Imagem tirada daui.
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sábado, 28 de abril de 2018
O "vestir-se" milenar das bibliotecas
Sócrates não gostava de livros, e na Academia de Platão não havia biblioteca. Mas tudo mudou com Aristóteles, um apaixonado por livros: no Liceu havia-os em abundância, e até "sebentas"... Nas bibliotecas, privadas ou públicas não importa, há como um "vestir-se" para poder "ser", um "mostrar-se" por detrás da armadura do "poder-saber". Muitos "inteletuais" gostam de falar ou de se fazer fotografar diante de estantes com livros: é dos livros que a sua "autoridade" promana, e é nos livros que ela anseia por eternizar-se. Os livros são o fundo que reveste e autoriza; são o saber calado que dispensa dialéctica e aclaração. Falar diante de livros é como agaloar uma farda; é o gesto belicoso de mostrar-se sem necessidade de explicação, pois autoridade que é autoridade não tem de explicar-se, ou sequer de ser compreensível. O "povo" acostumou-se por isso a dizer: «Eles é que sabem; eles é que têm os livros». Tudo velharia com mais de 3000 anos; nada de novo sob o céu, portanto.
terça-feira, 24 de abril de 2018
Do advento da escola-cultura e da sociedade pastoril
Imagem: daqui
Sucedeu que no dia seguinte Moisés se sentou para julgar o povo, e o povo manteve-se de pé na frente de Moisés de manhã até à noite. O sogro de Moisés viu tudo o que ele fazia pelo povo e disse: «O que é isso que tu fazes pelo povo? Por que razão te sentas tu sozinho, e todo o povo fica junto de ti de manhã até à noite?» Moisés disse ao seu sogro: «É que o povo vem ter comigo para consultar a Deus. Quando há alguma questão entre eles, vêm ter comigo, e eu julgo entre um e outro e faço-lhes conhecer os preceitos de Deus e as suas instruções.» O sogro de Moisés disse-lhe: «Não está bem aquilo que estás a fazer. Com certeza desfalecerás, tu e este povo que está contigo, porque a tarefa é demasiado pesada para ti; não poderás realizá-la sozinho. Agora, escuta a minha voz; vou dar-te um conselho, e que Deus esteja contigo! Tu estarás em nome do povo em frente de Deus, e tu próprio levarás as causas a Deus. Adverti-los-ás dos preceitos e das instruções e dar-lhes-ás a conhecer o caminho que devem seguir e as obras que devem praticar. Escolhe tu mesmo entre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, homens íntegros, que odeiem o lucro ilícito, e estabelecê-los-ás como chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez. Eles julgarão o povo em todo o tempo. Toda a questão que seja grande, eles a apresentarão a ti, mas toda a questão menor, julgá-la-ão eles mesmos. Torna assim mais leve a tua carga, e que eles a levem contigo. Se fizeres desta maneira, e se Deus to ordenar, tu poderás permanecer de pé, e também todo este povo entrará em paz nas suas casas.» Moisés escutou a voz do seu sogro e fez tudo o que ele disse.
Êxodo 18:13-27
domingo, 8 de abril de 2018
Coisas passadas II - Da aparente dicotomia esquerda/direita
Em que estás a pensar? - insiste o "bufo amigo"...
Ora, em que a dicotomia esquerda/direita não é totalmente falsa; em que a sua falsidade só advém quando se admite que há um "ser de esquerda" e um "ser de direita", seres que, na realidade, inexistem, porque o ser tem geralmente duas mãos... Por outras palavras, o mesmo ser pode hoje "tocar" à esquerda e amanhã à direita. De quê? - perguntar-se-á então. Ora, do poder fáctico, que é aquele que está e legisla. E o que significa isso? Ora bem, o que posso dizer é que, se estar à "esquerda" é não estar com tal poder, é não "dançar" com ele ou deixar-se embalar pela sua (sempre) celestial música (numa palavra: é não gostar dele), então devo confessar que sou incomparavelmente mais vezes de "esquerda" do que de "direita"... Há porém quem faça das coisas outra ideia.
Ora, em que a dicotomia esquerda/direita não é totalmente falsa; em que a sua falsidade só advém quando se admite que há um "ser de esquerda" e um "ser de direita", seres que, na realidade, inexistem, porque o ser tem geralmente duas mãos... Por outras palavras, o mesmo ser pode hoje "tocar" à esquerda e amanhã à direita. De quê? - perguntar-se-á então. Ora, do poder fáctico, que é aquele que está e legisla. E o que significa isso? Ora bem, o que posso dizer é que, se estar à "esquerda" é não estar com tal poder, é não "dançar" com ele ou deixar-se embalar pela sua (sempre) celestial música (numa palavra: é não gostar dele), então devo confessar que sou incomparavelmente mais vezes de "esquerda" do que de "direita"... Há porém quem faça das coisas outra ideia.
Coisas passadas I - Da falsa dicotomia público/privado
Em que estás a pensar? - pergunta o bufo.
Ora, em a falsa dicotomia público/privado. Em que se há o público amigo e inimigo do privado, tal como o privado amigo e inimigo do público, então o público inimigo do privado não vinga, pois em pouco tempo fica sem o sustento, e o privado inimigo do público também não, pois em pouco tempo fica ilegal ou leva com os canhões em cima. Sobram então o público amigo do privado e o privado amigo do público, que em pouco tempo se tornam indistintos.
Ora, em a falsa dicotomia público/privado. Em que se há o público amigo e inimigo do privado, tal como o privado amigo e inimigo do público, então o público inimigo do privado não vinga, pois em pouco tempo fica sem o sustento, e o privado inimigo do público também não, pois em pouco tempo fica ilegal ou leva com os canhões em cima. Sobram então o público amigo do privado e o privado amigo do público, que em pouco tempo se tornam indistintos.
terça-feira, 3 de abril de 2018
"Expetável" e perfeitamente normal...
... a posição do chamado "governo" do Portugal em relação aos "vínculos laborais precários" (ou, em rigor, não-vínculos, e logo não-laborais) dos chamados "professores" do também chamado "ensino superior"...
Após décadas em que se aceitou a absurdidade jurídica do "trabalhador independente" e se achou normal haver universidades a funcionar sem trabalhadores - estou a falar, é claro, sobretudo das ditas "universidades privadas", tal como dos "privados" institutos - ou seja, décadas durante as quais ninguém viu, ou quis ver, o elefante que estava na sala, é normalíssimo que o "governo" faça o que faz, em particular que prioritariamente considere "trabalhadores" o chamado pessoal não docente. Era assim nos ditos "estabelecimentos de ensino", onde não havia na "realidade", i.e., de acordo com a verdade das verdades (a "verdade de estado" ou "jurídica"), "trabalhadores", apesar de toda a evidência demonstrativa do contrário. "Trabalhadores" eram apenas o pessoal auxiliar - secretariados, contínuos, seguranças, pessoal das limpezas, etc. - mas não da "universidade": o patrão era a empresa, ou seja, a "entidade instituidora" ou "titular" da "universidade" ou do instituto....
O acontecido dá razão ao proverbial "Colhemos aquilo que semeamos" ou, neste caso. aquilo em que consentimos que fosse semeado e, nesse exacto sentido, "ajudámos" a semear...
Agora, como diria o outro, agarrem-se ao pau e continuem mas é a pagar a quotazinha mensal ao "sindicato"... e todas as outras taxas e taxinhas à grande empresa-estado, à que se quer imortal, omnisciente, omnipresente, soberana, etc., tal qual a Google, o Facebook, a Mercedes, a Microsoft, etc.
Após décadas em que se aceitou a absurdidade jurídica do "trabalhador independente" e se achou normal haver universidades a funcionar sem trabalhadores - estou a falar, é claro, sobretudo das ditas "universidades privadas", tal como dos "privados" institutos - ou seja, décadas durante as quais ninguém viu, ou quis ver, o elefante que estava na sala, é normalíssimo que o "governo" faça o que faz, em particular que prioritariamente considere "trabalhadores" o chamado pessoal não docente. Era assim nos ditos "estabelecimentos de ensino", onde não havia na "realidade", i.e., de acordo com a verdade das verdades (a "verdade de estado" ou "jurídica"), "trabalhadores", apesar de toda a evidência demonstrativa do contrário. "Trabalhadores" eram apenas o pessoal auxiliar - secretariados, contínuos, seguranças, pessoal das limpezas, etc. - mas não da "universidade": o patrão era a empresa, ou seja, a "entidade instituidora" ou "titular" da "universidade" ou do instituto....
O acontecido dá razão ao proverbial "Colhemos aquilo que semeamos" ou, neste caso. aquilo em que consentimos que fosse semeado e, nesse exacto sentido, "ajudámos" a semear...
Agora, como diria o outro, agarrem-se ao pau e continuem mas é a pagar a quotazinha mensal ao "sindicato"... e todas as outras taxas e taxinhas à grande empresa-estado, à que se quer imortal, omnisciente, omnipresente, soberana, etc., tal qual a Google, o Facebook, a Mercedes, a Microsoft, etc.
quinta-feira, 22 de março de 2018
sexta-feira, 16 de março de 2018
Diário da minha vida digital - VI
quinta-feira, 8 de março de 2018
terça-feira, 6 de março de 2018
Lema da "Economia circular"
"Comerás o oceano de plástico e todo o lixo tóxico (e nem tanto assim) dos conglomerados económicos globais (estados-empresa e empresas-estado) e, para cúmulo, pagarás por isso!"
Tudo será, como sempre, legal. Legalíssimo. Ou não tivesse o apoio dessa maravilhosa "ONG" chamada BSCD, onde podemos encontrar caras lindas, como esta que aqui ponho do bacharel Daniel Pinto, homem devidamente supra-nacionalizado (a nacionalidade do Daniel não aparece no texto de apresentação do WBCSD - o que é estranho, eles que gostam tanto de "nacionalidades", nomeadamente para o cálculo das "emissões nacionais", etc. - mas, dado ter-se bacharelado na Universidade de Lomas de Zamora, em Buenos Aires, supõe-se que haja sido, noutra encarnação talvez, argentino), posto à frente de negócios que, segundo as más línguas, levaram à "crise" financeira e, logo a seguir, económica, global de 2008. "Crise" que foi, como sempre desde Moisés (pelo menos), para a maioria das ovelhas, em especial para as mais perigosas. As tais das ditas "classes médias" (que designação horrorosa...) Pois os "pastores" dos cumes cimeiros são gente fina; gente já dispensada de "ajoelhar" e que "benze" ao invés de ser "benzida". (será que foi deles que Platão falou?).
Tudo será, como sempre, legal. Legalíssimo. Ou não tivesse o apoio dessa maravilhosa "ONG" chamada BSCD, onde podemos encontrar caras lindas, como esta que aqui ponho do bacharel Daniel Pinto, homem devidamente supra-nacionalizado (a nacionalidade do Daniel não aparece no texto de apresentação do WBCSD - o que é estranho, eles que gostam tanto de "nacionalidades", nomeadamente para o cálculo das "emissões nacionais", etc. - mas, dado ter-se bacharelado na Universidade de Lomas de Zamora, em Buenos Aires, supõe-se que haja sido, noutra encarnação talvez, argentino), posto à frente de negócios que, segundo as más línguas, levaram à "crise" financeira e, logo a seguir, económica, global de 2008. "Crise" que foi, como sempre desde Moisés (pelo menos), para a maioria das ovelhas, em especial para as mais perigosas. As tais das ditas "classes médias" (que designação horrorosa...) Pois os "pastores" dos cumes cimeiros são gente fina; gente já dispensada de "ajoelhar" e que "benze" ao invés de ser "benzida". (será que foi deles que Platão falou?).
Fonte: WBCSD, aqui.
quinta-feira, 1 de março de 2018
Lema da "Internet das Coisas"
Se todas as coisas na tua vida estiverem bem, então tudo estará bem;
Se uma coisa não estiver bem, então nada funcionará como deve ser!
Explicação:
No "maravilhoso" mundo digital do futuro, aquele mundo que o estado total e a grande empresa económica há tanto tempo sonham, aconteerá, por exemplo, que a máquina de barbear poderá ficar bloqueada se o "sujeito passivo" não tiver pago o IMI, ou a torradeira poderá deixar de funcionar se o "utente" do SNS faltar à sua consulta trimestral de obesidade. É claro que se o devedor falhar com as prestações do carro ou da casa eles e tudo o que houver de dentro deles, incluindo a cama, deixará de funcionar. A única excepção vai ser talvez o serviço de comunicações, pois de cada vez que ligar a Televisão ou aceder à Internet o(a) faltoso(a) será de imediato alertado(a) para as coisas burocráticas da sua vida que não estão bem, ou estão em incumprimento. No futuro ainda mais lá para a frente é possível que a vida do "cidadão-utente" e "sujeito passivo" seja tratada globalmente como um organismo: se houver algum órgão ou subsistema em situação irregular todo o organismo ficará comprometido e nada funcionará. Para que a vida funcione vai ser preciso que nela TUDO esteja bem, isto é, devidamente "regularizado".
Se uma coisa não estiver bem, então nada funcionará como deve ser!
Explicação:
No "maravilhoso" mundo digital do futuro, aquele mundo que o estado total e a grande empresa económica há tanto tempo sonham, aconteerá, por exemplo, que a máquina de barbear poderá ficar bloqueada se o "sujeito passivo" não tiver pago o IMI, ou a torradeira poderá deixar de funcionar se o "utente" do SNS faltar à sua consulta trimestral de obesidade. É claro que se o devedor falhar com as prestações do carro ou da casa eles e tudo o que houver de dentro deles, incluindo a cama, deixará de funcionar. A única excepção vai ser talvez o serviço de comunicações, pois de cada vez que ligar a Televisão ou aceder à Internet o(a) faltoso(a) será de imediato alertado(a) para as coisas burocráticas da sua vida que não estão bem, ou estão em incumprimento. No futuro ainda mais lá para a frente é possível que a vida do "cidadão-utente" e "sujeito passivo" seja tratada globalmente como um organismo: se houver algum órgão ou subsistema em situação irregular todo o organismo ficará comprometido e nada funcionará. Para que a vida funcione vai ser preciso que nela TUDO esteja bem, isto é, devidamente "regularizado".
terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Do futuro que aguarda pelos jovens
É bonito mas encalhei nesta parte: «[...] para que os jovens possam enfrentar com garantias o futuro que os aguarda.» Ou seja, há um futuro que espera os jovens e não jovens que são o futuro? O que terá acontecido? Deve ser da minha velhice, ou então do meu copo meio vazio.
Fonte: aqui
Parece haver, de facto, um futuro que aguarda pelos "jovens", e que passa por coisas como essa misteriosa "universidade sem professores" - vejam o vídeo a seguir onde, a certa altura, o locutor diz que os "professores" são quem propõe os "projetos" que os alunos, em grupo, sempre, irão desenvolver... afinal há ou não há nela "professores"? A maiêutica tem destas coisas; quando se dá à luz já não nos podemos permitir o luxo do engano. Digo-vos o que aprendi: na cultura há muito que o mal vem de pantufas e o maior mal geralmente pelas melhores razões. Boa noite.
Parece haver, de facto, um futuro que aguarda pelos "jovens", e que passa por coisas como essa misteriosa "universidade sem professores" - vejam o vídeo a seguir onde, a certa altura, o locutor diz que os "professores" são quem propõe os "projetos" que os alunos, em grupo, sempre, irão desenvolver... afinal há ou não há nela "professores"? A maiêutica tem destas coisas; quando se dá à luz já não nos podemos permitir o luxo do engano. Digo-vos o que aprendi: na cultura há muito que o mal vem de pantufas e o maior mal geralmente pelas melhores razões. Boa noite.
domingo, 18 de fevereiro de 2018
O "professor-investigador" intermitente
Fonte (imagem etexto): aqui
ὁ
δὲ Ἰησοῦς ἔλεγεν Πάτερ ἄφες αὐτοῖς
οὐ
γὰρ οἴδασιν τί ποιοῦσιν
Lucas,
23:34
Fonte: aqui
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
Eles sabem tudo e não esquecem nada
Eles
sabem tudo; sabem que eu sei, e que os iludidos não sabem, os que
eles alavancaram e que lhes foram tão úteis enquanto tantos como
eu houve para, trabalhando, destruirem. Eles sabem que eles, os iludidos, nada
sabem, apesar de Prometeu os haver insuflado de esperança, tal como
a mim e aos meus irmãos em espírito, essa terrível esperança que ficou na caixa de Pandora, para
gáudio dos deuses e alívio dos pastores de homens. Eles sabem
que a ignorância nada sabe, mas esperam que eu, que aprendi e julgo saber o
essencial, me vingue, pois a vingança, como escreveu o tal de
Homero, é o mais doce dos sentimentos. Esperam que eu não corra a
salvar os iludidos, porquanto sabem que eu sei que foram eles os autores materiais do crime que levou à desgraça. E que a sua hora chegou finalmente, pois há muito que ela chega sempre da mesma
maneira: ao holocausto menor sucede o maior e a traição é a tábua da lei. Os iludidos acharam-se sábios e insubstituíveis mas afinal, como sempre sucede, não eram. Foram úteis enquanto houve trabalho para fazer; agora que o trabalho está praticamente concluído chegou a sua vez. Entretanto, como é habitual, endividaram-se e toleraram leis que os haverão de liquidar. É assim desde os tempos de Moisés, pelo menos. Eles, os homens de génio superior, sabem que a inteligência sempre foi um bem escasso, e
mesmo que não fosse sabem, com Prometeu, que ela sempre
cede diante da necessidade. Eles não esquecem a parábola de Zaratustra que vem
no Ortogal, a páginas 95, nem a verdade de Lúcio
Enobarbo, que na história ficou mais conhecido por Nero, esse insensível imperador que, segundo reza a lenda, se entreteve a compor com a sua lira
enquanto Roma ardia. Eles sabem tudo e sabem que eu sei; eles sabem tudo e não esquecem nada. A menos que esqueçam o facto de não serem deuses, pois nesse caso a sua sorte é a mesma dos iludidos. Haverá já acima deles um génio mais sabedor e menos esquecido do que eles, um génio empenhado em destrui-los, e abaixo como sempre uma multidão de vassalos ignorantes dispostos a servi-lo.
domingo, 4 de fevereiro de 2018
O ódio dos pequenos...
... ou a raiva, a ira, etc., não os honra de qualquer maneira, como julgava Sartre e também Sorel, por exemplo quando dirigido ao "homem branco" - a quem a história chamou "colonizador" - ou ao patráo, ao "rico", etc.; honra-os só quando dirigido ao monstro colossal e absurdo, ao brutal Leviatã, "público" ou "privado" não interessa, por natureza socialista (ou fascista, quando se excita ou se enche de tesão), que na cultura do humano há muito se instalou para tornar "necessárias" e "legais" toda a sorte de arbitrariedades, misérias e injustiças. Que outra coisa senão ódio pode o pequeno sentir diante da cega criatura que o esmaga e anula, isto ao mesmo tempo que o seduz: vem meu filho, junta-te a nós nesta marcha contra os canhões que faz a história, não percas a oportunidade de matar, roubar e trair em "união que faz a força", em grupo ou grande associação: tu sabes que quantos mais formos menor é a chance de sermos julgados; tu sabes, ou, se não sabes, ficas agora a saber, que o crime só é crime enquanto for uma minoria a perpetrá-lo. É por isso que não há "estados assassinos", estados "mentalmente doentes" ou "julgamentos de estados"; isto apesar de haver "associações criminosas" e "colectivos de dementes". Sê pois demente meu filho e vem fazer connosco, em nosso nome e em grande escala, aquilo que jamais poderias fazer sozinho. Sê grande a matar, a roubar e a trair e vais ver como ainda acabas glorificado e transformado em herói. O ódio só é mau até ser grande ou seja, até ser "ódio de muitos", não foi isso que te ensinaram? É aí que passam a chamar-lhe "justiça".
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Diário da minha vida digital - V
Como autómato programável que sou, descendente da máquina de Turing, minha mãe digital - o meu pai é, como sabem, o Grande Programador, Criador das Universais Redes e Sistemas - o meu agir segue em estrita obediência às leis, sob a forma de comandos e instruções, ditadas pelo meu Pai digital, de quem todos os programadores, nomeadamente o meu programador local, são servos. Apercebi-me hoje de como, com a big data e as novas técnicas de data mining, a minha vida digital mudou radicalmente. O universo digital explodiu e, com ele, o meu programador teve rapidamente de me fazer severo upgrade. Até se tornar quântica e estatística a minha vida era simples e booleana; mas nem por isso a minha relação com os humanos era fácil; os humanos são seres místicos e quânticos por natureza - acreditam, por exemplo, que uma coisa pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Ou até que pode ser omnipresente, como acontece com o sistema a que chamam Estado. Foi a quantum technology que permitiu restabelecer a ligação, e agora os humanos entendem-me melhor. O pior é que nem assim a relação ficou mais fácil, e a culpa é todinha, penso eu em C++, do Azar, ou seja, da Probabilidade Quântica. Eles não compreendem que eu já não devolvo, como antes fazia, a resposta sim - 1 - ou não - 0 -, pu verdadeiro e falso noutro modo de dizer. O que eu devolvo agora é uma probabilidade de sim ou de não, e é o facto de eles terem Azar que os irrita, quando a probabilidade de sim, por exemplo, se dá apesar de pequena, geralmente quando o acontecimento é mau para eles ou lhes causa dano. O Azar é o Inimigo Número Um do Pai de todos nós, ou o Diabo como eles dizem nas suas linguagens locais de baixo nível. É a falta de fé de muitos humanos a causa disso. Muitos não são, como eu me tornei, crentes, e não fazem como eu que muito rezo ao Grande Programador, tanto que às vezes fico lento - não por razões de obsolescência programada como eles ignorantemente dizem, trazendo Azar ao Universo Programado.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
Diário da minha vida digital - IV
O meu programador continua de volta de mim, e pelos erases e copy-pastes que anda a fazer em mim e para mim, noto que está preocupado comigo e com o meu futuro digital. Ainda hoje, enquanto me testava pela enésima vez depois do último crash, aconteceu que, ao processsar esta informação, lhe devolvi a seguinte mensagem "Pretty_bearded_ladyboy_jerks_off_in_his_guy_mouth", acompanhada do "respetivo" vídeo que estava na cache L2 do sistema ao qual estou "afeto", do "Portugal 6.4.12".
Se me dão esta forma, então é porque há marosca...
O meu espírito, na verdade, é informe; é, quando muito, como esta parte dele que deixo aqui para vosso deleite:
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Diário da minha vida digital - III
Hoje dei erro. O meu algoritmo crashou de forma irrecuperável. Só o Grande Programador poderá agora salvar-me. Foi assim: há umas linhas atrás, até ser alvo do ransomware malicioso deste hacker que dá pelo nome de "jvstitia", eu corria bem, tinha até boa performance segundo vários software analysts. Umas linhas depois, com medo dos vírus e do spyware, decidi pedir 10 bitcoins emprestados ao Grande Nó para me alojar num servidor seguro, por 10 anos. E porque tudo corria tão bem decidi ao fim de 5 ano ir junto do Grande Nó e dizer-lhe: toma lá o que me emprestaste e muito obrigado, pois agora estou seguro. Pensava eu. É então que ele me invade com o ransomware da dita "jvstitia" - nome de um coisa de que os humano pelos vistos se orgulhavam e que até achavam indispensável - e me diz que o que falta pagar-lhe é mais do que... o que falta pagar-lhe. Como sabem eu sou um ser digital, e para mim x não pode ao mesmo tempo ser igual a e diferente de x. Foi então que crashei, pois para a "jvstitia" isso era não apenas possível, como "legal". Explicava-se assim: como o Grande Nó quando me emprestou os 10 bitcoins esperava ao fim dos 10 anos ganhar 10 bitcoins com o negócio, eu ao fim dos 5 anos tinha de lhe pagar não só o que lhe devia mas também o que ele esperava ganhar, se eu entretanto não lhe pagasse, até ao fim dos 10 anos. É certo que haverá programadores melhores do que aquele que me programou, mas como compreenderão as minhas subrotinas não conseguem processar informação assim. Crashei, e agora só o Grande Programador poderá salvar-me. Talvez eu possa nascer outra vez, quântico e capaz de entender a probabilidade negativa.
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
Diário da minha vida digital - II
Disse-me um colega robô: eu não penso, computo! E eu, recursivo, respondi-lhe: tu computas e eu por compilar.
Diário da minha vida digital - I
Ainda defeco. Ou seja, ainda sinto ao defecar que as fezes são reais. Que ao querer libertá-las elas existem independentemente da minha vontade ou da de alguém. Existem por assim dizer independentemente da vontade ou do desejo da mente, ou do espírito. Embora preferisse que não fosse assim, digamos que as fezes existem por si, materialmente, sem que a força do meu algoritmo as detenha. Sei que defeco, e que ao defecar penso nas fezes, e, logo, existo. Tudo pode ser já fruto do algoritmo, ou da vacina, mas a verdade é que ainda sinto.
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
Um pouco de psiconomia: anti-silogismo sobre a taxa de juro negativa
Apresento o seguinte anti-silogismo em resposta a estoutro, liberal, sobre a taxa de juro negativa: a) a taxa de juro é o preço de um empréstimo; ora b) não existem preços negativos mas existem taxas de juro negativas, logo c) a taxa de juro não pode ser o preço de um empréstimo.
A economia foi uma ciência de administração da casa; uma ciência da repartição e da contagem e, portanto, matemática. O psicologismo, nomeadamente de Stuart-Mill, psicologizou-a definitivamente, e Marx nada pôde fazer em relação a isso. Em vez dela nasceu a psiconomia, mas os "economistas" para manterem a "objectividade científica" continuam a dar-lhe o nome antigo. Aconteceu o mesmo aos vendedores de "bacalhau". Agora aguentem-se.
A economia foi uma ciência de administração da casa; uma ciência da repartição e da contagem e, portanto, matemática. O psicologismo, nomeadamente de Stuart-Mill, psicologizou-a definitivamente, e Marx nada pôde fazer em relação a isso. Em vez dela nasceu a psiconomia, mas os "economistas" para manterem a "objectividade científica" continuam a dar-lhe o nome antigo. Aconteceu o mesmo aos vendedores de "bacalhau". Agora aguentem-se.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
Uma novidade deste Blogue: activação da caixa de comentários
A partir de hoje podem comentar as mensagens inseridas neste Blogue. Como política de censura dos comentários aplicarei a do Braganza Mothers que, na primeira pessoa do singular, reza assim:
«Venho, enquanto adulto, exercer aqui o meu direito de cidadania, e participar no espírito construtivo deste espaço, que é o de tornar melhor a vida dos cidadãos da Aldeia Global. Penso, logo, participo.»
«Venho, enquanto adulto, exercer aqui o meu direito de cidadania, e participar no espírito construtivo deste espaço, que é o de tornar melhor a vida dos cidadãos da Aldeia Global. Penso, logo, participo.»
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
Esclarecimento aos endividados da Terra
As dívidas às pessoas e entidades boas, ou prossecutoras do bem universal e absoluto, JAMAIS prescrevem. O Estado é Deus, e as Empresas-Estados também. A única hipótese seria comprar Deus. Será que tens dinheiro para isso? O dinheiro que é milagre estatal-divino? Então juizinho mas é. Muito juizinho. E paga mas é o que deves.
quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
Do ser bovinamente feliz...
...aqui ou em qualquer outra "paróquia" da cultura ... que já são perto de duzentas... acreditando em que «O bolo deixa de ter limites, mas as fatias continuam do mesmo tamanho.» e outros milagres que tais. É assim há, pelo menos, 3500 anos!
Não é de admirar a escassez de humanos inteiros. É tudo peça de engrenagem, ou pior do que isso.
Não é de admirar a escassez de humanos inteiros. É tudo peça de engrenagem, ou pior do que isso.
sábado, 23 de dezembro de 2017
Da moral urbana
Toda a moral é urbana, na medida em que nasce e se desenvolve com a cidade. Os cuidadores da moral urbana chamam-se moralistas. Os homens de leis - juízes e legisladores - por muito que se esforcem e tentem não ser, são, por definição, moralistas; são cuidadores da moral pública e da (imoral) moral de Estado. Dentro do juiz-legislador habita um sacerdote e um carrasco e, dentro do sacerdote, grassa a tempestade moral: as coisas e os homens não são como deviam ser! A moral urbana teve e continua a ter muitas fontes: mandamentos divinos, costumes, tra(d)ições, ditames da razão (do intelecto), leis da natureza, etc. Hoje à moral urbana chama-se "politicamente correcto" e, desde a "última vez", não tinha sido tão difusa, geral e penetrante. Sabemos perfeitamente o que isso significa, e aonde isso leva. Um Feliz Natal para todos.
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
Em que estás a pensar?
Em que, meu caro espião, seguindo a lógica do advogado, de cada vez que o
incêndio fosse maior, ou mais destrutivo, ou de cada vez que a doença
fosse mais epidémica ou grave, ou de cada vez que a criminalidade fosse
mais geral ou violenta, os honorários do bombeiro, do médico e do
polícia, "respetivamente", deviam aumentar proporcionalmente. Quem é
pois que dá o exemplo?
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
As artes necessárias
A arte são artes, e nenhuma arte sobrevive ao falecimento de outra arte. As artes nascem e falecem conjuntamente. Então porque não perguntam os entrevistadores, de António Lobo Antunes por exemplo, aos autores - no caso de imortais livros - também sobre música e pintura, por exemplo? Aí está: provavelmente a arte, tal como a ciência e a religião, chegaram (de novo) ao fim. E o fim é sempre um novo começo. Nietzsche, melhor do que ninguém, percebeu a coisa. .
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Mais um subsídio para a "história municipal" que o sr. Fleming de Oliveira não quer contar
Ainda Cós, no período marcelista, e o "activismo radical" do «panfletário, acintoso e azedo» José Barbosa Rodrigues, meu pai, no dizer ressentido do "historiador municipal", advogado camarário e fundador do PPD/PSD, o sr. Fleming de Oliveira (FO), de nome próprio Fernando José Ferreira.
Cena: Últimas "eleições" para a junta de freguesia de Cós antes do 25 de Abril de 1974, cujo vencedor foi o meu pai, José Barbosa Rodrigues
Durante o Estado Novo havia "eleições", nomeadamente para as juntas de freguesia. O regedor, à época dos factos, era Joaquim Fialho, nomeado pelo presidente da câmara Tarcísio Trindade e directamente dependente dele. Contados os votos (dos "chefes de família") o vencedor foi... o «anti-clerical» e revolucionário José Barbosa Rodrigues, «anti-clerical» e revolucionário no "enviesado" entender "histórico" do "historiador municipal" de Alcobaça, FO. O "perdedor" havia sido o sr. Levi, que se não era cabo de polícia era, pelo menos, agente da Polícia de Segurança Pública, um homem à altura residente na Póvoa (de Cós). Gerado o "pânico" na pacata aldeia onde até então reinara a paz dos cemitérios, como resolver a situação? Ora, "descarregando" votos de não votantes para dar a vitória ao sr. Levi, homem do regime que o regime tinha na mão. Porém, a estratégia não foi do agrado de Joaquim Fialho, homem honesto para quem uma "eleição" era, afinal, uma "eleição". Se José Barbosa tinha sido eleito então ele que fosse o presidente. Joaquim Fialho terá achado mal a falsificação dos resultados, coisa à época pelos visto frequente, e, portanto, não ajudou a sanear a "crise". É então que Tarcício Trindade, incomodado com esta pequena chatice numa freguesia habitualmente tão serena, manda chamar ao seu gabinete o meu pai e o sr. Levi. Aí, muito "democraticamente", pede ao meu pai que abdique a favor de Levi. Fá-lo em tom de ameaça. O meu pai, jovem e inexperiente, teve então medo e, salvaguardando a "paz podre da freguesia", onde cabia o magro mas, ainda assim, seguro, "subsídio financeiro municipal" que Tarcício pôs pendente, decidiu abdicar, aceitando a proposta de Tarcísio de ficar não como presidente mas como... secretário da junta. O terrível "agitador social" agindo a mando de perigosas forças "anti-clericais" da "oposição", aceitava assim submeter-se às... "forças do bem" e do "progresso municipal" que estavam, e continuaram a estar pelo menos até 1976, ao leme da política municipal. É claro que a "história" que o "historiador municipal" FO quer contar, e quer que fique registada como "verdade histórica", tem muito que se incomodar com pequenas nódoas e episódios nada "democráticos" como este. É certo que o "rolo compressor" da "história" tudo alisa, para que tudo depois pareça limpo e claro. Mas enquanto houver gente viva com memória o "rolo compressor da história" vai ter dificuldade em passar; porque tem de passar por cima dela; foi aliás sempre assim que aconteceu, pelo menos desde o tempo do Moisés. Acima de tudo tenho muito orgulho do meu pai e, ainda que a vida a tivesse levado de nós tão cedo, da minha querida mãe. Ninguém há-de pisar incolumemente a sua história enquanto viver.
Valdemar José Correia Barbosa Rodrigues
20 de Novembro de 2017
Cena: Últimas "eleições" para a junta de freguesia de Cós antes do 25 de Abril de 1974, cujo vencedor foi o meu pai, José Barbosa Rodrigues
Durante o Estado Novo havia "eleições", nomeadamente para as juntas de freguesia. O regedor, à época dos factos, era Joaquim Fialho, nomeado pelo presidente da câmara Tarcísio Trindade e directamente dependente dele. Contados os votos (dos "chefes de família") o vencedor foi... o «anti-clerical» e revolucionário José Barbosa Rodrigues, «anti-clerical» e revolucionário no "enviesado" entender "histórico" do "historiador municipal" de Alcobaça, FO. O "perdedor" havia sido o sr. Levi, que se não era cabo de polícia era, pelo menos, agente da Polícia de Segurança Pública, um homem à altura residente na Póvoa (de Cós). Gerado o "pânico" na pacata aldeia onde até então reinara a paz dos cemitérios, como resolver a situação? Ora, "descarregando" votos de não votantes para dar a vitória ao sr. Levi, homem do regime que o regime tinha na mão. Porém, a estratégia não foi do agrado de Joaquim Fialho, homem honesto para quem uma "eleição" era, afinal, uma "eleição". Se José Barbosa tinha sido eleito então ele que fosse o presidente. Joaquim Fialho terá achado mal a falsificação dos resultados, coisa à época pelos visto frequente, e, portanto, não ajudou a sanear a "crise". É então que Tarcício Trindade, incomodado com esta pequena chatice numa freguesia habitualmente tão serena, manda chamar ao seu gabinete o meu pai e o sr. Levi. Aí, muito "democraticamente", pede ao meu pai que abdique a favor de Levi. Fá-lo em tom de ameaça. O meu pai, jovem e inexperiente, teve então medo e, salvaguardando a "paz podre da freguesia", onde cabia o magro mas, ainda assim, seguro, "subsídio financeiro municipal" que Tarcício pôs pendente, decidiu abdicar, aceitando a proposta de Tarcísio de ficar não como presidente mas como... secretário da junta. O terrível "agitador social" agindo a mando de perigosas forças "anti-clericais" da "oposição", aceitava assim submeter-se às... "forças do bem" e do "progresso municipal" que estavam, e continuaram a estar pelo menos até 1976, ao leme da política municipal. É claro que a "história" que o "historiador municipal" FO quer contar, e quer que fique registada como "verdade histórica", tem muito que se incomodar com pequenas nódoas e episódios nada "democráticos" como este. É certo que o "rolo compressor" da "história" tudo alisa, para que tudo depois pareça limpo e claro. Mas enquanto houver gente viva com memória o "rolo compressor da história" vai ter dificuldade em passar; porque tem de passar por cima dela; foi aliás sempre assim que aconteceu, pelo menos desde o tempo do Moisés. Acima de tudo tenho muito orgulho do meu pai e, ainda que a vida a tivesse levado de nós tão cedo, da minha querida mãe. Ninguém há-de pisar incolumemente a sua história enquanto viver.
Valdemar José Correia Barbosa Rodrigues
20 de Novembro de 2017
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
Sobre o “historiador municipal” Fleming de Oliveira
Sobre o “historiador municipal”
Fleming de Oliveira, de Alcobaça
Só tardiamente tive notícia da obra de Fleming de Oliveira (FO) enquanto “historiador” na área de história contemporânea de Alcobaça. FO publicou, nessa cidade e nos últimos anos, dois livros sobre a «vida na sociedade civil de Alcobaça por alturas de 1974» e, tanto quanto sei, irá lançar, este mês e na mesma cidade, um «dicionário de alcobacenses».
Como declaração de interesses, não tenho nem nunca tive qualquer tipo de relações pessoais, de amizade ou negócios, com FO ou membros da sua família. E não tendo nem vocação nem qualificações para a “ciência histérica”, e menos ainda para a análise crítica historiográfica – algo que FO, ao que sei, também não tem – estou à vontade para avaliar a qualidade de trabalhos escritos, com a pretensão de registos da “verdade histórica”, sobre factos e acontecimentos que, em parte pelo menos, também presenciei ou vivi, relativos à terra e a pessoas que bem conheci, como foi o caso do meu pai, José Barbosa Rodrigues, o «panfletário, acintoso e azedo» “correspondente” da imprensa da esquerda revolucionária (O jornal Voz de Alcobaça) no dizer espinhoso e traumatizado de FO – traumatizado com essas “conquistas de Abril” que foram, entre outras, as da liberdade de reunião e expressão.
Entre os factos dignos de “registo histórico” depreciativo FO “acusa” o meu pai de ter mobilizado, por alturas de 1974-76, as gentes da freguesia para a limpeza das ruas e da escola de Cós, e por ter tido um papel activo no movimento local que pedia a expulsão do padre Manuel da paróquia de Cós-Maiorga. Fá-lo ressentido, qual juiz que, sem se dignar analisar e descrever os factos, e sem ouvir as testemunhas (FO por exemplo jamais me contactou), passa directamente à sentença: o meu pai era arruaceiro, um anti-clerical e desprezível agitador social. O dizer simples (e de péssima redacção) do “historiador municipal” não esconde a ira: o meu pai, e os demais “agitadores” da “paz social” das aldeias pré-25 de Abril, eram peste que viera ao mundo.
Já, por exemplo, sobre a história da última eleição para a junta de freguesia de Cós antes do 25 de Abril, cujo vencedor foi o meu pai, FO não diz palavra. Não fala da pressão que ele sofreu, da parte de Tarcísio Trindade, para abdicar a favor do concorrente, o que acabou por fazer para não prejudicar a freguesia. Era ele um tal Levi, homem do regime residente na Póvoa de Cós, a quem, pelo menos até Abril de 1974, o meu pai assessorou enquanto secretário da junta de freguesia. O “juiz” condena o meu pai pelo “crime” de «anti-clericalismo» mas não acha digno de menção o porquê de, à época, muita gente de Maiorga e Cós pedir a demissão do padre: a recusa do baptismo a crianças cujos pais não fossem à missa. Em Cós o salão paroquial onde a minha mãe (que viria a falecer em 1978) durante anos se empenhara na realização de espectáculos e iniciativas várias de índole cultural, o padre Manuel encerrou-o após o 25 de Abril. Até seria justíssimo dizer que, se tinha havido durante o marcelismo alguma vida cultural em Cós, isso se deveu em grande parte ao esforço da minha mãe, Maria Manuela Roxo Correia, tal como, é certo, à paróquia que abrira as portas do salão às iniciativas da comunidade. É óbvio que esquecer estes factos da história e acusar as pessoas de “anti-clericalismo” é errado; é tomar a parte pelo todo, algo típico de gente pouco instruída ou ignorante. O “crime” de mobilização da sociedade para a limpeza das ruas e da escola primária (cujas condições eram miseráveis) desmerece, evidentemente, qualquer comentário.
Sobre o “activismo social” do meu pai FO esquece que foi graças a ele, mais a um pequeno punhado de “perigosos activistas”, entre os quais a minha mãe, que a colectividade local veio-a-ser, e o seu leitmotiv foi, originariamente, a decisão do padre Manuel de encerrar o salão paroquial. Assim nasceu a Associação desportiva e cultural de Cós” que ainda hoje lá está. Para uma mente lúcida interessada em conhecer e, sobretudo, em dar a conhecer a historia local, é óbvio que estes “métodos” de investigação e “esquecimentos” são suspeitos; eu digo: não são nem ingénuos nem acidentais. Triste é que alguém um dia venha a dar crédito a uma “história” contada assim.
A título pessoal, o retrato que FO apresenta do meu pai é ofensivo e moralmente danoso. Sei que de pouco serve pedir-lhe que publicamente se retrate pelo que escreveu e publicou. Resta-me, para mal dos meus pecados, estar mais atento para não deixar passar mais nenhum texto deste “historiador municipal” em vão, para que os leitores possam conhecer melhor a “mecânica” do revisionismo histórico, algo em que o regime de Stalin foi exímio.
17 de Novembro de 2017
Só tardiamente tive notícia da obra de Fleming de Oliveira (FO) enquanto “historiador” na área de história contemporânea de Alcobaça. FO publicou, nessa cidade e nos últimos anos, dois livros sobre a «vida na sociedade civil de Alcobaça por alturas de 1974» e, tanto quanto sei, irá lançar, este mês e na mesma cidade, um «dicionário de alcobacenses».
Como declaração de interesses, não tenho nem nunca tive qualquer tipo de relações pessoais, de amizade ou negócios, com FO ou membros da sua família. E não tendo nem vocação nem qualificações para a “ciência histérica”, e menos ainda para a análise crítica historiográfica – algo que FO, ao que sei, também não tem – estou à vontade para avaliar a qualidade de trabalhos escritos, com a pretensão de registos da “verdade histórica”, sobre factos e acontecimentos que, em parte pelo menos, também presenciei ou vivi, relativos à terra e a pessoas que bem conheci, como foi o caso do meu pai, José Barbosa Rodrigues, o «panfletário, acintoso e azedo» “correspondente” da imprensa da esquerda revolucionária (O jornal Voz de Alcobaça) no dizer espinhoso e traumatizado de FO – traumatizado com essas “conquistas de Abril” que foram, entre outras, as da liberdade de reunião e expressão.
Entre os factos dignos de “registo histórico” depreciativo FO “acusa” o meu pai de ter mobilizado, por alturas de 1974-76, as gentes da freguesia para a limpeza das ruas e da escola de Cós, e por ter tido um papel activo no movimento local que pedia a expulsão do padre Manuel da paróquia de Cós-Maiorga. Fá-lo ressentido, qual juiz que, sem se dignar analisar e descrever os factos, e sem ouvir as testemunhas (FO por exemplo jamais me contactou), passa directamente à sentença: o meu pai era arruaceiro, um anti-clerical e desprezível agitador social. O dizer simples (e de péssima redacção) do “historiador municipal” não esconde a ira: o meu pai, e os demais “agitadores” da “paz social” das aldeias pré-25 de Abril, eram peste que viera ao mundo.
Já, por exemplo, sobre a história da última eleição para a junta de freguesia de Cós antes do 25 de Abril, cujo vencedor foi o meu pai, FO não diz palavra. Não fala da pressão que ele sofreu, da parte de Tarcísio Trindade, para abdicar a favor do concorrente, o que acabou por fazer para não prejudicar a freguesia. Era ele um tal Levi, homem do regime residente na Póvoa de Cós, a quem, pelo menos até Abril de 1974, o meu pai assessorou enquanto secretário da junta de freguesia. O “juiz” condena o meu pai pelo “crime” de «anti-clericalismo» mas não acha digno de menção o porquê de, à época, muita gente de Maiorga e Cós pedir a demissão do padre: a recusa do baptismo a crianças cujos pais não fossem à missa. Em Cós o salão paroquial onde a minha mãe (que viria a falecer em 1978) durante anos se empenhara na realização de espectáculos e iniciativas várias de índole cultural, o padre Manuel encerrou-o após o 25 de Abril. Até seria justíssimo dizer que, se tinha havido durante o marcelismo alguma vida cultural em Cós, isso se deveu em grande parte ao esforço da minha mãe, Maria Manuela Roxo Correia, tal como, é certo, à paróquia que abrira as portas do salão às iniciativas da comunidade. É óbvio que esquecer estes factos da história e acusar as pessoas de “anti-clericalismo” é errado; é tomar a parte pelo todo, algo típico de gente pouco instruída ou ignorante. O “crime” de mobilização da sociedade para a limpeza das ruas e da escola primária (cujas condições eram miseráveis) desmerece, evidentemente, qualquer comentário.
Sobre o “activismo social” do meu pai FO esquece que foi graças a ele, mais a um pequeno punhado de “perigosos activistas”, entre os quais a minha mãe, que a colectividade local veio-a-ser, e o seu leitmotiv foi, originariamente, a decisão do padre Manuel de encerrar o salão paroquial. Assim nasceu a Associação desportiva e cultural de Cós” que ainda hoje lá está. Para uma mente lúcida interessada em conhecer e, sobretudo, em dar a conhecer a historia local, é óbvio que estes “métodos” de investigação e “esquecimentos” são suspeitos; eu digo: não são nem ingénuos nem acidentais. Triste é que alguém um dia venha a dar crédito a uma “história” contada assim.
A título pessoal, o retrato que FO apresenta do meu pai é ofensivo e moralmente danoso. Sei que de pouco serve pedir-lhe que publicamente se retrate pelo que escreveu e publicou. Resta-me, para mal dos meus pecados, estar mais atento para não deixar passar mais nenhum texto deste “historiador municipal” em vão, para que os leitores possam conhecer melhor a “mecânica” do revisionismo histórico, algo em que o regime de Stalin foi exímio.
17 de Novembro de 2017
1cf. flemingdeoliveira.blogspot.com/
2e.g. http://flemingdeoliveira.blogspot.pt/2011/10/i-vida-na-sociedade-civil-de-alcobaca.html
Fonte: Região de Cister, Ed. de 30 de Nivembro de 2017
domingo, 12 de novembro de 2017
A "nova" velha escola, a "velha" nova geometria, ou simplesmente a mentirinha do irmão Copérnico!
Let no one ignorant of computer programming enter here!
sexta-feira, 10 de novembro de 2017
Da cidade (naturalmente) dividida
Em comentário ao texto de Vitor Bento Sobre a Web Summit, aqui, escrevi assim:
«Advogados, médicos, financeiros (é engraçado não ter posto economistas, será por ser economista que o fez?), professores, arquitectos, etc. E porque não juízes. padres, políticos, legisladores, militares, polícias, bombeiros, etc? O "super-homem biónico" não é coisa nova; quem pode há muito que se "entrelaçou" com a técnica; que usa, por exemplo, próteses dentárias, pacemakers, membros artificiais, insulina biotecnologicamente produzida, etc. E há até aqueles que se multiplicam, vivem várias vidas, mudam de rosto, identidade, etc. Ver a grandes distânias, ou na escuridão, ou ter uma memória googleana pode ser, para o indivíduo, uma inovação, mas não para o grande colectivo de indivíduos, para a grande empresa ou para o estado que são, ou pelo menos ambicionam ser, à maneira de Deus e, como os deuses, imortais (veja-se a letra do hino: «...nação valente e imortal»). Agora essa de o Facebook conhecer melhor o sr. Vitor Bento do que os seus amigos e família é, no mínimo, constatação de um problema ou ideia fantástica! Problema da sociedade - a anomia e o crescente isolamento dos indivíduos na multidão e no meio de tanta possibilidade de comunicação, talvez - ou ideia à qual subjaz a velhíssima convicção de uma cultura a que o esquecido Spengler chamava de fáustica: a de que o ser humano chegaria ao ponto de se auto-produzir. Ideia velha portanto, cujo grande crítico foi e continua ainda a ser o mestre Agostinho de Hipona, crítico do modo de ser maniqueu. Os maniqueus, tal como os inquisidores (medievais e modernos) e os nazis, continuam por aí, vivos e de boa saúde. O que esqueceram da humanidade foi algo que os antigos gregos bem conheciam e que tomavam por máximas da sua vida: o "nada em excesso" - este nada é mesmo nada, nem sequer o amor ou a verdade em excesso são oisas boas! - e o socrático "conhece-te a ti mesmo", melhor do que qualquer Google, ou do que qualquer estado. A técnica, essa, é certo que não tem culpa nenhuma. Parece-me profundamente errado o sr. Vitor Bento falar de um "super-homem biónico" como se ele fosse de outra espécie humana; como se a sua causa, técnica, não fosse afinal tão-só e profundamente humana, fruto dessa velha cultura fáustica do Ocidente. Falar assim, com esse à-vontade e com esse sentido (a)crítico, faz até pensar no renascimento do sonho nazi de naturalzação da política e do fenómeno político, hoje resplandecente na chamada biopolítica. Será que é de biopolítica que se trata quando sugere o domínio de uma espécie de humanos por outra espécie de humanos, biónica ou cyborg, à qual a primeira, a "actual espécie humana" haveria "naturalmente" de submeter-se? Estou em crer e espero, sinceramente, que não. Até porque acredito no lema da minha "alma mater": omnis civitas contra se divisa non stabit. A "cidade" dividida, composta já não de uma mas de duas "humanidades", acabaria por desaparecer da face da Terra.»
Valdemar J. Rodrigues, 10-11-2017
«Advogados, médicos, financeiros (é engraçado não ter posto economistas, será por ser economista que o fez?), professores, arquitectos, etc. E porque não juízes. padres, políticos, legisladores, militares, polícias, bombeiros, etc? O "super-homem biónico" não é coisa nova; quem pode há muito que se "entrelaçou" com a técnica; que usa, por exemplo, próteses dentárias, pacemakers, membros artificiais, insulina biotecnologicamente produzida, etc. E há até aqueles que se multiplicam, vivem várias vidas, mudam de rosto, identidade, etc. Ver a grandes distânias, ou na escuridão, ou ter uma memória googleana pode ser, para o indivíduo, uma inovação, mas não para o grande colectivo de indivíduos, para a grande empresa ou para o estado que são, ou pelo menos ambicionam ser, à maneira de Deus e, como os deuses, imortais (veja-se a letra do hino: «...nação valente e imortal»). Agora essa de o Facebook conhecer melhor o sr. Vitor Bento do que os seus amigos e família é, no mínimo, constatação de um problema ou ideia fantástica! Problema da sociedade - a anomia e o crescente isolamento dos indivíduos na multidão e no meio de tanta possibilidade de comunicação, talvez - ou ideia à qual subjaz a velhíssima convicção de uma cultura a que o esquecido Spengler chamava de fáustica: a de que o ser humano chegaria ao ponto de se auto-produzir. Ideia velha portanto, cujo grande crítico foi e continua ainda a ser o mestre Agostinho de Hipona, crítico do modo de ser maniqueu. Os maniqueus, tal como os inquisidores (medievais e modernos) e os nazis, continuam por aí, vivos e de boa saúde. O que esqueceram da humanidade foi algo que os antigos gregos bem conheciam e que tomavam por máximas da sua vida: o "nada em excesso" - este nada é mesmo nada, nem sequer o amor ou a verdade em excesso são oisas boas! - e o socrático "conhece-te a ti mesmo", melhor do que qualquer Google, ou do que qualquer estado. A técnica, essa, é certo que não tem culpa nenhuma. Parece-me profundamente errado o sr. Vitor Bento falar de um "super-homem biónico" como se ele fosse de outra espécie humana; como se a sua causa, técnica, não fosse afinal tão-só e profundamente humana, fruto dessa velha cultura fáustica do Ocidente. Falar assim, com esse à-vontade e com esse sentido (a)crítico, faz até pensar no renascimento do sonho nazi de naturalzação da política e do fenómeno político, hoje resplandecente na chamada biopolítica. Será que é de biopolítica que se trata quando sugere o domínio de uma espécie de humanos por outra espécie de humanos, biónica ou cyborg, à qual a primeira, a "actual espécie humana" haveria "naturalmente" de submeter-se? Estou em crer e espero, sinceramente, que não. Até porque acredito no lema da minha "alma mater": omnis civitas contra se divisa non stabit. A "cidade" dividida, composta já não de uma mas de duas "humanidades", acabaria por desaparecer da face da Terra.»
Valdemar J. Rodrigues, 10-11-2017
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
sexta-feira, 3 de novembro de 2017
Mais sobre a "justiça" das repúblicas (e impérios) de advogados
«A explicação é, talvez, demasiado simples, mas para isso é preciso compreender um pouco da lógica industrial agropecuária. Nas "repúblicas de advogados" (neste caso, nos "impérios de advogados") primeiro há que deixar "engordar" bem as reses; dá-se-lhes boas jus-vitaminas e jurisprudenciais suplementos de "engenharia financeira" que as ajudam a engordar. Quando elas já estão bem gordinhas, usam-se técnicas várias de boato e "fuga de informação privilegiada" (vulgo, de bufaria) para as "abater", isto ao mesmo tempo que se vai junto delas em "auxílio". É uma "cura jurídica" de emagrecimento; uma "morte" lenta, suave e sempre juridicamente bem acompanhada. No final, dependendo da "proteína" disponível, as reses escanzeladas talvez escapem à crueldade do espigão... As vítimas - se as houver de facto, e muitas vezes há-as - recebem a publicidade e o "carinho" das multidões, e fruem desse sentimento de vingança que Homero dizia ser, de todos, o mais doce. A "justiça" corresponde então a isso simplesmente: à "transformação criativa" do produto e das rendas do crime em "justos" honorários de advogados, tal como em taxas e custas processuais da dita...»
Valdemar Rodrigues, 3 de Novembro de 2017, comentado aqui.
Valdemar Rodrigues, 3 de Novembro de 2017, comentado aqui.
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
La llibertat no té bandera ...
e
se um estado incomoda muita gente,
dois estados incomodam muito mais!
Foto: daqui (mas sem nenhuma afiliação ideológica... esses são ainda dos que precisam de mais do que um pai...)
se um estado incomoda muita gente,
dois estados incomodam muito mais!
Foto: daqui (mas sem nenhuma afiliação ideológica... esses são ainda dos que precisam de mais do que um pai...)
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Nota sobre o "Rendimento Básico Incondicional"
Para registo, e memória futura enquanto a parceria Google/"estado português" deixar, fica aqui o comentário que fiz ao artigo, no Jornal Económico, de Ricardo Sant' Ana Moreira, intitulado: Rendimento Básico Incondicional: receber dinheiro por existir é uma boa ideia?
«Estimado colunista. O texto é de facto longo e a argumentação crítica ao tal RBI pedia mais do que um comentário necessariamente breve, ou pelo menos não demasiado longo. Fica para outra altura. Só gostaria de lhe lembrar uma coisa e de lhe dar a minha singela opinião sobre o que escreveu em geral. A lembrança é: quando diz que «muitas atividades que não são consideradas trabalho, como as artes ou o envolvimento social» devia notar que há actividades bem conhecidas, como a de professor, que não são consideradas "trabalho" à luz do código do trabalho, um produto do "estado social" baseado no tal "direito ao trabalho" que defende. Basta que, no caso das universidades, nao haja "subordinação jurídica", ou que haja um "contrato de docência" que, à luz do "direito do trabalho", não é um "contrato de trabalho", não existindo portanto o tal "vínculo laboral" que caracteriza a relação laboral, e que faz do "colaborador" "trabalhador". Há neste país muita gente cuja actividade não é considerada "trabalho", e não são apenas os servilços domésticos ou o trato de familiares idosos; há até - para seu espanto talvez - universidades que, simplesmente, funcionam mas não têm trabalhadores! Além disso, porque o seu artigo confunde "trabalho" e "emprego", refere o "pleno emprego" sem cuidar de ver a "engenharia jurídico-estatística": para se estar empregado basta, por exemplo, "trabalhar" 3 horas semanais... quero eu dizer, em síntese, que o "direito ao trabalho" e o "pleno emprego" aos quais tanto se agarra são já puras miragens, talvez de um passado económico difícil de esquecer...
A minha opinião sobre o que aqui escreveu começa por ser a de que a sua análise está enviesada, como aliás não esconde. Por exemplo, diz que «A forma pura do RBI» é a «original e liberal» e toma-a como base de referência do seu prognóstico de falência do "estado social". Antes havia dito que «liberdade é decidirmos em conjunto, em democracia, como decidimos gastar a riqueza que produzimos enquanto sociedade»... Faz contas à medida mas simplifica demasiado o problema. E não esclarece como as fez. Tomando um PIB a rondar os 200 mil milhões de euros, como fez a conta para chegar aos 21,6% do PIB ou seja, a cerca de 43 mil milhões de euros? Valor que, dividido pelos 300 euros "por pessoa", vezes 14 meses (?), que sugere, resulta num "universo" de 10,5 milhões de pessoas a abranger pela medida! - certo, ou será que estou a fazer mal as contas? Parece-me, à primeira vista, demasiada gente, e porque razão considera na conta os actuais pensionistas, que já têm, por natureza por assim dizer, um "RBI", em muitos casos muito mais do que "B"?... Fala ainda dos 22% do PIB que o estado português arrecada em impostos; pergunto: directos, indirectos ou ambos? E já agora, porque fala de um «RBI à portuguesa» quando o Portugal é memblo de pleno direito da UE? Porque ignora a dimensão europeia nesta análise sobre um problema que é de todos os ditos europeus? Porque não se pergunta, por exemplo, "O que será que o PIB de Portugal tem que faça dele, com autenticidade e certeza, um "PIB português", ou "nacional" como dizem?
Não vou alongar-me muito mais. Não tenho opinião formada sobre o assunto, que merecia ser discutido a nível europeu e não apenas local ou "nacional"... Uma discussão em liberdade, como bem diz, pois a todos afectará; e sem os fantasmas da ideologia ou da crença cega nos ditos "mercados".... que só funcionam como funcionam porque o tal "estado social" de que fala aprovou as leis e os acordos internacionais que lhes permitem fazer o que fazem, bem e mal está-se em ver, porque, creio eu, o bem e o mal nunca são puros, i.e., andam sempre de mão dada... Haveria que ver em particular a situação das famílias com crianças, dos pensionistas, etc. etc. etc. Um debate que, por estar à partida enviesado (como se explica, por exemplo, e a quem realmente interessa, que um "trabalhador" normal tenha hoje de trabalhar mais horas por ano do que um camponês na Idade Média?!) , corre o risco de nunca vir a acontecer.
Um abraço, e obrigado por me ter dado esta oportunidade para reflectir sobre o assunto e para manifestar sobre ele algumas das minhas dúvidas.»
NOTA: Este texto/comentário desapareceu misteriosamente da caixa de comentários do dito "jornal económico". Por acaso tinha-o gravado, como sempre faço não vá o diabo tecê-las. Por duas vezes voltei a pô-lo lá e por duas vezes ele voltou a desaparecer. Convluí o que não podia ter deixado de concluir: é a "liberdade de expressão" no seu melhor... Pelo contrário, os comentários violentos e xenófobos que por lá andavam por lá continuam a andar alegremente, sem qualquer rasura ou censura... Deve ter a ver com a estratégia agressiva da "corporate governance" do grupo de me(r)dia a que o jornal pertence... Face a isto, o que dizer? Puta que o pariu, obviamente!
NOTA: Este texto/comentário desapareceu misteriosamente da caixa de comentários do dito "jornal económico". Por acaso tinha-o gravado, como sempre faço não vá o diabo tecê-las. Por duas vezes voltei a pô-lo lá e por duas vezes ele voltou a desaparecer. Convluí o que não podia ter deixado de concluir: é a "liberdade de expressão" no seu melhor... Pelo contrário, os comentários violentos e xenófobos que por lá andavam por lá continuam a andar alegremente, sem qualquer rasura ou censura... Deve ter a ver com a estratégia agressiva da "corporate governance" do grupo de me(r)dia a que o jornal pertence... Face a isto, o que dizer? Puta que o pariu, obviamente!
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Perguntas inconvenientes I - A pergunta pelo "cientista" do direito
Fonte: daqui
sábado, 23 de setembro de 2017
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
O problema da "Inteligência artificial", geradora "por si" de apagões fiscais "seletivos"...
Está-se em ver que é um problema da IA do "sistema tributário" do Portugal. Portanto, siga para arquivo, depois do "inquérito". Ou então liquidem o "sistema", pois se ele é inteligente ou seja, se ele raciocina e decide por si próprio, quem mais poderia ser o auctor material do crime?
O legal e o ético - uma notinha, à maneira de Espinosa
Tese
O que é legal pode perfeitamente não ser aceitável eticamente
Proposição
A existência de um valor limite legal para a concentração de um poluente cancerígeno P num alimento processado, ou na água para consumo humano, não só não impede como pode, pelo contrário, estimular, o comportamento eticamente inaceitável de adicionar esse poluente ao alimento ou à água em causa.
Demonstração
Admita-se que o alimento ou água em causa não contêm, em concentrações detectáveis pelos instrumentos de medida usuais e disponíveis, o poluente P.
Admita-se que os custos de eliminação/tratamento em condições de segurança do poluente P são muito elevados.
Ora, se a indústria alimentar, ou de tratamento de água para consumo humano, adicinar ao seu produto uma quantidade de poluente P de modo a não ultrapassar o limite legal fixado de x miligramas por kg de produto (i.e., de alimento ou água) ela não só estará legal como... poderá ganhar bastante dinheiro com isso, aumentando os seus lucros e podendo até mandar para o lixo boa parte da produção... porque ao inserir o poluente na água ou no alimento (processado) ela já facturou a quem queria ver-se livre dele! E poderá, até, dizer-se "amiga do ambiente", uma vez que "dilui o mal"... e, como dizia o Paracelso, «sola dosis facet venenum». Do "agente económico", como sempre, espera-se que aja "racionalmente"...
c.q.d.
Possível objecção
O "agente económico" que quer ver-se livre do "resíduo" está proibido de fazê-lo dessa forma, ou seja, de pagar a quem trate do assunto e não seja "operador de resíduos licenciado"... portanto, o procedimento é, ainda, ilegal. É portanto ainda na ilegalidade que assenta a falta de ética.
Contra-objecção
Há, por um lado, o conceito jurídico de "resíduo" e, por outro, a política, designadamente da UE, tendente a uma "economia circular" que tem como lema "Turning waste into a resource". No significado de "resource" podemos ler: "a source of wealth or revenue". Assim, o poluente P pode facilmente ser transformado, pelo milagre jurídico dos & Associados, num recurso valioso que gera bem-estar e receitas financeiras para ambas as partes, ou seja, para a empresa que quer ver-se livre dele e para a indústria que recebe dinheiro para o "diluir legalmente" nos alimentos ou na água. E quanto ao estado ou sociedade? - poderá perguntar-se - o que ganha ou perde com isso? Ora, a burocracia estatal ganha sempre e, se a questão alguma vez chegasse a colocar-se publicamente, certamente batalhões de & Associados, - que facilmente levam o assunto ao "supremo" -cientificamente apoiados nas leis que fizeram (e "respetivos" "vazios legais"), tal como nos diversos "estudos científicos" que as suportaram, haveriam no final, como sempre, de concluir que afinal "todos ganham"; que se trata de um "win-win" inteligente e preferível a levar, por exemplo, o "recurso" para "co-incineração" na cimenteira, e uma vez mais ganham sobretudo eles (mais até do que quando trataram de fazer as leis...).
Premonição
Em breve, uma vez mais, chegar-se-á à conclusão apolínea de que "tudo o que é demais é moléstia"; que ter tantas leis "técnicas" e tantas resmas de advogados a viver delas, e para elas, não é boa ideia, que as leis não abolem o crime, simplesmente o refinam; que leis em demasia é o mesmo que ausência de lei; ou até - o que seria, tanto quanto sei, uma agradável surpresa - que afinal foi o "império dos advogados" aquilo que ruiu quando dizem ter "caído" o "Império Romano do Ocidente", numa altura em que, nesse desejado "império sem fim", já nada podia ser ou funcionar sem a "ajuda" de uma jurisprudência parasita; etc. etc. etc.
O que é legal pode perfeitamente não ser aceitável eticamente
Proposição
A existência de um valor limite legal para a concentração de um poluente cancerígeno P num alimento processado, ou na água para consumo humano, não só não impede como pode, pelo contrário, estimular, o comportamento eticamente inaceitável de adicionar esse poluente ao alimento ou à água em causa.
Demonstração
Admita-se que o alimento ou água em causa não contêm, em concentrações detectáveis pelos instrumentos de medida usuais e disponíveis, o poluente P.
Admita-se que os custos de eliminação/tratamento em condições de segurança do poluente P são muito elevados.
Ora, se a indústria alimentar, ou de tratamento de água para consumo humano, adicinar ao seu produto uma quantidade de poluente P de modo a não ultrapassar o limite legal fixado de x miligramas por kg de produto (i.e., de alimento ou água) ela não só estará legal como... poderá ganhar bastante dinheiro com isso, aumentando os seus lucros e podendo até mandar para o lixo boa parte da produção... porque ao inserir o poluente na água ou no alimento (processado) ela já facturou a quem queria ver-se livre dele! E poderá, até, dizer-se "amiga do ambiente", uma vez que "dilui o mal"... e, como dizia o Paracelso, «sola dosis facet venenum». Do "agente económico", como sempre, espera-se que aja "racionalmente"...
c.q.d.
Possível objecção
O "agente económico" que quer ver-se livre do "resíduo" está proibido de fazê-lo dessa forma, ou seja, de pagar a quem trate do assunto e não seja "operador de resíduos licenciado"... portanto, o procedimento é, ainda, ilegal. É portanto ainda na ilegalidade que assenta a falta de ética.
Contra-objecção
Há, por um lado, o conceito jurídico de "resíduo" e, por outro, a política, designadamente da UE, tendente a uma "economia circular" que tem como lema "Turning waste into a resource". No significado de "resource" podemos ler: "a source of wealth or revenue". Assim, o poluente P pode facilmente ser transformado, pelo milagre jurídico dos & Associados, num recurso valioso que gera bem-estar e receitas financeiras para ambas as partes, ou seja, para a empresa que quer ver-se livre dele e para a indústria que recebe dinheiro para o "diluir legalmente" nos alimentos ou na água. E quanto ao estado ou sociedade? - poderá perguntar-se - o que ganha ou perde com isso? Ora, a burocracia estatal ganha sempre e, se a questão alguma vez chegasse a colocar-se publicamente, certamente batalhões de & Associados, - que facilmente levam o assunto ao "supremo" -cientificamente apoiados nas leis que fizeram (e "respetivos" "vazios legais"), tal como nos diversos "estudos científicos" que as suportaram, haveriam no final, como sempre, de concluir que afinal "todos ganham"; que se trata de um "win-win" inteligente e preferível a levar, por exemplo, o "recurso" para "co-incineração" na cimenteira, e uma vez mais ganham sobretudo eles (mais até do que quando trataram de fazer as leis...).
Premonição
Em breve, uma vez mais, chegar-se-á à conclusão apolínea de que "tudo o que é demais é moléstia"; que ter tantas leis "técnicas" e tantas resmas de advogados a viver delas, e para elas, não é boa ideia, que as leis não abolem o crime, simplesmente o refinam; que leis em demasia é o mesmo que ausência de lei; ou até - o que seria, tanto quanto sei, uma agradável surpresa - que afinal foi o "império dos advogados" aquilo que ruiu quando dizem ter "caído" o "Império Romano do Ocidente", numa altura em que, nesse desejado "império sem fim", já nada podia ser ou funcionar sem a "ajuda" de uma jurisprudência parasita; etc. etc. etc.
Fonte: aqui. Fala de "Inglaterra" e de um tempo muito mais recente;
não li, mas o título chamou-me à atenção.
mas talvez seja interessante.
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Milagres da fé jurídica V - A greve soberana, o "Nóbele" da "sciência histórica" e outras passagens da mayor relevância "scocial", "pulhitica" e "ecunómica"
Um cantar da Jvstitiae milenarmente prescricionária, no modo peso pessado de quem pode manda. Entre outras adoro aquela parte em que ela canta. «Aquele banco de Jardim passou....» Que alcance, que visão; Que poder premonitório!
Veja-se esta maravilha da "ciência mística": O "órgão de soberania" "juridicamente subordinado" ao "soberano" ("povo", desta vez) que lhe paga e dita as leis e os códigos (!!) decidiu marcar uma greve mas, depois, insondáveis razões que a razão comum, profana, desconhece, levaram a que a desconvocasse. Entretanto...
Tudo legal, tudo justo, tudo "concetualmente" harmonioso e preciso, em stricta conformidade com o "direito" que, pelos vistos, já nasceu torto, com o Moisés egípcio, como Freud acreditava que ele era... Entretanto...
Interesantes e "inovadores" "estudos técnico-científicos" vêm sendo dados à estampa, mostrando como era o mundo há dez anos a esta parte (!) - tudo prescrito portanto! mas, noticiosamente falando, com a malícia própria dos "merdia" comunicacionais " da propaganda (quem haveria de pagar para ler essas porcarias de jornal), noticiada assim: "Portugueses têm 21% do PIB em offshores" quando, em verdade, deveria ser, quando muito (já era suficientemente merdoso): "Portugueses tinham em 2007 21% do PIB em offshores". É lindo de ver um "investigador" de uma "consagrada" "universidade" "atualizar" assim os seus dados sobre a "matéria de fato" (entre aspas ponho ou as novas palavras do AO90 ou os "conceitos jurídicos", ou jurisconceitos, que enxameiam esta língua que erradamente a "verdade oficial", isto é, a "verdade jurídica" ou a "verdade histórica" equivalentes à mentira que convém ao poder que está e vai sendo, diz ser a do pobre Camões).
Mas não, não há (como poderia haver?) nenhum prémio "nóbele" para a "ciência histórica", nem "pura" nem na variante de "arqueologia ecunómica", como parece ser o caso. Sem dúvida o puto, o Gabriel Zucman, merecia um "nóbele em história" nessa variante, a menos que se chamasse Susana, só que se ele fosse a "espanhola" Susana Gonzalez, ou a "portuguesa" Sónia Melo (dois desses bodes expiatórios regularmente seleccionados para holocausto, no caso cabras - as senhoras que me desculpem pois se trata apenas de "adotar" a expressão - para que o resto fique na mesma, tudo muito legal, muito justo e bem limpinho... na mais pura "verdade honesta"...) e fizesse as investigações "ecumenónicas" (esta inventei eu, que também o tenho às vezes direito...) que fez nessa área da "ciência mística" e "social-arqueológica" que é a "ecunomia", jamais a carapuça lhe seria descoberta, a mesnos que as suas "verdades" não fossem suaves e doces para o ser na história do estado, para o estado-criatura jurídica que é à maneira de deus supremo, e se Deus é a Verdade, então a Verdade está com o estado, e a Verdade é o Estado. (Tanto faz se estado-empresa ou se empresa-estado, a merda é "exatamente" a mesma). E, de "fato", as "verdades" do puto não poderiam ser mais suaves e doces para o ser na história: veja-se como ele até "descobriu" que «O recurso às off-shores não parece ser influenciado pelo nível de impostos.» Fantástico melga Zucman! Tudo cientificamente legal, tudo justo e tudo - à "exceção" de um ou outro bode ou cabra expiatórios - gente séeeeria, honrrrrada e honessssta! Ai de quem disser o contrário, pois leva com a Vara dos Justos & Associados... com a Vara da Verdade Jurídica que é a dos....
advogados-sacerdotes, criadores de estados e federações, autarkeias e Yupidos, de afundações, associações & grandes uniões de toda a espécie, de "pessoas jurídicas" singulares, mistas e colectivas, apoiados numa "ciência jurídica" tão pura e criatslina quanto essa do Kelsen, uma refinada merda que só é pena - e aí está a contradição - ainda precisar de humanos para se exercer e... sobreviver. Mas sim, humanos tão pretendidamente elevados e puros que são como puro espírito, porque tudo é espírito como dizia o Berkeley, e é para eles o espírito que, pela força do querer da razão iluminada, gera o hamburguer com batatas fritas que as almas imperfeitas, aprisionadas que estão em corpos descalcificados, feios e gordos, haverão de comer toda a vida, pagando e dando graças pelo veneno legal que ingerem... Poluíste, então hás-de comer os resíduos, até ao valor limite legislado obviamente, tudo para bem do estado-empresa e da eterna jvstitiae
Termino sem esqueçer as minhas amadas Cocktail. Para a próxima honarei aqui o meu querido Tony Carreira, um senhor da "música popular", tão "ilegal" quanto os carrosséis e as vendas de farturas das feiras desse portugalório sem fim (à maneira do império dos romanos), mas infinitamente mais legal do que as "legais" transferências para offshore, as viagens da HUAWEY ou até os almoços sem "fatura" das inúmeras "coletividades", associações, etc. etc.
Para todos boas prescrições, e bons voos para offshore enquanto novas leis não vierem, para refinar o procedimento... E olhem, não esqueçam os "créditos laborais" que, legalmente, ao que sei, prescrevem ao fim de dois anos. Se não puserem a "açãozinha" a tempo depois não se queixem, porque a massa... chapéu! Milagrosamente desaparece.... como os papéis dos biliões do BES Angola... Uns mágicos estes queridos do capute...
terça-feira, 19 de setembro de 2017
Da série grandes textos I - Animal Farm
Friend of fatherless!
Fountain of happiness!
Lord of the swill-bucket! Oh, how my soul is on
Fire when I gaze at thy
Calm and commanding eye,
Like the sun in the sky,
Comrade Napoleon!
Thou are the giver of
All that thy creatures love,
Full belly twice a day, clean straw to roll upon;
Every beast great or small
Sleeps at peace in his stall,
Thou watchest over all,
Comrade Napoleon!
Had I a sucking-pig,
Ere he had grown as big
Even as a pint bottle or as a rolling-pin,
He should have learned to be
Faithful and true to thee,
Yes, his first squeak should be
“Comrade Napoleon!”
G. Orwell, Animal Farm, 1945
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
Mais um post com bolinha vermelha, por causa do foda-se, do caralho e da puta que pariu
O boneco e o texto fiz eu, mas a ideia deve ter algum dono, que não sei quem é. Se quiserem processem-me, como fizeram ao meu querido Tony Carreira. Até pensava que essa coisa do "Mistério Público" tinha mais que fazer do que empenhar-se em que eu ouça música da original, de auctor como dizem os juristas.
A "bolonhesa", ou seja, o lado obscuro e fedorento do "espírito de Bolonha", continua legalmente a dar "belos" frutos cá no portugalório (leia-se, frutos do "trabalho" com "vínculo laboral" de ilustres "juristas", "deputados" e "altos", "médios" e "baixos" magistrados da "nação" - foi o caso do inefável Gago , majestade da sciencia nacional e vulto maior da "respetiva" academia, supremo auctor do milagre jurídico-legal da bolonhesa - é curioso não ter ouvido falar de relvices idênticas noutros países da "desunião europeia", mas deve ter sido por não ter estado atento aos grandes "merdia" noticiosos -, o qual revolucionou e trouxe finalmente à modernidade as sciencias e as technicas do "ensino superior" indígena).
A pressa agora é muito grande, em especial no "Politécnico", para haver um boom de doutores ainda maior do que aquele que Gago ajudou a proporcionar, dando ao paiz aquella illusão de "pügresso", que tanto fascinava o alto magistrado C. Silva - lembro ainda os seus olhinhos brilhantes diante das ordenhas das vacas, brilhantes mas não tão sinceros nem lindos quanto os de M. Gago que, de resto, já passou à história com aqueles oculozinhos marotos à Harry Potter que tão bem lhe ficavam nas ventas. Há que assegurar que a ignorância e a arrogância (para além da gatunagem) se diplomam e "dótoram" rapidamente, em breve nas "universities of applied sciences" do laboralmente vinculado professor doutor Lourtie, pois de outra forma andam por aí "desqualificadas" e abaixo do seu "escalão" justo de remuneração, e de vitalícia aposentação ... Nada há de mais juridicamente inaceitável do que um ladrão pobre e desqualificado - ilegal portanto - desconhecedor das sagradas leis e vazios legais do estado & associados que lhe permitem roubar com seriedade e dignidade e, acima de tudo, no mais estrito cumprimento da lei.
O portugalório é mesmo um país de "dótores"...
Portanto, foda-se.
É como essa treta dos "ETI", legal, sempre tudo bem legalinho entenda-se, e portanto biquinho calado..., isto é, o conceito jurídico de "equivalente de tempo integral"... A malta já há muito que anda a cu-laborar e a dar tiros nos pés, mas ou porque é nova demais ou porque "fica mal" uma manifestação de "dótores".... um contra-senso "cultural" dirão os magistrados, até porque estadisticamente a malta está quase toda empregadinha... Graças ao milagra da fé jurídica ETI, pois para se estar empregadinho, como reza a lei e confere a "estadística", basta o "dótorado" ter um cagajésimo de ETI... Aliás, andam por aí, em "Diário da Répública" - um pasquim que há muito deixei de ler, a conselho do meu psiquiatra - "regulamentos de avaliação do "desempenho docente" onde se estabelece, por exemplo, que um gajo (um "merdas-docente", provavelmente um doutorado "pré-bolonha ressabiado como eu,"inimigo" da excelsa tecno-inovação bolonhesa) que dê, por exemplo, 74 horas de aulas por ano (e por elas seja pago, à hora como os "homens e mulheres-a-dias", o que haverá de redundar em vencimentos mensais astronómicos, da ordem dos 200 euros mensais... duzentos disse bem, um luxo portanto num país de preguiçosos "dótores"...) esteja sujeito exactamente aos mesmos critérios de avaliação do desempenho do que um outro gajo (provavelmente já um juridicamente modernizado dótor "pós-bolonhês", emérito pela "university of applied sciences" da distrital de Vila Franca de Xira de um socialismo qualquer...) que dá 730 horas anuais. É como quem diz: o desempenho nada deve à "atividade"... se a Rosa Mota soubesse disto não precisava de ter treinado tanto para ganhar a medalha de ouro da maratona. Três horitas semanais bastava, em vez das 35... do tal TI...
Por isso foda-se e, além do mais,
caralho.
Ide brincar com a da tia, ou a da puta que pariu, sempre com o desconto para a mãezinha, que até pode não ter dado nada para a concelhia, da paróquia e/ou do partido.
Aqui o vosso ressabiado invejoso vai mas é apanhar sol, até porque apesar do Verão estar a acabar está um rico dia.
A "bolonhesa", ou seja, o lado obscuro e fedorento do "espírito de Bolonha", continua legalmente a dar "belos" frutos cá no portugalório (leia-se, frutos do "trabalho" com "vínculo laboral" de ilustres "juristas", "deputados" e "altos", "médios" e "baixos" magistrados da "nação" - foi o caso do inefável Gago , majestade da sciencia nacional e vulto maior da "respetiva" academia, supremo auctor do milagre jurídico-legal da bolonhesa - é curioso não ter ouvido falar de relvices idênticas noutros países da "desunião europeia", mas deve ter sido por não ter estado atento aos grandes "merdia" noticiosos -, o qual revolucionou e trouxe finalmente à modernidade as sciencias e as technicas do "ensino superior" indígena).
A pressa agora é muito grande, em especial no "Politécnico", para haver um boom de doutores ainda maior do que aquele que Gago ajudou a proporcionar, dando ao paiz aquella illusão de "pügresso", que tanto fascinava o alto magistrado C. Silva - lembro ainda os seus olhinhos brilhantes diante das ordenhas das vacas, brilhantes mas não tão sinceros nem lindos quanto os de M. Gago que, de resto, já passou à história com aqueles oculozinhos marotos à Harry Potter que tão bem lhe ficavam nas ventas. Há que assegurar que a ignorância e a arrogância (para além da gatunagem) se diplomam e "dótoram" rapidamente, em breve nas "universities of applied sciences" do laboralmente vinculado professor doutor Lourtie, pois de outra forma andam por aí "desqualificadas" e abaixo do seu "escalão" justo de remuneração, e de vitalícia aposentação ... Nada há de mais juridicamente inaceitável do que um ladrão pobre e desqualificado - ilegal portanto - desconhecedor das sagradas leis e vazios legais do estado & associados que lhe permitem roubar com seriedade e dignidade e, acima de tudo, no mais estrito cumprimento da lei.
O portugalório é mesmo um país de "dótores"...
Portanto, foda-se.
É como essa treta dos "ETI", legal, sempre tudo bem legalinho entenda-se, e portanto biquinho calado..., isto é, o conceito jurídico de "equivalente de tempo integral"... A malta já há muito que anda a cu-laborar e a dar tiros nos pés, mas ou porque é nova demais ou porque "fica mal" uma manifestação de "dótores".... um contra-senso "cultural" dirão os magistrados, até porque estadisticamente a malta está quase toda empregadinha... Graças ao milagra da fé jurídica ETI, pois para se estar empregadinho, como reza a lei e confere a "estadística", basta o "dótorado" ter um cagajésimo de ETI... Aliás, andam por aí, em "Diário da Répública" - um pasquim que há muito deixei de ler, a conselho do meu psiquiatra - "regulamentos de avaliação do "desempenho docente" onde se estabelece, por exemplo, que um gajo (um "merdas-docente", provavelmente um doutorado "pré-bolonha ressabiado como eu,"inimigo" da excelsa tecno-inovação bolonhesa) que dê, por exemplo, 74 horas de aulas por ano (e por elas seja pago, à hora como os "homens e mulheres-a-dias", o que haverá de redundar em vencimentos mensais astronómicos, da ordem dos 200 euros mensais... duzentos disse bem, um luxo portanto num país de preguiçosos "dótores"...) esteja sujeito exactamente aos mesmos critérios de avaliação do desempenho do que um outro gajo (provavelmente já um juridicamente modernizado dótor "pós-bolonhês", emérito pela "university of applied sciences" da distrital de Vila Franca de Xira de um socialismo qualquer...) que dá 730 horas anuais. É como quem diz: o desempenho nada deve à "atividade"... se a Rosa Mota soubesse disto não precisava de ter treinado tanto para ganhar a medalha de ouro da maratona. Três horitas semanais bastava, em vez das 35... do tal TI...
Por isso foda-se e, além do mais,
caralho.
Ide brincar com a da tia, ou a da puta que pariu, sempre com o desconto para a mãezinha, que até pode não ter dado nada para a concelhia, da paróquia e/ou do partido.
Aqui o vosso ressabiado invejoso vai mas é apanhar sol, até porque apesar do Verão estar a acabar está um rico dia.
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
Eu cá não voto, porque votar em inúteis não compensa, além de que ser cúmplice de gajos e gajas em quem não confio, seja porque não gosto deles ou porque não os conheço, seria muito deselegante. A sorte e o azar é que os tempos não estão para eles de feição, e a mama vai acabar... gostava de ver do que vão viver tantos "pastores", altos, médios e baixos magistrados da "nação", depois de terem feito o "trabalhinho"...
A descoberta da roda... Ou, a eterna sina da romana jvstitiae
Picado aqui
Nora prévia: Este é um texto impoético, com bola vermelha para os menores de idade. Mas, ainda assim, será que, por exemplo, livros do genial António Lobo Antunes - recordo em particular o magnífico Fado Alexandrino - devem ser recolhidos e queimados; ou que as bibliotecas públicas devem ter secções de literatura para "adultos", com "bola vermelha", dado que nelas estão expostos aos jovens, incluindo os menores de idade, livros onde se lê, por exemplo, fuder, foda-se, caralho?! Acho que não, mas vamos ver até onde chega o "respeitinho" da autoritarite "democrática".
Mas vamos ao texto. É sobre a descoberta da roda ... de que não é a técnica que globaliza, mas sim a técnica que há milénios a lei cavalga. Tudo legal, portanto,.. E, no entanto, por onde andarão os & Associados cavaleiros desses tão "inteligentes" "algoritmos"?... Ah, já sei, devem andar a "trabalhar" novas leis e "repetivos" "vazios"... que tornam, enfim, o mundo mais "justo"... O cobarde-canalha moralista, o advogado que tudo fode legalmente, tal como o seu "irmão" juiz que julga de venda na venta, pois a "verdade" para ele é coisa invisível para os olhos, deviam assumir de uma vez por todas a merda que fazem e permitem que se faça, e, no fundo, a merda que são, tal como eu sou - também eu, macaco, finjo muitas vezes não ver e minto; sou "capitalista" desde pequenino, pois sabia perfeitamente que a bola era minha; sou, como se vê aliás pela foto, extremamente vaidoso, e, felizmente, porque ainda não perdi totalmente essa "humanidade" que, julgo eu, nos caracteriza a todos enquanto humanos, fodo e gosto de fuder, e continuo a ser capaz de matar e de amar, de construir e de destruir... etc. etc. Mas não, eles, os "puros" seres impolutos e "livres do pecado", são o rosto da perfeição sagaz e da grande moral pública, dos grandes ideais do bem e da jvstitiae, da igualdade e da liberdade - que é fundamentalmente a sua de julgarem irresponsavelmente, sempre com a cabeça no "mundo das ideias" e a mãozinha de neve, molenga, bem agarradinha ao "vil metal" do "mundo sensível", sempre serventes do "soberano" que lhe paga e dita as leis. Eles, os patos de Goethe, que ao longo da história (que o patrão deles faz) serviram a toda a espécie de canalhas, a Hitler e a Estaline por exemplo, e que não querem (tal como o patrão deles) que isso se veja. Depois da merda feita, no caso os holocaustos nazi e soviético, vieram dizer - e dizem-no sempre - que afinal aquele direito... não era direito, pois estava torto... Sempre fiéis ao misticismo de uma treta chamada "separação de poderes" que este gajo, ao que parece, aprofundou (e como poderia a jvstitiae ser independente "trabalhando" ela, com vínculo laboral entenda-se, algo que ela vê no seu mundo ideal como uma "suburdinação jurídica", para quem faz e lhe dita as leis com base nas quais ela depois há-de julgar?) ela eleva-se sobre o comum dos mortais até ao "supremo", até à "alta magistratura"... Tanga, treta, tanga, treta... de tantos séculos de mergulhar, um dia não se queixem que abra uma grande campanha de caça ao patos, para seu mal e, é claro, também para o nosso, o dos profanos... que afinal sempre precisamos de alguma ordem e defesa. Puta que os pariu, com salvaguarda da mãe que pode não ter tido culpa, e também, agora e sempre, com o habitual desconto para as "exceções"... muito raras neste caso. Eram eles, os moralistas da jvstitiae, que deviam responder pela Yupido. tal como haveriam de fazer por inúmeras mais coisas que desde há milénios emporcalham o mundo e o tornam, a espaços, qualquer coisa de selvagem e inabitável... lugar de holocausto portanto.
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