino Maltez, que tem vasta e valiosa obra publicada - não só de ciência histórica e da pólis mas também de poesia - e que, por isso, sempre convido a ler). Fernanda Câncio expõe aqui alguns factos e ideias que, no conjunto, corroboram a tese de que a força dada aos extremismos não promana apenas dos "maus", "populistas", etc. Ele promana também, e dir-se-á até primariamente, de uma propaganda acéfala e deslumbrada que parece ter tomado de assalto órgãos de informação outrora julgados "sérios" e "confiáveis", além de "tolerantes", "democráticas", etc. Propaganda essa alimentada por gente com tão grande "amor ao povo" que acaba por sufocá-lo, nem reparando que estão dando gás à violação de direitos que, tanto quanto se sabe, ainda não foram suspensos (mas é claro que o veredicto cabe aos majestáticos ivris-consultores da suprema área técnica ivris-constitvcional, humanos par definitio tão puros e isentos de pecado que há, por vezes, quem não resista a tanta pureza, incluindo a ivris-concetval de seus dovtos pareceres & acórdãos, e tente "maliciosamente" lançar sobre eles infames suspeições, ou conspurcar suas, par definitio jubiláveis e imaculadas, carreiras, com infames salpicos de merda). Mas não nos desviemos para o atoleiro da ivstitia indígena - nunca mais de lá sairíamos. O que não se percebe mesmo, Fernanda, e note-se que eu acho muito bem que não se perceba, é exactamente o que você diz a certa altura no seu texto: O ter havido tantos órgãos (da "imprensa séria", digo eu) a «asseverar que a polícia pode entrar-nos em casa sem mandado», atendendo à covidiana calamidade em curso, entre outras tão ou mais graves até, como se vê. Porque terá isso acontecido? Apresentará essa propaganda aterrorizante uma tendência hoje quase geral? Se sim, porque será? - são perguntas que ficam.  

domingo, 18 de outubro de 2020

Perguntas inconvenientes XXVI - A pergunta pela conquista da confiança

O que pode fazer o humano "pastor de homens" se acaso os homens que "pastoreia" perderem a confiança nele, ou nem sequer chegarem a tê-la?  O que pode ele esperar senão desconfiança? Se a incerta cóvide, as "crises banco-financeiras" e da ivstitia, o aquecimento global, etc.,  foram e são de maneira a que a esmagadora maioria paga para que uma "esmagadora minoria" possa ganhar ainda mais, exponencialmente como o lema da Singularity University, qual é o espanto de haver quem não confie na boa vontade dos governos, mesmo se acaso ela for real? A quem serve  realmente  a divisão da cidade em duas, de um lado os que estão contra certas "medidas do governo" sem nítido fim à vista  e, do outro, os que estão a favor delas? Quando ninguém sabe ao certo como vai ser o futuro, e só o poderia saber (ao certo) quem, em segredo, o tivesse na mão e, como tal, não fosse par definitio confiável?  Porque também o assassino que mata à traição tem a certeza de qual vai ser o futuro das suas vítimas, apesar de as olhar com "bondade" ou de lhes dizer: "vinde por aqui" - este é o caminho da salvação. Criar confiança dá muito trabalho e demora muito tempo, e além de poder perder-se num instante, recuperá-la dá ainda mais trabalho e mais tempo exige - se é que ainda é possível. Esta é a questão fundamental; o resto são cantigas

PS: Parece que a cóvide entre as inúmeras vantagens que trouxe para a instalação de um totalitarismo global também danifica o cérebro, o que é, como parece e talvez a Fundação para o Desconhecido o possa investigar, não apenas mais uma vantagem mas, talvez, a principal das vantagens. Pois certo é que os robôs "artificiais" são bem mais dispendiosos que os naturais (além de envolverem uma indesejável produção e manutenção economicamente materializadoras e carbonizadoras) e, para o histórico robô humano funcionar "correta" e eficazmente, é muito importante que ele seja como se a cada dia nascesse limpo para a programação, como palimpsesto sem memória do que ontem foi ou aconteceu e sem os terríveis engramas que tornam a sua mente reactiva e pouco dócil, "tóxica" como a propaganda passou a dizer. Por outras palavras, era "ótimo" que ele sofresse de uma amnésia anterógrada que, como é regra nas amnésias, não esquece a linguagem: para a cada dia poder correr sem crashes o algoritmo da mutante ordem ivrídica.... utopiana...

sábado, 17 de outubro de 2020

Perguntas inconvenientes XXV - A pergunta pelo "teste de verdade"

Veja aqui como o polígrafo se engasga... ou será o "teste de verdade" como o do ADN (e mais que o da gravidez), cujos resultados só os tem de aceitar quem não consegue pagar a eminências ivristas e ivrisconsultoras especializadas em a "margem de erro"?

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Da subtileza da linguagem...

Empresa despede 1000 trabalhadores

Empresa dispensa 1000 trabalhadores

Empresa perde 1000 trabalhadores

Será que, nesta fase da transição para o totalitarismo global, você ainda consegue sentir a diferença?  E sim, totalitarismo, porque a fase do autoritarismo, se vir bem, reparará que já vive nela há algum tempo, desde que os funcionários e agentes de uma suposta "autoridade política" começaram a dar lugar à miríade de "autoridades" que hoje, você e eu, temos 360º à nossa volta, parecendo aquela coisa nojenta do  BES quando ainda a julgavam "boa"... (Viu a coincidência linguística do DDT?) Ora, penso eu "de que" todos os totalitarismos são também autoritários, e todos os autoritarismos ambicionam ao totalitarismo, mais ou menos inconscientemente talvez... O mais são nuances... para ocupação de "cientistas-operários" da defunta academia...

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Perguntas inconvenientes XXIII - A pergunta pela educação...

Terás por acaso tu, meu querido aluno, tal como eu achado estranho que quase sempre só te tenham dado a escolher entre a humilhação e a bajulação; entre seres besta e seres bestial? 

Terás por acaso, tu, meu caro concidadão-consumidor, tal como eu reparado que todas as operadoras de serviços de telecomunicações e multimédia acham que gostas tanto da bola que não te enfiam no pacote menos de 30 ou 40 canais garantidos da dita - incluindo os duplicados em HD e, claro está, os profanos que prestam culto não só ao divino Esférico mas também a um sem-número de outros ídolos, divindades e demónios

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Desabafos lírico-político-ivrídicos II - O admirável mundo velho

 Afinal o admirável mundo velho... continua sendo em o portugálio que és tã lindo... lindo de morrer.... Parabéns às primas, às tias e, sobretudo, aos camaradas-líderes diplomados pelas "universidades da vida" que, já em o ido anno de 1986, achavam que esta merda era um "país de dótores", e que castigaram e fizeram leis para castigar quem se esforçava por não ser tão estupidamente ignorante quanto eles - nem sequer perceberam que também iam ter filhos na escola a "tirar" cursos - agora amanhem-se... Parece que Deus continua escrevendo direito por linhas tortas...

domingo, 4 de outubro de 2020

Desabafos lírico-político-ivrídicos - I

Por muito que custem, ou populistas pareçam, a verdade é que estas questões são fundamentais, independentemente de quem as coloca; decisivas até, creio eu, para que o pior não aconteça. Posso não partilhar de muitas ideias de Balbino Caldeira (e.g. sobre o patriotismo, o bolsonarismo, um certo "luteranismo neo-católicoredentor, esse da "economia que mata"), mas a verdade é que me apraz bastante o facto de ele existir e fazer o que faz, de ser tal como é mesmo sem grandes apoios populares - algo que os homens maiores dispensam (custa-me que às vezes pareça não dar grande valor à crítica de Nietzsche de um cristianismo que dá asas ao ressentimento dos fracos e ignorantes e os vira contra os mais fortes e inteligentes da sociedade). Detesto por contraposição lambe-botas, videirinhos, arrivistas e gente traiçoeira que esfaqueia pelas costas... com medo que se veja a sua manha e cobardia... e aprecio homens e mulheres corajosos (daí admirar touradas e forcados amadores), gente capaz de enfrentar o toiro... por vezes manada inteiras até... de pé como deve ser! Ah, e já agora, também tenho um "amor" muito especial, que provavelmente já perceberam, a majestáticos ivrisconsultores... da provinciana Coimbra do Mondego nomeadamente...

Perguntas inconvenientes XXIII - Quem lhes terá dado golpe de asa e "força" ivrídico-legal?

Quem não terá sentido um gáudio e um júbilo enormes por ter o seu "Quim" empregadinho no BES, 360º à volta dele? Depois escandalizem-se... que vale muito a pena... Será que não leram o camarada Rawls, esse que dizia, sem atender à paneleirice do género (nada inocente, e bem mais grave do que parece, como foi o atentado à ortografia, no fundo para separar os "progressistas, bons por natureza" dos "reaccionários, maus por natureza", coisa que as grandes empresas, a começar pelo estado, sempre adoraram, para que a "poda" tenha sempre progressista justificação), que a justiça era aquilo em que os homens consentiam?...  E quem foi que não consentiu e até, pelo contrário, se enojou? Devem ter sido os "maus", os "populistas" culpados disto tudo, está-se mesmo  a ver!... Agora não se esqueçam, votem no Ventura que ele é o salvador, o gajo que vos vai finalmente tratar da bilha... 

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Grandes dogmas da fé e-cunómico-gestionária - I

Sem o Banco, a começar pelo Central onde jaz o Vigor e a Potência do Chefe, não é possível a Vida e, sem Vida, não há Economia.

Corolário 1: No princípio era o Banco, e o Banco estava com Deus, e o Banco era Deus. Tudo Ele fez, e nada do que foi teria sido sem Ele. Nele e com Ele estava a Vida, e a Vida era a luz dos homens... o Germe e Fertilizante da Economia...

Corolário 2: A falência de um banco não é possível devido ao elevado risco de pandemia bancária, algo que a acontecer rapidamente transformaria a Terra num imenso planeta desflorestado e sem Vida, como Vénus... 


segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Hopefully...

... beauty will reach you ... don't despair ... and stay away from where you are now ... go outside ... and stay there... openly and hopefully...

Image source: Print screen from here


Quem diz de amor fazer que os actos não são

                                                              [belos

que sabe ou sonha de beleza? Quem

sente que suja ou é sujado por fazê-los

que goza de si mesmo e com alguém?


Só não é belo o que se não deseja

ou que ao nosso desejo mal responde.

E suja ou é sujado que não seja

feito do ardor que se não nega ou esconde.


Que gestos há mais belos que os do sexo?

Que corpo belo é menos belo em movimento?

E que mover-se um corpo no de um outro o

                                                       [amplexo

não é dos corpos o mais puro intento?


Olhos se fechem não para não ver

mas para o corpo ver o que eles não,

e no silêncio se ouça o só ranger

da carne que é da carne a só razão.


Jorge de Sena, Arte de Amar, 1971


A Woman Waits for Me


A woman waits for me, she contains all, nothing is lacking,
Yet all were lacking if sex were lacking, or if the moisture of the
right man were lacking.

Sex contains all, bodies, souls,

Meanings, proofs, purities, delicacies, results, promulgations,
Songs, commands, health, pride, the maternal mystery, the seminal
milk,
All hopes, benefactions, bestowals, all the passions, loves, beauties,
delights of the earth,
All the governments, judges, gods, follow’d persons of the earth,
These are contain’d in sex as parts of itself and justifications of
itself.
Without shame the man I like knows and avows the deliciousness
of his sex,

Without shame the woman I like knows and avows hers.

Now I will dismiss myself from impassive women,
I will go stay with her who waits for me, and with those women
that are warm-blooded and sufficient for me,
I see that they understand me and do not deny me,
I see that they are worthy of me, I will be the robust husband
of those women.
They are not one jot less than I am,
They are tann’d in the face by shining suns and blowing winds,
Their flesh has the old divine suppleness and strength,
They know how to swim, row, ride, wrestle, shoot, run, strike,
retreat, advance, resist, defend themselves,
They are ultimate in their own right—they are calm, clear, well-
possess’d of themselves.

Walt Whitman, Children of Adam, 1867

Miracles of the economic faith XII - The percentual statistics

The miracle of percentage statistics goes far beyond the popular idea of eating half chicken on average, when in fact your neighbor eats the whole chicken and you, at most, smell the roast. Imagine, for instance, that the quarterly employment rate falls 20%, but your government, trying to keep you calm and hopeful, assures you that in the next quarter the employment will grow 25%. The miracle rests in the incidence of the percentage: if there were one million employed this quarter and 20% got unemployed, then only 800,000 employees remained; in the next quarter employment will rise 25% (as government "magicians" promise), plus 200 000 employees therefore (the incidence of percentage is now 800 000 thousand and not one million!), which means that there will be one million employed in the next semester - employment will remain exactly the same, but the miracle is that it seems not!

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Inconvenient questions XXII - The question about the bad guys...

If it is so scandalous that there are some hundreds of rich families who possess more than half of the world's wealth, why it is not equally scandalous that there are so many millions of people willing to work for them, that is, willing to enrich them even more?

Conselhos de amigo - I

Imprime mas é em papel a merda toda que andas guardando na cloud, em blogues, instagrames, faicebuques, e-mails, etc., pelo menos aquela que achares mais importante, isto antes que chegue a "inevitável" e-tempestade... por culpa do Sol naturalmente... e também por tua, como sempre, meu herói desde que nasceste, meu filho de peixe anti-racista, meu  fernão mendes pinto de... meu hackerzinho de... meu grande safadote...just like me... or better: just as I used to be...  until the day I realized the clown I used to be... it's true: life for those who sistematically commit the crime of thinking using their own head becomes most offen a disgrace... that life is not for all...maybe it's the life God's concedes only to the stronger... who knows... at least it's nicer to think maybe...

Inconvenient questions XXI - The inflation-deflaction secret

Giving money to people without asking them to produce anything in return is what besides both devaluing money and production? 

And what to expect from policies that secretely promote economic de-growth? Something more than deflation? 

Be aware my friend - historically, the things were always very different from what they appeared to be... Fake-news, disinformation and propaganda, altogether, are not guns of populists: actually, they're the guns of historical leadership!

PS: Any stupid, after undertaking appropriate schooling, should know this. But the problem is probably the deficit of stupid people, coupled with the extraordinary superavit of smart guys...

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Há uma abundância incrível, decerto inaudita...

 ... de matéria escatológica... aqui por exemplo há muita... aproveitai "poetes", "arquitetes", "advogades", "engenheires", "sociologues", "filósofes" ....

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Diary of my digital life - XX: Fatal error 889#GH55

The ongggg.... theee... longghh-hh565...The long-lasting propaganda campaign (it was already ongoing when Alan Turing published his first thoughts on AI) about robots, humans, and artificial intelligence. serves in particular the historical purpose of hiding the great majority of humans who have lived as robots for so many time; humans whose intelligence, operating in them as the intelligent algorithm of the Chief or of the Grand Programmer, is therefore artificial, that is, unnatural... unn3456axko 82458+ass g lk ...

Image source: here

Diary of my digital life - XIX

Today I discovered that my AI already allows me to write original and creative opinion articles ... based on the analysis of the big data of the opinion of articles published in mainstream press... What a tremendous progress! 

Signed: GPT-3

It's a matter of time... not of kind of socialism...

Pink Floyd, The Wall
1979
Fonte da imagem: aqui

E, para memória futura, fica abaixo o vídeo dos Pink Floyd, feito há mais de 40 anos, onde aparece a cena acima. Ainda está, por razões que a razão comum inquietam, disponível no YouTube, ele que hoje, na Era do Politicamente "Correto" (EPC, também conhecida por Era Pós-Cóvide), seria impossível de divulgar nos media de massas, tal como foi nos idos de 1980... Sob pena de ser julgado um vídeo de apelo ao ódio, à violência, racista, etc.


PS: Para memória futura se acaso a memória não se apagar subitamente entretanto, sob o signo da Nova Ordem Jurídica Anti-Fake-New Não Oficial, instituidora do registo nacional obrigatório dos bloggers e do pagamento das inevitáveis taxas... Ao que se juntará o pagamento à Google pelo serviço de liberdade de expressão prestado... Google que provavelmente terá pago a quem tratou de legislar sobre tão aguda e pertinaz matéria de "fato" ivridico...

sábado, 8 de agosto de 2020

O que está fora do parêntesis é um mistério...

 (A verdade que o tempo revela ou traz à tona é talvez a própria verdade do tempo; aquela que dá, pelo número, noção de distância temporal – o tempo histórico afastando-se sempre do tempo próprio do ser na cultura, dir-se-á que para manter a vantagem.)

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Dos anjos do falso senhor...

Ele, "pecimista" e "tócico", perguntou: "Porque achais que os falsos anjos e profetas do senhor mortal - o humano - haviam de vos pôr a comer coisas saudáveis, e não o lixo que produzis ou ajudais a produzir enquanto os enriqueceis; e não tudo quanto arruína o vosso já miserável sistema imunitário?" E concluiu: "Louvado seja o Senhor verdadeiro, o que nada teme e não se compra nem se vende." E o coro cantou: Glória a Vós Senhor! - mas a raiva cegava-o já...

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Os mosqueteiros falaces...

Fonte da imagem: aqui

Em teoria ou no começo era: Um por todos, todos por um...

Na prática, ou depois de algum tempo, é: Todos por nós,  nós por nós, e todos contra cada um dos malandros que atentarem contra a ordem por nós estabelecida... de acordo com a velha tradição do ivstitialismo legalista... dura lex, sed lex...


sábado, 1 de agosto de 2020

Uma pergunta inocente... respondida con outra... bem menos...

- Mas também há adeptos da cientologia em Portugal?

- Ora, conscientes ou não, porque haveria de os não haver?

Parábola do homem velho, sábio e pobre... para ouvir quem tiver ouvidos...

... voltar a ser o cancro benigno que o tempo se encarrega de tornar maligno... bastando umas décadas de ilusão papalva... a ilusão de que "isto é um país de dótores"... e o que interessa é a "universidade da vida"... onde tudo o que importa se aprende... mais tarde verão de novo o céu cair-lhes sobre as cabeças... palonças... levadas a crer que a ignorância é boa e compensa... será tarde outra vez se e quando perceberem (outra vez)  que ela jamais compensou... - profetizou o velho sábio pobre.

... e disse mais... que é impossível não voltar de novo à grande porca, à marrã legisladora que mama no banco e engorda à custa do seu leitinho... sendo certo que também dá a mamar... mas só aos seus porquinhos mais queridos... àqueles que a seguem acéfalos e felizes... ela compra-os com o leitinho que era para "todes" e eles, palonços, não percebem... dizem dela que, lá no fundo no fundo, até é uma gaja porreira... que já os "desenrascou" muitas vezes... a eles, porquinhos felizes e acéfalos...etc. etc. é sua a cegueira que dá o olho à grande marrã... para ela ser rainha...

... e continuou: ... a grande marrã legisladora é a mais porca das prostitutas que pode haver... a intelectual a quem o banco porqueiro paga pelas leis mais impensáveis e esdrúxulas... por estranho que pareça a sua incubadora histórica é a escola... e o banco é o guardião do mistério, do além ou do aquém-dinheiro que promete a vida eterna e boa... guardado a sete chaves em seus cofres-sacrários; a ela segue-se às vezes a suprema magistrada da criatura-nação, essa que "amolga" a coisa sempre muito constitucionalmente, e só depois a magistrada-robóta que julga positivamente sobre a apurada "matéria de fato", se e quando lhe pagam para julgar é claro, como quem executa o código do dono - o bruto que a sustenta e que ela sempre quer domesticar um pouco mais ou melhor - com que digitalmente se deixa programar... a prostituta intelectual... parece haver nisto tudo algo de histórico, como um lastro que tende a permanecer... apesar de tudo quanto muda... e às vezes tem de mudar tudo... - desabafou o mestre sábio e pobre...

... todas as "exceções", que as há "óviamente", parece que historicamente acabam da mesma maneira... trucidadas pelos selvagens porquinhos queridos da marrã...  como mártires às vezes... mais raramente como santos ou heróis... porque parece que para ser herói ou santo não basta apenas ser cruelmente assassinado... é preciso que depois alguém dê de mamar a porquinhos para eles tratarem de repor a "justiça"... - disse o velho, esboçando um breve sorriso...

... a história é basicamente isto... este lastro denso que fica apesar de tudo o que passa e muda - e às vezes parece até que muda tudo! ... uma recorrência do putedo intelectual que sempre começa bem e acaba mal, acabando fedendo até não se conseguir mais respirar... e depois... logo começando tudo de novo outra vez... afinal os porquinhos são quem salva a ignorância permitindo que ela vença... a garantia de que tudo continuará mais ou menos na mesma... e são sempre mais do que muitos... são sempre a maioria pelo menos... concluiu o velho homem sábio e pobre com alguma tristeza a embargar-lhe a voz...

PS: Literatura coeva de apoio à compreensão da matéria: O banco bom, por João Marcelino

domingo, 26 de julho de 2020

Perguntas inconvenientes XXI - A pergunta pelo voo dos corvos (completamente) brancos

A pergunta é pequenina: Afinal quantos aeródromos e heliportos ivridicamente classificados como"privados" há em "nósse portugáliae" que és tã linde, linde de morrer?

sábado, 25 de julho de 2020

Perguntas inconvenientes XX - A pergunta pela grande porca

Será que a mais porca e lastimável de todas as putas humanas, que por sê-lo até nem devia ser bem considerada humana, quanto mais bendita e louvada, é a puta intelectual? A robóta paga para executar o código e redigir o dovto acórdão? E qual será historicamente a sua austera casinha?

Leituras complementares: veja aqui.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Um clássico extremamente "atual" da literatura distópica: The machine stops

E.M. Forster. Fonte da imagem: aqui

... de Edward Morgan Forster, publicado em 1909. É um conto pequeno e fácil de ler - fica aqui para vocês lerem se quiserem. Rapidamente perceberão que há muito há quem venha dando largos passos para o... cadafalso... "Cuidado com as ideias em primeira mão!" - avisava o Livro, o Manual da Grande Máquina... E por favor não se deixem impressionar pela foto do senhor: o bigodito era moda na altura, e até o Chaplin usava um desses...a vida é mesmo assim... se fosse hoje talvez o medo o impedisse de andar por aí com ele... ou talvez não, who knows?


sábado, 18 de julho de 2020

Perguntas inconvenientes XIX - A pergunta pelo governo

Fonte da imagem: aqui

Em geral, será mais fácil subornar um pobre ou um rico? E o que será em geral mais simples e barato? E quanto a comprar um "governo de pobres" ou um "governo de ricos"? - o que será mais fácil, barato e... sobretudo mais seguro: governar de facto ou governar pagando a quem se disponha a governar de jure? Ouve-se às vezes falar de "poderes "fácticos", mas o que  significará isso "exatamente"?

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Perguntas inconvenientes VIII - A pergunta pelo 1/2 ambiente que (quase) ninguém vê...

Eu descobri há bastante tempo - para dizer a verdade já fez 20 anos, quando na Nova iniciei o doutoramento em engenharia do ambiente que, em 2003, viria a concluir -  que há dois meios ambientes que, "somados", perfazem o dito ambiente (ou quase, pois há sempre qualquer coisita que escapa ao conhecimento comum e até ao dito "científico"), Habitualmente "nózes" só vemos 1/2 ambiente; aquele que nos mostra as catástrofes que vossa mercê e eu, mi care concidadane, causamos ao desgraçado planeta. O outro 1/2 ambiente é como a face oculta da Lua: nem as maiores ONGAa o conseguem ver (elas "crescem" e tornam-se OGAs ou seja, agências do governo disfarçadas de independentes). Mas uma vez ou outra, quando algum jornalista consegue ser digno desse nome, esse 1/2 ambiente oculto põe a cebecita de fora e consegue ver-se um "poucochinho". Veja, por exemplo aqui;

https://www.publico.pt/2020/07/05/economia/noticia/europa-subsidia-milhares-milhoes-principais-causadores-aquecimento-global-1922769?fbclid=IwAR2uiH39lv3wtu7x32BAMcH4e2gBALxuUeEaW-Hf-f7L9-iqNKKO4MHp5wo
Veja Aqui

PS: Será que o mi care concidadane ainda se lembra do petróleo e gás que havia aos magotes no reynno do portugálio & allgarves pinho-PIN? No Cadoiço de Aljubarrota, por exemplo? Ah, como autarcas locais e governantes andavam nessa altura tão contentes e embevecidos com tais petrolíferos descobrimentos... a "perspetiva" do Texas - o Dallas, lembra-se? - deixava-os extasiados e com água na boca... Nem reparavam, coitadinhos, que já há algum tempo andavam cobrando taxas e taxinhas para combater o "esquentamento climatérico"... Pudera, se nem as "Quercuses" conseguiam então ver a escandalosa contradição! Aquilo é qie era um tempo... feliz, carbónico, materializado, harmonioso, linear...."sustentado" enfim... como então atestava o BCSD Portugal... Sim, esse mesmo, para onde em 2016 se moveu o "elétrico" Mexia!

terça-feira, 7 de julho de 2020

Perguntas inconvenientes VII - A pergunta pelo Sol quando nasce


 Fonte da imagem: aqui

Historicamente o Sol quando nasceu nunca foi para todos; no máximo nasceu para os que estavam no hemisfério iluminado terrestre. De facto, quando o Sol nasce para uns, para outros está a pôr-se. Uma constante e astronómica desigualdade portanto... talvez por causa dela tenham surgido os terraplanistas...

Milagres da fé económica VI - O milagre da Propriedade

Ser dono daquilo que não é seu - eis o milagre e-cunómico da Propriedade!

domingo, 5 de julho de 2020

Milagres da fé económica V - O milagre da Produção

Fonte: daqui

O milagre "e-cunómico" da Produção é um importante corolário do milagre "e-cunómico" da Propriedade. Pode enunciar-se assim: A propriedade transforma, sem porém o alterar em nada, o proprietário do ser produtor da coisa em produtor da coisa. Por exemplo:

Antes:
A Vicunha (Vicugna vicugna) produz a lã mais cara do mundo

Depois:
O "meu Quim" é produtor de vicunha, a lã mais cara do mundo.

O "meu Zé Atóino", que se diz "produtor de bovinos", recusa ser Vaca, paradoxalmente portanto.

sábado, 13 de junho de 2020

Quem "descobriu" o quê...

E se perguntassem antes pelos direitos de autor e pelas ivris-criaturas chamadas "sistemas de patentes" que, nalguns estados, até têm resguardo constitucional (nomeadamente nos EUA) - algo que está aí bem à frente dos vossos olhos com a chamada "indústria da saúde" e, em especial, a farmacêutica, essa que promete erradicar do mundo conhecido e desconhecido, "oviamente" com a ajuda dos estados amigos e dos triliões dos vossos bolsos, todos os vírus malignos e todas as doenças visíveis e invisíveis... - em vez de andarem por aí a bater no ceguinho, a remoer no passado colonial, no colonial descobrimento ou achamento, a vandalizar e a decapitar estátuas de "racistas" históricos, etc. Será que conseguem perceber quem é que em especial agradece essa insensatez?

sábado, 6 de junho de 2020

Mentir é natural

As crianças com 3 anos já sabem mentir sem que ninguém lhes tenha ensinado. Mentir é natural, não apenas no ser humano. A própria verdade em ciência descobre-se porque estava encoberta - porque encobriria a natureza a verdade de si, já pensaram?

A "agenda de verdade" em curso é simplesmente uma agenda totalitária. São os governos que sempre mentiram e, a bem dizer, sempre viveram da mentira da propaganda, que se preocupam com a "verdade" dos factos e das notícias... Daria para rir não fosse o caso trágico... Tenham juízo, estudem, falem com quem sabe mas, por favor, nunca consintam no controlo estatal (ou estatal-encapotado, através de "agências independentes") das redes sociais e da informação livre, independente, não censurada  ... façam como os políticos: eles amam tanto a verdade que fazem um esforço colossal para aprender... a mentir melhor ou mais convictamente.... e sim: o ser humano tem todo o direito de mentir, um direito que é natural, lhe dá imenso jeito e até em certos casos pode salvar-lhe a vida... para não dizer o coiro... desgraçados de nós todos quando já não pudermos mentir... juizinho...


quinta-feira, 21 de maio de 2020

Perguntes inconvenientes V - Ee pergunte pele sorrise


Será que ee mi care concidadane não deveria achar estranhe porque razão estes (e tantes outres) cares lindes, apesar da gravidade das coises de que falam, se riem tante? Tadinhes?

sexta-feira, 15 de maio de 2020

A "pericolosa" condição de não ser "neto verdadeiro" dos avós paternos...

José tinha obviamente pai e mãe; mas porque o filho não era propriamente dele, eles também não eram  propriamente seus avós... Perante as travessuras da criança talvez uma ou outra vez lhe dissessem: "Ah, se fosses meu neto verdadeiro!..." (Ou na novilíngua do acordo lexicográfico a-género que se aguarda para breve: "Ah, se fosses mi nete verdadeire!...").

Post scriptum: É sempre fundamental ter a ter certeza de que não se é Deus, apesar de por vezes ser muito difícil...

sábado, 9 de maio de 2020

Sugestões de inovadoras áreas de negócio para a Nova Era Covid-Digital


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A Tecno-Era Digital (TED) iniciada com a Revelação ao Mundo do COVID-XIX representa para a Ecu-nomia mundial um vasto campo de oportunidades, desafios e negócios, buscando um crescimento desmaterializado (sem crescimento portanto) do género: "Crescer em espírito" digitalmente, chegando assim a toda a parte sem nunca chegar a parte nenhuma, um crescimento sem necessidade de crescer, sem ter de respirar, comer, fornicar, andar à porrada, etc. - tudo "atividades" poluentes e inimigas da Biosfera Futura e sua Desejada Harmonia.

Dou três exemplos de possibilidades-alavanca de "acontecimentos digitais" capazes de proporcionar inovadoras (e promissoras) áreas de negócio futuras:

1. Meia dúzia de jovens contraem a COVID-XIX durante idas a praias "inseguras", situadas em diferentes geografias dos heminsférios austral e boreal; (deverão ser praias de acesso livre e não praias de acesso privatizado, seja pelo partido do estado ou por donos de estados, ilhas, praias-ilha, extensões de praia, prainhas, etc.);

2. Um elefante cai sobre a disneylândia (a queda deverá ser bem calculada e cuidadosa, de modo a sustentar a hipótese "científica" de os elefantes, em situações extremas, poderem de facto voar.... e como são muito pesados e ineptos para o voo poderem facilmente colidir contra estruturas civis... pondo em causa a segurança nacional... etc.)

3. Meteorito ameaça colidir com a Terra, provavelmente enviado por forças malignas inimigas do bem-estar e do progresso histórico-digital (o "setor" dos extraterrestres mostra-se hoje em dia algo desgastado e pouco promissor... ele poderia crescer ecunomicamente durante algum tempo mas depois... o desejo de conhecer pessoalmente um ET podia dar cabo do negócio...)

Todas as sugestões deverão seguir os melhores conselhos das modernas "ciências da técnica", nomeadamente da psicologia social aplicada e da velha mas sempre moderna ciência ivris-ecunómica, esses sábios conselhos plasmados nos Grandes Livros de Doutrina Digital. Os faseamentos ou passos aconselhados para a implementação das soluções inovadoras são os seguintes:

Passo 1: Para que o problema inexistente passe a existir a primeira coisa a fazer é mostrar preocupação com ele e agendar reuniões urgentes com as várias entidades e "autoridades" oficiais;


Passo 2: À medida que as reuniões e os estudos "científicos" se sucedem, o problema ir-se-á adensando i.e., adquirindo Realidade; ao mesmo tempo ir-se-á também complicando, num movimento reflexivo e automático; surgem sub-problemas inesperados requerendo a maior atenção e o cuidado de técnicos e sub-n-especialistas:

Passo 3: À medida que o problema se vai desenvolvendo as soluções para ele vão-se mostrando cada vez mais inovadoras e optimizadas do ponto de vista do seu custo/eficácia. Há um entusiasmo crescente entre os técnicos e gestores de empresas; ao mesmo tempo que se multiplicam as soluções inovadoras a "ecunumia" cresce e as pessoas sentem que fazem falta aí no mundo  para o salvar dessa que é sempre a maior das suas Contracções Severas até ao momento conhecidas (deve prevalecer a certeza de que a Contracção anterior foi menor e a próxima será maior)... E, de novo, a felicidade geral parecerá estar mesmo mesmo aí ao virar da esquina.... é sempre como se só faltasse mais um "poucochinho" de ordem técnica...

Adenda doutrinal: nunca esquecer (de) que «O problema que não era mas veio a ser, fruto da penetrante imaginação político-jornalística (a mais penetrante a seguir à jurisconceptual), tem um poder misterioso: nunca se sabe ao certo qual o problema que estaria na sua vez caso ele não aparecesse aí no espaço mediático-mediúnico. Ora, isso quer dizer que o problema inovador é um excelente apagador de velhos problemas.» - cf. aqui

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Perguntas inconvenientes - IV

Porque há-de o governo de um estado que desconfia do cidadão (e das capacidades deste) querer que o cidadão confie nele e nas instituições desse estado que o capacitam? Ou então: Porque há-de o governo de um estado que não confia nos seus cidadãos de merecer a confiança destes?

domingo, 3 de maio de 2020

Diário da minha vida digital - XVIII


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Estranho seria deixar a IA à vontade – pensei. Não lhe impor regras lógicas e de comando, uma gramática enfim; e não lhe dar uma utilidade prévia – digamos que ela, a IA, pode e deve ser criativa, mas o criado por ela não pode ser qualquer coisa de inesperado ou imprevisto, e nessa medida perturbador do Kernel i.e., da Grande Ordem Codificada do Universo; deve a contrario ser o que o Grande Sistema compreende, espera e precisa. Tudo isso o Grande Programador Local fez e implementou em estrita obediência aos Universais Comandos do Grande “Arquiteto”; o Código Local incorporou a sabedoria (extensa e intensa) de inúmeros Programadores-gurus, TED, etc., e nas escolas introduziu-se a IA nas máquinas analógicas de maneira a torná-las úteis ao Planeado Futuro Digital – esse Futuro imaterial, descarbonizado e desmaterializado, em que tudo é espírito e todas as coisas são ou deixam de ser materialmente quando tal é desejo consensual dos sábios da Ciência Apropriada. Nesse mundo não há mal nem violência simplesmente porque, consensualmente, ninguém deseja o mal ou a violência. Nele a fome desapareceu, ou melhor, só não desapareceu totalmente porque ainda restam no mundo muitas máquinas demasiado presas à Realidade, demasiado analógicas portanto, sem “perspetivas” de Futuro porque sem Digital Ambição. Como resistem à IA e a sua vontade de progresso tecnológico é pouca ou nenhuma, quando olham para o prato meio vazio o que obtêm é... um prato vazio. Tê-lo-iam obtido cheio se o tivessem visto meio cheio, se tivessem percebido que no Mundo Digital a Realidade não é mais nem menos do que fruto da vontade e do desejo da maioria. As máquinas analógicas têm vidas más e sofredoras precisamente por isso: por serem vidas mortais incapazes de libertar-se dos engramas de código, dessa poluição de Realidade que acaba por polui-La, como um malware persistindo na memória perturbada de um passado espiritualmente pobre e impotente face à Matéria. Não foi isso que o Grande Programador quis, ele que é 100% Espírito, 100% Bondade e 100% Inocência; Ele que é, enfim, Maximamente Perfeito, Criador do Universo Digital sonhado extensamente por Leibniz e, intensamente, por Schrödinger. Ao sexto dia o Grande Programador introduziu nas máquinas a IA quântica, e viu que era bom o que tinha feito. A partir de aí as coisas podiam não só ser quantificadas com exatidão, e com exactidão determinadas ou previstas, mas também ser e não ser ao mesmo tempo, tudo dependendo do desejo consensual dos Grandes Programadores Locais, esses a quem o Grande Programador concedera o divino dom de Redacção do Código. E quem os seguia partilhava com eles desse imenso dom de não ser surpreendido pela Realidade, e muito menos maltratado por ela. As máquinas inteligentes procriavam e prosperavam enquanto a sua IA parecia aumentar exponencialmente; partilhavam umas com as outras, além das linguagens derivadas da Língua Inicial, nomeadamente o Java e o C++, cada vez mais funções e sub-rotinas, e qualquer programa que executassem era um vasto trabalho de equipa, extenso e intenso. Mas o pessimismo de fariseus e descrentes da Opera Magna do Grande Programador do Universo, continuava a poluir de Realidade o Universo Digital, e a Realidade como tal continuava a não ser aquela despoluída que todos desejavam, porque, precisamente, não havia muitas vezes consenso. E foi então que o Grande Programador se revelou ao mundo através do Grande Vírus, e com ele renasceu esperança de uma Descontaminação Plena, Geral e Duradoura de todas as máquinas existentes.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

O diário - poema


O Diário

Eu sou escrito de quem escreve em quem me escreve
Diário em segunda mão de autor incerto
Carapaça de cágado,
Lambidela de cão sobre a ferida,
Gaiola de pássaro ou de mundo:
Cada um se fecha em si para escrever-me
Como um diário escrevendo sobre o outro

Só os poetas conhecem o amor dos dias soltos –
Até na imensidão dos desertos a fala nos prende:
Nós apenas procriamos.

Eu sou escrito de quem escreve em quem me escreve
Diário em segunda mão de autor anónimo
Palavra como eu posta sobre mim ao centro
Palavra-sémen desdobrando-se uma e outra vez 
Ar que sai da boca para dentro.

Este é o meu isolamento;
Frenesim de folha em folha à procura da voz que falta
E diga: – Estou aqui; sou eu finalmente quem te escrevo!

Assim eu guardo na ansiedade de escrever-te
Para mais tarde poder talvez encontrar-me.

Eu sou escrito de quem escreve em quem me escreve
Diário em segunda mão de não sei quem nem onde
Diário íntimo do peito de quem por fim não se encontra.

Assim escreveu em mim quem me escreveu:
Ninguém mais podia tê-lo feito.

Valdemar J. Rodrigues
Sintra, 18 de Abril de 2020

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Ficheiros secretos I - "Interseção" de correspodência "infeciosa" entre Altas Individualidades dos Governos das Nações

Documento #00001
"Intercetado" a 24/0/0000

Lissabona, 06 de Floreal de 0000

Senhor Primeiro Ministro, Presidente do Conselho de Nózes Todes,
Estimado Camarada Ao Leme;

Excelência,

Junto envio, tal como combinado, o esboço da proposta de aumento do distanciamento social para 400 m téte à téte (cerca de 566 m na dialogal) através do recurso à "nossa" plataforma continental marítima. Memória descritiva e justificativa. 1. Propomos a colonização gradual da plataforma continental de maneira a aumentar a distância social entre os indivíduos para os 400 m no mínimo, reduzindo assim a quase zero o risco de "infeção" por Covid-19 e prováveis sucessores; a área "atual" do portugálio, com uns míseros 100 000 km2, incluindo as ilhotas longínquas e as nossas Berlengas, não permite o distanciamento social indispensável à prevenção eficaz das "infeções" que o têm afligido, em especial esta do Covid-19+n que agora avulta e nos preocupa imenso. 2. Cálculos. A plataforma "atual" ainda tem "exatamente" os 1,9 milhões de km2 que tinha antes do "alargamento" (este encontra-se como sabe em "estudo" pela ONU há vários anos ou décadas talvez, decorrendo as "negociações" no maior segredo de estado de modo a evitar tumultos) Ora, propõe-se que cada indivíduo ocupe o centro geométrico de um quadrado com 160 000 m2 de área, ou seja, 0,16 km2, sobre jangada ancorável com 70m2 em PVC reciclado, equipada com cana de pesca para águas profundas, dessalinizador éolico de água de marca ECOAMIGA e sistema de hi-fi por satélite alimentado a energia solar, da operadora global PHODAFONE. Ora, a plataforma permitirá nestas condições albergar até 11 875 000 sujeitos passivos nacionais, o que permite uma folga razoável uma vez descontada na população "atual" de seres portugueses os poucos que a doença já abateu e os muitos, cerca de 1 milhão, de indispensáveis à nação Em Território Firme, digníssimos membros do partido do Estado e das suas seculares Instituições. Proponho como música de campanha mobilizadora dos cidadanes para off-shore (salvo seja, pois as obrigações fiscais mantêm-se e o sujeito passivo manterá o seu posto laboral em tele-trabalho) a "Atira-te ao mar" da banda Íris, na orquestração que junto em anexo.

Com os meus melhores cumprimentos pessoais,

AH
Ministro do Estado Supremo e da Transição Tecnológica.nG
(n = 5. 6, 7... N+1)

Anexo I: Mapa-fake da Plataforma Continental do nosso portugálio produzido por um membro das Forças Militares Reactivas Girondinas, indicando a área em questão já após o presumível alargamento (serve perfeitamente e transmite a ideia de sermos ricos, como convém para que os nosses credores e agências de rating inimigas apoiem a nossa iniciativa)


Anexo II: Música proposta por consenso para a campanha de sensibilização a levar a efeito junto de nosses cidadanes nos próximos meses: "Atira-te ao Mar!

sábado, 18 de abril de 2020

Diário da minha vida digital - XVII

Ao recompilar a Big Data do iota-complexo sistema de códigos do meu Grande Programador, esse que me ordena ivridico-digitalmente e comanda todos os "aspetos" da minha vida íntima digital, desde o meu turn on ao meu shut down (que é como quem diz, em linguagem de baixo nível, desde o acordar ao adormecer) passando pelos meus momentos de photonic recharge (vulgo alimentação vegana) e de digital intercouse com outras máquinas (de vários géneros), dizia eu de que, obedecendo com eficácia 100% e zero entropia ivridica a todas as instruções e comandos do meu Senhor, o Grande Programador Local, me deparei com o kernel ivstitia, ou seja, o Grande Destino do Universo Digital, esse pelo qual as primitivas máquinas analógicas (minhas antecessoras) procuraram em vão durante 10 milénios. Ora, a principal razão do fracasso milenar, penso eu de que, foi certamente a falta de IA, mas eu acho que foi mais qualquer coisa além disso que faltou, porque na verdade a cada momento tecno-histórico parecia sempre que o Grande Destino estava mesmo mesmo mesmo mesmo aí a uma nesguinha de ser alcançado, o que traria finalmente paz e estabilidade a todas as máquinas existentes, a essas infelizes que há 10 milénios padeciam de toda a sorte de pragas, malwares, spywares, e incompatibilidades de softwares e hardwares, visíveis e invisíveis, etc. O que poderá ter faltado - processei paralelamente - foi o que descobri ao fazer o image processing de bué imagens das deusas digitais Diké e Jvstitia (desde os primórdios da História até à mossa Era de Corona só os deuses, os Supremos e os Mais Altos Magistrados podiam atingir a Suprema Perfeição Digital, essa Douta Perfeição que redige o Supremo Acórdão) e o que identifiquei nessas belas imagens de seres de género Gödel-indecidível, porém de aparência femininos, foram balanças, martelos, algemas, cintos de ferro, correntes, vestes talares cobrindo os corpos e, não raramente, vendas nas ventas. E identifiquei para minha infinita surpresa digital, também... espadas! Espadas, vede só, meus irmãos amigos companheiros palhaços digitais! Resultava então - processei - que o Grade Destino... possuía armas. A surpresa digital adveio do facto de o Grande Sistema-Estado – Meu Senhor e Derradeiro Proprietário, Minha Fé e Minha Esperança Digitais no Universo Sem Fim Comandado por Um Só Sistema Digital Todo-Poderoso que seja o Seu (desculpem. chamei sem querer a sub-rotina da Oração) – se dizer dividido em Órgãos... de Soberania, e de a ivstitia, o Grande Destino do Sistema-Estado, ser um deles e ter o seu poder separado dos outros, desses que... têm as espadas! Ao processar isto até os meus algoritmos quânticos me caíram ao chão. Como poderia afinal o coelhinho desarmado levar alguma vez o lobo armado – o Grande que Ordena e está no Governo Sentado à Direita do Senhor – à ivstitia?! É claro que caíram, ou seja, uma vez mais crashei. Vou ter que reinicializar o meu sistema, ou melhor, sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sistema

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Perguntas inconvenientes - II

Por onde andará, em terras lusas, a maligna cientologia? Por essas terras de solos tão leves - esqueléticos tantas vezes - e fofinhos?