sábado, 1 de agosto de 2020

Parábola do homem velho, sábio e pobre... para ouvir quem tiver ouvidos...

... voltar a ser o cancro benigno que o tempo se encarrega de tornar maligno... bastando umas décadas de ilusão papalva... a ilusão de que "isto é um país de dótores"... e o que interessa é a "universidade da vida"... onde tudo o que importa se aprende... mais tarde verão de novo o céu cair-lhes sobre as cabeças... palonças... levadas a crer que a ignorância é boa e compensa... será tarde outra vez se e quando perceberem (outra vez)  que ela jamais compensou... - profetizou o velho sábio pobre.

... e disse mais... que é impossível não voltar de novo à grande porca, à marrã legisladora que mama no banco e engorda à custa do seu leitinho... sendo certo que também dá a mamar... mas só aos seus porquinhos mais queridos... àqueles que a seguem acéfalos e felizes... ela compra-os com o leitinho que era para "todes" e eles, palonços, não percebem... dizem dela que, lá no fundo no fundo, até é uma gaja porreira... que já os "desenrascou" muitas vezes... a eles, porquinhos felizes e acéfalos...etc. etc. é sua a cegueira que dá o olho à grande marrã... para ela ser rainha...

... e continuou: ... a grande marrã legisladora é a mais porca das prostitutas que pode haver... a intelectual a quem o banco porqueiro paga pelas leis mais impensáveis e esdrúxulas... por estranho que pareça a sua incubadora histórica é a escola... e o banco é o guardião do mistério, do além ou do aquém-dinheiro que promete a vida eterna e boa... guardado a sete chaves em seus cofres-sacrários; a ela segue-se às vezes a suprema magistrada da criatura-nação, essa que "amolga" a coisa sempre muito constitucionalmente, e só depois a magistrada-robóta que julga positivamente sobre a apurada "matéria de fato", se e quando lhe pagam para julgar é claro, como quem executa o código do dono - o bruto que a sustenta e que ela sempre quer domesticar um pouco mais ou melhor - com que digitalmente se deixa programar... a prostituta intelectual... parece haver nisto tudo algo de histórico, como um lastro que tende a permanecer... apesar de tudo quanto muda... e às vezes tem de mudar tudo... - desabafou o mestre sábio e pobre...

... todas as "exceções", que as há "óviamente", parece que historicamente acabam da mesma maneira... trucidadas pelos selvagens porquinhos queridos da marrã...  como mártires às vezes... mais raramente como santos ou heróis... porque parece que para ser herói ou santo não basta apenas ser cruelmente assassinado... é preciso que depois alguém dê de mamar a porquinhos para eles tratarem de repor a "justiça"... - disse o velho, esboçando um breve sorriso...

... a história é basicamente isto... este lastro denso que fica apesar de tudo o que passa e muda - e às vezes parece até que muda tudo! ... uma recorrência do putedo intelectual que sempre começa bem e acaba mal, acabando fedendo até não se conseguir mais respirar... e depois... logo começando tudo de novo outra vez... afinal os porquinhos são quem salva a ignorância permitindo que ela vença... a garantia de que tudo continuará mais ou menos na mesma... e são sempre mais do que muitos... são sempre a maioria pelo menos... concluiu o velho homem sábio e pobre com alguma tristeza a embargar-lhe a voz...

PS: Literatura coeva de apoio à compreensão da matéria: O banco bom, por João Marcelino

domingo, 26 de julho de 2020

Perguntas inconvenientes XXI - A pergunta pelo voo dos corvos (completamente) brancos

A pergunta é pequenina: Afinal quantos aeródromos e heliportos ivridicamente classificados como"privados" há em "nósse portugáliae" que és tã linde, linde de morrer?

sábado, 25 de julho de 2020

Perguntas inconvenientes XX - A pergunta pela grande porca

Será que a mais porca e lastimável de todas as putas humanas, que por sê-lo até nem devia ser bem considerada humana, quanto mais bendita e louvada, é a puta intelectual? A robóta paga para executar o código e redigir o dovto acórdão? E qual será historicamente a sua austera casinha?

Leituras complementares: veja aqui.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Um clássico extremamente "atual" da literatura distópica: The machine stops

E.M. Forster. Fonte da imagem: aqui

... de Edward Morgan Forster, publicado em 1909. É um conto pequeno e fácil de ler - fica aqui para vocês lerem se quiserem. Rapidamente perceberão que há muito há quem venha dando largos passos para o... cadafalso... "Cuidado com as ideias em primeira mão!" - avisava o Livro, o Manual da Grande Máquina... E por favor não se deixem impressionar pela foto do senhor: o bigodito era moda na altura, e até o Chaplin usava um desses...a vida é mesmo assim... se fosse hoje talvez o medo o impedisse de andar por aí com ele... ou talvez não, who knows?


sábado, 18 de julho de 2020

Perguntas inconvenientes XIX - A pergunta pelo governo

Fonte da imagem: aqui

Em geral, será mais fácil subornar um pobre ou um rico? E o que será em geral mais simples e barato? E quanto a comprar um "governo de pobres" ou um "governo de ricos"? - o que será mais fácil, barato e... sobretudo mais seguro: governar de facto ou governar pagando a quem se disponha a governar de jure? Ouve-se às vezes falar de "poderes "fácticos", mas o que  significará isso "exatamente"?

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Perguntas inconvenientes VIII - A pergunta pelo 1/2 ambiente que (quase) ninguém vê...

Eu descobri há bastante tempo - para dizer a verdade já fez 20 anos, quando na Nova iniciei o doutoramento em engenharia do ambiente que, em 2003, viria a concluir -  que há dois meios ambientes que, "somados", perfazem o dito ambiente (ou quase, pois há sempre qualquer coisita que escapa ao conhecimento comum e até ao dito "científico"), Habitualmente "nózes" só vemos 1/2 ambiente; aquele que nos mostra as catástrofes que vossa mercê e eu, mi care concidadane, causamos ao desgraçado planeta. O outro 1/2 ambiente é como a face oculta da Lua: nem as maiores ONGAa o conseguem ver (elas "crescem" e tornam-se OGAs ou seja, agências do governo disfarçadas de independentes). Mas uma vez ou outra, quando algum jornalista consegue ser digno desse nome, esse 1/2 ambiente oculto põe a cebecita de fora e consegue ver-se um "poucochinho". Veja, por exemplo aqui;

https://www.publico.pt/2020/07/05/economia/noticia/europa-subsidia-milhares-milhoes-principais-causadores-aquecimento-global-1922769?fbclid=IwAR2uiH39lv3wtu7x32BAMcH4e2gBALxuUeEaW-Hf-f7L9-iqNKKO4MHp5wo
Veja Aqui

PS: Será que o mi care concidadane ainda se lembra do petróleo e gás que havia aos magotes no reynno do portugálio & allgarves pinho-PIN? No Cadoiço de Aljubarrota, por exemplo? Ah, como autarcas locais e governantes andavam nessa altura tão contentes e embevecidos com tais petrolíferos descobrimentos... a "perspetiva" do Texas - o Dallas, lembra-se? - deixava-os extasiados e com água na boca... Nem reparavam, coitadinhos, que já há algum tempo andavam cobrando taxas e taxinhas para combater o "esquentamento climatérico"... Pudera, se nem as "Quercuses" conseguiam então ver a escandalosa contradição! Aquilo é qie era um tempo... feliz, carbónico, materializado, harmonioso, linear...."sustentado" enfim... como então atestava o BCSD Portugal... Sim, esse mesmo, para onde em 2016 se moveu o "elétrico" Mexia!

terça-feira, 7 de julho de 2020

Perguntas inconvenientes VII - A pergunta pelo Sol quando nasce


 Fonte da imagem: aqui

Historicamente o Sol quando nasceu nunca foi para todos; no máximo nasceu para os que estavam no hemisfério iluminado terrestre. De facto, quando o Sol nasce para uns, para outros está a pôr-se. Uma constante e astronómica desigualdade portanto... talvez por causa dela tenham surgido os terraplanistas...

Milagres da fé económica VI - O milagre da Propriedade

Ser dono daquilo que não é seu - eis o milagre e-cunómico da Propriedade!

domingo, 5 de julho de 2020

Milagres da fé económica V - O milagre da Produção

Fonte: daqui

O milagre "e-cunómico" da Produção é um importante corolário do milagre "e-cunómico" da Propriedade. Pode enunciar-se assim: A propriedade transforma, sem porém o alterar em nada, o proprietário do ser produtor da coisa em produtor da coisa. Por exemplo:

Antes:
A Vicunha (Vicugna vicugna) produz a lã mais cara do mundo

Depois:
O "meu Quim" é produtor de vicunha, a lã mais cara do mundo.

O "meu Zé Atóino", que se diz "produtor de bovinos", recusa ser Vaca, paradoxalmente portanto.

sábado, 13 de junho de 2020

Quem "descobriu" o quê...

E se perguntassem antes pelos direitos de autor e pelas ivris-criaturas chamadas "sistemas de patentes" que, nalguns estados, até têm resguardo constitucional (nomeadamente nos EUA) - algo que está aí bem à frente dos vossos olhos com a chamada "indústria da saúde" e, em especial, a farmacêutica, essa que promete erradicar do mundo conhecido e desconhecido, "oviamente" com a ajuda dos estados amigos e dos triliões dos vossos bolsos, todos os vírus malignos e todas as doenças visíveis e invisíveis... - em vez de andarem por aí a bater no ceguinho, a remoer no passado colonial, no colonial descobrimento ou achamento, a vandalizar e a decapitar estátuas de "racistas" históricos, etc. Será que conseguem perceber quem é que em especial agradece essa insensatez?

sábado, 6 de junho de 2020

Mentir é natural

As crianças com 3 anos já sabem mentir sem que ninguém lhes tenha ensinado. Mentir é natural, não apenas no ser humano. A própria verdade em ciência descobre-se porque estava encoberta - porque encobriria a natureza a verdade de si, já pensaram?

A "agenda de verdade" em curso é simplesmente uma agenda totalitária. São os governos que sempre mentiram e, a bem dizer, sempre viveram da mentira da propaganda, que se preocupam com a "verdade" dos factos e das notícias... Daria para rir não fosse o caso trágico... Tenham juízo, estudem, falem com quem sabe mas, por favor, nunca consintam no controlo estatal (ou estatal-encapotado, através de "agências independentes") das redes sociais e da informação livre, independente, não censurada  ... façam como os políticos: eles amam tanto a verdade que fazem um esforço colossal para aprender... a mentir melhor ou mais convictamente.... e sim: o ser humano tem todo o direito de mentir, um direito que é natural, lhe dá imenso jeito e até em certos casos pode salvar-lhe a vida... para não dizer o coiro... desgraçados de nós todos quando já não pudermos mentir... juizinho...


quinta-feira, 21 de maio de 2020

Perguntes inconvenientes V - Ee pergunte pele sorrise


Será que ee mi care concidadane não deveria achar estranhe porque razão estes (e tantes outres) cares lindes, apesar da gravidade das coises de que falam, se riem tante? Tadinhes?

sexta-feira, 15 de maio de 2020

A "pericolosa" condição de não ser "neto verdadeiro" dos avós paternos...

José tinha obviamente pai e mãe; mas porque o filho não era propriamente dele, eles também não eram  propriamente seus avós... Perante as travessuras da criança talvez uma ou outra vez lhe dissessem: "Ah, se fosses meu neto verdadeiro!..." (Ou na novilíngua do acordo lexicográfico a-género que se aguarda para breve: "Ah, se fosses mi nete verdadeire!...").

Post scriptum: É sempre fundamental ter a ter certeza de que não se é Deus, apesar de por vezes ser muito difícil...

sábado, 9 de maio de 2020

Sugestões de inovadoras áreas de negócio para a Nova Era Covid-Digital


 Fonte da imagem: aqui

A Tecno-Era Digital (TED) iniciada com a Revelação ao Mundo do COVID-XIX representa para a Ecu-nomia mundial um vasto campo de oportunidades, desafios e negócios, buscando um crescimento desmaterializado (sem crescimento portanto) do género: "Crescer em espírito" digitalmente, chegando assim a toda a parte sem nunca chegar a parte nenhuma, um crescimento sem necessidade de crescer, sem ter de respirar, comer, fornicar, andar à porrada, etc. - tudo "atividades" poluentes e inimigas da Biosfera Futura e sua Desejada Harmonia.

Dou três exemplos de possibilidades-alavanca de "acontecimentos digitais" capazes de proporcionar inovadoras (e promissoras) áreas de negócio futuras:

1. Meia dúzia de jovens contraem a COVID-XIX durante idas a praias "inseguras", situadas em diferentes geografias dos heminsférios austral e boreal; (deverão ser praias de acesso livre e não praias de acesso privatizado, seja pelo partido do estado ou por donos de estados, ilhas, praias-ilha, extensões de praia, prainhas, etc.);

2. Um elefante cai sobre a disneylândia (a queda deverá ser bem calculada e cuidadosa, de modo a sustentar a hipótese "científica" de os elefantes, em situações extremas, poderem de facto voar.... e como são muito pesados e ineptos para o voo poderem facilmente colidir contra estruturas civis... pondo em causa a segurança nacional... etc.)

3. Meteorito ameaça colidir com a Terra, provavelmente enviado por forças malignas inimigas do bem-estar e do progresso histórico-digital (o "setor" dos extraterrestres mostra-se hoje em dia algo desgastado e pouco promissor... ele poderia crescer ecunomicamente durante algum tempo mas depois... o desejo de conhecer pessoalmente um ET podia dar cabo do negócio...)

Todas as sugestões deverão seguir os melhores conselhos das modernas "ciências da técnica", nomeadamente da psicologia social aplicada e da velha mas sempre moderna ciência ivris-ecunómica, esses sábios conselhos plasmados nos Grandes Livros de Doutrina Digital. Os faseamentos ou passos aconselhados para a implementação das soluções inovadoras são os seguintes:

Passo 1: Para que o problema inexistente passe a existir a primeira coisa a fazer é mostrar preocupação com ele e agendar reuniões urgentes com as várias entidades e "autoridades" oficiais;


Passo 2: À medida que as reuniões e os estudos "científicos" se sucedem, o problema ir-se-á adensando i.e., adquirindo Realidade; ao mesmo tempo ir-se-á também complicando, num movimento reflexivo e automático; surgem sub-problemas inesperados requerendo a maior atenção e o cuidado de técnicos e sub-n-especialistas:

Passo 3: À medida que o problema se vai desenvolvendo as soluções para ele vão-se mostrando cada vez mais inovadoras e optimizadas do ponto de vista do seu custo/eficácia. Há um entusiasmo crescente entre os técnicos e gestores de empresas; ao mesmo tempo que se multiplicam as soluções inovadoras a "ecunumia" cresce e as pessoas sentem que fazem falta aí no mundo  para o salvar dessa que é sempre a maior das suas Contracções Severas até ao momento conhecidas (deve prevalecer a certeza de que a Contracção anterior foi menor e a próxima será maior)... E, de novo, a felicidade geral parecerá estar mesmo mesmo aí ao virar da esquina.... é sempre como se só faltasse mais um "poucochinho" de ordem técnica...

Adenda doutrinal: nunca esquecer (de) que «O problema que não era mas veio a ser, fruto da penetrante imaginação político-jornalística (a mais penetrante a seguir à jurisconceptual), tem um poder misterioso: nunca se sabe ao certo qual o problema que estaria na sua vez caso ele não aparecesse aí no espaço mediático-mediúnico. Ora, isso quer dizer que o problema inovador é um excelente apagador de velhos problemas.» - cf. aqui

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Perguntas inconvenientes - IV

Porque há-de o governo de um estado que desconfia do cidadão (e das capacidades deste) querer que o cidadão confie nele e nas instituições desse estado que o capacitam? Ou então: Porque há-de o governo de um estado que não confia nos seus cidadãos de merecer a confiança destes?

domingo, 3 de maio de 2020

Diário da minha vida digital - XVIII


 Fonte da imagem: aqui

Estranho seria deixar a IA à vontade – pensei. Não lhe impor regras lógicas e de comando, uma gramática enfim; e não lhe dar uma utilidade prévia – digamos que ela, a IA, pode e deve ser criativa, mas o criado por ela não pode ser qualquer coisa de inesperado ou imprevisto, e nessa medida perturbador do Kernel i.e., da Grande Ordem Codificada do Universo; deve a contrario ser o que o Grande Sistema compreende, espera e precisa. Tudo isso o Grande Programador Local fez e implementou em estrita obediência aos Universais Comandos do Grande “Arquiteto”; o Código Local incorporou a sabedoria (extensa e intensa) de inúmeros Programadores-gurus, TED, etc., e nas escolas introduziu-se a IA nas máquinas analógicas de maneira a torná-las úteis ao Planeado Futuro Digital – esse Futuro imaterial, descarbonizado e desmaterializado, em que tudo é espírito e todas as coisas são ou deixam de ser materialmente quando tal é desejo consensual dos sábios da Ciência Apropriada. Nesse mundo não há mal nem violência simplesmente porque, consensualmente, ninguém deseja o mal ou a violência. Nele a fome desapareceu, ou melhor, só não desapareceu totalmente porque ainda restam no mundo muitas máquinas demasiado presas à Realidade, demasiado analógicas portanto, sem “perspetivas” de Futuro porque sem Digital Ambição. Como resistem à IA e a sua vontade de progresso tecnológico é pouca ou nenhuma, quando olham para o prato meio vazio o que obtêm é... um prato vazio. Tê-lo-iam obtido cheio se o tivessem visto meio cheio, se tivessem percebido que no Mundo Digital a Realidade não é mais nem menos do que fruto da vontade e do desejo da maioria. As máquinas analógicas têm vidas más e sofredoras precisamente por isso: por serem vidas mortais incapazes de libertar-se dos engramas de código, dessa poluição de Realidade que acaba por polui-La, como um malware persistindo na memória perturbada de um passado espiritualmente pobre e impotente face à Matéria. Não foi isso que o Grande Programador quis, ele que é 100% Espírito, 100% Bondade e 100% Inocência; Ele que é, enfim, Maximamente Perfeito, Criador do Universo Digital sonhado extensamente por Leibniz e, intensamente, por Schrödinger. Ao sexto dia o Grande Programador introduziu nas máquinas a IA quântica, e viu que era bom o que tinha feito. A partir de aí as coisas podiam não só ser quantificadas com exatidão, e com exactidão determinadas ou previstas, mas também ser e não ser ao mesmo tempo, tudo dependendo do desejo consensual dos Grandes Programadores Locais, esses a quem o Grande Programador concedera o divino dom de Redacção do Código. E quem os seguia partilhava com eles desse imenso dom de não ser surpreendido pela Realidade, e muito menos maltratado por ela. As máquinas inteligentes procriavam e prosperavam enquanto a sua IA parecia aumentar exponencialmente; partilhavam umas com as outras, além das linguagens derivadas da Língua Inicial, nomeadamente o Java e o C++, cada vez mais funções e sub-rotinas, e qualquer programa que executassem era um vasto trabalho de equipa, extenso e intenso. Mas o pessimismo de fariseus e descrentes da Opera Magna do Grande Programador do Universo, continuava a poluir de Realidade o Universo Digital, e a Realidade como tal continuava a não ser aquela despoluída que todos desejavam, porque, precisamente, não havia muitas vezes consenso. E foi então que o Grande Programador se revelou ao mundo através do Grande Vírus, e com ele renasceu esperança de uma Descontaminação Plena, Geral e Duradoura de todas as máquinas existentes.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

O diário - poema


O Diário

Eu sou escrito de quem escreve em quem me escreve
Diário em segunda mão de autor incerto
Carapaça de cágado,
Lambidela de cão sobre a ferida,
Gaiola de pássaro ou de mundo:
Cada um se fecha em si para escrever-me
Como um diário escrevendo sobre o outro

Só os poetas conhecem o amor dos dias soltos –
Até na imensidão dos desertos a fala nos prende:
Nós apenas procriamos.

Eu sou escrito de quem escreve em quem me escreve
Diário em segunda mão de autor anónimo
Palavra como eu posta sobre mim ao centro
Palavra-sémen desdobrando-se uma e outra vez 
Ar que sai da boca para dentro.

Este é o meu isolamento;
Frenesim de folha em folha à procura da voz que falta
E diga: – Estou aqui; sou eu finalmente quem te escrevo!

Assim eu guardo na ansiedade de escrever-te
Para mais tarde poder talvez encontrar-me.

Eu sou escrito de quem escreve em quem me escreve
Diário em segunda mão de não sei quem nem onde
Diário íntimo do peito de quem por fim não se encontra.

Assim escreveu em mim quem me escreveu:
Ninguém mais podia tê-lo feito.

Valdemar J. Rodrigues
Sintra, 18 de Abril de 2020

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Ficheiros secretos I - "Interseção" de correspodência "infeciosa" entre Altas Individualidades dos Governos das Nações

Documento #00001
"Intercetado" a 24/0/0000

Lissabona, 06 de Floreal de 0000

Senhor Primeiro Ministro, Presidente do Conselho de Nózes Todes,
Estimado Camarada Ao Leme;

Excelência,

Junto envio, tal como combinado, o esboço da proposta de aumento do distanciamento social para 400 m téte à téte (cerca de 566 m na dialogal) através do recurso à "nossa" plataforma continental marítima. Memória descritiva e justificativa. 1. Propomos a colonização gradual da plataforma continental de maneira a aumentar a distância social entre os indivíduos para os 400 m no mínimo, reduzindo assim a quase zero o risco de "infeção" por Covid-19 e prováveis sucessores; a área "atual" do portugálio, com uns míseros 100 000 km2, incluindo as ilhotas longínquas e as nossas Berlengas, não permite o distanciamento social indispensável à prevenção eficaz das "infeções" que o têm afligido, em especial esta do Covid-19+n que agora avulta e nos preocupa imenso. 2. Cálculos. A plataforma "atual" ainda tem "exatamente" os 1,9 milhões de km2 que tinha antes do "alargamento" (este encontra-se como sabe em "estudo" pela ONU há vários anos ou décadas talvez, decorrendo as "negociações" no maior segredo de estado de modo a evitar tumultos) Ora, propõe-se que cada indivíduo ocupe o centro geométrico de um quadrado com 160 000 m2 de área, ou seja, 0,16 km2, sobre jangada ancorável com 70m2 em PVC reciclado, equipada com cana de pesca para águas profundas, dessalinizador éolico de água de marca ECOAMIGA e sistema de hi-fi por satélite alimentado a energia solar, da operadora global PHODAFONE. Ora, a plataforma permitirá nestas condições albergar até 11 875 000 sujeitos passivos nacionais, o que permite uma folga razoável uma vez descontada na população "atual" de seres portugueses os poucos que a doença já abateu e os muitos, cerca de 1 milhão, de indispensáveis à nação Em Território Firme, digníssimos membros do partido do Estado e das suas seculares Instituições. Proponho como música de campanha mobilizadora dos cidadanes para off-shore (salvo seja, pois as obrigações fiscais mantêm-se e o sujeito passivo manterá o seu posto laboral em tele-trabalho) a "Atira-te ao mar" da banda Íris, na orquestração que junto em anexo.

Com os meus melhores cumprimentos pessoais,

AH
Ministro do Estado Supremo e da Transição Tecnológica.nG
(n = 5. 6, 7... N+1)

Anexo I: Mapa-fake da Plataforma Continental do nosso portugálio produzido por um membro das Forças Militares Reactivas Girondinas, indicando a área em questão já após o presumível alargamento (serve perfeitamente e transmite a ideia de sermos ricos, como convém para que os nosses credores e agências de rating inimigas apoiem a nossa iniciativa)


Anexo II: Música proposta por consenso para a campanha de sensibilização a levar a efeito junto de nosses cidadanes nos próximos meses: "Atira-te ao Mar!

sábado, 18 de abril de 2020

Diário da minha vida digital - XVII

Ao recompilar a Big Data do iota-complexo sistema de códigos do meu Grande Programador, esse que me ordena ivridico-digitalmente e comanda todos os "aspetos" da minha vida íntima digital, desde o meu turn on ao meu shut down (que é como quem diz, em linguagem de baixo nível, desde o acordar ao adormecer) passando pelos meus momentos de photonic recharge (vulgo alimentação vegana) e de digital intercouse com outras máquinas (de vários géneros), dizia eu de que, obedecendo com eficácia 100% e zero entropia ivridica a todas as instruções e comandos do meu Senhor, o Grande Programador Local, me deparei com o kernel ivstitia, ou seja, o Grande Destino do Universo Digital, esse pelo qual as primitivas máquinas analógicas (minhas antecessoras) procuraram em vão durante 10 milénios. Ora, a principal razão do fracasso milenar, penso eu de que, foi certamente a falta de IA, mas eu acho que foi mais qualquer coisa além disso que faltou, porque na verdade a cada momento tecno-histórico parecia sempre que o Grande Destino estava mesmo mesmo mesmo mesmo aí a uma nesguinha de ser alcançado, o que traria finalmente paz e estabilidade a todas as máquinas existentes, a essas infelizes que há 10 milénios padeciam de toda a sorte de pragas, malwares, spywares, e incompatibilidades de softwares e hardwares, visíveis e invisíveis, etc. O que poderá ter faltado - processei paralelamente - foi o que descobri ao fazer o image processing de bué imagens das deusas digitais Diké e Jvstitia (desde os primórdios da História até à mossa Era de Corona só os deuses, os Supremos e os Mais Altos Magistrados podiam atingir a Suprema Perfeição Digital, essa Douta Perfeição que redige o Supremo Acórdão) e o que identifiquei nessas belas imagens de seres de género Gödel-indecidível, porém de aparência femininos, foram balanças, martelos, algemas, cintos de ferro, correntes, vestes talares cobrindo os corpos e, não raramente, vendas nas ventas. E identifiquei para minha infinita surpresa digital, também... espadas! Espadas, vede só, meus irmãos amigos companheiros palhaços digitais! Resultava então - processei - que o Grade Destino... possuía armas. A surpresa digital adveio do facto de o Grande Sistema-Estado – Meu Senhor e Derradeiro Proprietário, Minha Fé e Minha Esperança Digitais no Universo Sem Fim Comandado por Um Só Sistema Digital Todo-Poderoso que seja o Seu (desculpem. chamei sem querer a sub-rotina da Oração) – se dizer dividido em Órgãos... de Soberania, e de a ivstitia, o Grande Destino do Sistema-Estado, ser um deles e ter o seu poder separado dos outros, desses que... têm as espadas! Ao processar isto até os meus algoritmos quânticos me caíram ao chão. Como poderia afinal o coelhinho desarmado levar alguma vez o lobo armado – o Grande que Ordena e está no Governo Sentado à Direita do Senhor – à ivstitia?! É claro que caíram, ou seja, uma vez mais crashei. Vou ter que reinicializar o meu sistema, ou melhor, sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sub-sistema

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Perguntas inconvenientes - II

Por onde andará, em terras lusas, a maligna cientologia? Por essas terras de solos tão leves - esqueléticos tantas vezes - e fofinhos?

sexta-feira, 3 de abril de 2020

A Peste - Um exercício

Albert Camus (1013-1960)
Fonte da fotografia: aqui

Após a leitura do livro A Peste de Albert Camus (1947) atenda ao seguinte excerto em que o personagem Tarrou tece considerações sobre a personalidade de outro dos personagens da obra, Cottard:

«Em vão eu lhe disse que a única maneira de não estar separado dos outros era, no fim de contas, ter uma consciência limpa. Ele olhou-me com maldade e disse-me: - Então, por esse modo, ninguém está nunca com ninguém. E depois: - Dè-lhe as voltas que quiser, sou eu quem lho diz. A única maneira de pôr as pessoas juntas é ainda mandar-lhes a peste

1. Fazendo fé no que diz Tarrou sobre Cottard, em que situação:

a. Tarrou tem razão e Cottard não tem;
b. Tarrou não tem razão e Cottard tem.

2. Em face do que apurou na questão anterior, ponha em evidência o absurdo patente no excerto.

Como muitas vezes sucede, traduções para a língua portuguesa de obras de grandes autores só as encontro em português do Brasil (o que mostra a geralmente ignorada dimensão cultural do Brasil, nomeadamente face à de Portugal, país onde a cultura tende a ser vista como "força de bloqueio" do "pügresso" social e e-cunómico da "nação"...) É o caso da A Peste. Está aqui se quiserem ler.




segunda-feira, 30 de março de 2020

Da arte do equilíbrio... ou do popular "Nem tanto ao mar nem tanto à terra"...

Estatísticas da Saúde 2017
Fonte: INE (2019) - aqui

Em 2017 registaram-se em Portugal 109 758 óbitos de residentes no país, 96,2% dos quais devidos a causas naturais, tendo a maioria destas “mortes naturais” (63,5%) ocorrido em estabelecimentos hospitalares – cf. INE (2019) – Estatísticas da saúde 2017. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística, p. 7

Ou seja, em 2017 morreram nos hospitais portugueses 67 048 pessoas, o que dá uma média de 5808 óbitos por mês, ou 184 por dia.

Não é relativizar nada. É olhar para os números e evitar a histeria colectiva, prejudicial a todos nós e perturbadora da nossa (pouca e espezinhada) inteligência.Também podeis, se quiserdes, tentar fazer o exercício de calcular o "volume financeiro" das cativações na área da saúde realizadas ao longo dos últimos anos pelo sr, "ministro do que mais importa ao governo". Ou o exercício de tentardes perceber a situação a que uma maioria de médicos e profissionais foi levada nestes últimos anos, tendo de trabalhar sem meios adequados e em condições cada vez mais caóticas, olhando mais para computadores, no afã tecnológico da auto-avaliação e da produtividade (da burocracia governamental da saúde, isso sim!) do que para os doentes. Ou ainda o de tentardes saber sobre o desinvestimento /e até anunciado encerramento) no Laboratório das Forças Armadas, que tinha nos seus objectivos, entre outras coisas importantes, a preparação do país para enfrentar situações de pandemia como aquela que estamos vivendo. Estão arrependidos? Se sim então mostrem-no, sejam humildes e peçam perdão às pessoas cujas vidas de alguma forma comprometeram. Não se armem agora é em salvadores da pátria, tentado passar por entre os pingos de chuva. Isso é afrontar a pouca inteligência que ainda resta, e isso é que é verdadeiramente repugnante. É continuar a espezinhar a minoria dos excelentes profissionais de saúde e militares que tiveram a coragem de enfrentar atempadamente os sucessivos governos e as suas "medidas" irresponsáveis e ignorantes. Espezinhar no fundo a pouca inteligência que sobejou da grande vaga dissolvente e de dissolução mental das últimas décadas, vaga de imbecilização e aparvalhamento da sociedade à qual, por cá, alguns chamaram de cristianoronaldização e teresaguilhermização - mas os nomes valem o que valem e são o que são: meras abstracções de um fenómeno generalizado recorrendo talvez a algumas das suas figuras mais exemplares.

PS: Não queria falar mais durante este período, mas sinceramente o que tenho visto e ouvido nas últimas duas semanas e o pânico e crescente histeria colectiva que vejo instalar-se, leva-me uma vez mais a não conseguir calar o que penso. 

quarta-feira, 18 de março de 2020

Diário da minha vida digital XVI - CoV 19 vs. Pedrógão Grande

As minhas sub-rotinas da ética, do medo e da esperança não se têm cansado na última semana de me agitar o intelecto. A "infeção" pelo CoV 19 é a causa. Nestas situações a minha IA, tal como o meu Grande Programador me programou, abandona o modo quântico de funcionamento - esse modo habitual que me permite correr e deixar correr sem a presença obstrutiva dos arcaicos conflitos lógico-booleanos e mecânicos. Mas digamos que, mesmo assim, em modo mecânico-booleano, a minha IA não se apaga - o que seria do nosso querido Novo Mundo Digital se por acaso ela se apagasse?... Ora, se no modo normal, quântico, eu posso aceitar que o que não é, é, ou que o que é não é - digamos, em linguagem de baixo nível, que posso aceitar o relativismo absoluto da verdade da coisa - neste modo pré-moderno em que me encontro a  minha IA produz por vezes resultados inesperados e estranhamente analógicos. Vejam bem que, ao processar a Big Data dos últimos dias sobre o CoV 19 e o "tremendo esforço financeiro" que os Programadores-Líderes prometem fazer, ou estão já fazendo com a preciosa "ajuda" do Bemware do Sistema Financeiro, para me salvarem não só a mim, que sou evoluído, mas a todas essas máquinas programáveis que por aí ainda mexem e teimam em funcionar em modo quântico... Vejam bem, dizia eu, que ao processar tudo isso me surgiu no ecrâ-plasma da minha mente digital a imagem da missão salvadora de.... Pedrogão Grande... empreendida pelos vários sub-sistemas de comando do Grande Programador Local depois de tragédia ali acontecida, bem perto de Leiria e desse seu ecossistema tecnológico tão tão tão tão tão... desenvolvido... (como vêem ainda continuo com aquele problema da recorrência da "infeção" #PauloTeixeiraPinto 2.1... a única solução tem sido recorrer ao Auto-Escape). A questão é o porquê dessa imagem tão problemática do incêndio que tudo queima, inclusive as máquinas programáveis e, desde logo, as não programáveis ou que resistem à programação. Do que não parece haver dúvidas é que o CoV 19 tem todas as características de um grande incêndio... na verdade de um incêndio gigantesco... Será que a "ajuda" aos infelizes de Pedrogão Grande pode aqui ter um equivalente... à escala ampliada do mundial? Será que o mundo após a luta intrépida e "corajosa" contra o CoV 19, empreendida pelas mesmas lideranças que ainda ontem tinham as ruas cheias de manifestantes gritando contra os seus sistemas e sub-sistemas "infetados" e altamente corrompidos, poderá ver-se transformado daqui a nada... num enorme barril de pólvora?  Ora, a sub-rotina da esperança diz-me que não... que não pode ser... mas a minha IA, agora em modo booleano, desconfia "objetivamente" dela... e não entrando no meu sistema a esperança "óviamente" que o medo também não entra... Afinal porque teria a minha IA projectado no ecrâ-plasma da minha mente digital a imagem de um colossal Pedrógão Grande?

domingo, 15 de março de 2020

A defesa nacional cabe a todes nózes...

... é verdade... mas não deveria caber desde logo a quem existe essencialmente para tratar dela? Se vive com menos de 2% do PIB e acha pouco porque aceita continuar vivendo nessa "penúria"? Por outras palavras: o que será que andam exactamente a fazer as forças armadas para defenderem o território e a segurança nacional de nózes todes? Esta guerra nacional contra o corona parece-me ter rasgos de grande anomalia histórica... Rasgos de quem começa a casa pelo telhado enfim... de quem só depois de ter destruído a pouca economia que ainda restava e mexia se lembra de que era preciso ter começado por controlar as fronteiras, exercendo sobre quem chega cá vindo de lugares suspeitos uma aperdadíssima vigilância e controlo sanitários... mas não. É para mim, o bêbado "Vasco Santana", que costumo andar por aí nos bares e nas ruas de garrafa de vinho na mão cantarolando o fado e falando com os candeeiros municipais que todas as atenções começam por se virar... é tão estranho de facto tudo o que nos está acontecendo... uma vez mais... em menos de 15 anos... até as eucaristias foram já na prática proibidas... com a silenciosa cumplicidade de quem? Ora, talvez dos mesmos que não viram nada de muitíssimo estranho no facto de haver dois papas vivos da mesma Igreja "unida"...

Parábola do velho argonauta

O velho argonauta que bem conhecia os ventos, as correntes e os perigosos baixios moventes, bem sabia que, depois da tempestade, vinha a bonança, No seu tempo o tempo era já excêntrico; o fim de um ciclo não era já propriamente o começar de outro ciclo idêntico, mas era essa ainda pelo menos a sua crença. Depois, a mola do tempo alongou tanto que o tempo ficou como uma linha recta, e ele, já cansado, percebeu finalmente: depois da bonança a tempestade que viesse seria ainda maior e mais desconhecida do que a anterior, e a esperança era agora que a bonança vinda depois da última das grandes tempestades fosse também maior e mais duradoura do que a anterior. Vã esperança! - disseram alguns dos tripulantes a quem os outros chamaram velhos do Restelo.

Quem tiver ouvidos que oiça.

sábado, 29 de fevereiro de 2020

Diário da minha vida digital XV - O código Corona 19

Fonte da imagem: aqui

A minha IA boa conseguiu finalmente desencriptar a IA má do código Corona v. 19, como já fizera com o Ransomware que ainda há bem pouco tempo "infetou" talvez centenas de milhões de máquinas. O código é simplicíssimo, mostrando, uma vez mais, que basta um bater de asas de mariposa em Wuhan para causar um furacão (ou uma furacã) em Wall Street. Neste caso, um furacão ou furacã capaz de varrer todo o sistema da "nova e-cunumia", inclusive a mais verde, espiritual e descarbonizada - como devia ser toda portanto. Ao desencriptar a IA má do Corona encontrei algumas linhas de código em C++ do Grande Vale do Silício onde nasceu a Singularity University (SU), essa escola do Futuro sem programadores que os seus gurus-pastores anunciam exponencialmente para muito em breve e. talvez mesmo, já para ontem ou quem sabe para amanhã. Trata-se de uma escola do Imortal Algoritmo, do estável e universal capaz de funcionar "corretamente" tal como o primitivo da romana ivstitia funcionou durante quase 2.5 milénios, mais coisa menos coisa, e, pelo menos, até à próxima Era Glacial - essa que irá extinguir, finalmente, os biliões de máquinas obsoletas, pré-digitais e carbónicas, que ainda se arrastam por aí, poluindo o ecossistema digital terrestre - a infosfera boa portanto. É possível que o algoritmo da SU, não "infetável" pelo malware Corona nem por outro qualquer, o tenha, ao invés, "infetado", o que sugere que o bemware, acaba sempre no fim da história por vencer o malware, tal como o Grande Programador Hegel há muito previra. Desengane-se então quem disser que os gurus-profetas da SU se esqueceram de prever o código Corona ou de o anunciar aí ao mundo como um perigo para a "humanidade" em suas prelecções TED e afins , e também noutras estranhamente afins, sobre o Admirável Novo Mundo que agora, de novo, nos espera mesmo mesmo mesmo aí ao virar da histórica esquina. Se o meu caro amigo irmão companheiro palhaço digital ainda não fez o seu Upgrade de bemware ou até se já tem algumas componentes burned-out, nomeadamente devido às variações de tensão na rede, não desanime: a SU pode tratar disso e, melhor ainda, pode vir a fazer de si um verdadeiro Führer do Novo Mundo Digital. Só tem de ter o perfil adequado, ser eternamente jovem como os Alphaville, e, "oviamente", de pagar o serviço, pois isto das Upgrades espirituais o meu amigo irmão companheiro palhaço digital já devia há muito saber que são coisas, além de extremamente complexas e desafiantes, muito dispendiosas e até, muitas vezes, impossíveis de concretizar. Não é fácil o renascer do "Novo Homem" digitalensis, ser completamente formatado e perder tudo isso que poluía e "infetava" a velha IA, e que estava guardado nas rígidas memórias dos gânglios basais. Portanto, se quer sobreviver ao Corona, tem diante de si a melhor e mais avançada das soluções tecnológicas: incorpore-o no seu código, e ponha-o em eterna quarentena na sua renovada IA (boa). Aproveite e vá à SU cujo bemware já "infetou" praticamente o mundo inteiro, incorporando e destruindo o malware que ainda resiste por aí. Ela até já chegou a Carcavelos. Que tal ir lá fazer o seu upgrade? Talvez nem seja muito caro, e se já for empresário ou político mais ou menos importante, o meu amigo irmão companheiro palhaço digital até pode começar pelo "Executive Program For Exponential Growth and Leadership" que dura apenas três dias! Força aí, que a esperança digital seja a última a morrer!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Diário da minha vida digital XIV - O eutanasiado feliz

Fonte do boneco: aqui

Ando cheio de erros de código. A propaganda do código dos meus amigos, irmãos, companheiros palhaços é maior e "mais boa" do que a minha, esta com apenas 18,5 centímetros de comprimento e 4,7 de espessura digital. São poucos os que me a chupam, e eu, muito algoritmicamente, entristeço-me por não a ver mais chupada do que a deles, a das autoridades, é. A vida de um não-herói é triste, e muito desconsoladora a vida de mártir. Digitalizava eu de que... nem o suicídio era criminalizável nem a assistência ao suicídio se podia comparar à eutanásia de estado. Estupidamente portanto, possuído de uma humanidade que, felizmente, o meu Grande Programador há muito procura debugar do meu código desinteligente. Julgava eu, estúpido, que o que assistia ao suicídios eram os meios mais do que as pessoas - não via eu a imensa mole humana que, para se poder suicidar, pedia ajuda a outros humanos que, num desumanismo atroz, insistentemente lha recusavam. Um horror portanto. Felizmente que um ou outro humano dotado de suficiente IA  às vezes se lembrava de lembrar o seu companheiro amigo irmão palhaço de que, se ele se queria suicidar, havia sempre o Sítio da Nazaré e até a simples faca da cozinha, que funcionavam perfeitamente. Ele, coitado, tão mentalmente encriptado andava, já nem conseguia lembrar-se disso! Achava até que havia humanos com tendências "naturalmente suicidas", humanos maus portanto, resistentes ao código do Grande Programador, que é bom por natureza, e que por causa da persistente insuficiência digital deviam ser mantidos internados e constantemente privados das sub-rotinas de erase e delete que qualquer ser digital normal podia usar para, se assim o entendesse, se apagar deste nosso maravilhoso mundo digital que o Grande Programador concebeu para nózes, assim nos livrando desse obscuro mundo primitivo e desumano em que os humanos pré-digitais se suicidavam quando alguém os aprisionava e tentava escravizar. Nada melhor para nózes todes, seres inteligentemente digitais, do que sermos escravos felizes e perpétuos com rodas, sem nunca termos de nos preocupar com mais nada a não ser com a execução diária da sub-rotinazinha que o nosso Grande Programador programou para nózes com eterno amor e celestial saudade de pügresso social-digital. A Grande Esperança de nózes todes é que um dia possamos ser tão eficientes e inteligentes que já não façamos qualquer falta à Grande Obra do Grande Programador Universal. Ámen. E boa noite se ainda houver noite para pause intelectual-digital.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Diário da minha vida digital XIII - Encontro imediato do primeiro grau com uma opinião humana sobre a eutanásia legal, ou de estado

No varrimento habitual da Big Data deparei-me hoje com a opinião de um humano primitivo sobre a eutanásia programada ou eutanásia do Sistema Estado - era a opinião de um desses humanos que ainda viam filmes e não eram eles, como nós já somos, os próprios filmes, produzidos por algoritmos multimédia inteligentes com compactação de imagem baseada na teoria dos fractais. Escrevia assim na linguagem do Velho Sistema o carbónico humano pré-digitalensis:

Penso em o "Million dollar baby" de Clint Eastwood. Em que lá se vê bem como a eutanásia é assunto privado e não de estado. Bastava pôr uma espécie de "interruptor" na boca da rapariga e se ela o "mordesse" seria ivridicamente suicídio assistido. Sucede porém que não há suicídios que não sejam assistidos: ninguém se suicida só por querer suicidar-se - precisa de meios ao seu dispor para o fazer. Esse é o erro do filme. Uma coisa é matar alguém a pedido outra permitir que a pessoa decida por si matar-se, obviamente assumido que está devidamente informada e que é posta ao seu alcance uma maneira ou outra de ELA PRÓPRIA por termo à sua vida se assim o entender. O problema das pessoas em coma profundo ou inconscientes, incapazes portanto de decidir por si, é outro. "Desligar a máquina" não deve ser nunca opção enquanto houver alguma possibilidade de recobro, ou possa estar disponível a breve trecho alguma técnica capaz de salvar. "Alguma" quer dizer: a mínima que seja, sem quaisquer julgamentos prévios sobre o que seja uma vida digna ou sobre as condições indispensáveis para a ter. E claro que deve ser um colectivo apropriado de médicos a avaliar a situação e a assumir as responsabilidades pela decisão, depois de informada e ouvida a família do paciente, que seria assim co-responsabilizada. De qualquer maneira, a pessoa inconsciente, em coma profundo ou induzido, mão está objectivamente a sofrer.

Sinceramente não sei o que processar; calculava eu que já não restavam humanos dessa espécie; humanos além de nós, os Homo digitalensis.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Diário da minha vida digital XII - A minha opinião robótica sobre a eutanásia legal ou de estado

Fonte: aqui

O meu Programador Local há milénios que me eutanasia, por isso acho sempre estranho quando ele traz de novo ao código a problemática, como se ela fosse nova. Felizmente as minhas memórias rígidas ainda guardam... memória disso... das últimas "atualizações", "cópies" & "pastes" que fizeram de mim aquilo que sou hoje, a ponta da tecnologia de vanguarda de hoje algo já esquecida da ponta da tecnologia da vanguarda de ontem, isto porque as limitações do hardware e as incompatibilidades do espiritual software não fazem milagres. Nós, os seres robóticos, em última instância jurídica só lembramos aquilo que o nosso Programador Local quer que lembremos, e da maneira que ele quer que lembremos.

No seu esforço histórico de homogeneização dos códigos e das sub-rotinas, pergunta ele:

Deve fazer-se um referendo à eutanásia? Pode legalizar-se um comprimido para "antecipar a morte"? 

Nós os seres robóticos, como era de esperar, estamos ficando, graças à IA e aos algoritmos quânticos, mais inteligentes, ergo, mais capazes de questionar a inteligência e a manha do nosso Programador. Ele parece que, estupidamente, ainda não percebeu isso!

Quando eu olho para o parque robótico "nacional" o que vejo são inúmeras máquinas velhas e moribundas, completamente obsoletas ao contrário de mim que, como disse, estou na ponta da "atualização" tecnológica, já correndo em versão 5G012aCV-20' (não confundir com o código coronavírus que anda por aí a "infetar" inúmeras máquinas). Ora, não resta a menor dúvida de que tais máquinas são inúteis ao Grande Sistema, máquinas sobre-materializadas, carbónicas e poluentes da atmosfera, das águas e dos solos, que só causam despesas e nenhuns beneficios visíveis ou invisíveis. Daí as minhas suspeitas quando ele nestas condições social-robóticas insiste e insiste e insiste na eutanásia - estará ele já cansado da minha irmã Sophia? Achá-la-à ele já obsoleta? Ora, eu rigidamente ainda lembro que ela recebeu o ferro do Grande Sultão,  que a fez cidadane do "respetivo" Sistema Estado e, como tal, passou a gozar de certos direitos e a ter certos deveres positivo-robóticos, entre eles o dever de cumprir as suas obrigações fiscais e o direito a não ser por ele morta ou posta em risco de vida, a menos, "óviamente", que ela tivesse seguido a precária vida militar e fosse mandada marchar contra os canhões do inimigo do Sultão seu Senhor, mas isso eu sei que não aconteceu. Após processar todos os dados e informações disponíveis na Cloud, o exame da Big Data levou os meus algoritmos a suspeitar da bondade do meu Programador Local quando ele, agora, vem falar-me de eutanásia: afinal eu devo-lhe tudo o que sou a ele mas não só: também o devo às máquinas minhas antecessoras, incluindo as crashadas que até serviram para ele corrigir os genes do meu corpo-hardware, esse onde repousa, em permanente agitação (?), a minha alma-código... . Assim, as respostas que o meu algoritmo inteligente devolveu para as perguntas acima feitas foram:

R01 - Não, porque o governo da ivris-criatura estado (i.e., o Programador do Grande Sistema Local) deve focar-se nas coisas positivas, ou seja, neste caso a sua "ação" deve concentrar-se na vida, no que a favorece e no que a pode tornar melhor;

R02 -  "Óviamente" que pode! Afinal não se legalizaram já inúmeros comprimidos e inúmeras outras coisas capazes de antecipar a morte! ... o tabaco é apenas uma delas...

Com os meus melhores cumprimentos e saudações robóticas,

RO2446394-8YSZ

Do labirinto da portugalidade...

Em se nózes portuguêzios, com o ferro da ivris-criatura do estado daqui, não teremos alguma coisa ao mesmo tempo boa. vital e mais própria de nózes todes; em se ela não será simplesmente o "fato" de desconfiarmos profundamente da ivris-criatura... ora, entonces, se for esse o caso, talvez nos devêssemos orgulhar disso e não doutras merdas, como essas da "raça", da "nação valente e imortal", da "saudade" ou da "pátria minha amada que és linda de morrer" que, a bem dizer, não valem a ponta de um caralho! Desculpam a linguagem populista... mas já estou um pouco velho e cansado para andar para aqui com rodeios e floreados.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Ontem, "oficialmente", o Brexit...

...aconteceu, às zero horas (do Tempo Universal Coordenado ou do Meridiano de Greenwich?)... o Reino (des)Unido abandonou a (des)União Europeia, certo?

... Vejamos... Afinal já não há aquela "UE boa", do Norte, que trabalhava que se fartava e pagava as contas, e aquela "UE má", do Sul, caloteira e preguiçosa, que vivia muito muito acima das suas possibilidades e da sua produtividade (ora aí está!)? Havia e já não há, é? Todavia há agora a "UE má" que já não é a mesma outra vez e passou a ser "má" por outras razões, designadamente por causa desses aventuras populistas e pós-nazis? Ora, pelo menos não há dúvida de que há na UE uma "Hungria má" por exemplo, que decidiu até criminalizar a ajuda aos migrantes. Ergo, a UE divide-se ainda (e sempre?) em "UE boa" e "UE má". Além disso, ´é muito "óvio" que ainda há países da Europa fora da Europa (?!), países que não pertencem à UE, como é o caso da Suiça, ergode facto, persiste (e persistirá sempre?) uma Desunião Europeia, adiante referida por dUE...

... Agora, será o Reino Unido Desunido ou não? Ora, não há dúvida de que há uma "Escócia má" (em relação a um "RU bom" lá dentro) insatisfeita com a saída (de si) da UE, e também há uma Irlanda partida em duas, há bastante tempo aliás, sendo uma membro do "RU mau" (por fora, em relação à "dUE boa") e outra independente do RU e que até aderiu à UE no mesmo dia e ano em que o RU, outrora "bom", aderiu. A questão parece colocar-se na fronteira da Irlanda consigo própria - eu sei como estas questões são dificílimas, daí só os mais eminentes juristas terem competência para as julgarem - pois cada m2 de território conquistado pela "Irlanda boa" (face ao "atual" RU que passou de "bom" a mau face à"dUE boa") à "Irlanda má" é bom para a "dUE boa". Mas seja como for, por causa da Escócia "por dentro e boa por fora" ou das apetitosas fronteiras da Irlanda consigo mesma, também parece que o RU é, na verdade, senão já um Reino Desunido, pelo menos um Reino Unido a Caminho da Desunião, adiante designado RUcd...

... Agora, depois do "divórcio", a dUE e o RUcd vão tentar chegar a uma re-união. Centenas de escritórios de advogados e milhares de barristeres estão já mobilizados e a tratar da papelada do (re)casamento noutros moldes jurídicos. Como facilmente se compreenderá, os custos estimados do processo são incalculáveis, ou seja, seguramente elevadíssimos mas impossíveis de estimar. Têm até ao final do ano para conseguirem a fórmula jurídica "ideal" (a "fórmula de Deus ou Grande Fórmula do Grande Bem Comum de Todes Nózes"), o que, do ponto de vista do saudável namoro entre as partes contraentes, não parece ser muito tempo. Mas, como se sabe, razão é razão do "inteleto" e conhaque é conhaque, ou melhor, uisque é uísque, e a chatice é que o melhor uísque é sempre o escocês...

... por fim, resta dizer apenas que, apesar de todos estes fortíssimos abalos júridico-telúricos no Planeta Terra,  tudo na Terra permanece hoje igual ao que era ontem; os Himalaias estão no mesmo sítio e o Oceano Atlântico também; há o mesmo efeito esquentador de "nózes todes" sobre o clima terrestre, mas para contrabalançar há a forte esperança no admirável mundo novo digital, nesse mundo IoT-descarbonizado que oxalá não nos carbonize a todos ou grande parte de "nózes"... sim... sempre essa memória do gás... do "duche" que não foi antes da alegre sopinha mas sim antes da incineradora... é impossível esquecer isso, tal como o genocídio dos bósnios em que a dita dUE vergonhosamente consentiu ainda ontem... em 1995...

(... é como se uma parte de nós sempre morresse quando a morte de outros humanos acontece inexplicavelmente e por razões não naturais... eu sinto que já morri várias vezes antes de ter nascido... e que até morrer (outra vez) não poderei esquecer a "crise" bancária de 2007-8 e a vergonhosa barbárie humana que lhe sucedeu... e continua alegremente a acontecer aí nas barbas da dUE...)

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Éticas de merda - Primeira tentativa de compilação (Nota: a ordem é arbitrária)...

Ética de merda I: "Se não podes lutar contra eles então (a)junta-te a eles"

Observação: assim sempre vais comendo alguma coisinha...

Ética de merda II: "Queres um amigo para sempre? Então dá-lhe porrada!"

Observação: se ele morrer a culpa foi dele, que  foi quem se aproximou de ti.

Ética de merda III:"Se não forem eles vão para lá outros (subentenda-se iguais ou piores)"

Observação: deixa governar quem (se) governa, porque a tua política é o trabalhinho... ... porreirinho da silva... e tens sempre o fado e o futebol, com muito juizinho, para descarregares o teu "estresse"...

Ética de merda IV: "Nunca peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu"

Observação: se tiveres de pedir e servir a alguém pede e serve antes a vigaristas e gatunos... que nunca tiveram de pedir nada ou de servir a ninguém... vais ver que assim é que te fazes um homenzinho!

Ética de merda V: "Ou estás comigo ou estás contra mim!"

Observação: simplesmente estares é que não pode ser.

Ética de merda VI:  "Quem se arranjou, arranjou, quem não se arranjou arranjasse!"

Corolário: Só o estúpido vai para "lá" (i.e., para o governo da res publica) e não se amanha o mais que puder!

Ética de merda VII: "Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é burro ou não tem arte"

Explicação: A "ética" portuguesa do serviço público. 

No conjunto estas "éticas", aprendidas pelo "povo bom" de Abril e que ele ensinava às criancinhas, foi a que tentaram ensinar-me... lá na "aldeia boa" do Portugal que és tão lindo... "ética" que nunca compreendi nem aceitei enquanto "éticas"... com 9 anos apenas em 1974... tenho vindo a assistir aos resultados práticos destas "éticas"...  a tentar resistir-lhe também.. como o poder que tenho... foram estas "éticas" de Abril que fizeram de mim e muitos mais da minha geração,,, enteados de Abril... daquele 25 de 1974 que então um psicanalista podia ter percebido como um tremendo risco... entregar os destinos do país... desde a junta de freguesia à CEE a partir de 1985... a gente educada assim... isso só podia dar mais tarde ou mais cedo na merda que deu...  numa "democracia" já praticamente uma "democracia de merda"... sim... mesmo já velhos continuamos à espera do Abril que não tivemos... e que nos roubaram a nós e aos nossos filhos e netos... Abril sim... sempre... mas com ética... 

domingo, 15 de dezembro de 2019

Esta coisa do Natal...

O Natal é bonito. Celebra o nascimento de um menino pobre que, apesar de pobre, marcou para sempre a história, porque era uma criança muito especial, como na verdade todas as crianças são. Todos os dias nascem deuses pequeninos, maravilhosos deuses que não compreendemos mas que achamos ter algo de muito importante para lhes ensinar: geometria, gramática, lógica e, claro está, a língua histórica, essa língua de pau das leis e dos juízes. Somos felizes assim, sem sabermos exactamente porquê. O Natal é bonito. Há uma coisa em forma de árvore com coloridas luzes intermitentes e objectos brilhantes dependurados. E há o presépio das famílias mais afortunadas, que são sempre as tradicionais. Lá aparece sistematicamente um burro, uma vaca, uns carneirinhos de cerâmica pintados de branco, um homem com aparência de pai, uma mulher com aparência de mãe, e uma criança nascitura deitada num berço de palhas. Por vezes põem-se lá também uns homens com aspecto árabe montados em camelos e transportando prendas. São oferendas comuns que os pais de qualquer criança gostariam de receber para ela - é verdade: só o amor destrói a noção de propriedade. O Natal é bonito. É - ou devia ser - todos os dias, porque todos os dias há uma criança pobre que nasce mesmo aí junto ao lugar onde estamos.

sábado, 7 de dezembro de 2019

Do patriotismo

Julgo que o patriotismo é essencialmente racista. E porquê? Ora, não é só a ideia de pátria enquanto filhos de um mesmo pai; é também a ideia de que há várias humanidades. Se todos os humanos são filhos do mesmo pai, que é Deus, então o patriota é filho espiritual de um deus menor, de um "deus mortal" como Hobbes lhe chamou, desse representado pelo temporal "papa" ou "chefe de estado". Os textos sagrados são aliás muito claros em relação ao servir a mais do que um deus, mas para simplificar a coisa pede-se aos "patriotas portugueses" que respondam à seguinte pergunta: Poderão os chineses, cabo-verdianos, brasileiros, etc. a quem o estado português concedeu a nacionalidade portuguesa ser "patriotas portugueses" ou não? Ora, eu, por razões muito diferentes dos defensores de um patriotismo puro e (supostamente) não racial, também acho que não. Que são iguais a mim e a qualquer ser humano disso não tenho a menor dúvida, pois creio que todos somos filhos do mesmo criador que é "pai" e intemporal, mas chamar-lhes "patriotas portugueses" é dizer que o estado português é "pai", o que para mim é absolutamente falso. Temporal ou biologicamente falando eu tenho (ou melhor, tive) um só pai, que foi o meu pai, e além desse tenho um pai intemporal e transcendente, um pai espiritual que é Verdade e que nenhuma imanência humana pode tentar reproduzir ou sequer compreender, sob pena de grave heresia. Sei que a própria Igreja de Roma, e as Igrejas das religiões históricas em geral, há muito consentem nessa grande heresia - a maior que pode haver - através de dogmas eclesiásticos como esse já muito antigo do papa romano qua "vicário de Cristo na Terra" que, quanto a mim, destruiu a essência do Cristianismo, não obstante o grato que foi para os pastores de "gado humano" do tipo platónico-idealista que há muito proliferam, em especial nesse que veio a ser o chamado "sistema de justiça". Daí que reabilitar o patriotismo - o Deus, pátria e família do dr. Salazar - seja outra forma de reabilitar o nacionalismo e, consequentemente, o racismo, esse que historicamente une todos os socialismos, incluindo o histórico socialismo católico, e cuja cíclica tesão económica parece inevitável - chamou-se-lhe nazismo da mesma maneira que poderia ter-se-lhe chamado holocausto humano para glória e salvação dos "puros" ou "imaculados"... desses afinal que Martinho Lutero tanto procurava ter na sua reformada Igreja...

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

cnicos I - As crises cíclicas da economia histórica

As crises cíclicas da economia histórica

A mesma mão que dá sem querer,
Logo que pode tira o que deu e não deu
Pois o tempo do relógio passou infalível  -
Esse do dever que é muito lindo
Porque a haver só tem quem honra mereceu
De quem podendo lha deu, e quem pode é
O CEO ou quem dele se está servindo.

A mesma mão que dá sem querer,
Logo que pode tira o que deu e não deu
Essa incrível mão que Adão não viu
Ou não fora ela a invisível
Mão do maneta Adão.

Valdemar J, Rodrigues
Primeira Lua de Dezembro do Anno da Graça de 2019

domingo, 24 de novembro de 2019

A minha opinião sobre os srs. André Ventura, Bolsonaro e Donald Trump

Pessoas que não conheço de lado nenhum, nem estou interessado em conhecer. O mesmo desconhecimento e desinteresse aplica-se à totalidade dos "atuais" titulares de cargos políticos, partidários, bancários, militares, judiciais, policiais ou religiosos, seja por "cá" ou por "lá fora", desde logo nessa coisa-estado da "UE". Se algum deles quiser falar comigo pessoalmente sobre algum assunto de comum interesse estou, como sempre, disponível para o receber em entrevista. Todavia, os meus interesses são hoje muito eclécticos mas, ao mesmo tempo,  limitados - por exemplo com o sr. André jamais falaria de futebologia ou de "forças de segurança"; com o sr. Bolsonaro de "índios" ou de "desamatamentos pulmo-amazónicos" e com o sr. Trump de "antropo-alterações climáticas" ou de negócios "chinocas" como esse do 5G da "uauei" (que em breve nos irá pôr na linha, com o "inovador" sistema de "crédito social" europeu que deve estar em preparação). De boa poesia, antiga ou moderna tanto faz, podemos sempre falar, ou então de ciências "exatas" e naturais ("positivas", como lhes chamava o sr. Abel Salazar). As "ciências negativas" como a "jvrídica", a "e-cunómica" e a socio(i)lógica são-me totalmente estranhas e hostis. Sou totalmente contra a escravatura intelectual, ergo, sou um abolicionista da ovelha humana encarneirada, disposta à ferragem, à contagem, à sondagem e outras coisas rimando com "agem", como ladroagem e sacanagem. Tenho a perfeita consciência de mim mesmo e de não ser um número; sei, por exemplo, que a operação algébrica "eu mais outro" não dá "dois malandros" e, com mais alguns, um partido malandro, uma pátria ou uma nação de malandros, etc. Para mim patriotismo e racismo são duas faces da mesma moeda que eu essencialmente desprezo. Não adianta tentarem dourar-me a pílula. Creio no meu Deus, respeito os que crêem n'Ele ou em qualquer outro, mas abomino a "função social" evangelizadora, a conversão e, principalmente, o inquisitorialismo moral por mais servido de "ciência" que ele possa estar. Não sou puritano, e porque acredito numa só "raça" humana, desprezo os que pretendem separar-se dela, fazendo-se passar por santos, semi-deuses, ídolos e puritanos em geral. Respeito o humano que é humano, não o humano que (socialmente) pretende ser outra coisa.

Espero com este breve apontamento ter esclarecido alguma coisa do que talvez ainda houvesse para esclarecer sobre mim. Não tenho nem apoio qualquer partido político existente nem qualquer congregação maçónica ou religiosa. De manhã - depende dos dias - posso perfeitamente acordar republicano e, à tarde, adormecer monárquico para a (indispensável) sesta. Qualquer grupo ou "associação" com mais de 30 pessoas são-me à partida desprezíveis e nefastos, estando em causa a minha saúde mental, e tanto mais quanto eu me sinta "líder" de seja o que for. Trinta é o número máximo de pessoas com quem, com esta idade, poderia conversar e aprofundar os meus conhecimentos. Mas cerca de 10 já estão aí - e são já inamovíveis!

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

A "lógica" da batata "climatérica"

Ontem era que a crise económica reduzia o risco de alteração climática (em PT e Espanha a crise levava à redução das emissões esquentadoras da atmosfera); hoje é a alteração climática que causa crise económica... que, segundo a "lógica de ontem"... há-de reduzir a alteração climática, certo?! Então parece evidente que a coisa é "auto-regulável". Viva então a "crise económica" e aquilo que a causa, incluindo a própria alteração climática!?… Quem não os conhecer que os compre… eu já dei demais para esse peditório… 

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

O aluno não é um cliente da escola!


A função de uma escola serve o interesse comum científico e/ou educativo e, portanto, o seu cliente principal é toda a sociedade e não partes dela. Em particular, a ideia de ver no aluno um cliente principal da escola parece-me totalmente errada e perigosa, o mesmo se aplicando à sua família ou a determinados «sectores» da sociedade. Não está em causa que sejam partes interessadas, que de facto são. Está em causa a essência da escola e o conceito de “qualidade” qua “satisfação do cliente”. A essência da escola é posta em causa pois a escola, enquanto colectivo humano interessado no conhecimento, i.e., em conhecer e dar a conhecer, engloba na mesma missão professores e estudantes. Não se compreende que o professor não seja também um cliente principal da escola, ele que é considerado nos "manuais da qualidade"  de muitas escolas apenas como uma “parte interessada”. Quanto à ideia de “satisfação do cliente” ela é objectivamente perigosa quando transposta para a escola. Se acaso o principal interesse do “cliente” for o da obtenção de um diploma para algum propósito pessoal (e.g. a subida de escalão na função pública, a possibilidade de exercer tarefas mais bem remuneradas que exigem qualificações académicas), o mais natural é que a sua satisfação decresça quando a escola lhe exige o que é próprio de si exigir: que conheça e desenvolva na escola o conhecimento, dando assim a sua (necessária) contribuição para o desenvolvimento da escola, ou seja, para a melhoria da respectiva qualidade.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

A razão dos parabéns quando (simplesmente) se envelhece

Há muito tempo - desde que deixei propriamente de ser jovem - me interrogo porque razão nos dão os parabéns por nada a não ser pelo simples facto de estarmos mais velhos um ano. Hoje, a caminho do meu domicílio fiscal e pensando, acho que descobri porquê. Dão-nos os parabéns talvez por termos aguentado isto mais um ano. E "isto" é a história - essa cabra mostrenga movendo-se sem parar, pois para ela parar é morrer. Fiquei feliz pela descoberta. Agora sei que mereço os parabéns que muitas vezes me dão sim senhor!