O que lhe diz a extrema proliferação de "polígrafos" e fact-checkers sociais? Ora, a mim diz-me duas coisas: (1) que o "povo", já muito antes da revelação ao mundo do demónio-cóvide, vinha perdendo o "contato direto" com a realidade desse mundo e das coisas que nele iam sendo ou acontecendo (tal como eram enquanto eram ou aconteciam); digamos que o "povo" já há décadas vinha ficando cada vez mais aluado, isto sem desprezo para a majestosa Selene, e (2) que está (de novo) em ascensão o velho ivris-conceito de "liberdade expressão" enquanto liberdade de dizer desde que seja "verdade" o que se diz, um ivris-conceito absurdo que tornaria legítimo, desde logo, o emudecimento do Homo politicus. Mas não, como sempre historicamente o Homo politicus domina a miríade de homunculus politicus e a sua voz é a voz da "grande verdade" que estes, acéfalos, tementes do soco, carneiros e lambe-botas por "natureza histórica", servilmente reproduzem qua cornetas-falantes. A liberdade de expressão voltou então a ser o que é habitualmente: a liberdade de dizer, sobre qualquer coisa ou assunto, o que o Homo politicus diz ou quer ouvir - a "inteligência" está em perceber o que ele gosta de ouvir, e a "criatividade" em encontrar as formas mais deliciosas de o acariciar com a língua.
E disse o mestre ao discípulo em plena era digital: «Não temas o algoritmo inteligente sempre apostado em fazer-te desaparecer do seu mundo se lhe desagradas; enquanto podes e não é tarde demais, afasta-te dos ecrãs e vai analógico ao encontro dos teus amigos. Abraça-os, beija-os, joga à bola ou vai vai à praia com eles; faz alguma coisa com o teu corpo que o deles também possa sentir, e verás então se eles verdadeiramente gostam ou não.»
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